DIAGNÓSTICO SOCIAL MUNICÍPIO DE GONDOMAR REDE SOCIAL. Junho de 2009



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DIAGNÓSTICO SOCIAL MUNICÍPIO DE GONDOMAR REDE SOCIAL Junho de 2009 Aprovado em Reunião de Núcleo Executivo de 19 de Junho de 2009 e em Reunião Plenária do CLAS G de 07 de Julho de 2009

Nunca vá pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram. Alexandre Graham Bell 2

Índice Índice Geral 3 Índice de Quadros 4 Índice de Gráficos 10 Introdução 12 Breve Abordagem Conceptual 13 Considerações Metodológicas 16 Cronologia da Rede Social em Gondomar 17 Cap. I Município de Gondomar: O Território e as Pessoas 19 As Pessoas: População 20 As Pessoas: Educação 54 As Pessoas: Mercado de Trabalho 113 As Pessoas: Família e Protecção Social 145 As Pessoas: Saúde 173 As Pessoas: Habitação 200 As Pessoas: Justiça 212 As Pessoas: Recursos da Comunidade 220 Cap. II Análise Swot 243 Bibliografia 245 3

Índice de Quadros Quadros As Pessoas: População Pág. 1 Indicadores de população por município da GAMP, 2007 21 2 População residente por município da GAMP, segundo os grupos etários e o sexo, 31/12/2007 22 3 População residente por município da GAMP, segundo os grupos etários e o sexo, 31/12/2007 (cont.) 4 População por grupo etário, 2001-2007 24 5 Indicadores de população por município da GAMP, 2001 e 2007 25 6 - Matriz de Origem dos Destinos das viagens Casa-Trabalho 27 7 - População residente com nacionalidade estrangeira 29 8 População Residente Segundo Grupos Etários, por Nacionalidade no Concelho de Gondomar (2001) 30 9 - População Residente Segundo as Migrações (relativamente a 31/12/95), por Concelho na AMP (2001) 10 - População Residente Segundo Zonas de Proveniência (relativamente a 31/12/95), por Concelho de Residência Habitual em 12/02/2001 no Grande Porto 11 - Caracterização do Concelho de Gondomar, por Freguesias (2001) 32 12 - Uma tentativa de classificação das freguesias do Concelho de Gondomar 33 13 - Comparação de alguns indicadores nas diferentes freguesias do concelho de Gondomar, 2001 35 14 - População Residente, por grupos etários e sexo, 2001 36 15 População Residente com Deficiência, segundo o Grau de Incapacidade e Sexo no Concelho de Gondomar (2001) 16 - População com deficiência, alguns dados comparativos 39 23 31 31 38 As Pessoas: Educação 1 Nível de Instrução da População Residente no Concelho de Gondomar, na AMP, Região Norte e em Portugal (2001) 2 Nível de Ensino atingido nos concelhos da AMP (2001) 56 3 Nível de Ensino atingido nos concelhos da AMP, 2001 (cont.) 56 4 Número de acções de alfabetização realizadas por Agrupamento de Escola e número de pessoas por acção 5 População Residente Segundo o Nível de Instrução no Concelho de Gondomar e na AMP (2001) 58 6 População Residente Segundo a Qualificação Académica por Grupo Etário no Concelho de Gondomar (2001) 7 Nível de Instrução da População Residente no Concelho de Gondomar por Freguesia (2001) 60 8 Indicadores no âmbito da educação, alguns dados comparativos, 2001 61 9 Indicadores de Educação por Município da GAMP, 2006/ 2007 62 10 Indicadores de Educação por Município da GAMP, 2006/ 2007 (cont.) 63 11 Estabelecimentos de educação/ ensino por Município segundo o nível de ensino ministrado e a natureza institucional, 2006/ 2007 12 Alunos matriculados por município segundo o nível de ensino ministrado e a natureza institucional do estabelecimento, 2006/ 2007 55 57 59 64 65 4

13 Percentagem de Alunos com Sucesso e Insucesso Escolar no Ensino Básico, nos Concelhos do Grande Porto 14 Alunos matriculados por município segundo o nível de ensino ministrado e a natureza institucional do estabelecimento, 2006/ 2007 15 Percentagem de Alunos com Sucesso e Insucesso Escolar no Ensino Secundário, nos Concelhos do Grande Porto 16 Número de Cursos em Funcionamento, ano 2008 69 17 Número de CEF s/ Tipologia/ Concelho, ano 2008 70 18 Número de Cursos EFA s/ Tipologia/ Concelho, ano 2008 71 19 Alunos matriculados no ensino profissional por município, segundo o nível de formação/ ensino e a natureza institucional do estabelecimento, 2006/ 2007 20 Escolas e Jardins-de-infância no concelho de Gondomar, Dezembro 2004 2008 73 21 Total de alunos por nível de ensino, no ensino oficial público no concelho de Gondomar, lectivo 2007/ 2008 22 Total de alunos, por ano de escolaridade nas Escolas Básicas de 1.º Ciclo, do Agrupamento Vertical de Escolas de Baguim, por ano lectivo 23 Total de alunos, insucesso, sucesso e abandono escolar na Escola E.B. 2,3 Frei Manuel de Santa Inês, por Lectivo 24 Total de alunos, por ano de escolaridade nas Escolas Básicas de 1.º Ciclo, do Agrupamento Vertical de Escolas de Sta. Bárbara, por ano lectivo 25 Total de alunos, insucesso, sucesso e abandono escolar na Escola de Fânzeres, por Lectivo 76 26 Total de alunos, por ano de escolaridade nas Escolas Básicas de 1.º Ciclo, do Agrupamento Vertical de Escolas de Jovim e Foz-do-Sousa, por ano lectivo 27 Total de alunos, insucesso, sucesso e abandono escolar na Escola E.B. 2,3 de Jovim, por Lectivo 28 Total de alunos, por ano de escolaridade nas Escolas Básicas de 1.º Ciclo, do Agrupamento Vertical de Escolas de Gondomar, por ano lectivo 29 Total de alunos, insucesso, sucesso e abandono escolar na Escola E.B. 2,3 de Gondomar, por Lectivo 30 Total de alunos, por ano de escolaridade nas Escolas Básicas de 1.º Ciclo, do Agrupamento Vertical de Escolas de Rio Tinto n.º 2, por ano lectivo 31 Total de alunos, insucesso, sucesso e abandono escolar na Escola E.B. 2,3 de Rio Tinto n.º 2, por Lectivo 32 Total de alunos, por ano de escolaridade nas Escolas Básicas de 1.º Ciclo, do Agrupamento Vertical de Pedrouços, por ano lectivo 33 Total de alunos, por ano de escolaridade nas Escolas Básicas de 1.º Ciclo, do Agrupamento Vertical de Escolas de S. Pedro da Cova, por ano lectivo 34 Total de alunos, insucesso, sucesso e abandono escolar na Escola E.B. 2,3 de S. Pedro da Cova, por Lectivo 35 Total de alunos, por ano de escolaridade nas Escolas Básicas de 1.º Ciclo, do Agrupamento Vertical de Escolas Marques Leitão, por ano lectivo 36 Total de alunos, insucesso, sucesso e abandono escolar na Escola E.B. 2,3 de Valbom, por Lectivo 37 Total de alunos, por ano de escolaridade nas Escolas Básicas de 1.º Ciclo, do Agrupamento Vertical de Escolas de Canedo, por ano lectivo 38 Total de alunos, insucesso, sucesso e abandono escolar na Escola E.B. 2,3 de Canedo, por Lectivo 39 Total de alunos, por ano de escolaridade nas Escolas Básicas de 1.º Ciclo, do Agrupamento de Escolas À Beira Douro, por ano lectivo 40 Total de alunos, insucesso, sucesso e abandono escolar na Escola EB 2,3 À Beira Douro Medas, por Lectivo 41 Evolução do número de alunos na Escola Secundária de Rio Tinto, entre os anos lectivos 2005/2006 a 2007/2008 42 Sucesso, insucesso e desistência na Escola Secundária de Rio Tinto nos anos lectivos de 2005/2006 a 2007/2008 43 Evolução do número de alunos na Escola Secundária de S. Pedro da Cova, entre os anos lectivos 2005/2006 a 2007/2008 65 67 68 72 74 75 75 76 77 77 78 78 79 79 80 81 81 82 82 83 83 84 84 85 86 88 5

