INTERDISCIPLINARIDADE NO PROGRAMA DE MESTRADO EM DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO: ANÁLISE DA PRODUÇÃO DISCENTE DE 1996 A 2006 INTERDISCIPLINARITY IN THE POSTGRADUATE PROGRAMME IN DEVELOPMENT DISORDERS: ANALYSIS OF MASTER STUDENTS' PRODUCTIONS FROM 1996 TO 2006 Maria Eloísa Famá D Antino 1 Marcos José da Silveira Mazzotta 2 Elisabeth Becker 3 Silvana Maria Blascovi-Assis 4 1 Doutora em Psicologia pelo IP-USP, Universidade Presbiteriana Mackenzie 2 Doutor em Educação pela USP, Universidade Presbiteriana Mackenzie 3 Doutora em Psicologia pelo IP-USP, Universidade Presbiteriana Mackenzie 4 Doutora em Educação Física pela UNICAMP, Universidade Presbiteriana Mackenzie RESUMO Ao resgatar o caminho em busca de excelência acadêmica percorrido pelo Programa de Pósgraduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie UPM, curso esse consolidado na área Multidisciplinar, recentemente denominada Interdisciplinar, os autores discutem tanto o conceito de interdisciplinaridade quanto a sua importância na formação ativa de pesquisadores com interesse em estudar os processos envolvidos na compreensão e no atendimento de pessoas com distúrbios do desenvolvimento e/ou com deficiências. Para verificar a eficácia dessa reflexão e ação interdisciplinar, são apresentados resultados de levantamento sobre a produção discente e respectivas áreas de predominância do programa entre 1996 e 2006. Os resultados apontaram tanto aumento gradual nas produções científicas, quanto forte equilíbrio no que concerne às áreas de maior afinidade, ou seja, Educação, Psicologia e Saúde, ratificando a eficácia de esforços empreendidos por docentes de diferentes áreas de formação na construção de estudos interdisciplinares. Palavras-chave: Interdisciplinaridade; Universidade; Pós-graduação; Produção Discente. 9
ABSTRACT The search for academic excellence undertaken by de Development Disorders Postgraduation Program of Mackenzie Presbyterian University is revisited since it was created, emphasizing the multidisciplinary, now called interdisciplinary approach of this program. Interdisciplinary concepts and its importance for active formation of professional researchers interested in the processes involved in the comprehension and care of populations with development disorders and/or deficiencies are discussed. In order to check the effectiveness of this interdisciplinary reflection and practice, student body's production during 1996-2006, as well as respective predominant areas of knowledge were surveyed and analyzed. Results pointed out not only a gradual increase in scientific production, but also a strong balance concerning the areas of major affinity, i.e., Education, Psychology and Health, ratifying the effectiveness of the efforts undertaken by professors with different fields of formation in the construction of interdisciplinary studies. Keywords: Interdisciplinarity; University; Post graduation; Academic production. 1 INTRODUÇÃO A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) implantou, em fevereiro de 1992, o Programa de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento (PPG/DD) como resposta necessária à demanda por aprimoramento da qualificação acadêmica, em nível de Mestrado, de profissionais atuantes em diferentes e complementares áreas do conhecimento, direta ou indiretamente envolvidos com questões afeitas aos distúrbios do desenvolvimento e às deficiências. Vale lembrar que a UPM foi um dos primeiros estabelecimentos de ensino superior, no país, a formar pedagogos habilitados para o ensino de deficientes mentais, já em 1973. Evidenciava-se, assim, a preocupação com a formação especializada de profissionais para atuarem com pessoas com deficiência, bem como o compromisso com a visão multidisciplinar, 10
na medida em que, no mencionado curso, já vinham participando docentes especialistas em áreas da Educação, Psicologia e Saúde. Apoiada na experiência acumulada na graduação, a UPM implantou o Programa de Pósgraduação conferindo-lhe, desde o início, caráter multidisciplinar, fundamentando-se em duas linhas de pesquisa capazes de abarcar as três áreas de sustentação, ou seja, Educação, Psicologia e Saúde, que se interconectam traduzindo o compromisso com a melhoria da qualidade de vida dessa parcela da população, contemplada em seu contexto. Neste sentido, lembramo-nos de Skrtic (1996), ao apontar que os estudos e investigações científicas sobre as pessoas com deficiências e/ou