O PAPEL DO PROFESSOR E DO ALUNO NO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA Simone Cristina Machado Lucilene Chiciuc Vera Lucia Araujo 1 Orientadora: Profª Valéria Leitão 2 RESUMO O papel do professor e o papel do aluno devem ser pensados como elementos fundamentais para organização escolar, pois é justamente na interação entre esses dois papéis que se dá o processo ensino aprendizagem. O processo de Ensino-Aprendizagem no ambiente escolar depende fundamentalmente de dois sujeitos: o professor e o aluno. Entretanto, nem sempre professores e alunos entendem seus papéis com clareza, mesmo que estes estejam expressos no projeto político pedagógico da escola, o que compromete tanto o trabalho docente quanto o desempenho discente. Esta falta de entendimento reflete-se na prática escolar de várias formas: diferenças entre a concepção de educação adotada pela escola e a compreensão sobre educação pelo professor, ausência de unidade entre metodologia proposta (na teoria) e a efetividade (na prática), falta de comprometimento dos alunos com o estudo, crença de que se deve estudar para a prova e não para adquirir conhecimento, falta de comprometimento do professor. Assim, formulou-se a seguinte questão, norteadora deste trabalho de pesquisa: Como professores e alunos percebem seu próprio papel e de que forma torna-se possível a aproximação da teoria com a prática sob a ótica da teoria sócio-construtivista interativa? O professor que propicia as condições para aprender e o aluno que as aproveita sabendo-se aprendiz, desempenham seus papéis segundo a concepção sócioconstrutivista interativa de Jonnaert e Borght (2002, p. 249). Segundo eles o papel do professor é organizar a dimensão interativa, contextualizando o saber a aprender. Já o papel do aluno é o de aprender (2002, p. 252). O maior problema reside justamente na definição dessas atribuições na prática porque mesmo sendo expressas em documentos, como o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar, a percepção do indivíduo sobre seu papel pode alterar o modo como ensina e como aprende. PALAVRAS CHAVES: Papel Do Professor, Papel Do Aluno, Projeto Político Pedagógico. 1 Alunas do 4 0. período do Curso de Pedagogia, Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR 1 0 Semestre de 2005. 2 Professora do Curso de Pedagogia, Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR Orientadora do trabalho.
2871 O processo de ensino-aprendizagem no ambiente escolar depende fundamentalmente de dois sujeitos: o professor e o aluno. A cada um deles corresponde um papel que inclui responsabilidade e funções que determinam o desenvolvimento efetivo deste processo. Entretanto, nem sempre professores e alunos entendem seus papéis com clareza, mesmo que estes estejam expressos no Projeto Político Pedagógico da escola, o que compromete tanto o trabalho docente quanto o desempenho discente. Esta falta de entendimento reflete-se na prática escolar de várias formas: diferenças entre a concepção de educação adotada pela escola e a compreensão sobre educação pelo professor; ausência de unidade entre metodologia proposta (na teoria) e a efetividade (na prática); falta de comprometimento dos alunos com o estudo; crença de que se deve estudar para a prova e não para adquirir conhecimento; falta de comprometimento do professor. Para evitar esta distorção, o papel do professor e o papel do aluno devem ser pensados como elementos fundamentais para organização escolar, pois é justamente na interação entre esses dois papéis que se dá o processo ensino aprendizagem. O professor que propicia as condições para aprender e o aluno que as aproveita sabendo-se aprendiz, desempenham seus papéis segundo a concepção sócio-construtivista interativa de Jonnaert e Borght (2002, p. 249). Segundo eles o papel do professor é organizar a dimensão interativa, contextualizando o saber a aprender. Já o papel do aluno é o de aprender (2002, p. 252). Este texto é uma síntese de um projeto de pesquisa, realizado por alunas de Pedagogia da PUCPR, e teve como objetivo estabelecer relações entre os papéis do papel do professor e do aluno e a concepção sócio-construtivista interativa em uma escola particular de cunho confessional católico da cidade de Curitiba. Justifica-se pela necessidade de que professores e alunos estejam conscientes de seus papéis e de que principalmente, os professores consigam perceber o elo entre a teoria sócio-construtivista interativa e sua na prática de sala de aula. A questão norteadora deste trabalho de pesquisa é: Como professores e alunos percebem seu próprio papel e de que forma torna-se possível a aproximação da teoria com a prática sob a ótica da teoria sócio-construtivista interativa? Como fundamentação teórica foram abordados os autores Jonaert e Borght (2002), Vasconcellos (1995), Perrenoud (1994), Eyng (2002), Veiga (2002) entre outros.