44 Sucesso, insucesso e desistência na Escola Secundária de S. Pedro da Cova, nos anos lectivos de 2005/2006 a 2007/2008 45 Evolução do número de alunos na Escola Secundária de Valbom, entre os anos lectivos 2005/2006 a 2007/2008 46 Sucesso, insucesso e desistência na Escola Secundária de Valbom, nos anos lectivos de 2005/2006 a 2007/2008 47 Evolução do n.º de alunos na Escola Secundária de Gondomar, entre os anos lectivos 2005/2006 a 2007/2008 48 - Sucesso, insucesso e desistência na Escola Secundária de Gondomar nos anos lectivos de 2005/2006 a 2007/2008 49 N.º de Crianças/ Jovens com NEE de carácter prolongado por Agrupamento de Escola 96 50 Número de Crianças/ Jovens com NEE de carácter prolongado por Escola Secundária 98 51 Número de Alunos inscritos nas AEC, por Actividade, e ano de escolaridade ( Lectivo 2008/2009) 100 52 Actividades desenvolvidas por cada Agrupamento de Escolas ( Lectivo 2008/2009) 100 53 Auxílios Económicos para os Alunos das Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico Lectivo 2008/ 2009 54 Evolução do número de alunos abrangidos pelo Fornecimento de Refeições, 2004/2005 por comparação a 2008/2009 55 Número de cursos em funcionamento, por tipologia e número de pessoas por acção, por Agrupamento de Escolas 56 Síntese do Total de Adultos inscritos e certificados em Centros Novas Oportunidades, 2008 112 89 91 92 93 94 102 103 105 As Pessoas: Mercado de Trabalho 1 Indicadores da Região Norte, 2008 115 2 Número de Empresas com Sede no Concelho de Gondomar, no Grande Porto, na Região Norte e em Portugal, Dezembro 2000 3 Número de Sociedades com Sede no Concelho de Gondomar, no Grande Porto, na Região Norte e em Portugal, Dezembro de 2000 4 Pessoal ao Serviço nas Sociedades com Sede no Concelho de Gondomar, no Grande Porto, na Região Norte e em Portugal, Dezembro de 2000 5 População Residente com 15 ou mais anos por Condição Perante a Actividade Económica, Sexo e Grupos Etários no Concelho de Gondomar, no Grande Porto e na Região Norte (2001) 6 População Residente com 15 ou mais anos e com Actividade Económica no Concelho de Gondomar, no Grande Porto e na Região Norte (2001) 7 População Residente com 15 ou mais anos Sem Actividade Económica no Concelho de Gondomar, no Grande Porto e na Região Norte (2001) 8 População Residente Segundo Grupos de Profissões no Concelho de Gondomar, 2001 123 9 Indicadores per Capita, Percentagem de Poder de Compra e Factor Dinamismo Relativo 125 10 Indicadores do Mercado de Trabalho por município da GAMP, 2006 126 11 Trabalhadores por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo o sector de actividade e o sexo, por município da GAMP, 2006 12 Ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo o sector de actividade e o sexo, por município da GAMP, 2006 13 Trabalhadores por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo o escalão de pessoal da empresa, por município da GAMP, 2006 14 Trabalhadores por conta de outrem nos estabelecimentos, segundo o nível de habilitações, por município da GAMP, 2006 15 Ganho médio mensal dos Trabalhadores por Conta de Outrem nos estabelecimentos, segundo o nível de habilitações, por município da GAMP, 2006 16 Evolução do desemprego entre os anos de 2005 a 2008 132 17 Indicadores do Desemprego por município da GAMP, 2007 133 119 120 121 121 122 122 127 128 129 130 131 6

18 Desemprego Registado por Concelho segundo o Grupo Etário 134 19 Desemprego Registado por Concelho segundo o Género 135 20 Desemprego Registado por Concelho segundo Tempo Transição / 2007-008 136 21 Desemprego Registado por Concelho segundo a Situação Face ao Emprego 137 22 Desemprego Registado por Concelho segundo os Níveis de Escolaridade 139 23 Desemprego Registado no Concelho segundo o Género, o Tempo de Inscrição e a Situação Face à Procura de Emprego, no mês de Dezembro de 2004 a 2008 24 Desemprego Registado no Concelho segundo o Género, o Tempo de Inscrição e a Situação Face à Procura de Emprego As Pessoas: Família e Protecção Social 1 Famílias Clássicas (%), segundo a dimensão, 2001 146 2 Número de Famílias Clássicas, distribuídas pelas Freguesias 147 3 Famílias Clássicas, segundo os Tipos de Famílias, alguns dados comparativos 147 4 População Residente segundo o sexo, por estado civil, no concelho de Gondomar 148 5 Distribuição das Famílias Clássicas na AMP, com 65 ou mais anos, por sexo 148 6 Famílias Clássicas, segundo a sua dimensão, por freguesia 149 7 Número de Beneficiários com Apoio Alimentar Mensal, por Instituição Mediadora, 2007 e 2008 151 8 Número de Clientes com Apoio Alimentar Mensal, por Instituição Beneficiária, 2007 e 2008 152 9 Caracterização das Equipas de Protocolo de RSI 154 10 Caracterização dos beneficiários de RSI, por freguesia, género e grupo etário, 2008 155 11 Evolução do número de beneficiários de RSI, por freguesia, entre 2006 e 2008 156 12 Beneficiários de RSI com requerimento deferido não cessado, no Grande Porto 157 13 Número de Pensionistas/Total população Residente, 2006-2007 158 14 Pensionistas/Concelhos Por Tipo de Regime 2007 159 15 Pensionistas / Tipo e Pensão/ Género 2007 160 16 Motivos de intervenção da CPCJG 2006 a 2008 162 17 Evolução numérica de processos e crianças acompanhadas pela CPCJ 163 18 Entidades que sinalizaram/ participaram as situações, 2006, 2007 e 2008 163 19 Número de processos acompanhados pela CPCJ de Gondomar Caracterização da Criança/ Jovem por Idade e género 20 Escolaridade dos Menores, CPCJG 2006, 2007 e 2008 165 21 Caracterização do meio familiar da Criança/Jovem 165 22 Rendimentos/ Situação do agregado familiar perante o trabalho 166 23 Condições de saúde do agregado familiar 166 24 Medidas de Promoção e Protecção aplicadas aos Menores 167 25 -Crime de Violência Doméstica, por ano civil 168 141 143 164 7