distúrbios do desenvolvimento deveriam ampliar sua base disciplinar além da psicologia e da biologia, para incluir diversas ciências sociais, políticas e culturais (p. 62). A implantação do Programa significou a abertura de um espaço de reflexão, estudos, pesquisas aplicadas, enfim, de produção acadêmica numa área ainda incipiente em nosso país, focalizando temas referentes às pessoas com distúrbios do desenvolvimento e/ou deficiências. Sua proposta, que vem sendo ampliada a cada ano, foi concebida pelo enfoque multidisciplinar no trato das questões que envolvem o ciclo de vida das pessoas que integram esse segmento da população e que, portanto, vão desde a perspectiva biológica, no que se refere a fatores etiológicos de bases moleculares, como os neuropsicológicos, até o campo das políticas públicas, envolvendo, nesse particular, fatores sociais e educacionais. Considerando o processo gradual de transformação da Universidade brasileira, acompanha-se sua evolução, que passa de uma agência predominantemente transmissora de conhecimentos a uma instituição que se preocupa em ser criadora do saber. Sem dúvida, essa oportuna transformação pode ser creditada à implementação e à sedimentação do sistema de pósgraduação, proporcionando crescente integração entre diferentes e complementares áreas do saber na composição do trinômio ensino, pesquisa e extensão. O ensino, a pesquisa e a extensão, previstos em lei como indissociáveis, pressupõem o reconhecimento de um triplo papel a ser desempenhado pela universidade, bem como pelos professores que, aliando docência e pesquisas, na conquista de seu espaço de atuação se configuram como agentes efetivamente comprometidos com ações transformadoras da sociedade. 11
Em alinhamento a essa concepção, constituíram-se os cursos de Pós-graduação Stricto Sensu da UPM, e, dentre eles, o de Distúrbios do Desenvolvimento, cujo objetivo principal é a formação de docentes e pesquisadores para atuação no ensino superior com foco na interdisciplinaridade. Após seis anos de funcionamento e tendo atendido aos critérios estabelecidos para cursos dessa natureza, o Programa recebeu recomendação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação e Cultura (CAPES/MEC) em 1998 (CAA/CTC/185-21/12/1998). Consolidando-se como curso multidisciplinar, esse Programa vem atraindo profissionais ligados às mais diversas áreas de conhecimento e atuação, tais como Psicologia, Pedagogia, Fonoaudiologia, Medicina, Serviço Social, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Educação Física, dentre outras, tendo formado 205 mestres entre 1996 e 2006. De sua criação em 1992 até 1998, o Programa passou por processos de avaliação e encaminhamentos internos na CAPES, sem definição de vinculação com área específica. Com a criação do Comitê de Área Multidisciplinar em 1999, o Programa passou a ser avaliado por esse comitê, e não mais por comitês disciplinares. De acordo com o documento da CAPES (2007), essa área é hoje uma das que apresentam maior taxa de crescimento entre todas as comissões e maior número de cursos credenciados. Oportuno salientar que os termos multi e interdisciplinar vêm, entretanto, sendo utilizados em situações as mais diversas, incluindo as acadêmicas, embora nem sempre com a devida clareza em sua conceituação. Alguns autores estudiosos do tema têm trazido à comunidade científica as características peculiares de cada expressão que se refere a esse tipo de proposta. Um dos conceitos mais adotados e citados nas publicações é o de Erich Jantsch (1995). Esse autor define a multidisciplinaridade como a justaposição de disciplinas diversas desprovidas de relação aparente entre si, porém tendo o propósito de elucidação de elementos comuns. A interdisciplinaridade, por outro lado, é vista como a interação entre duas ou mais disciplinas em estudo de âmbito coletivo, no qual a produção disciplinar passa a ser intrinsecamente modificada 12