2872 Pretendeu-se com esta pesquisa contribuir para que professores e alunos reflitam sobre seus papéis, melhorando seu relacionamento na escola como agentes do processo de ensinoaprendizagem e no mundo, como seres conscientes, críticos e transformadores. A pesquisa de campo A forma metodológica adotada para a realização do presente trabalho foi a pesquisa-ação. Para Demo (1989) a pesquisa ação, também chamada pesquisa participativa, possui uma estratégia metodológica que pressupõe a participação de todos os elementos envolvidos no processo de pesquisa (pesquisadores e pesquisados). Sua estratégia metodológica se enquadra, portanto, no planejamento participação, que apresenta três momentos: o autodiagnóstico, a estratégia de enfrentamento prático e a necessidade de organização política. (DEMO, 1989, p. 229) A presente pesquisa foi desenvolvida, com o intuito de responder à expectativas levantadas pelas alunas pesquisadoras e pela própria escola em relação à concepção de professores e alunos sobre seus papéis. Realizou-se através de observações do cotidiano escolar, análise documental da própria escola assim como de livros e artigos que possibilitaram o enriquecimento da mesma. O universo deste trabalho foi uma escola particular de cunho religioso católico localizada na cidade de Curitiba que atende aproximadamente 600 alunos, da Educação Infantil (Maternal I a Jardim III) ao Ensino Fundamental (1.ª à 8.ª séries), sendo que, no período da manhã atendem-se de 1.ª à 8.ª séries e, no período da tarde, de Maternal à 4.ª série. Participaram da presente pesquisa 11 professores de 1.ª à 4.ª séries, 3 turmas de alunos da 3.ª série e 2 turmas de 4.ª série, além de observações realizadas em turmas de 1.ª à 4.ª séries. Teve inicio com um estudo do texto de Jonnaert e Borght (2002), onde relata as características dos papeis do professor e do aluno no modelo sócioconstrutivista. Seguido de questionários, entrevistas, observações do cotidiano escolar. Apreciação e análise dos dados Com o intuito de levantar dados referente aos papéis do professor e do aluno, iluminados pelo Projeto Político Pedagógico da escola pesquisada, e pelos teóricos estudados, buscou-se delinear alguns objetivos básicos que respondessem ao problema central desta pesquisa, que é:
2873 entender como professores e alunos percebem seu próprio papel e de que forma torna-se possível a aproximação da teoria com a prática sob a ótica sócio-construtivista interacionista. Estes objetivos específicos são: Papel do professor e do aluno Relação existente entre o conhecimento teórico da Proposta Pedagógica da escola e a prática educativa Possíveis meios de aproximação de teoria e prática O papel do professor e do aluno Segundo Jonnaert e Borght (2002, p.252) cabe ao professor criar as condições necessárias para a aprendizagem do aluno, possibilitando para isto momentos, que correspondem às fases de preparação, realização e avaliação, também denominadas como fase pré-ativa, interativa e pósativa, respectivamente. Percebem-se nos depoimentos que seguem, que as professoras possuem um conhecimento teórico sobre o tema proposto, mas quando chegam na prática apresentam dificuldades de desempenhá-lo. O professor cria as condições de aprendizagem, é mediador dos novos conhecimentos. (B) Sinto ainda dificuldades em relação ao material de língua portuguesa. A proposta da escola é de não adotar livros. As professoras criam este material baseadas na aprendizagem significativa de seus alunos. Porém, inúmeras vezes, recorremos a diferentes livros didáticos e montamos tais atividades. Parece-me redundante, pois observemos a proposta e verifiquemos o que ocorre na realidade do cotidiano! Temos que pensar seriamente nisto... (B) Há alguns fatores importantes para o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem, no qual o papel do professor é essencial, como é o caso do planejamento. Quanto a este ítem é possível destacar as seguintes considerações apresentadas: O planejamento é essencial nessa fase porque o professor precisa estar preparado e seguro para transmitir o seu conhecimento para o aluno. O professor que se organiza consegue criar condições para um bom aprendizado. (E) O professor deve criar as condições de aprendizagem para o aluno por meio de um planejamento bem organizado onde o aluno possa aprender. Quanto ao aluno seu papel é aprender. (F)