26 - Sexo e Idade da Vítima e do Autor do Crime, 2006 e 2007 - Guarda Nacional Republicana 169 27 - Sexo e Idade da Vítima e do Autor do Crime, 2006 e 2007 - Polícia de Segurança Pública 170 28 - Sexo e Idade da Vítima e do Autor do Crime, 2006 e 2007 - CIG 170 29 - Estado Civil da Vítima e do Autor do Crime, 2007 171 30 - Nível de ensino da Vítima e do Autor do Crime, 2007 171 31 - Profissão da Vítima e do Autor do Crime, 2007 172 As Pessoas: Saúde 1 - Indicadores de Saúde por município da GAMP, 2006 e 2007 174 2 Agrupamento dos Centros de Saúde do Concelho de Gondomar 175 3 - Número de utentes inscritos nas Unidades de Saúde, por faixa etária, Com e Sem Médico de Família, 2008 4 - Profissionais de Saúde e outros Técnicos ao serviço no Agrupamento dos Centros de Saúde do concelho de Gondomar 5 - Consultas médicas nos Centros de Saúde, segundo a especialidade, por município da GAMP, 2007 178 6 - Número de indivíduos inscritos no Centro de Diagnóstico Pneumológico 179 7 - Infra-estruturas Hospitalares Existentes em 2001 181 8 - Distribuição dos Utentes por freguesia e grupo etário (Abril de 2007 a Março de 2009) 182 9 - Distribuição dos Clientes por Género e Grupo Etário (Abril de 2007 a Março de 2009) 183 10 - Principais Motivos de Consulta no CAJ 183 11 Número de camas por tipologia 184 12 Número de camas em Unidades de Convalescença no Grande Porto 185 13 Número de Camas em Unidades de Cuidados de Média Duração e Reabilitação no Grande Porto 185 14 Número de camas em Unidades de Cuidados de Longa Duração e Manutenção no Grande Porto 186 15 Número de Camas em Unidades de Cuidados Paliativos no Grande Porto 186 16 Número de Camas necessárias por Unidade de Cuidados Continuados na SRS Porto 187 17 - Número de utentes activos no CRI Porto Oriental, residentes no concelho de Gondomar, segundo género e grupo etário, Dezembro 2008 18 - Habilitações Literárias dos utentes do CRI do Porto Oriental, residentes no concelho de Gondomar Dezembro 2008 19 - Situação Laboral dos utentes do CRI Porto Oriental, residentes no concelho de Gondomar Dezembro 2008 20 - Número de utentes admitidos no CRI de Porto Oriental, residentes no concelho de Gondomar, por freguesia e género, durante o ano 2008 21 - Número de utentes activos no CRI Porto Oriental, residentes no concelho de Gondomar, segundo o tipo de Drogas consumidas, Dezembro 2008 22 Quantificação dos problemas sociais relacionados com o consumo de álcool 192 176 177 189 190 190 191 191 As Pessoas: Habitação 1 - Estimativas do parque habitacional, por município da GAMP, 2002-2007 201 8

2 - Alojamentos familiares, segundo o tipo de alojamento, 2001 202 3 - Alojamentos familiares de Residência Habitual, segundo a existência de infra-estruturas básicas 203 4 - Alojamentos familiares, ocupados como residência habitual, segundo instalações existentes (água canalizada, banho ou duche e sistema de aquecimento) nos alojamentos 5 - Alojamentos familiares, segundo forma de ocupação 204 6 - Famílias Clássicas, Alojamentos Familiares e Edifícios por freguesia, 2001 205 7 - Edifícios segundo a época de construção 205 8 - Habitação Social no concelho de Gondomar 208 9 - Evolução da População realojada em Habitação Social desde 2005 209 10 - Indicadores de População por Conjunto Habitacional 210 203 As Pessoas: Justiça 1 - Áreas Geográficas de Intervenção no domínio da PM, PSP e GNR 214 2- Criminalidade registada no Concelho de Gondomar, por ano civil 214 3 Sinistralidade Rodoviária Registada pela GNR no Concelho de Gondomar, por ano civil 215 4 - Criminalidade registada no Concelho de Gondomar, por ano civil 216 5 - Sinistralidade Rodoviária Registada pela PSP no Concelho de Gondomar, por ano civil 216 6 - Criminalidade Registada pela GNR e PSP no Concelho de Gondomar, em 2007 217 7 - Sinistralidade Rodoviária Registada pela PSP e GNR no Concelho de Gondomar, em 2008 217 8 - Movimento de Processos Cíveis, Penais e Tutelares nos Tribunais Judiciais de 1.ª Instância, por município da GAMP, 2006 9 - Crimes registados pelas autoridades policiais, segundo as categorias de crimes, por município da GAMP, 2006 As Pessoas: Recursos da Comunidade 1 - Rede de Equipamentos Sociais do Grande Porto da Rede Solidária, excluindo os da Rede Oficial e Privada 2 Candidaturas aprovadas no âmbito do PARES 225 3 - Instituições no concelho de Gondomar 226 4 - Despesas das Câmaras municipais em actividades culturais e de desporto por município da GAMP, 2006 5 Programa de Apoio à Acção Social do Município de Gondomar 234 6 - Programa de Apoio ao Associativismo Cultural e Recreativo 236 7 - Programa de Apoio ao Associativismo Desportivo 238 8 Infra-estruturas Desportivas do Concelho 239 9 Património Concelhio 242 218 219 221 232 9

Índice de Gráficos Gráficos Pág. As Pessoas: População 1 População Residente por município da GAMP, 2001-2007 21 2 População Residente por grupo etário no município de Gondomar, 2001-2007 25 3 - Densidade Populacional, 2001 34 4 - População Residente com Deficiência, com idade superior a 16 anos 40 5 - População Residente com deficiência, até aos 15 anos de idade 40 Educação 1 - Escola Secundaria de Rio Tinto Número de alunos inscritos por opção de Agrupamento 87 2 - Afluência de inscritos ao Ensino Nocturno/ Recorrente na Escola Secundária de Rio Tinto, durante os anos lectivos de 2005/ 2006 a 2007/ 2008 3 - Escola Secundaria de S. Pedro da Cova Número de alunos inscritos por opção de Agrupamento 90 4 - Escola Secundaria de Valbom N.º de alunos inscritos por opção de Agrupamento 92 5 - Escola Secundaria de Gondomar N.º de alunos inscritos por opção de Agrupamento 94 6 - Afluência de inscritos ao Ensino Nocturno/ Recorrente na Escola Secundária de Gondomar, durante os anos lectivos de 2005/ 2006 a 2007/ 2008 7 - Total de Necessidades Educativas Especiais por Agrupamento de Escola 97 8 - Necessidades Educativas Especiais por Escola Secundária 98 9- CNO da Escola Secundária de Rio Tinto Dados relativos ao ano 2007/ 2008 106 10 - CNO da Escola Secundária de Valbom Dados relativos ao ano 2007/ 2008 107 11 - CNO da Escola Secundária de S. Pedro da Cova Dados relativos ao ano 2007/ 2008 107 12 - CNO da Escola Secundária de Gondomar Dados relativos aos anos 2006, 2007 e 2008 108 13 - CNO da Escola Secundária de Gondomar N.º de Inscritos e Certificados por Género e Faixa Etária, 2008 14 - CNO da Escola Profissional de Gondomar 109 15 - CNO da Escola Profissional de Gondomar, dados sobre género e faixa etária 2008 110 16 - CNO do CINDOR Dados relativos aos anos 2006, 2007 e 2008 110 17 - CNO da Singesco Dados relativos ao ano 2008 111 18 - Número de inscritos por género e idade no CNO da Singesco Dados relativos ao ano 2008 111 87 95 108 As Pessoas: Mercado de Trabalho 1 Evolução do desemprego entre os anos de 2005 a 2008 132 2 - Desemprego Registado no Concelho segundo o Grupo Etário, no mês de Dezembro de 2004 a 2008 142 10