na fusão com as demais. Resulta, pois, em enriquecimento recíproco e na transformação de suas metodologias de pesquisa e conceitos. Cabe lembrar, com Santomé (1998, p. 62), que "a riqueza de um trabalho interdisciplinar também estará condicionada pelos níveis de conhecimento e experiência das pessoas especialistas que integram a equipe [...] o termo interdisciplinaridade surge ligado à finalidade de corrigir possíveis erros e a esterilidade acarretada por uma ciência excessivamente compartimentada e sem comunicação interdisciplinar". É com esse entendimento que o PPG/DD vem se posicionando frente à proposta de formar profissionais em nível de Mestrado com perfil diferenciado e com capacidade para compreender e propor caminhos para a construção de uma visão mais ampla da pessoa com distúrbios do desenvolvimento ou deficiência inserida em seu contexto social, econômico e cultural. Tal objetivo alinha-se ao fato de que o papel da Universidade é, dentre outros, o de produção de conhecimento, ampliando e aprofundando os estudos nas diversas áreas, propiciando o desenvolvimento do saber científico por meio da contínua realização de pesquisas. Tendo como uma das metas a consolidação de pesquisas que vem acontecendo no âmbito do Mestrado e que demandam continuidade acadêmica, em 2007 o PPG/DD elaborou o seu projeto para a criação do Doutorado para ser encaminhado à CAPES no próximo período de inscrição para novos cursos, esperando possível resultado de aprovação para 2008, gerando assim novas e maiores perspectivas de crescimento na produção do conhecimento interdisciplinar com foco na área dos Distúrbios do Desenvolvimento e na formação de profissionais para a prática e para a pesquisa interdisciplinares. Vale salientar que, segundo Coimbra (2000), o trabalho interdisciplinar se caracteriza pela abordagem de um tema em que duas ou mais disciplinas estabelecem vínculos para alcançar um conhecimento mais abrangente, ao mesmo tempo diversificado e unificado. A interdisciplinaridade implica, então, ação comum em que cada participante sustenta o que é peculiar de sua área específica 13
"Cada disciplina, ciência ou técnica mantém a sua própria identidade, conserva sua metodologia e observa os limites dos seus respectivos campos. É essencial na interdisciplinaridade que a ciência e o cientista continuem a ser o que são, porém intercambiando hipóteses, elaborações e conclusões." (COIMBRA, 2000, p. 58). Santomé (1998) ressalta que a interdisciplinaridade é um objetivo nunca completamente alcançado, razão pela qual deve ser permanentemente buscado. Não é apenas uma proposta teórica, mas, sobretudo, uma prática, uma vez que no trabalho em equipe são exercitadas novas possibilidades, com seus alcances e limites. Esse autor destaca que, tratando-se de uma filosofia de trabalho, a interdisciplinaridade requer dos participantes determinadas atitudes mentais, sociais, morais e outras, como condição fundamental. Faz-se necessária uma postura de humildade e receptividade para partilhar esforços e resultados. Partindo de uma prática de pesquisa interdisciplinar, tal como se tem procurado desenvolver no PPG/DD, podemos nos alinhar às reflexões de Floriani (2000), que levanta duas questões fundamentais: "1 - Como articular a participação de pesquisadores de diferentes disciplinas, no interior de uma prática de pesquisa interdisciplinar? 2 - Como articular esses diferentes saberes disciplinares em uma ação negociada e coordenada, garantindo o espaço de contribuição para cada um deles?" (FLORIANI, 2000, p. 103). Ações diversas têm sido desenvolvidas neste Programa de Pós-graduação com vistas a construir e incentivar uma efetiva articulação entre os pesquisadores, docentes e discentes, bem como viabilizar a valorização dos diferentes conteúdos, especialmente os originados nas áreas que compõem o seu tripé: Educação, Psicologia e Saúde. Atentos à melhoria da qualidade desse Programa, em contínuo processo de avaliação, os docentes vinculados às três áreas de sustentação têm atuado de modo a ampliar e aprofundar os estudos que contemplam a ação interdisciplinar nos distúrbios do desenvolvimento, perante os quais a presente pesquisa se justifica, colocando-se tanto como uma contribuição à auto- 14
avaliação, quanto como uma exposição às apreciações externas, destacando-se que, frente a estas, a própria CAPES constitui-se um foro privilegiado. Considerando os conceitos e as propostas até aqui apresentados, o objetivo do presente estudo foi investigar a interdisciplinaridade presente nas produções discentes a partir da classificação dos trabalhos por suas áreas de predominância Educação, Psicologia ou Saúde. 