MANUAL TÉCNICO DE PISO INTERTRAVADO DE CONCRETO



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Transcrição:

MNUL ÉCNICO DE PISO INERRVDO DE CONCREO

MNUL ÉCNICO DE PISO INERRVDO DE CONCREO

MNUL ÉCNICO DE PISO INERRVDO DE CONCREO PROJEO quiles Gadelha Ponte Lewton Parente de Oliveira EXECUÇÃO quiles Gadelha Ponte Lewton Parente de Oliveira REVISÃO ÉCNIC quiles Gadelha Ponte Lewton Parente de Oliveira Vitor Gadelha lmeida PROJEO GRÁFICO E CP Marcos Zartur Batista Santos 111m Blocos e Pisos Manual técnico de piso intertravado de concreto/ Blocos e Pisos. Fortaleza: Blocos e Pisos, 2004. 46 p. 1. Pavimentação. 2. Piso Intertravado. I. ítulo. CDU: 69.025.3

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Sumário SUMÁRIO 1 INRODUÇÃO... 5 1.1 Pré-fabricados... 5 1.2 O Manual... 5 1.3 Definição e Informações Gerais sobre Pisos e Pavimentos Intertravados de concreto... 6 1.4 Vantagens da pavimentação com pisos intertravados de concreto... 6 2 MÉRI-PRIM... 13 2.1 Cimento Portland... 13 2.2 gregados... 13 2.2.1 gregado miúdo... 13 14 2.2.2 gregado graúdo... 14 2.3 Água... 15 2.4 ditivos... 15 2.5 Pigmentos... 17 3 PROCESSO DE FBRICÇÃO... 17 3.1 Dosagem do concreto... 17 3.2 Mistura... 17 3.3 Moldagem... 17 3.4 Cura... 18 3.5 Estocagem... 21 4. CONROLE DE QULIDDE... 21 4.1 mostragem... 21 4.2 Dimensões... 21 4.3 Resistência à Compressão... 23 5. NORMS ÉCNICS E SELO DE QULIDDE... 25 6. PROJEO E DIMENCIONMENO DO PVIMENO... 26 6.1 Subleito... 26 6.2 Sub-base... 26 6.3 Base... 27 6.4 Camada de ssentamento... 27 6.5 Camada de Rolamento... 28 6.6 Camada de Rejuntamento... 29 6.7 Confinamento Lateral... 31 7. CONSRUÇÃO DO PVIMENO... 31 32 7.1 Subleito... 32 7.2 Sub-base e Base... 33 7.3 Cofinamentos Externos e Internos... 34 7.4 Camada de ssentamento... 35 7.5 Camada de Rolamento... 37 7.5.1 ssentamento das peças... 37 7.5.2 Compactação Inicial... 7.5.3 Rejuntamento, compactação final e limpeza...

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Sumário 8 USO E MNUENÇÃO... 39 41 9 FOOS DE OBRS... 45 REFERÊNCIS...

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto 1. INRODUÇÃO Introdução 1 Capítulo 1.1 Pré-fabricados busca pela racionalização dos processos construtivos, visando redução de custos e garantia da qualidade tem sido uma constante entre as empresas construtoras brasileiras. Nesse contexto, os fornecedores devem participar de forma ativa desta evolução, modernizando sua linha de produção, adicionando inovações e facilidades, contribuindo para a garantia da qualidade do produto final. Com essa visão que a Pré-fabricados, uma das maiores empresas de pré-fabricados de concreto do Brasil, ingressou no mercado de pisos intertravados de concreto, fornecendo um produto de alta qualidade, produzido em duas modernas plantas industriais. empresa coloca-se à disposição de Foto 01: Blocos e Pisos ( Fortaleza ) seus clientes, através de uma equipe técnica composta por engenheiros e técnicos especializados, para dar suporte desde a etapa de projeto, passando pela fabricação e execução do pavimento. 1.2 O Manual Foto 02: Blocos e Pisos ( Recife ) O Manual écnico dos Pisos Intertravados de Concreto da Blocos e Pisos foi desenvolvido como um guia técnico e prático para seus clientes. Este Manual está dividido em três partes.! primeira apresenta aspectos gerais sobre as matérias-primas, dosagem de concreto, fabricação, cura, estocagem e controle de qualidade dos pisos intertravados.! segunda trata das normas brasileiras e do selo de qualidade da ssociação Brasileira de Cimento Portland (BCP). 5