3 - Desemprego Registado por Concelho segundo os Níveis de Escolaridade, no mês de Dezembro de 2004 a 2008 4 - Desemprego Registado em Gondomar, segundo o Grupo Etário 144 5 - Desemprego Registado em Gondomar, segundo os Níveis de Escolaridade 144 142 As Pessoas: Família e Protecção Social 1 Taxa de Variação (%) das famílias clássicas residentes, 1991-2001 146 2 Famílias Unipessoais, segundo sexo, por grupo etário 149 3 Evolução do número de beneficiários de RSI, por freguesia, entre 2006 e 2008 156 4 Evolução do número de beneficiários por género, 2006 a 2008 157 As Pessoas: Saúde 1 - Elementos de Diagnóstico, 2007-2008 179 As Pessoas: Habitação 1 - Média das idades da população realojada 209 As Pessoas: Recursos da Comunidade 1 - Despesas da Cultura e Desporto, por município da GAMP, 2006 231 11

Introdução O documento aqui apresentado, constitui-se como um instrumento de trabalho privilegiado, na medida em que pretende traduzir um conhecimento alargado do meio, abarcando as diferentes áreas/dimensões da realidade social, em particular, aquelas que mais implicitamente estão associadas aos factores de vulnerabilidade e processos de exclusão social. Esta versão actualizada, permitirá uma redefinição das prioridades de forma mais adequada, centrando a intervenção em torno das problemáticas dominantes, racionando os recursos existentes, ao mesmo tempo que se potenciam mais e melhores respostas. Pretendemos, não só identificar, como também compreender os problemas existentes, o que pressupõe uma relação entre as diferentes variáveis em questão e a identificação, tanto das vulnerabilidades como dos recursos e das potencialidades existentes no concelho. Neste sentido, e partindo de uma abordagem conceptual dos fenómenos de pobreza e exclusão social, onde se salientam o seu carácter multidimensional, o Diagnóstico Social do Concelho de Gondomar, orientou a sua análise em torno dos principais domínios relacionados com os direitos sociais básicos, tais como: As Pessoas População Educação Mercado de Trabalho Família e Protecção Social Saúde Habitação Justiça Recursos da Comunidade Posteriormente, é apresentada uma análise swot, onde se revêm as potencialidades e fragilidades por área de estudo, assim como as oportunidades e ameaças, permitindo-nos traçar um retrato fiel do Concelho, ajustando a intervenção social às necessidades de cada território. 12

Breve Abordagem Conceptual O encontro decorrido nos Açores, denominado 6ª Mesa Redonda Europeia sobre a Pobreza e a Exclusão Social: Padrões Sociais Mínimos: Um Estratégia para a Protecção e o Empowerment, no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia, em 2007, permitiu discutir estratégias sustentáveis de luta contra a pobreza e a exclusão social, e as diferentes abordagens que cada país tem empenhado na atenuação e/ou erradicação destes fenómenos. Pela pertinência das intervenções e a multidimensionalidade das questões trabalhadas, pareceunos da maior relevância, referir, aqui, alguns pontos chave das comunicações apresentadas durante este encontro. Um outro facto que demonstra a centralidade e preocupação para com estes fenómenos, que são, sem qualquer dúvida, a mais grave forma de ruptura da coesão social, foi a proposta da Comissão Europeia para designar o ano 2010 como o Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social. A pobreza e a exclusão são ameaças importantes à igualdade de oportunidades e à plena cidadania. Daí que, o trabalho da Rede Social, enquanto espaço privilegiado de congregação de esforços entre os diferentes parceiros sociais, pode, de forma concertada e articulada, contribuir para garantir as condições e oportunidades para uma efectiva inclusão. Apesar do crescente consenso em torno das principais medidas de combate à pobreza, o conceito de severidade da pobreza não tem sido suficientemente explorado. Em termos gerais, a severidade da pobreza considera não só a distância que separa os pobres da linha de pobreza, mas também a desigualdade entre os pobres. Acresce que a severidade da pobreza está frequentemente ligada a múltiplos factores de exclusão e à reprodução geracional de situações de pobreza. A incidência da pobreza, ainda que sendo um indicador importante em avaliações globais e comparativas, não deve excluir a necessidade de analisar a situação das famílias que estão mais afastadas da linha de pobreza. Por consequência, a severidade da pobreza é uma dimensão muito importante da sua incidência. Verifica-se claramente que os grupos que mais carências têm na nossa sociedade sofrem de múltiplas desvantagens, tais como: falta de alojamento adequado, desemprego, problemas de 13

saúde, falta de qualificações, privações materiais, discriminação, falta de redes sociais, exclusão financeira. Deste modo, torna-se necessário uma análise mais integrada da ligação entre os diferentes tipos de desvantagens e uma resposta organizacional mais coordenada. Acrescente-se, ainda, a dimensão da reprodução da pobreza. O ciclo de pobreza é um fenómeno social caracterizado pelo facto de os cidadãos evidenciarem uma tendência para permanecer pobres durante toda a vida e, em muitos casos, através de gerações. A infância é uma fase decisiva de desenvolvimento das capacidades físicas, mentais, emocionais e de aprendizagem, e que vai influenciar as subsequentes oportunidades de vida. Daí que a múltipla privação durante a infância pode ter um impacto irreversível sobre todo o ciclo de vida, aumentando a probabilidade de originar adultos vivendo em pobreza e transmitindo-a a futuras gerações. De forma a quebrar este ciclo torna-se necessário fornecer oportunidades e recursos adequados, incluindo rendimentos e serviços que ajudem as crianças e as suas famílias a saírem da pobreza, e de uma forma mais genérica, a melhorar os seus níveis de bem estar. Ao abordarmos as questões relacionadas com os fenómenos de pobreza e exclusão social, importa aqui realçar e perceber o significado destes dois conceitos. Nesta perspectiva, a definição do termo pobreza apresenta-se como um fenómeno multidimensional, resultado da acentuação do aspecto de escassez dos recursos que afecta indivíduos e/ou famílias, privando-os do acesso a bens fundamentais. Por seu lado, o termo exclusão social, é interpretado como a negação ou o não respeito, do acesso por determinados grupos a direitos sociais fundamentais e consagrados pelo princípio da cidadania, acentuando a dimensão relacional do fenómeno. Ou seja, parte do reconhecimento que existem pessoas ou grupos que não têm acesso a uma qualidade de vida considerada como mínima em cada país, assim como, carecem de integração nas principais instituições sociais e profissionais da sociedade (Monteiro, A., 2004). Com base nestes fenómenos de emergência social, um conjunto significativo de medidas e programas de combate à pobreza e à exclusão social vêm configurando as designadas novas políticas sociais activas. Vêm sendo implementadas no sentido de contribuírem para um desenvolvimento social sustentável, que só poderá efectivar-se através do acesso de todos ao emprego e aos recursos e serviços considerados necessários a uma qualidade de vida condigna, em equidade. Assentam em dois vectores fundamentais, o da promoção de um conceito de cidadania, garante do exercício pleno dos direitos cívicos e da inserção societal e do reconhecimento da importância da igualdade de oportunidades como forma de combater as desigualdades sociais. O Programa Rede Social, insere-se neste contexto, procurando estimular o planeamento e a definição de políticas sociais concelhias, não apenas por uma única entidade, ou de forma 14