2874 No entanto, verificou-se por meio das observações, que uma das grandes dificuldades apresentadas pelas professoras foi a organização do planejamento do trabalho semanal. Muitas vezes deram maior enfoque aos conteúdos do que aos objetivos que buscavam alcançar, o que dificultou o desenvolvimento almejado. Em contrapartida a maioria dos alunos ao serem questionados sobre sua responsabilidade, expressam conhecimento de seu papel, pode ser verificado que, dentre os alunos de 3.ª e 4.ª séries que responderam o questionário elaborado pela equipe pesquisadora, 64 percebem seu papel como o de aprendizes e 48 apontam a necessidade de se prestar atenção na explicação realizada pelo professor. A partir destes resultados percebe-se que a principal dificuldade não está no entendimento errôneo de seus papéis, principalmente por parte dos alunos, que expressam muita segurança ao definir o seu papel de estudar. A principal dificuldade encontra-se junto aos professores e se constitui justamente na transposição da teoria para a prática, seja esta teoria SCI, ou seja, a expressa pela Proposta Política Pedagógica da Escola, também interacionista. Relação existente entre o conhecimento teórico da proposta pedagógica da escola e a prática educativa Os princípios pedagógicos adotados e apresentados no Projeto Político pedagógico da escola considera os alunos, como seres ativos e não passivos, responsáveis pelo seu aprendizado, e portadores de atitudes responsáveis e comprometidas com a sua auto-realização, seu equilíbrio emocional e seu progresso pessoal e na construção de sua personalidade. (PROPOSTA PEDAGÓGICA, 1999, p. 13). Propõe também um educando que: [...] crie, invente e recrie situações e representações de idéias de forma ativa e concreta, sendo prático e participativo; demonstre senso comunitário e humano nos seus relacionamentos com o outro; comprometa-se em empreendimentos; desenvolva hábitos de civismo e civilidade; desenvolva a curiosidade, compreensão e interesse científicos; escolha sua carreira profissional com sabedoria e por vocação; reconheça a necessidade de agir à luz dos valores autotranscendentes apara a construção da verdadeira imagem do homem semelhante a Deus. (PROPOSTA PEDAGÓGICA, 1999, p. 13) Para que este papel de aluno seja desempenhado a escola propõe que o professor seja um agente mediador, aproveitando as experiências do aluno numa prática sócio-interacionista. (PROPOSTA PEDAGÓGICA, 1999, p. 13).
2875 A Proposta (1999, p. 14) define sua visão de educador como alguém: aberto, pesquisador, crítico, inovador, apostólico, criativo, solidário, feliz, mediador, evangelizador, engajado no processo educativo, consciente das transformações sociais, assumindo e promovendo a educação cristã no respeito ao educando [...]. Trabalhe para o resgate da vivência dos valores e favoreça ao educando ser crítico, ético e comprometido com as mudanças sociais. Aprimore a formação integral da personalidade, mantendo-se atualizado em relação aos desafios multiculturais da sociedade atual, capaz de sintetizar cultura e fé e de transformar situações difíceis em oportunidades de reflexão, formação e crescimento e saiba trocar e aprender com os alunos. Afirmando assim a visão da mesma pela proposta interacionista que rompe com o dogma de que: há um professor que ensina porque sabe e há alunos que aprendem na medida em que repetem as lições do professor. No entanto para que isto torne-se realmente concreto é necessário a alunos e professores conhecerem o processo que ambos necessitam realizar nesta trajetória do Ensino-aprendizagem. Os professores devem conhecer como os alunos aprendem e estes, por sua vez, como melhor assimilam o conhecimento. Nos questionários realizados percebeu-se que os meios mais utilizados pelos professores para proporcionar a aprendizagem dos alunos, são: aulas expositivas, debates a partir da pesquisa e trabalhos em grupo, o que confirma a posição dos alunos que demonstram não possuir uma única forma de aprendizagem mas consideram que os exemplos do dia-a-dia facilitam a construção do conhecimento, afirmando assim, a proposta apresentada pela escola e a concepção SCI de educação. Ao mesmo tempo, esta relação teoria-prática, apesar de abordada em sala de aula, não é explorada no planejamento enquanto meio usado para elaboração de atividades, pois, comprovouse a pouca valoração apresentadas pelos alunos, quanto ao uso de jornais, revistas e encartes. Estes foram os exemplos mais próximos do dia-a-dia apresentados nas alternativas do questionário dos alunos, quanto aos meios utilizados pelos professores que facilitavam a aprendizagem. Segundo BECKER (1995) o interacionismo propõe que as relações entre ensino e aprendizagem são muito mais complexas. A aprendizagem do aluno só acontece na medida em que este age sobre os conteúdos específicos a partir das estruturas próprias, previamente construídas ou em construção. Cabe ao professor favorecer esta construção adotando, na sua prática pedagógica, a postura interacionista, que lhe convida a assumir a função de agilizar e mediar o conhecimento. Nesta perspectiva os professores devem elaborar atividades que sejam relacionadas com situações do dia a dia dos alunos, buscando priorizar as competências que o mesmo já têm e a que
