ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA AOS USUÁRIOS DE FORMULAÇÕES MAGISTRAIS MANIPULADAS PELA FARMÁCIA ESCOLA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

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Transcrição:

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA AOS USUÁRIOS DE FORMULAÇÕES MAGISTRAIS MANIPULADAS PELA FARMÁCIA ESCOLA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CARDOSO,Thaissa Costa 1 ; DEWULF, Nathalie de Lourdes Souza 2 ; FERREIRA, Tatyana Xavier Almeida Matteucci 3 ; PRUDENTE, Luciana Resende 4. Palavras-chaves: Alfabetização em informação; Bulas para medicamentos, Educação em Saúde. Introdução Um grande desafio a ser enfrentado nessa década é o Uso Racional de Medicamentos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou usados inadequadamente e os hospitais gastam de 15 a 20% de seus orçamentos para lidar com as complicações pelo mau uso de medicamentos (OMS, 2002; WHO, 1999). Para o uso racional de medicamentos, é preciso, em primeiro lugar, estabelecer a necessidade do uso do medicamento, a seguir, que as receite o medicamento apropriado para a situação do paciente, tendo a eficácia e a segurança como fatores a serem avaliados durante a prescrição, e com orientações adequadas à respeito da forma farmacêutica, dose e período de tratamento para o regime terapêutico seja cumprido conforme prescrito e se obtenha o sucesso do tratamento (WHO, 1987). O contato entre o farmacêutico e o paciente é o último momento que antecede a utilização da medicação prescrita pelo médico ao paciente. Dessa forma, intervenções que ocorram nesse momento são importantes no sentindo de aumentar a adesão ao tratamento e promover o Uso Racional de Medicamentos. Nesse contexto tem havido um crescente interesse em farmácias comunitárias nos últimos 20 anos, visto que elas tem sido considera - Resumo revisado por: Tatyana Xavier Almeida Matteucci Ferreira. Assistência farmacêutica aos usuários de formulações magistrais manipuladas pela farmácia escola da Universidade Federal de Goiás. Código: FF-74. 1 Universidade Federal de Goiás. thaissacc@gmail.com 2 Universidade Federal de Goiás. nlsdewulf@yahoo.com.br 3 Universidade Federal de Goiás. tatymatteucci@gmail.com 4 Universidade Federal de Goiás. lresendeprudente@gmail.com

das um local importante de desenvolvimento de educação em saúde e acompanhamento do paciente (LLOYD, 2003), para que ele, ao ler uma bula, um folheto informativo ou receber informação verbalizada por um profissional de saúde, possa apreender e compreender as informações neles contidos (WILSON et al., 2009). No Brasil, a bula representa o principal material informativo fornecido aos pacientes na aquisição de medicamentos produzidos pela indústria farmacêutica. Porém, devido à heterogeneidade de informações contidas na bula e a quantidade de informação excessivamente técnica e direcionada aos profissionais de saúde, e sua própria organização, as bulas tem se constituído mais uma barreira do que solução na educação em saúde (SILVA et al., 2006). O fornecimento de informações escritas, tais como folhetos informativos, tem se constituído em um meio de baixo custo e efetivo de apoio às orientações verbais transmitidas ao paciente sobre os medicamentos, inclusive à pacientes que possuem recursos de memória limitados (SILVA et al., 2000; LLOYD, 2003). A aplicação desse tipo de intervenção pode também atingir as preparações magistrais que têm como atributos a personalização e individualização do tratamento medicamentoso, e que estão em ascensão por todo o país. A necessidade de intervenção com educação em saúde nesse âmbito pode ser maior dada a inexistência de uma legislação que regulamente a presença de bulas para preparações magistrais, de modo que hoje, a presença delas não é obrigatória. A falta dessas informações pode, facilmente, induzir ao uso irracional de medicamentos (YANO et al., 2011: MARCATTO et al., 2005). Dada à personalização existente nesse tipo de serviço, a atenção farmacêutica necessária é mais proeminente e uma forma de se realizar essa atribuição é através do fornecimento de material educativo na qual o usuário possa consultar a qualquer momento e assim, utilizar o medicamento de forma correta. Com o intuito de suprir esta deficiência, a Farmácia Universitária da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (FU-FF-UFG) desenvolveu o projeto de extensão (código FF-74) com o objetivo de elaborar folhetos informativos, com linguagem clara e acessível para os usuários de