fragmentada por várias instituições com intervenção na área social, mas a partir de diagnósticos sociais capazes de efectuarem um retrato concelhio, em termos de necessidades e carências, mas também de potencialidades e recursos com enfoque especial no combate à pobreza e à exclusão social. De facto, com o diagnóstico será possível não só traçar um retrato destas situações, aprofundando a análise dos factores estruturais produtores de pobreza e exclusão social, mas também, conhecer de forma pormenorizada, as situações mais específicas existentes nos diferentes territórios do Município. Ao nível local, a Rede Social irá possibilitar saltos qualitativos na intervenção social, ao suscitar a afirmação de parcerias alargadas construídas em torno da consciencialização de objectivos e estratégias de intervenção que envolvem o conjunto dos parceiros (autarquias, serviços e organizações) que actuam no concelho e nas freguesias. 15

Considerações Metodológicas A implementação da Rede Social, com base na Resolução do Conselho de Ministros n.º 197/97 de 18 de Novembro, e restruturada pelo Decreto-Lei n.º 115 de 14 de Junho de 2006, assente nos princípios de parceria, subsidariedade, articulação, inovação, integração e igualdade de género, vem permitir pôr em prática e enquadrar o conceito de efectiva parceria, sustentada em objectivos estratégicos comuns para os territórios. Após uma candidatura efectuada pela Câmara Municipal de Gondomar, através do Pelouro de Acção Social, ao Programa Rede Social, em Fevereiro de 2002, a qual foi posteriormente aprovada em Outubro do mesmo ano, iniciou-se em Fevereiro do ano seguinte, a implementação da Rede Social no Município de Gondomar, tendo a autarquia assumido esta Resolução como uma medida de política social de incentivo às redes locais. A elaboração do Diagnóstico Social pressupôs a utilização de várias fontes de informação. Por um lado, o recurso a informação estatística oficial de natureza vária, por outro, a produção de instrumentos de recolha de informação por parte do Gabinete da Rede Social e do Núcleo Executivo do CLAS G. Assim, foi realizada análise documental de informação estatística diversa, recorrendo, para isso, às seguintes fontes estatísticas: INE: Estatísticas Demográficas, Censos 2001, Anuário Estatístico da Região Norte, 2007, Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio, 2005; Norte Conjuntura Relatório 4.º Trimestre 2008, CCDR-N ; DREN/Agrupamentos de Escola, Escolas Secundárias, Pólos de Formação Profissional e CNOs; Centro Distrital do Porto; Direcção Geral de Reinserção Social; IEFP/Centro de Emprego de Gondomar; Agrupamento dos Centros de Saúde de Gondomar; Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Gondomar; Câmara Municipal de Gondomar: Pelouro da Educação, Cultura, Desporto, Habitação; Forças de Segurança: PSP e GNR; Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. A análise da informação estatística recolhida teve sempre em atenção o recurso aos dados disponíveis mais recentes, estando por isso disponíveis informações relativas ao Anuário Estatístico da Região Norte, 2007, e noutras áreas como a Saúde, a Educação, o Emprego ou a Segurança, dados relativos aos anos 2007/2008. Embora focando a atenção na informação disponível mais recentes, houve a preocupação de tentar compreender os dados apresentados a partir de dinâmicas anteriormente desenvolvidas. O aprofundamento dos diferentes temas e áreas identificados, é maior ou menor, consoante o número de fontes de informação disponível. 16

Cronologia da Rede Social em Gondomar Datas Fevereiro de 2002 Factos Apresentação de Candidatura ao Programa Rede Social, pela Câmara Municipal de Gondomar Outubro de 2002 Assinatura do Termo de Aceitação de Aprovação da Candidatura ao Programa Rede Social 7 de Fevereiro de 2003 1.º Plenário do CLAS G (Conselho Local de Acção Social do Concelho de Gondomar) Constituição do Núcleo Dinamizador 25 de Março de 2003 1.ª Reunião do Núcleo Dinamizador 18 Junho 2003 I Fórum Comunitário da Rede Social; 2.º Plenário do CLAS G; Constituição do CLAS G; Aprovação de Regulamento do CLAS G em Plenário; Constituição de Núcleo Executivo 30 de Junho de 2003 Aprovação de Regulamento do CLAS G em Reunião da Câmara Municipal de Gondomar 29 de Setembro de 2003 Aprovação do Regulamento do CLAS G em Assembleia Municipal 10 de Novembro de 2003 Eleição do representante dos Presidentes de Junta de Freguesia para o Núcleo Executivo (NE) do CLAS G 17 de Novembro de 2003 Eleição de representantes de entidades particulares sem fins lucrativos, para Núcleo Executivo do CLAS G 2 de Dezembro de 2003 1.ª Reunião do NE do CLAS G Constituição do Grupo de Trabalho Apoio Alimentar a Famílias e Pessoas Carenciadas no Município de Gondomar 16 de Dezembro de 2003 3.º Plenário do CLAS G Aprovação do Plano de Trabalhos do NE 17

Março a Novembro de 2004 Dinamização das CSF/CSIF pelo Gabinete da Rede Social e pelo Núcleo Executivo: Elaboração do Diagnóstico das freguesias 31 de Maio de 2004 II Fórum Comunitário: Parcerias e Desenvolvimento Social Tomada de posse das seis CSF e duas CSIF 19 de Julho de 2004 Aprovação do Pré-Diagnóstico do Município de Gondomar em Plenário do CLAS G 6,7,15 e 22 de Outubro de 2004 Workshop Diagnóstico Social e Metodologia(s), sob orientação do Prof. Doutor Ulrich Schiefer 27 de Novembro de 2004 Workshop Organizações e Redes, sob orientação do Prof. Doutor Ulrich Schiefer 14 de Março de 2005 Aprovação do Diagnóstico Social do Município de Gondomar, em Plenário do CLAS G 19 e 20 de Maio de 2005 III Fórum Comunitário da Rede Social: Plano de Desenvolvimento Social 31 de Maio de 2006 Sessão de Trabalho Parcerias e Desenvolvimento Social Local: As CSF/CSIF e seu contributo para o Desenvolvimento Sustentável 24 de Novembro de 2006 Aprovação do Plano de Desenvolvimento Social do Município de Gondomar, em Plenário do CLAS G IV Fórum da Rede Social: Planeamento e Avaliação Territorial em Rede Lançamento do Roteiro de Acção Social do Município de Gondomar 15 de Janeiro de 2008 Aprovação do novo Regulamento Interno do CLAS G, de acordo com as orientações do Dec-Lei 115/2006 de 14 de Junho, em Plenário do CLAS G 26 de Março de 2008 Recomposição do CLAS G e Eleição do Núcleo Executivo em Plenário do CLAS G 15 de Maio de 2008 Aprovação do modelo de Regulamento Interno das CSF/CSIF, em Plenário do CLAS G 18