2876 ele deve construir, o que pode ser percebido na afirmação dos professores quanto ao uso de textos coletivos para elaboração de atividades, que certamente serão mais significativas para os alunos. Em contra partida, constatou-se a importância que professores dão à utilização do livro didático, opondo-se a essa visão. Pôde-se considerar por meio de observações em sala de aula, que a utilização dos mesmos, pode ser encarado como um dos desafios da prática educativa, quando não é adequada ao contexto, criando uma situação de falta de interesse dos alunos no processo de construção do conhecimento e conseqüentemente interferindo na relação professoraluno, apontados pelos professores como uma das principais causas de dificuldades de aprendizagem dos alunos, o que foi confirmado também pelos alunos. Ainda neste contexto, podê-se perceber que 50% dos professores questionados sobre as dificuldades de sua prática pedagógica ressaltaram como causa maior, problemas relacionados à família, tais como: conflitos, falta de limites e despreparo dos pais para admitir e enfrentar tais problemas, o que pode ser verificado em suas colocações: Nos dias atuais percebo que as maiores dificuldades são a falta de limites por parte da família, o consumismo exagerado, a falta de hábito de estudo. Esses fatos se refletem no dia-a-dia escolar. (H) Uma das maiores dificuldades que tenho refere-se aos problemas dos alunos ocasionados pelos conflitos familiares, tão comuns nos dias de hoje. Esta situação prejudica a atuação da criança, fragilizando sua capacidade e desenvolvimento. (G) A carência que as crianças demonstram, falta de comprometimento da família para resolver as situações que dizem respeito a outros.(f) As maiores dificuldades encontradas atualmente são as crianças que apresentam problemas na família, sem limites, sem hábitos de estudo e sem o preparo adequado dos pais para enfrentar e admitir tais problemas. Alguns julgam que somente a escola tem o poder e a eficiência de solucionar problemas que, na maioria das vezes, já vem de casa (limites). È importante a parceria do trabalho entre escola e família. (D) Entretanto, quando questionados sobre sua atitude quando detectadas as dificuldades dos alunos, a quem comunicam estas dificuldades, a família aparece como a alternativa menos citada. Este dado mostra um contra-senso, uma vez que o distanciamento da família é apontado como prejudicial, em um questionário e em outro ela não é procurada no momento de partilhar as situações de dificuldades dos alunos. Este contraponto pode ser originado pelas hipóteses: Dificuldade de relacionar teoria e prática ou experiências anteriores que levaram os professores a acreditar que não adianta procurar os pais para resolverem juntos as questões relacionadas a seus filhos.
2877 Aspectos importantes relacionados a ação docente vêm ao encontro do que é proposto pela concepção interacionista, no que se refere: à maior aproximação do professor para descobrir as reais necessidades dos alunos; e a identificação do processo de aprendizagem em que o aluno se encontra e oferecer condições para que ele possa desenvolver-se. No que se refere às formas de avaliação a maioria dos professores consideram que a prova não é o único e principal instrumento. A capacidade de relacionar as várias disciplinas é a opção mais citada pelos professores, o que não foge do proposto no modelo SCI ao denotar uma aprendizagem significativa. Pretendeu-se também verificar a postura do aluno, quanto ao momento da avaliação e constatou-se que o estudar um pouco por dia expresso pelos alunos como forma de se preparar para a avaliação denota que estes entenderam que o hábito de estuda além de necessário, é parte do ofício de aluno, validando o proposto pela teoria SCI. Embora se verifica que no contexto avaliativo apresentado pelos professores, há a utilização de diversos instrumentos, a avaliação escrita não perde o seu valor, e, em momentos específicos da aprendizagem ela é essencial para a constatação da aquisição do conhecimento pelo aluno, pois se constitui o registro do que foi desenvolvido no decorrer do processo. Possíveis meios de aproximação da teoria com a prática O Projeto Político Pedagógico, também denominado projeto educativo, é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a superar os desafios do dia-a-dia de forma participativa, reflexiva, orgânica e sistemática. Neste sentido a presente pesquisa procurou possibilitar aos professores e equipe pedagógica, momentos de reflexão sobre a teoria Sócio-interacionista-construtivista, de modo que estes pudessem relacionar o conhecimento teórico com a prática pedagógica adotada pela Instituição. Este trabalho iniciou-se com uma atividade de mobilização em que foi apresentado o texto de Jonnaert e Borght (2002). Posteriormente realizou-se uma reflexão sobre a prática educativa de cada professor e o preenchimento do primeiro instrumento de coletas de dados: um questionário sobre os principais conceitos relacionados à prática de sala de aula. A entidade pesquisada mostrou-se bastante interessada e disponível na realização deste trabalho, desempenhando o papel de norteadora junto aos professores, o que possibilitou que