preparações magistrais da FU-FF-UFG, com informações dispostas conforme a RDC nº 47/09 (BRASIL, 2009). Metodologia Os folhetos informativos foram desenvolvidos conforme RDC nº 47/09 (BRASIL, 2009), que estabelece regras para elaboração, harmonização, atualização, publicação e disponibilização de bulas de medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde, utilizando-se referências técnicas para elaborar o conteúdo. Foram utilizados as referências técnicas Martindale The Complete Drug Reference (SWEETMAN, SC. 36ª Edicão. Pharmaceutical Press: 2009.); Formulário Médico - Farmacêutico (BATISTUZZO, JAO; ITAYA M; ETO, Y. 2ª Edição. Tecnopress, 2002.), produções técnicas da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (ANFARMAG) e a base DrugDex/Micromedex. Resultados e discussão As preparações magistrais escolhidas para participar desse projeto foram aquelas que possuíam o maior número de pedidos na FU-FF-UFG e produtos que possuíam necessidades especiais em relação ao uso, como por exemplo, o alendronato de sódio. Foram desenvolvidos vinte e sete folhetos informativos, todos os folhetos foram desenvolvidos com linguagem clara e acessível. Dentre esses folhetos informativos, três foram destinados à recomendações gerais sobre produtos de uso interno, produtos de uso externo e produtos homeopáticos. Os folhetos informativos não abrangeram todas as preparações magistrais que são produzidas na FU-FF-UFG dada a impossibilidade de se desenvolver o material para formulações que são personalizadas e variam conforme cada paciente. Dessa forma, esses três folhetos são destinados à esses pacientes, que além do material, recebem orientação farmacêutica no momento da dispensação. A presença de bulas ou materiais informativos acompanhando as preparações magistrais não está regulamentada por nenhuma legislação, sendo não obrigatória. A ausência de informações como as que estão contidas em bulas de medicamentos, se constitui uma das causas do uso irracional de medicamentos.

A ANFARMAG Regional Paraná iniciou em Abril de 2012 a discussão de uma legislação que obrigue o uso de bulas nas preparações magistrais. A Lei estadual 16.815 PR está sob estudo para que se regulamente a presença das bulas. A discussão terá a participação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária que pretende estender essa obrigatoriedade para todo o país. Conclusões A falta de informação quanto ao uso de medicamentos e a dificuldade de fornecimento desse tipo de informação em nosso país, tanto por parte do médico como do farmacêutico, são fatores que podem levar ao uso irracional de medicamentos. Com o crescente interesse em farmácias comunitárias nos últimos 20 anos, tem-se observado o crescente número de ações de educação em saúde e de acompanhamento dos pacientes com a finalidade de se realizar o Uso Racional de Medicamentos. Nesse contexto, o fornecimento de materiais informativos com linguagem clara e acessível, com a orientação farmacêutica concomitante, tem se constituído uma alternativa eficiente e de baixo custo para se realizar o Uso Racional de Medicamentos. Referências Bibliográficas AQUINO Daniela Silva de. Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma prioridade? Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, p.733-736, abr. 2008. Suplemento. ARRAIS P.S.D.; BARRETO M.L.; COELHO H.L.L. Aspectos dos processos de prescrição e dispensação de medicamentos na percepção do paciente: estudo de base populacional em Fortaleza, Ceará, Brasil. Caderno de Saúde Pública, v.23, p.927-937, abr. 2007. BRASIL. Portaria Nº 1.555 de 27 de Junho de 2007. Institui o Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 jun. 2007. Seção 1. Disponível em: http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=52&data=28 /06/2007. Acesso em 15 jan. 2012. BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada nº 47, de 8 de setembro de 2009. Estabelece regras para elaboração, harmonização, atualização, publicação e

disponibilização de bulas de medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 09 set. 2009. Seção 1. Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/rdc/102619-47.html. Acesso em: 13 jan. 2012. LLOYD - WILLIAMS F. The effect of an intervention programme to improve health education leaflet uptake and distribution in community pharmacies. Patient Education and Counseling, v.49, n.1, p.27 33, jan. 2003. MARCATTO A.P.; LAMIM R.; BLOCK L.C.; BRESOLIN T.M.B. Análise de cápsulas de captopril manipuladas em farmácias. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 26, n.3, p. 221-225, set./dez.2005. ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD. Perspectivas políticas de la OMS sobre medicamentos. Promoción del uso racional de medicamentos: componentes centrales. [periódico na Internet] 2002 Set [acesso em 13 de janeiro de 2012]; [aproximadamente 6 p.]. Disponível em: http://www.who.int/medicinedocs/collect/medicinedocs/pdf/s4874s/s4874s.pdf SILVA M.; ALMEIDA A.E.; OLIVEIRA A.M.; CORREIA C.C.; BENZATTI F.P.; FERNANDES J.T.; BARBOSA G.R.; PIMENTA C.P.; COSTA T.M.M.; DONEIDA V.C. Estudo da bula de medicamentos: uma análise da situação. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 27, n.3, p.229-236, set./dez. 2006. SILVA T.; DAL PIZZOL F.; BELLO C.M.; MENGUE S.S.; SCHENKEL E.P. Bulas de medicamentos e a informação adequada ao paciente. Revista de Saúde Pública, v. 32, n. 2, p.184 189, abr. 2000. WILSON E.A.H.; WOLF M.S. Working memory and the design of health materials: A cognitive factors perspective. Patient Education and Counseling, v.74, p.318 322, mar. 2009. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global partnerships for health. WHO drug information, v.13, n.2, p.61-64, 1999. WORLD HEALTH ORGANIZATION. The rational use of drugs: report of the conference of experts. Nairobi, p. 25 29, 1985. Geneva, WHO, 1987. YANO H.M.; GUARDIA R.C.A.; FARIAS F.F.; DEL BIANCO M.B.; AURICCHIO M.T. Problematização de rotulagem em produtos farmacêuticos manipulados de acordo com a legislação vigente. Boletim Epidemiólogico Paulista, São Paulo, v.8, n.88, p. 23 26, abr.2011. Informe técnico.