Município de Gondomar: O Território e as Pessoas 19

As Pessoas: A População O factor humano constitui um elemento fundamental na avaliação do desenvolvimento social e económico, resultado de uma dinâmica de múltiplos factores, nomeadamente de ordem política, cultural e económica. Deste modo, a análise demográfica é essencial, particularmente num contexto em que se procura definir um plano de desenvolvimento integrado. O Concelho de Gondomar, como parte integrante da Região Norte e do Distrito do Porto, está inserido na Grande Área Metropolitana do Porto (GAMP), que engloba 16 concelhos. No entanto, a análise que seguidamente se apresenta, apenas engloba 14 concelhos, excluindo o de Oliveira de Azeméis e o de Vale de Cambra, que à data de elaboração do presente documento, ainda não integravam a GAMP. A divisão territorial por NUT, integra Gondomar na NUT III Grande Porto. Gondomar, considerado o sexto maior concelho da GAMP, em termos de área geográfica, antecedido por Vila Nova de Gaia e Porto, tem uma área aproximada de 130,5 Km 2 e ocupa o terceiro lugar, em termos de população residente, com 172.904 habitantes, de acordo com o Anuário Estatístico da Região Norte, 2007. No que concerne à densidade populacional, Gondomar ocupa o sétimo lugar com uma média de 1 311,2 hab/km 2. Está limitado a norte pelos concelhos do Porto, Maia, Valongo, Paredes e Penafiel, e a sul, pelos de Vila Nova de Gaia, Santa Maria da Feira, Arouca e Castelo de Paiva. A cerca de 2Km da cidade do Porto e com, aproximadamente, 32 Km de margem ribeirinha, Gondomar é constituído por 12 freguesias, nomeadamente: Baguim do Monte, Covelo, Fânzeres, Foz do Sousa, Gondomar (S. Cosme), Jovim, Lomba, Medas, Melres, Rio Tinto, São Pedro da Cova e Valbom. Para uma análise mais pormenorizada do concelho de Gondomar, vamos centrar-nos em alguns indicadores de população, constantes no Anuário Estatístico da Região Norte, 2008, com dados referentes ao ano de 2007. 20

Quadro 1 Indicadores de população por município da GAMP, 2007 Concelhos GAMP Densidade Populacional (Hab/Km2) Tx. Crescimento Efectivo (%) Tx. Crescimento Natural (%) Tx. Bruta de Natalidade ( ) Tx. Bruta de Mortalidade ( ) 2007 2007 2007 2007 2007 Arouca 72,2-0,42-0,02 8,9 9,1 Espinho 1424,2-1,92-0,12 8,1 9,3 Gondomar 1311,2 0,59 0,27 9,3 6,6 Maia 1662,6 1,84 0,52 11,2 6,0 Matosinhos 2717,13 0,01 0,18 10,0 8,2 Porto 5371,8-2,66-0,48 8,4 13,1 Póvoa do Varzim 810,0 0,37 0,29 10,3 7,3 Sta. Maria Feira 678,4 0,75 0,22 8,6 6,4 Sto. Tirso 515,9-0,69-0,09 7,8 8,6 S. João da Madeira 2741,6 0,16 0,19 8,7 6,9 Trofa 561,2 0,77 0,16 9,5 7,8 Valongo 1273,9 1,43 0,45 10,6 6,1 Vila do Conde 517,2 0,33 0,30 10,8 7,8 Vila Nova de Gaia 1838,5 0,86 0,26 9,7 7,2 Fonte: I.N.E. Anuário Estatístico da Região Norte, 2007 Por referência ao quadro 1, verificamos que os concelhos com maior densidade populacional são o Porto, S. João da Madeira e Matosinhos. Gondomar, ocupa o oitavo lugar com 1311,2 hab/km2, representando um crescimento face aos Censos 2001, que se cifrava nos 1257,4 hab/km2. As taxas de natalidade e de mortalidade são indicadores a ter em consideração na análise da evolução demográfica. Ao analisarmos as taxas de natalidade bruta dos municípios da GAMP, Gondomar surge em oitavo lugar (9,3 9,3 nados-vivos por 1000 habitantes), tendo registado uma diminuição comparativamente aos Censos de 2001 (13,3 ). Apresenta, deste modo, valores inferiores à média nacional (9,7 ), e valores superiores à região Norte (9,1 ), segundo o Anuário Estatístico da Região Norte, 2007. Gráfico 1 População Residente por município da GAMP, 2001-2007 350000 300000 250000 200000 150000 2001 2007 100000 50000 0 Arouca Espinho Gondomar Maia Matosinhos Porto Póvoa do Varzim Sta. Maria Feira Sto. Tirso S. João da Madeira Trofa Valongo Vila do Conde Vila Nova de Gaia Fonte: I.N.E. Censos 2001 e Anuário Estatístico da Região Norte, 2007 Na globalidade dos concelhos que constituem a GAMP, Gondomar ocupa o 3.º lugar em termos de população residente, tendo registado um aumento de 8 808 pessoas, face aos Censos 2001. Em primeiro lugar, com a maior variação de crescimento positivo e simultaneamente o município mais 21

numeroso, está Vila Nova de Gaia, com 21 337 novos habitantes; segue-se o concelho da Maia, com a segunda maior variação de crescimento positivo, tendo ganho 18 115 pessoas; os municípios de Santa Maria da Feira e Valongo com um crescimento muito próximo, 10 383 e 9 701, respectivamente, e Gondomar com os valores anteriormente referidos. O registo mais significativo de decréscimo populacional centra-se no Porto, que nestes últimos anos já perdeu mais de 41 300 pessoas. A par deste concelho, viram também diminuir a sua população residente, Espinho, Santo Tirso e Arouca, com menos 3 636, 1 969 e 457 pessoas, respectivamente. Quadro 2 População residente por município da GAMP, segundo os grupos etários e o sexo, 31/12/2007 Concelhos GAMP Total Grupos Etários 0 a 14 anos 15 a 24 anos HM H M HM H M HM H M Arouca 23773 11646 12127 3668 1841 1827 3223 1692 1531 Espinho 30065 14563 15502 4401 2301 2100 3450 1775 1675 Gondomar 172904 83979 88925 27293 13993 13300 20122 10132 9990 Maia 138226 66940 71286 23734 12133 11601 15531 7923 7608 Matosinhos 169122 81656 87466 25589 13112 12477 19391 9842 9549 Porto 221800 100307 121493 28887 14753 14134 22850 11557 11293 Póvoa do Varzim 66463 31998 34465 11978 6118 5860 8634 4412 4222 Sta. Maria Feira 146347 71699 74648 23927 12332 11595 18170 9220 8950 Sto. Tirso 70427 34091 36336 10305 5222 5083 8725 4499 4226 S. João da Madeira 21741 10240 11501 3416 1693 1723 2699 1347 1352 Trofa 40338 19697 20641 6615 3322 3293 5377 2744 2633 Valongo 95706 46499 49207 15945 8235 7710 11512 5785 5727 Vila do Conde 77052 37668 39384 12921 6637 6284 9725 4985 4740 Vila Nova de Gaia 310086 149624 160462 49760 25396 24364 35259 17991 17268 Fonte: I.N.E. Anuário Estatístico da Região Norte, 2007 Pela análise do quadro anterior, verificamos que o total de população residente no Concelho de Gondomar em 31/12/2007, correspondia a 172 904 pessoas, das quais, 27 293, ou seja, aproximadamente 16% são jovens entre os 0 e os 14 anos de idade e, 20 122, isto é, 12% da população, têm idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos. No que respeita à dimensão de género, verificamos que do total da população residente existe um maior peso das mulheres por comparação ao sexo masculino, com uma diferença de 4 946 pessoas. Esta mesma análise por grupo etário, especialmente nas idades mais jovens, vem evidenciar exactamente o oposto, isto é, um maior predomínio do sexo masculino, apesar das diferenças serem muito ténues. 22

