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Transcrição:

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Cerimônia de Assinatura do Decreto de Instituição do Projeto de Recuperação da Qualidade Ambiental do Rio de Janeiro Procedemos, hoje, a bordo do navio de desembarque Rio de Janeiro, à assinatura do decreto que institui o Projeto de Recuperação da Qualidade Ambiental do Rio de Janeiro, o Ambiente-Rio, uma iniciativa que tem por objetivo ajudar esta cidade, este estado, a recuperar a sua saúde, a saúde de sua população e a preservar sua riqueza natural um dos cenários, sem dúvida, mais deslumbrantes do planeta. O carioca e o fluminense têm orgulho de sua terra, e todo o Brasil, um orgulho da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, cujo aniversário de fundação hoje comemoramos. O Rio é um símbolo do País, a porta de entrada e de saída, a vitrine, e como tal deve merecer o respeito, o cuidado e o amor do povo brasileiro. A imagem da Nação jamais poderá ser positiva se a opinião pública, nacional e internacional, não tiver uma impressão favorável do Rio de Janeiro A história recente não reservou ao Rio de Janeiro tratamento condizente com sua importância e significado. Por ser um povo criativo, de espírito inovador, o carioca e o fluminense 36

sempre demonstraram seu desacordo com o quadro de miséria, ignorância e desalento que predominava no Brasil. Esse espírito crítico e essa vontade inabalável de mudar os destinos de nosso povo são alimento indispensável à construção da cidadania, à construção da democracia. O Rio, síntese racial, cultural e econômica do País, deve ter voz ativa nas grandes decisões nacionais. A coragem de dissentir não deve jamais ser obstáculo à colaboração e ao entendimento, quando estamos diante dos objetivos maiores de reconstrução nacional. É hora de conjugar esforços federais, estaduais e municipais para corrigir a situação dramática de pobreza em que vivem milhões de moradores do Estado do Rio de Janeiro. É hora de unir forças para combater o processo de degradação ambiental do Rio, que não pode continuar, pois constitui uma agressão inaceitável ao Brasil, à sua riqueza, à sua gente. Meus compromissos de campanha eleitoral foram claros no sentido de não abandonar o Rio de Janeiro, de lutar pela melhoria da qualidade de vida de sua gente. «Nunca me deixarei conduzir por rancores pessoais ou preconceitos ideológicos.» Os brasileiros de boa-fé querem que o País mude. Em momento como o que vivemos, quando todos enfrentamos graves ameaças à nossa economia e ao nosso desenvolvimento, é necessário e patriótico pensar a longo prazo. Este é um momento de reconciliação, este é um momento de diálogo democrático. Os brasileiros de boa-fé sabem que o País já começou, efetivamente, a mudar. A todos esses brasileiros, peço um crédito de confiança: as mudanças radicais que queremos realizar não se materializam instantaneamente. Elas são conseqüência de uma revolução de mentalidade, resultante da transformação democrática que o País vive, e que toma tempo para vingar e sobrepor-se a comportamentos consagrados. O que não aceitamos mais é 37

sermos prisioneiros eternos do conjuntural. O que não toleramos mais é o desrespeito cotidiano às normas básicas de convívio humano. O que o povo brasileiro já não pode mais agüentar é a impunidade, o privilégio e a arrogância dos poderosos. Como magistrado supremo da Nação, minha postura será sempre a do diálogo, a do entendimento. Governo e governarei sempre sob o signo da transparência, com olhos voltados para a cooperação construtiva, único caminho para a conquista de um futuro melhor para milhões de desassistidos. Nunca me deixarei conduzir por rancores pessoais ou preconceitos ideológicos. Aqueles homens públicos que, como eu, acreditam no valor do trabalho, apostam na superação urgente dos problemas sociais que assolam o Brasil e agem com retidão cívica merecem e merecerão, desta maneira, sempre meu encorajamento e o meu apoio. Nossas percepções políticas podem diferir, mas nossos ideais devem ser idênticos: a conquista da modernidade pela via da democracia, a busca da solidariedade para a organização de uma sociedade equilibrada, harmônica e guiada pela racionalidade, sobretudo guiada pela busca da justiça social. Senhor Governador, Senhoras e Senhores, Cariocas e fluminenses, O Projeto de Recuperação da Qualidade Ambiental do Rio de Janeiro, Ambiente-Rio, que agora iniciamos, prevê a recuperação sanitária da cidade do Rio de Janeiro e de seu entorno, num esforço conjunto inédito dos governos federal, estadual e municipal, da iniciativa privada e da sociedade civil. Pela primeira vez, ações integradas de saneamento básico e de preservação do meio ambiente estão sendo adotadas. O Governo Federal, com a participação dos bancos internacionais, contribuirá com cerca de 70% dos gastos do programa, para o qual, até o fim de 1992, serão alocados recursos estimados em 151,3 bilhões de cruzeiros, correspondentes a cerca de 880 milhões de dólares. Para a etapa seguinte, que irá até 1994, estão sendo levantados recursos de 920 milhões de dólares. Finalmente, para o período de 1995 ao ano 2000, o projeto estima 38