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Introdução! terceira parte aborda as fases de projeto, dimensionamento, construção, utilização e manutenção do pavimento com pisos intertravados de concreto. 1.3 Definição e Informações Gerais sobre Pisos e Pavimentos Intertravados de concreto Os pisos intertravados são pequenas peças de concreto produzidos industrialmente através de processos mecânicos, garantindo um baixo custo, uma qualidade controlada e um alto desempenho mecânico. Devidamente assentados e compactados formam uma pavimentação intertravada. Esse sistema de pavimentação é uma evolução dos antigos calçamentos feitos com paralelepípedo ou pedra tosca, contudo, esses dois últimos não são pisos intertravados, portanto, não possuem a mesma performance como pavimento. Definimos o intertravamento do piso como sendo a capacidade que a peça tem de resistir e transmitir às peças vizinhas os esforços oriundos do tráfego, sejam eles esforços verticais, horizontais ou de rotação e giração. O pavimento intertravado de concreto foi originado na Europa do pósguerra e somente na década de 70 foi introduzido no Brasil, onde até hoje é utilizado com grande sucesso. lém de apresentar inúmeras vantagens técnicas, possui um custo muito competitivo ou inferior quando comparado com outras alternativas como o pavimento flexível e rígido. Podemos ver a seguir alguns modelos de pisos: Foto 03: Modelos de pisos intertravados * 1.4 Vantagens da Pavimentação com Pisos Intertravado de Concreto pavimentação intertravada com peças de concreto apresenta algumas vantagens como mostrado a seguir: * Existem também outros modelos de pisos, podendo inclusive ser desenvolvido modelos específicos conforme o desejo do cliente. 6

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Introdução Vantagens no Processo de Fabricação! Fabricação industrializada em série através de processos mecânicos e automáticos, garantindo um baixo custo, uniformidade e uma qualidade elevada;! Consomem menos energia no processo de fabricação, principalmente se comparados aos pavimentos asfálticos. Vantagens no Processo Construtivo e Estocagem! Não exige equipamentos especiais nem uma mão-de-obra especializada, devido a enorme facilidade em seu assentamento;! s peças que compõem o pavimento chegam em paletes de madeira prontas para aplicação, sem necessidade do emprego de processos térmicos ou químicos, como no caso da pavimentação com asfalto, nem necessitam de concretagem no local como o pavimento rígido de concreto;! estocagem dos pisos pode ser feita por um longo período de tempo, inclusive quando expostos às intempéries. Foto 04: Estocagem Foto 05: ransporte e descarregamento Vantagens no Comportamento! Vida útil elevada, em média 25 anos, desde que possuam a resistência adequada, estejam colocados sobre uma base apropriada e as peças bem assentadas;! Elevada resistência à compressão, abrasão e agentes agressivos;! O pavimento pode ser liberado para o tráfego imediatamente após a limpeza final;! É um pavimento parcialmente permeável, proporcionando a drenagem das águas pluviais; 7

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Introdução! o contrário do que ocorre com outros tipos de pavimentação, com o decorrer do tempo, ele apresenta menor vibração e ruído, devido ao preenchimento gradual dos seus poros;! o invés de se degradarem com as intempéries, os blocos, por serem de concreto ganham resistência mecânica com o tempo; Foto 06: Pavimento com elevada resistência! São resistentes à ação de óleo e derramamento de combustíveis;! Superfície anti-derrapante, oferecendo uma melhor aderência e uma maior segurança até em pista molhada;! presenta uma deformação vertical inferior se comparado com o pavimento flexível;! presenta uma menor absorção da luz solar, provocando uma menor elevação da temperatura, comparado com pavimentos de cores escuras. Distância entre os pontos: 100 metros 14:30h 14:34h Foto 07: Pavimento intertravado Foto 08: Pavimento asfáltico Vantagens na Manutenção! Baixo custo de manutenção, pois em torno de 95% dos blocos podem ser reaproveitados a um custo baixíssimo;! Possibilitam reparos sem marcas visíveis. 8