Quadro 3 População residente por município da GAMP, segundo os grupos etários e o sexo, 31/12/2007 (cont.) Grupos Etários Concelhos GAMP 25 a 64 anos 65 e mais anos 75 e mais anos HM H M HM H M HM H M Arouca 13040 6519 6521 3842 1594 2248 2009 798 1211 Espinho 17348 8471 8877 4866 2016 2850 2060 749 1311 Gondomar 101947 49838 52109 23542 10016 13526 9686 3665 6021 Maia 80431 38936 41495 18530 7948 10582 7765 2929 4836 Matosinhos 99588 48415 51173 24554 10287 14267 10261 3801 6460 Porto 124710 57493 67217 45353 16504 28849 21923 6937 14986 Póvoa do Varzim 37519 18165 19354 8332 3303 5029 3581 1276 2305 Sta. Maria Feira 84613 41761 42852 19637 8386 11251 8128 3145 4983 Sto. Tirso 41054 19969 21085 10343 4401 5942 4253 1654 2599 S. João da Madeira 12513 5863 6650 3113 1337 1776 1330 517 813 Trofa 23525 11578 11947 4821 2053 2768 1965 745 1220 Valongo 56260 27307 28953 11989 5172 6817 4591 1754 2837 Vila do Conde 44014 21721 22293 10392 4325 6067 4397 1636 2761 Vila Nova de Gaia 180247 87327 92920 44820 18910 25910 19164 7242 11922 Fonte: I.N.E. Anuário Estatístico da Região Norte, 2007 As pessoas na faixa etária dos 25 aos 64 anos de idade, considerada população activa, é composta por 101 947 pessoas, constituindo o maior volume de população dentro das faixas etárias apresentadas (59%). A população com idade a partir dos 65 e mais anos, vem assumindo cada vez maior expressão, num total de 33 228 pessoas residentes. A análise por género e por grupo etário, contraria a tendência dos grupos de idades referentes às pessoas mais jovens, predominando o sexo feminino, sendo que, à medida que a idade avança, aumenta a diferença entre mulheres e homens. 23

Quadro 4 População por grupo etário, 2001-2007 Concelhos GAMP Grupo Etário Grupo Etário Grupo Etário Grupo Etário Variação Variação Variação 0-14 (01 07) 15-24 (01 07) 25-64 (01 07) 65 ou + 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 Arouca 4931 3668-1263 4024 3223-801 11897 13040 1143 3915 3842-73 Espinho 5134 4401-733 4898 3450-1448 18778 17348-1430 4891 4866-25 Gondomar 28411 27293-1118 23641 20122-3519 94065 101947 7882 17979 23542 5563 Maia 20914 23734 2820 16794 15531-1263 69733 80431 10698 12644 18530 5886 Matosinhos 26686 25589-1097 24035 19391-4644 95807 99588 3781 20498 24554 4056 Porto 34584 28887-5697 36850 22850-14000 140694 124710-15984 51003 45353-5650 Póvoa do Varzim 12081 11978-103 10321 8634-1687 34031 37519 3488 7127 8332 1205 Sta. Maria Feira 25028 23927-1101 20087 18170-1917 75817 84613 8796 15032 19637 4605 Sto. Tirso 12193 10305-1888 10696 8725-1971 40098 41054 956 9409 10343 934 S. João da Madeira 3656 3416-240 3145 2699-446 11745 12513 768 2556 3113 557 Trofa 7206 6615-591 5860 5377-483 20762 23525 2763 3753 4821 1068 Valongo 15349 15945 596 13060 11512-1548 49173 56260 7087 8423 11989 3566 Vila do Conde 13369 12921-448 11276 9725-1551 41066 44014 2948 8680 10392 1712 Variação (01 07) Vila Nova de Gaia 49222 49760 538 40611 35259-5352 164569 180247 15678 34347 44820 10473 Fonte: I.N.E. Anuário Estatístico da Região Norte, 2007 Por referência ao quadro 4, podemos realizar uma análise mais detalhada da evolução da população por grupos etários, ao nível da GAMP, entre 2001 e 2007. Relativamente à faixa dos 0 aos 14 anos, apenas três concelhos registaram um crescimento positivo, nomeadamente a Maia, Valongo e Vila Nova de Gaia, com um saldo de 2820, 596 e 538 pessoas, respectivamente. Os restantes municípios evidenciaram perda de população, com o Porto a ocupar o 1.º lugar com menos 5697 habitantes, seguindo-se Santo Tirso, Arouca e Gondomar, com uma variação negativa de 1888, 1263 e 1118 residentes. No grupo etário dos 15 aos 24 anos, nenhum concelho obteve um saldo positivo em termos de crescimento populacional, sendo que os três municípios que mais perderam população, foram o Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos. No que respeita à faixa etária dos 25 aos 64 anos, apenas os concelhos do Porto e de Espinho registaram uma variação negativa. O município de Vila Nova de Gaia assume maior expressão em termos de crescimento populacional, com 15678 habitantes, seguindo-se a Maia com 10698, Santa Maria da Feira e Gondomar, com 8796 e 7882, respectivamente. 24

As pessoas no grupo etário dos 65 e mais anos têm vindo a aumentar significativamente na maioria dos concelhos, com excepção de Arouca, Espinho e Porto, que registam valores negativos. Gráfico 2 População Residente por grupo etário no município de Gondomar, 2001-2007 120000 100000 80000 60000 40000 20000 0 0-14 15-24 25-64 65+ 2001 2007 Fonte: I.N.E. INE 2001 e Anuário Estatístico da Região Norte, 2007 A análise do gráfico 2, que demonstra a evolução demográfica do concelho no período entre 2001 e 2007, evidencia um crescimento considerável das pessoas a partir dos 25 e mais anos, em contrapartida com a população mais jovem, dos 0 aos 24 anos de idade, a qual tem vindo a diminuir. Quadro 5 Indicadores de população por município da GAMP, 2001 e 2007 Concelhos GAMP Índice de Envelhecimento (N.º) Índice de Dependência de Idosos (N.º) Índice de Longevidade (N.º) 2001 2007 2007 2007 Arouca 101,9 104,7 23,6 52,3 Espinho 72,4 110,6 23,4 42,3 Gondomar 63,2 86,3 19,3 41,1 Maia 60,3 78,1 19,3 41,9 Matosinhos 76,8 96,0 20,6 41,8 Porto 147,4 157,0 30,7 48,3 Póvoa do Varzim 58,9 69,6 18,1 43,0 Sta. Maria Feira 77,9 82,1 19,1 41,4 Sto. Tirso 100,4 20,8 41,1 S. João da Madeira 86,8 91,1 20,5 42,7 Trofa 50,6 72,9 16,7 40,8 Valongo 54,8 75,2 17,7 38,3 Vila do Conde 64,9 80,4 19,3 42,3 Vila Nova de Gaia 69,7 90,1 20,8 42,8 Fonte: I.N.E. Censos 2001 e Anuário Estatístico da Região Norte, 2007 Podemos observar, através dos indicadores patentes no quadro 5, que o índice de envelhecimento registou um aumento significativo no período entre 2001 e 2007, em todos os concelhos da GAMP. Gondomar, ocupa o 2.º lugar onde o aumento foi mais acentuado, sendo que por cada 100 jovens 25