gastos da ordem de 1,8 bilhão de dólares. Em suma, até o ano 2000, o projeto Ambiente-Rio deverá alcançar investimentos de aproximadamente 3,6 bilhões de dólares, dos quais 2,6 bilhões serão integralizados pelo Governo Federal. Serão desenvolvidas ações voltadas para o abastecimento de água, tratamento e destinação final de esgotos sanitários, drenagem, proteção de encostas, coleta e destinação final de lixo, recuperação de 55 rios, que trarão, como uma das conseqüências, a despoluição da nossa Baía de Guanabara. O alcance do projeto é excepcional: beneficiará todos os moradores da região metropolitana do Rio, principalmente a população urbana de baixa renda. Proporcionará a geração de cerca de 40 mil novos empregos por ano, estimulando a indústria do turismo e da construção civil, além de enfatizar a participação da sociedade, reforçando o elo que vincula o cidadão à sua cidade, que vincula o cidadão ao seu estado. Enfrentar os problemas do meio ambiente não esgota a ação do poder público para a recuperação e a reconstrução do Rio de Janeiro. A atenção que todos dão, no presente, à questão ambiental é uma das grandes conquistas de nosso tempo e é resultado da consolidação democrática do País. Mas é apenas uma das muitas questões que necessitam de providências prementes. Os investimentos de meu governo no Estado do Rio de Janeiro, na área social, são o resultado dessa preocupação com a melhoria da qualidade de vida dos fluminenses e dos cariocas. Mencionaria, por exemplo, obras de saneamento nas quais foram aplicados cerca de 100 milhões de dólares, a maior parte na Baixada Fluminense. O Programa de Ação Imediata para Habitação já aprovou a contratação de 17.804 novas moradias no estado, das quais 4.595 estão em construção. No combate à dengue, em 1990, foram alocados, pelo Governo Federal, cerca de 3,8 bilhões de cruzeiros aproximadamente 19 milhões de dólares, que somados aos recursos já liberados este ano alcançam 5,1 bilhões de cruzeiros, ou seja, 25 milhões de dólares. Os recursos financeiros foram complementados com a mobilização de profissionais da área sanitária, além do treinamento de 1.800 soldados do Exército brasileiro, que trabalham no combate à moléstia, dando desta forma sua contribuição à sociedade. 39

«O projeto Ambiente-Rio é um marco da modernidade que chega ao Brasil.» A tradição de pesquisa das instituições voltadas para a área da saúde no Rio de Janeiro constituem motivo de orgulho para todo o País. Entre elas, mencionaria a Fundação Oswaldo Cruz, que tem recebido e continuará a receber recursos federais. A adoção de políticas ousadas e criativas de recuperação social deve ser preocupação prioritária das autoridades estaduais e municipais do Rio de Janeiro, como vem sendo. Estou seguro de que os homens públicos deste estado têm convicções sólidas no sentido de transformar a sociedade brasileira pela modernização, pela erradicação da miséria e pela assistência à infância. Desejo-lhes êxito, porque o sucesso do Rio de Janeiro na área social contribuirá de forma decisiva e exemplar para nosso projeto de reconstrução nacional. O projeto Ambiente-Rio é um marco da modernidade que chega ao Brasil. É, ademais, uma das etapas de preparação da cidade para a realização da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que se realizará em 1992. Escolhi o Rio de Janeiro para sede da conferência, a despeito dos argumentos que desaconselhavam esta decisão, porque, como muitos, eu aposto no futuro deste estado. Aqui, mais do que nunca, o homem deve aprender a harmonizar a preservação dessa natureza exuberante com a dinâmica racional do desenvolvimento e absoluto respeito aos direitos humanos, especialmente ao das nossas crianças. Aqui, mais do que em qualquer outro lugar do território nacional, a solução da degradação humana e ambiental é urgente e inadiável. Estas soluções, contudo, não dependem apenas do estado e dos governantes. Elas passam por um processo de organização de toda a sociedade para construção de uma nova cidadania, mais participativa e consciente. O povo carioca e fluminense deve nos ajudar a fiscalizar, denunciar e impedir a violência cometida contra 40

as nossas crianças, contra os direitos humanos, bem como a agressão ao meio ambiente. É importante que todos estejam convencidos de que a preocupação ecológica não é incompatível com o desenvolvimento. É igualmente necessário que todos percebam que a preservação ambiental contribui para melhorar os padrões de vida da população, e mais especialmente das classes de baixa renda. O projeto Ambiente-Rio vai ajudar o carioca e o fluminense na recuperação da beleza que fez desta cidade um dos lugares mais fascinantes e famosos do planeta. É um projeto destinado a ter conseqüências a longo prazo. Nossos filhos, nossos netos, hão de se beneficiar do que estamos hoje fazendo. É um tributo justo e merecido à gloria de um povo amistoso e hospitaleiro. É uma homenagem do Brasil à sua Cidade Maravilhosa. Ao encerrar as minhas palavras, gostaria de agradecer aos oficiais-generais aqui presentes, da Marinha de Guerra do Brasil, agradecer ao comandante deste navio e a toda a sua tripulação pela gentileza que tiverem de nos acolher neste final de manhã, para lançarmos, sobre as águas da Baía de Guanabara, não somente o programa, mas sobretudo as nossas esperanças e a nossa firme disposição de colaborar profundamente com o Rio de Janeiro, para que juntos possamos fazer desta cidade e deste estado o reencontro de suas aspirações com aquilo que nós desejamos, ou seja, com a cidade-símbolo de uma sociedade civil fortalecida pela prática dos seus direitos, dos direitos da sua cidadania, uma cidade de formulações importantes para os destinos deste País, uma cidade-símbolo da nossa nacionalidade. Muito obrigado aos senhores. Discurso pronunciado por Sua Excelência o Senhor Fernando Collor, Presidente da República Federativa do Brasil, durante a cerimônia de assinatura do decreto de instituição do Projeto de Recuperação da Qualidade Ambiental do Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro, no dia 20 de janeiro de 1991. 41