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Transcrição:

NOTA DE INFORMAÇÃO EMBARGO O conteúdo deste Nota de Informação e do Relatório a que ela se refere não podem ser reproduzidos ou resumidos na mídia escrita, televisiva, radiofônica ou digital antes do dia 25 de novembro de 2015, às 17:00 GMT (12:00 Nova York, 18:00 Genbra, 22:30 Déli, 02:00 26 de novembro de 2015 Tóquio) FATOS E DADOS UNCTAD/PRESS/IN/2015/12 Original: Inglês Unofficial Translation (Portuguese) O Relatório sobre os Países Menos Avançados 2015 1 : Transformar a Economia Rural Genebra, 25 de novembro de 2015 Os PMA e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) O "piso mundial de consumo" (o consumo per capita mais baixo do mundo) permaneceu inalterado nos últimos 20-30 anos, segundo as estimativas. Porém, ele deve dobrar nos próximos 15 anos para que a pobreza seja erradicada até 2030, como previsto no ODS 1. Em seis PMA a taxa de pobreza (a proporção da população que vive na pobreza absoluta) é de 70% a 90% e em oito outros ela é de 50% a 70%. Em geral os PMA (exceto sete) têm uma taxa de pobreza superior a 30%, ao passo que somente cinco dos outros países em desenvolvimento (OPD, que não são PMA) todos na África subsaariana têm taxas de pobreza acima de 25%. Somente oito PMA estavam em vias de reduzir a pobreza pela metade entre 1990 e 2015 (de acordo com dados para 2011), ao passo que a pobreza aumentou em sete PMA. Fora da África subsaariana somente quatro dos outros países em desenvolvimento (OPD, que não são PMA) não estavam em vias de reduzir a pobreza pela metade, ao passo que metade dos OPD na África subsaariana não estavam em vias de reduzi-la pela metade. *Contatos: Unidade de Comunicação e Informação da CNUCED, +41 22 917 5828, +41 79 502 43 11, unctadpress@unctad.org, http://unctad.org/en/pages/media.aspx 1 The Report (Sales No. E.15.II.D.7, ISBN: 978-92-1-112893-2) may be obtained from the United Nations Publications Sales and Marketing Office at the address mentioned below or from United Nations sales agents throughout the world. Customers may send orders or inquiries to: United Nations Publications Sales and Marketing Office, 300 E 42nd Street, 9th Floor, IN- 919J New York, NY 10017, United States of America. Tel.: 1 212 963 8302, fax: 1 212 963 3489, e-mail: publications@un.org, https://unp.un.org.

Página 2 As rendas mínimas nas zonas rurais de alguns PMA africanos estão a um nível baixíssimo de US$ 0,10-0,20 por dia. Realizar o ODS de erradicação da pobreza (ODS 1) exigiria que essas rendas fossem multiplicadas por 6 a 14. Realizar os ODS também exigirá proporcionar acesso à água a aproximadamente 600 milhões de pessoas nas zonas rurais dos PMA e à eletricidade e ao saneamento a em torno de 900 milhões de pessoas, tudo em somente 15 anos. No PMA médio atingir os ODS implicaria 45% mais crianças rurais frequentando a escola primária e quatro vezes mais frequentando a escola secundária. Significaria também 70% de habitantes rurais a mais terem acesso a uma fonte de água de qualidade, 250% a mais com acesso ao saneamento e 10 vezes mais habitantes terem acesso à eletricidade. Entre os 48 PMA, somente dois (Butão de Djibuti) têm um diferencial de pobreza de menos de 1% do PIB. Quatro PMA têm um diferencial de pobreza acima de 20% do PIB e mais de quatro pessoas por US$ 1.000 de PIB sem acesso a água, eletricidade ou saneamento. Os PMA representam aproximadamente 40-50% das lacunas mundiais para cumprir os ODS, em termos de pobreza extrema e acesso a água de qualidade e eletricidade. Uma proporção equivalente da APD prometida nos ODS (0,7% da Renda Nacional Bruta dos países