2 MÉTODO Para este estudo de caráter documental, os dados foram coletados a partir do levantamento das dissertações apresentadas e da composição das respectivas bancas examinadoras. Foram examinados os catálogos de dissertações e os resumos eletrônicos publicados pela UPM no período de 1996 a 2006 (UPM, 1999a; 1999b; 2000; 2001; 2002; 2003; 2004; 2007). Os procedimentos adotados para tanto implicaram uma classificação dos trabalhos segundo o critério de predominância em uma das áreas, a partir de palavras-chave identificadas nos títulos e nos resumos. Para os efeitos dessa pesquisa foram adotadas as seguintes definições de áreas: - Educação: trabalhos de pesquisa que tenham focalizado a escolarização de alunos com deficiência ou com distúrbios do desenvolvimento, abordando métodos e técnicas de avaliação da aprendizagem e do ensino, fatores de interferência na inclusão e no aproveitamento escolar do aluno, além de políticas educacionais; - Psicologia: trabalhos que trataram de temas relativos ao próprio sujeito, à família e às situações sociais, focalizando as interações presentes nas relações envolvendo pessoas com deficiência ou com distúrbios do desenvolvimento ou, ainda, temas referentes a procedimentos de avaliação e intervenção específicos da área; - Saúde: trabalhos com foco em questões de avaliação diagnóstica, etiologia, prevenção, intervenção, bem como de caracterização e investigação epidemiológica de diferentes quadros clínicos na perspectiva do desenvolvimento humano. 15
3 RESULTADOS A partir da análise dos títulos, resumos e descritores, o material coletado pôde ser organizado de acordo com o critério mencionado, gerando os resultados apresentados na Tabela 1, com discriminação ano a ano. Tabela 1: Número de dissertações apresentadas entre 1996 e 2006 e respectivas vinculações com a área de predominância. Ano Número de Áreas de predominância dissertações concluídas Educação Psicologia Saúde 1996 04 03 01-1997 01-01 - 1998 03 01 01 01 1999 09 01 08-2000 06 03 03-2001 15 06 04 05 2002 28 08 09 11 2003 41 10 15 16 2004 29 07 08 14 2005 35 11 12 12 2006 34 15 06 13 TOTAL 205 65 (31,7%) 68 (33,2%) 72 (35,1%) Conforme se observa na Tabela 1, foram concluídas 205 dissertações no período em análise, produções essas que se distribuíram de modo equilibrado entre as áreas de vinculação, ou seja, 31,7% se vincularam à Educação; 33,2%, à Psicologia; e 35,1%, à Saúde. Ressalte-se a observação de aumento gradual na produção dos trabalhos acadêmicos entre 1996 e 2006, com pico de produção no ano de 2003 e estabilidade evidente nos dois últimos anos do estudo (Gráfico 1). 16
50 40 30 20 10 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Gráfico 1: Distribuição anual do número de dissertações produzidas no período de 1996-2006. Observou-se, ainda, oscilações em relação à área de predominância das pesquisas produzidas, quando os dados foram analisados ano a ano, ainda que, no geral, tenha havido equilíbrio nessa distribuição (Gráfico 2). Essa observação merece análise posterior para identificação de possíveis fatores que a justifiquem. 20 15 10 5 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Educação Psicologia Saúde Gráfico 2: Distribuição anual do número de dissertações por área de predominância. Importante também registrar que a composição das bancas evidenciou formação interdisciplinar: em 77 % dos casos, as bancas foram compostas por pesquisadores graduados e 17
doutorados em diferentes áreas, tais como Educação, Psicologia, Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Odontologia, Enfermagem, Educação física, entre outras menos freqüentes. Com vistas a consolidar a integração entre essas áreas, houve constante preocupação em manter o melhor equilíbrio possível na composição do corpo docente, o que veio acontecendo em todo o período ora analisado. As informações para tal caracterização consideraram a formação em graduação de cada docente. A título de ilustração, no ano de 2006 o PPG/DD contava com 11 docentes no corpo permanente: três profissionais da área da Educação, com formação em Pedagogia; quatro da área da Psicologia; e quatro da Saúde, sendo três médicos e um fisioterapeuta. Além dos professores permanentes, um professor colaborador, com formação em Psicologia, passou a atuar no Programa. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A complexa interdependência entre os processos de atendimento às necessidades específicas de pessoas com deficiências e/ou transtornos globais do desenvolvimento, quer no âmbito de ações sociais, das educacionais ou da saúde, explicita a demanda de estreita colaboração e de efetivo diálogo interáreas. Implica, dessa forma, tanto na reflexão teórica e conceitual quanto no planejamento e na concretização de investigações científicas que proponham novas perspectivas de ação, fundamentadas e engajadas aos princípios da interdisciplinaridade buscados pelo Programa de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Interessante apontar o visível crescimento do número de dissertações apresentadas, podendo-se pensar que, a partir da aprovação pela CAPES em 1998 e da consolidação do próprio Programa, houve a conseqüente estabilidade do corpo discente que, em sua grande maioria, passa a concluir suas pesquisas, constituindo-se em efetivos produtores de conhecimento. Os resultados revelam não apenas o crescimento da produção científica, mas, sobretudo, o esforço empreendido pelo corpo docente no sentido de se dispor a uma prática interdisciplinar, fato que, como anteriormente apontado, não se constitui em tarefa fácil. As áreas de atuação de 18
origem do corpo docente, embora tangentes, implicam em peculiaridades oriundas de uma cultura disciplinar de especialidades. A possibilidade de transposição de algumas barreiras solidificadas no tempo teve que ser gradativamente construída, implicando em constante aprendizado de uma interdisciplinaridade que se constitui na ação. Ressalta-se a partir deste estudo a importância de sua continuidade, propondo-se que seja realizado com regularidade temporal (sugerindo-se acompanhar os triênios de avaliação) para, assim, permitir a identificação de outros fatores que possam ser determinantes na implantação da proposta interdisciplinar. Os dados obtidos neste momento indicam equilíbrio entre os trabalhos e as áreas de maior afinidade Educação, Psicologia e Saúde, e esses resultados podem ser atribuídos e registrados como esforços de uma equipe composta por docentes com diferentes características de formação que se propõem, cotidianamente, ao desafio da construção de estudos interdisciplinares. Com a aprovação da instalação do Doutorado, esse desafio se tornará ainda maior, pela responsabilidade de formar doutores capazes de interagir com áreas afins, conservando as características essenciais de equipe com proposta interdisciplinar, como aponta Santomé (1998): ser constituída por profissionais com atitude receptiva, humilde, com honestidade intelectual, autocrítica e disposição para partilhar esforços e resultados. Espera-se, assim, contribuir para a formação de docentes e pesquisadores capazes de apresentar produções científicas de alta qualidade, cujo contexto possa ser norteado mais pela cooperação e pelo respeito que pela competitividade. REFERÊNCIAS COIMBRA, J. de A. A. Considerações sobre a interdisciplinaridade. In: PHILIPPI Jr., A. et al. Interdisciplinaridade em ciências ambientais. São Paulo: Signus Editora, 2000. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/us000001.pdf >. Acesso em 21/08/2007. COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (Capes). Ministério da Educação e Cultura. Documento de Área. Comissão da Área Multidisciplinar. Outubro de 2007. <www.capes.gov.br/.../avaliacaotrienal/doc_areas_trienal_2007/2007_multidisciplinar_aval2004-2006.pdf. Acesso em 19/10/2007. 19
FLORIANI, D. Marcos conceituais para o desenvolvimento da interdisciplinaridade. In: PHILIPPI Jr., A. et al. Interdisciplinaridade em ciências ambientais. São Paulo: Signus Editora, 2000. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/us000001.pdf >. Acesso em 28/05/2007. JANTSCH, E. Interdisciplinaridade: Os sonhos e a realidade. Tempo Brasileiro, v. 121, p. 19-41, 1995. SANTOMÉ, J. T. Globalização e interdisciplinaridade. Currículo integrado. (Trad. Claudia Schilling). Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. SKRTIC, T. M. La crisis del conocimiento de la educación especial: Una perspectiva sobre la perspectiva. In: FRANKLIN, B. M. Interpretación de la discapacidad (Coord.). Barcelona: Pomares-Corredor, 1996. UPM - UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE. Catálogo de dissertações e teses: Resumos, 1992-1997. São Paulo: Mackenzie, 1999a.. Catálogo de dissertações e teses: Resumos, 1998. São Paulo: Mackenzie, 1999b.. Catálogo de dissertações e teses: Resumos, 1999. São Paulo: Mackenzie, 2000.. Catálogo de dissertações e teses: Resumos, 2000. São Paulo: Mackenzie, 2001.. Catálogo de dissertações e teses: Resumos, 2001. São Paulo: Mackenzie, 2002.. Catálogo de dissertações e teses: Resumos, 2002. São Paulo: Mackenzie, 2003.. Catálogo de dissertações e teses: Resumos, 2003. São Paulo: Mackenzie, 2004.. Defesas 2004, 2005, 2006. <http://www.mackenzie.br/1063.html.> Acesso em 07/08/2007. 20