O DILEMA DAS DROGAS
ADOLESCÊNCIA E DROGAS Segundo Valdi Craveiro Para uma abordagem do uso de drogas na perspectiva da REDUÇÃO DE DANOS, devemos antes de tudo proceder com duas ações: 1) redefinir 2) contextualizar o problema
Redefinir o Problema não é somente eliminar o uso de drogas, mas melhorar a comunicação da família, a expressão de afetividade, restabelecer a autoridade e competência dos pais no cuidado com os filhos e na resolução dos conflitos familiares existentes.
Contextualizar o Problema é tirá-lo de um contexto individual onde o adolescente é o núcleo que apresenta dificuldades e redefinir o novo contexto onde todos os membros da família se sintam comprometidos, e fazendo parte do problema, tanto como implicados em sua resolução. é manter na escola o adolescente excluído por causa das drogas, o que muitas vezes é de difícil compreensão e aceitação para os professores e diretores que o consideram criminoso, marginal, fracassado e acreditam que este seja um sério risco para os outros alunos.
DROGAS Problema de Saúde Pública (OMS) Afeta adolescentes de todos os níveis sócio-econômicos, que trazem consigo sentimentos de insegurança, medo, menos valia. A diferença, muitas vezes, está no olhar da própria sociedade, dirigindo a cada um deles necessidade de apoio visando resgate repressão e polícia, por serem violentos
Diversas Pesquisas Estudantes de primeiro e segundo grau / estudantes de terceiro grau (medicina): (Carline e cols, 1989; Carvalho, 1991) - drogas mais usadas foram as lícitas (álcool, tabaco, tranqüilizantes, inalantes e anfetaminas) no NASA / HUMI / UFMA (1996 e 1999): - redução da média de idade para o início do uso do álcool: 16 anos em 1996 para 14 anos e 6 meses em 1999. No Brasil, o uso de drogas legais contribui com 90% dos abusos e usos freqüentes de drogas. Quanto à gravidade de seus efeitos, estas são responsáveis por 95% dos casos de óbito. (Bucher,1995: Carline e cols, 1994)
Com que olhar a sociedade discute: Adolescência? Pobreza? Miséria? Violência? Drogas? Delinqüência?
Carline, 1990; Negrete e outros: destacam a importância de correlacionar as questões das Drogas na adolescência e os padrões culturais da sociedade, em determinada época. Somam-se às tensões internas, intensidades variáveis de tensões externas, representadas pelas mais contraditórias formas de violência. defendem estes autores, que as questões do abuso de drogas têm suas razões em problemas e tensões sociais enfrentadas por nosso jovens, que tomariam a droga como escapes às pressões e frustrações vivenciadas, tais como: - falta de perspectivas no mercado de trabalho; - sistema educacional inadequado e distante da realidade dessa geração; - ausência de opções de lazer e atividades culturais; - fechamento de espaços de participação política.
A experiência das Drogas, entre tantos outros comportamentos de risco na Adolescência, deve-se a um somatório de fatores (Mackenzie e Jacobs,!987) características próprias da adolescência; influência da mídia; pressão social e do grupo de pares; característica da personalidade; característica do meio familiar e social.
Além de todos os fatores intrínsecos e extrínsecos que fragilizam e vulnerabilizam a adolescência, com relação ao álcool, está o agravante de que o mesmo é: aceito socialmente estimulado no contexto ambiental / familiar fonte de renda e de interesses poderosos escondido nos preceitos da legalidade
Como tem se comportado, nesse sentido, a Família? A Escola? FAMÍLIA: é urgente resgatar valores que nos parecem sufocados pelo corre-corre diário, tais como: Confiança, Respeito, Diálogo AMOR testemunho, mais que palavras. ESCOLA: resgatar o seu papel protetor, que dentro da abordagem de redução de danos, deveria evitar ações preconceituosas, excludentes. Qual tem sido nossa postura, como Instituição protetora?
Vale ressaltar as ameaças de algumas posturas, por parte dos Instituições ditas Protetoras, frente a Adolescentes em comportamento de risco: a incapacidade de ouvir e entender a tendência a Homogenização Serializando pessoas e circunstâncias Padronizando respostas, atitudes, encaminhamentos
Esquecendo que a orientação básica dessa abordagem deve nos direcionar a: resgatar o que de positivo haja na conduta de cada jovem em risco comportamental, sem rotulá-lo, nem classificá-lo em categorias baseadas apenas em fatos superficialmente analisados abrir espaços que permitam ao adolescente tornar-se forte de iniciativa, de liberdade e de compromisso consigo mesmo e com os outros não ter medo de dar e receber afetividade
Todos os Adolescentes e, em especial, os colocados em situação de risco, esperam mais que instituições eficientes, com tarefas bem definidas, fluxogramas coordenados e técnicos bem preparados. Esperam sim, um olhar: que possa situá-los numa história singular, única, que é a história de cada um; para então retirá-los, antes e mais nada, dos rótulos, dos estigmas, que muitas vezes os aprisionam; e desta forma, serem amados, pelo que são.
As demandas dos jovens estão alicerçadas nos direitos básicos, tais como: Educação de qualidade Atenção à saúde digna e eficiente Oportunidade de trabalho com remuneração digna Segurança que contemple os direitos humanos
Na Prevenção - a importância do Adolescer Saudável O respeito à singularidade O estímulo aos potenciais A compreensão das circunstâncias A maneira do corrigir falhas A Pessoa X o Erro A presença do afetivo A importância dos limites
Qualidade de Vida e Abuso de Drogas Recomendações / Prevenção Ruy Palhano 1. Incentivar o diálogo entre os membros da família. 2. Estimular e promover a confiança na família, evitando mensagens contraditórias ou de duplo sentido. 3. Incentivar e promover a auto-confiança e auto-estima nos filhos. 4. Incentivar o interesse dos filhos pela arte, cultura e esporte. 5. Usar adequadamente o tempo livre. 6. Promover interesses nos filhos para participarem da vida associativa-comunitária (associação de moradores de bairro, clube de serviços, partidos políticos, atividades religiosas, clubes esportivos, agremiações de escolas, etc.). 7. Incentivar a solidariedade e o companheirismo. 8. Buscar informações científicas sobre o assunto. 9. Garantir princípios de religiosidade e de justiça.