doadores) seria 0,30-0,35%, ou seja, o dobro do atual compromisso de 0,15-0,20% da RNB. Se os principais países doadores dedicassem 0,35% de sua RNB à APD aos PMA, isso resultaria no aumento dos fluxos de ajuda a esses países de 300%, de US$ 40 bilhões em 2014 para US$ 165 bilhões, e em adicionais 50% para US$ 250 bilhões em 2030. Se o compromisso de 0,7% da RNB também fosse respeitado, a APD aos OPD também poderia aumentar em 150% durante o mesmo período. População e mão de obra rurais Dois terços da população total dos PMA vivem em zonas rurais e em apenas seis desses países a proporção é inferior a 50% (Djibuti, Gâmbia, Haiti, Mauritânia, São Tomé e Príncipe e Tuvalu). Projeções apontam para um crescimento da população rural de 1,3% ao ano em média nos PMA, ao passo que ela deve estagnar em outros países em desenvolvimento (OPD, ou seja, não-pma). Apesar de urbanização contínua, na maior parte dos PMA 50-60% da população viverão em zonas rurais em 2030. A proporção em nove PMA deve situar-se no intervalo de 70% a 85% segundo projeções. A população rural em idade ativa deve crescer em 20-50% na maioria dos PMA, em 50-70% em seis deles e em 90% em um (Níger). Somente cinco PMA devem ter uma redução da sua população rural em idade ativa (Bangladesh, Butão, Haiti, Mianmar e Tuvalu). Diferenças entre padrões de vida rurais e urbanos A proporção de pessoas abaixo da linha nacional de pobreza em zonas rurais dos PMA é normalmente em torno do dobro daquela das zonas urbanas. O déficit de renda em relação à linha de pobreza é cerca de 20% maior. Apesar de uma tendência geral de urbanização da pobreza, a diferença entre pobreza rural e a urbana acentuou-se nos últimos 20-30 anos em dois terços dos PMA para os quais se têm dados. Normalmente, os habitantes das zonas rurais dos PMA têm 50% mais de probabilidade que os habitantes das zonas urbanas de não ter acesso ao saneamento ou de não frequentar a escola secundária, o dobro da probabilidade de não ter acesso à eletricidade

Página 3 ou de não frequentar a escola primária, e mais de quatro vezes mais probabilidade de não ter acesso à água limpa. A importância da agricultura Na maioria dos PMA a participação da agricultura no emprego caiu desde o início dos anos 1990, mas permanece entre 40% e 80% na maioria dos casos, com uma média de 60% nos PMA como um todo e 68% nos PMA africanos e Haiti. As maiores reduções na participação da agricultura no emprego desde 1990 ocorreram no Camboja, Guiné Equatorial, Mianmar, Timor-Leste e Iêmen, ao passo que cinco PMA (República Centro-Africana, Comores, Madagascar, Níger e Senegal) experimentaram um aumento na participação. A agricultura contribui com 25% do valor agregado nos PMA como um todo, com uma participação substancialmente mais baixa nas ilhas (12,9%) do que na Ásia (24,1%) ou nos PMA Africanos e Haiti (25,9%). O efeito do crescimento agrícola sobre a redução da pobreza é 1,6 vezes maior que o efeito do crescimento industrial e 3 vezes maior que o do crescimento no setor dos serviços. Comparativamente o seu impacto é ainda mais forte em faixas de pobreza mais baixas: de 3 a 4 vezes maior que o do crescimento não-agrícola para as pessoas que vivem com US$ 1 por pessoa por dia. Produtividade agrícola A produtividade do trabalho agrícola nos PMA cresceu 2,2% ao ano desde 1991, em comparação com 4,2% em OPD e 3.9% nos países desenvolvidos. Em 2011-2013, a produtividade média do trabalho agrícola nos PMA correspondia a 18,7% daquela dos OPD e apenas 1,8% daquela dos países desenvolvidos. A diferença de produtividade na agricultura era maior do que na indústria ou nos serviços. Os PMA asiáticos superaram