entre os 0 e os 14 anos de idade, existem 86,3 pessoas com 65 ou mais anos, o que representa um aumento de mais 23 pessoas, face a 2001. O concelho de Espinho foi o que evidenciou maior destaque, com um acréscimo de 38,2 pessoas, fazendo com que, o número de idosos seja superior ao número de jovens. Não obstante, este não é o único concelho nesta situação, sendo que os municípios do Porto, Arouca e Santo Tirso, também apresentam um número de idosos superior ao de jovens. Comparativamente à escala nacional, o concelho de Gondomar apresenta um índice de envelhecimento bastante inferior,86,3, comparado com 113,6 e mesmo relativamente à região Norte, cujo índice é de 96,4. No que respeita ao índice de dependência de idosos, isto é, a proporção de pessoas com 65 ou mais anos, sobre a população em idade activa, dos 15 aos 64 anos de idade, verifica-se um maior peso nos concelhos de Porto (30,7), Espinho (23,6) e Arouca (23,4). O Índice de Longevidade em 2007, coloca o concelho de Arouca na posição de maior destaque, isto é, por cada 100 pessoas com 65 ou mais anos, existem, 52,3 pessoas com 75 ou mais anos. Seguem-se os concelhos do Porto (48,3), Vila Nova de Gaia (42,8) e S. João da Madeira (42,7). Um outro aspecto importante a salientar, prende-se com a mobilidade residencial no concelho. O concelho de Gondomar parece ter um poder atractivo como local de residência para a população que trabalha e estuda na cidade do Porto. Os Censos 2001 revelam-nos que entre 21.2% e 30.2% da população residente no concelho de Gondomar, sai diariamente para outros concelhos limítrofes para estudar ou trabalhar. Ou seja, todos os dias saem entre 38.000 e 50.000 indivíduos do concelho. Tendo em conta a matriz de origem dos destinos das viagens casa-trabalho na AMP, como retratado no quadro 6, podemos desde já verificar que dos 60,6% da população que diariamente se desloca para os seus locais de trabalho, 28,4% o faz dentro do concelho e 20% para o Porto. 26

Quadro 6 - Matriz de Origem dos Destinos das viagens Casa-Trabalho Origem / Destino Espinho Gondomar Maia Matosinhos Porto Póvoa de Varzim Valongo Vila do Conde Vila Nova de Gaia Espinho 10,1 0 0,1 0,1 0,9 0 0 0 1,8 13,0 Gondomar 0,1 2 8,4 3,4 3,5 20,0 0 2,1 0,2 2,9 60,6 Maia 0,1 1,0 23,2 4,4 9,9 0,1 1,5 0,8 1,1 42,1 Matosinhos 0,1 0,6 7,3 44,6 21,3 0,5 1,1 1,2 1,9 78,6 Porto 0,2 2,9 4,8 11,0 76,3 0,2 0,9 0,6 5,4 102,3 Póvoa de Varzim 0 0 0,2 0,6 1,1 22,4 0,1 4,2 0,1 28,7 Valongo 0,1 2,3 4,0 1,5 6,8 0 17,3 0,2 0,8 33,0 Vila do Conde 0 0 1,8 1,7 1,5 3,8 0,1 19,8 0,2 28,9 Vila Nova de Gaia 1,8 1,1 2,3 3,8 24,9 0 0,7 0,4 74,6 109,4 TOTAL 12,4 36,3 47,0 71,1 162,8 27,0 23,7 27,4 88,7 496,5 Fonte: INE Mobilidade Casa-Trabalho da População Residente na AMP, 2003. TOTAL Cartograma 1: Principais fluxos casa-trabalho interconcelhios de população residente empregada na indústria Fonte: INE Mobilidade Casa-Trabalho da População Residente na AMP, 2003. 27

Cartograma 2: Principais fluxos casa-trabalho interconcelhios de população residente empregada na administração pública Fonte: INE Mobilidade Casa-Trabalho da População Residente na AMP, 2003. Cartograma 3: Principais fluxos casa-trabalho interconcelhios de população residente empregada nos serviços mercantis Fonte: INE Mobilidade Casa-Trabalho da População Residente na AMP, 2003. A análise dos três últimos cartogramas, permite observar que o concelho de Gondomar, juntamente com Matosinhos e Vila Nova de Gaia, são aqueles que apresentam um número mais elevado de deslocações diárias da população empregada, quer na indústria, na administração pública ou nos 28

serviços mercantis. Quanto às entradas no concelho, verificámos igualmente que é com os concelhos do Porto e Valongo que Gondomar estabelece mais relações de trabalho. Quadro 7 - População residente com nacionalidade estrangeira Zona geográfica Nacionalidade Portuguesa População residente com nacionalidade estrangeira Europa África Total 2001 Total 1991 Outros Outros Brasil Outros U.E. PALOPS N.º % N.º % Europa África Portugal 10 001 074 49 320 23 035 99 185 4 086 31 869 51 089 226 715 2.2 - - Região Norte 3 615 720 12 782 3 180 6 113 833 6 659 10 789 40 356 1 32887 0.9 Grande Porto 1 233 967 3 931 891 3 210 445 3 381 5 142 17 000 1.3 11638 1 Gondomar 162 126 220 80 283 25 250 329 1 187 0.7 1109 0.8 Fonte: INE, Censos 1991 e 2001. O conjunto dos quadros 7 e 8 permitem-nos visualizar a estrutura da população estrangeira residente no concelho de Gondomar, nomeadamente em termos de nacionalidade e de faixa etária predominante. O destaque vai para outros países que embora não identificados, representam 28% desta população, mais precisamente, 329 indivíduos. Segue-se a população oriunda de África (PALOPS), do Brasil e da União Europeia. Se compararmos a variação da população estrangeira residente no concelho de Gondomar entre 1991 e 2001, verificamos que esta decresceu cerca de 1%. No que respeita aos grandes grupos etários, verificamos um maior peso da população em idade activa, entre os 25 e os 64 anos de idade, seguindo-se a população dos 15 aos 24 anos de idade, e o grupo etário dos 0 aos 14. As pessoas com 65 ou mais anos, representam uma franja muito pouco significativa, o que nos permite observar que se trata de uma população estrangeira essencialmente jovem. 29