2878 chegássemos às seguintes considerações que podem contribuir para a coerência da teoria na pratica educativa: realização de seminários e reflexões para aprofundamento e partilha de experiências a fim de solidificar a formação dos docentes; maior aproximação da equipe pedagógica junto ao trabalho docente; Incentivo à formação continuada dos docentes, com a promoção de participação em congressos externos; trabalho direcionado na questão da relação existente entre a teoria e a prática pedagógica. A aproximação da equipe pedagógica e o corpo docente, merece grande atenção dentro da realidade escolar, pois é esta relação garante o bom encaminhamentos das propostas educativas da Instituição, assim como, o fortalecimento do trabalho docente em sala de aula. A possibilidade de refletir sobre a realidade educativa favorece a reciclagem dos conceitos pedagógicos e a partilha de experiências, preocupações e avanços que os professores enfrentam em seu dia a dia, com isso podem juntos buscar luzes e orientações para a modificação do que não é favorável e o enriquecimento das experiências positivas. Percebe-se que a escola pesquisada busca oferecer meios de aprofundamento a seus educadores, no entanto é necessário priorizar, neste momento, o acompanhamento, conhecimento e amadurecimento da teoria adotada pela mesma na prática cotidiana de seus educadores. Considerações finais A presente pesquisa foi realizada com o objetivo de relacionar os papéis do professor e do aluno com a teoria Sócio Construtivista Interativa (SCI), a fim de apontar possíveis meios de maior aproximação da teoria com a prática. Buscou-se por meio de questionários com professores de 1.ª a 4ª séries e alunos de 3.ª e 4.ª séries levantar dados referentes a concepção dos mesmos sobre seus papéis, verificar se os professores têm conhecimento da Proposta pedagógica da escola e perceber como relacionam a teoria com a prática educativa.
2879 Os dados obtidos e analisados à luz do referencial teórico apontam para as considerações referentes a consciência de professores e alunos referente a seus papéis, a dicotomia existente entre o conhecimento teórico e a prática pedagógica e a necessidade de um trabalho conjunto entre a equipe pedagógica e o corpo docente na busca de aproximar a teoria e prática. Quanto á consciência de seus papéis percebeu-se que ambos possuem conhecimento sobre a sua tarefa de professor e aluno, ou seja, o professor cria condições de aprendizagem e o aluno aprende. No que se refere à dicotomia percebe-se que os professores conhecem a Proposta Político pedagógica da escola, sabem que sua concepção é interacionista, mas possuem dificuldade em operacionalizá-la. Na maioria das vezes, teoria e prática encontram-se fragmentadas, vistas isoladamente. A necessidade de um trabalho conjunto entre a equipe pedagógica e o corpo docente evidenciou-se como uma das questões prioritárias neste momento, a fim de que se possa qualificar o trabalho docente e torná-lo mais coerente com a Proposta adotada pela Instituição. A partir destas considerações foi possível constatar que está definido dentro do processo educativo o papel do professor e do aluno, entretanto, o desafio é tornar concreta a teoria na prática educativa, sendo necessária, uma maior reflexão desta realidade para que se possa pontuar alguns aspectos norteadores desta transformação. REFERÊNCIAS BECKER, Fernando. Epistemologia do professor. São Paulo. Cortez, 1995. JONNAERT, P; BORGHT, C. V. Criar condições para aprender: o modelo sócio-construtivista na formação de professores. Porto Alegre: Artmed, 2002. VASCONCELLOS, C. A construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad,1995.. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político pedagógico: São Paulo: Libertad, 2000. p. 170-200. VEIGA, I. P. (org.). Projeto político pedagógico da escola: uma construção possível. 15ª ed. São Paulo: Papirus, 2002. p. 11-35. PERRENOUD, P. Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar. Porto: Porto1995.
2880, Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999., As competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: ArTmed2002. TORRES, J. S. Globalização e interdisciplinaridade: currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1998. PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ESCOLA PESQUISADA, Curitiba, 1999