os PMA africanos e insulares em termos de produtividade agrícola desde 2006. A produtividade do trabalho agrícola daqueles países cresceu 88% entre 1991-1993 e 2011-2013, em comparação com 32% nos PMA africanos e Haiti e uma queda de 5% nos PMA insulares. Os PMA têm obtido um aumento do rendimento agrícola maior que o da produtividade do trabalho agrícola. Ambos têm aumentado mais nos PMA asiáticos. Nos PMA africanos os rendimentos agrícolas dobraram desde o início dos anos 1980 e a produtividade do trabalho começou a aumentar significativamente somente desde 2000. A produtividade total dos fatores (PTF, que leva em conta todos os insumos da agricultura) em geral estagnou nos PMA dos anos 1960 aos anos 1980, mas começou a crescer na década de 1990, o que se acelerou desde 2000, com o melhor desempenho nos PMA asiáticos. O uso de fertilizantes sintéticos nos PMA (17,6 toneladas/hectare) corresponde a apenas 10% da intensidade em outros países em desenvolvimento (OPD) e 15% do nível dos países desenvolvidos. Os PMA asiáticos usar 59 toneladas de fertilizantes sintéticos por hectare, em comparação com 7 toneladas nos PMA insulares e apenas 0,5 toneladas nos PMA africanos. Nos PMA asiáticos 34,6% da terra agrícola são irrigadas, em comparação com 3,4% nos PMA africanos e 6,5% nos PMA insulares. Os PMA asiáticos usam 4,5 máquinas por hectare, cerca de metade do nível dos OPD. Nos PMA africanos o nível é de 0,6 e nos PMA insulares ele é de apenas 0,4.

Página 4 Em 2008, os países de baixa renda investiram apenas US$ 0,44 (em paridade do poder de compra (PPC) de 2005) em pesquisa e desenvolvimento agrícolas públicos para cada US$ 100 do PIB agrícola, em comparação com mais de US$ 3 para os países de alta renda. A diferença tem aumentado continuamente desde o início dos anos 1980. Em 2000, mais da metade dos sistemas nacionais de pesquisa agrícola na África subsaariana tinha menos de 100 cientistas. A densidade rodoviária (extensão rodoviária em relação à área terrestre) nos PMA africanos é de apenas 15% do nível de outros países em desenvolvimento (não-pma). A densidade rodoviária da África subsaariana hoje (201 km/1.000 km2) é menos de um terço daquela da Índia em 1950 (703 km/1.000 km 2 ). A densidade rodoviária atual da Índia é 32 vezes maior que a Etiópia e 255 vezes maior que a do Sudão. Para os países de baixa renda, as estimativas de variações no rendimento devido à mudança do clima entre 2000 e 2050 vão de -3,4% a -0,5% no caso do milho, de -9,8% a 1,6% no caso do arroz e de -18,0% a -10,1% no caso do trigo. Diversificação econômica rural e a economia não-agrícola Nos PMA a renda familiar total de atividades não-agrícolas normalmente corresponde a 3 a 4 vezes o salário agrícola. O emprego assalariado representa geralmente apenas 5-20% da renda agrícola total nos PMA africanos, mas 25-40% em Bangladesh e Nepal. Na maioria dos africanos PMA a renda de auto-emprego é mais importante do que o salário no setor rural não-agrícola, mas o contrário ocorre em Bangladesh e no Nepal. A renda não-agrícola local normalmente é de 2 a 5 vezes superior a renda gerada pela migração nos PMA e pode chegar a 10 a 20 vezes mais em zonas de alto potencial agrícola. A contribuição de atividades não-agrícolas para a geração de produção econômica varia de 9% da economia rural na Etiópia em 2012 a 68% no Haiti. Agricultura orgânica Em alguns PMA africanos, como Etiópia, Sudão, Uganda e República Unida da Tanzânia, mais de 100.000 produtores são ativos na produção agrícola orgânica. O tamanho médio das fazendas que praticam a produção orgânica varia muito. A superfície média certificadas por produtor varia de menos de 1 hectare no Afeganistão, Bangladesh, Benin, Senegal, Togo e Zâmbia a cerca de 100 hectares em Níger, 300 hectares em Lesoto e Timor-Leste, 600 hectares no Sudão e 2.800 hectares em Moçambique. Desigualdades e limitações ligadas ao gênero Em geral 61,5% de todas as mulheres nos PMA trabalham na agricultura, com proporções de 65% nos PMA africanos e Haiti, 56% nos PMA asiáticos e 41% nos PMA insulares. Mais mulheres do que homens têm empregos vulneráveis (geralmente informais e de baixa renda) nos PMA. A maior diferença dá-se nos PMA africanos, onde 89% das mulheres têm empregos vulneráveis, em comparação com 75% dos homens. O fosso entre os gêneros no emprego vulnerável reflete, principalmente, diferenças no "trabalho familiar contributivo" (não remunerado). Nos PMA africanos 40% das mulheres,

Página 5 mas apenas 18% dos homens fazem trabalho familiar contributivo. Nos PMA asiáticos essa lacuna é mais ampla, com proporções de 45% e 13%, respectivamente. Em todos os PMA para os quais há dados disponíveis, há mais homens que mulheres titulares de terras agrícolas. A participação das mulheres varia de 3% no Mali a 33% em Comores. As mulheres têm direitos formais de propriedade da terra em todos os 25 PMA para os quais existem dados disponíveis e as mulheres têm direitos de herança como filhas ou viúvas em 16 casos. No entanto, tais direitos formais são muitas vezes obstruídos pelo direito e práticas consuetudinários. Proporcionar às mulheres o mesmo acesso a recursos produtivos que têm os homens poderia aumentar os rendimentos em suas fazendas em 20% a 30%, o que levaria a um aumento da produção agrícola total de 2,5% a 4%, de acordo com estimativas da Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO). Tendências e perspectivas econômicas O crescimento econômico dos PMA foi de 5,5% em 2014 abaixo dos 6,1% de 2013. Esse ritmo está bem abaixo da média de 2002-2008 de 7,4%, mas acima do crescimento de 4,4% registado pelos outros países em desenvolvimento. Prevê-se a queda para 5,2% em 2015. O déficit em transações correntes dos PMA aumentou de US$ 9,3 bilhões em 2011 para um nível recorde de US$ 49,4 bilhões em 2014. O aumento do déficit veio principalmente de um grande aumento do déficit dos PMA africanos, que foi pressionado pela queda dos preços das commodities. Os produtos manufaturados representam 62% das importações de mercadorias dos PMA, mas apenas 23% das suas exportações. Os combustíveis constituem quase a metade (49%) das exportações dos PMA. Para o grupo dos PMA o investimento (formação bruta de capital fixo) aumentou para 26,3% do produto interno bruto (PIB) em 2013, ligeiramente acima do nível de 25% considerados como necessários para sustentar o crescimento a longo prazo. A diferença entre investimento e poupança que tem de ser coberta por empréstimos externos dos PMA africanos e Haiti aumentou para 8,4% do PIB em 2013, mas diminuiu para 5,9% nos PMA asiáticos. A ajuda pública ao desenvolvimento (APD) aos PMA aumentou em 2% em 2013 para US$ 44,2 bilhões, representando 93% do total dos fluxos de capitais oficiais. No entanto, estimativas preliminares apontam para uma queda de 16% em termos reais na APD bilateral dos principais doadores aos PMA em 2014. A entrada de investimento estrangeiro direto (IED) nos PMA aumentou 4,1% em 2014 para US$ 23,2 bilhões. Porém, apenas cinco países da África representaram 58% do total (Moçambique, Zâmbia, República Unida da Tanzânia, República Democrática do Congo e Guiné Equatorial). Os fluxos de remessas para os PMA aumentaram em 7,1 por cento para um recorde de US$ 35,7 bilhões em 2014, segundo estimativas. *** ** ***