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto IntroduÁ o Foto 09: Reaproveitamento das peças Foto 10: SinalizaÁ o horizontal Vantagens da Estética! Facilitam a incorporação da sinalização horizontal devido à fabricação de peças coloridas;! Podem ter ao mesmo tempo grande capacidade estrutural e valor paisagístico;! Variedade de cores, diversidade de formas e texturas, múltiplas disposições em planta, adaptando-se a quaisquer necessidades, obtendo-se os mais variados e agradáveis efeitos estéticos. Vantagens nos Custos! Possui uma maior reflexão da luz artificial, proporcionando uma representativa redução no consumo de energia. Foto 11: Iluminação no pavimento asfáltico Foto 12: Iluminação no pavimento intertravado 9

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Vantagens no Campo de plicação IntroduÁ o Fotos 13 e 14: Utilização em aeroportos e portos. Podem ser aplicados em diversos locais como:! Portos e aeroportos;! Calçadas, residências, praças, parques e jardins;! Áreas Industriais;! Estacionamentos, pátios de manobra e terminais de cargas;! Vias urbanas e estradas;! Oficinas;! erminais de transportes coletivos;! Condomínios;! Faixas de sinalização e demarcatórias; Fotos 15 e 16: Utilização em praáas e c ondomìnios. 10

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Introdução Fotos 17 e 18: Utilização em calçadões e residências 11

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto 2. MÉRI-PRIM PR FBRICÇÃO DO PISO DE CONCREO MatÈria prima 2 C ul apít o 2.1 Cimento Portland tualmente, no Brasil, existem diversos tipos de Cimento Portland, os quais diferem entre si, pela sua composição. Segundo a literatura, podemos citar a seguir os principais tipos de cimentos produzidos e oferecidos no mercado nacional, que são:! Cimento Portland Comum ( CP-I / CP-I-S );! Cimento Portland Composto ( CP-II-E / CP-II-Z / CP-II-F );! Cimento Portland de lto-forno ( CP-III );! Cimento Portland Pozolânico ( CP-IV );! Cimento Portland de lta Resistência Inicial ( CP-V-RI );! Cimento Portland Resistente aos Sulfatos ( RS );! Cimento Portland de lta Resistência Inicial Resistente a Sulfatos com dição de Sílica tiva;! Cimento Portland Branco;! Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação;! Cimento para Poços Petrolíferos. Blocos e Pisos adota na composição do concreto que é utilizado para fabricação dos pisos o Cimento Portland Composto com Fíler da classe 32, CPII-F 32, ou similar. Esse tipo de cimento é especificado, segundo a NBR- 11578. É importante salientar que devido à necessidade de outras colorações, pode-se utilizar o Cimento Portalnd Branco, contudo, as características mecânicas do piso têm que ser preservadas. 2.2 gregados 2.2.1 gregado miúdo reia fina natural, quartzosa, com grãos de diâmetro máximo igual ou inferior a 0,6 mm. s demais características obedecerão a NBR-7211. Foto 19: reia fina com diâmetro máximo de 0,6 mm 13

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto MatÈria prima reia média natural, quartzosa, proveniente de leito de rio, com grãos de diâmetro máximo igual ou inferior a 6,3 mm. s demais características obedecerão a NBR- 7211. Pó de pedra, proveniente da britagem de rochas sãs, com grãos de diâmetro máximo igual ou inferior a 6,3 mm. s demais características obedecerão a NBR- 7211. Foto 20: reia média com diâmetro máximo de 6,3 mm 2.2.2 gregado graúdo Foto 21: Pó de pedra com diâmetro máximo de 6,3mm Pedra britada, oriunda de rochas sãs duras e estáveis, possuindo um diâmetro máximo de 9,5 mm. forma do agregado deve ser, preferencialmente, do tipo cúbico ou esférico. s demais características deverão estar em conformidade com a norma NBR 7211. 2.3 Água Foto 22: Brita com diâmetro máximo de 9,5mm água utilizada no concreto para fabricação dos pisos é de fundamental importância estar livre de impurezas, para que a mesma não provoque reações indesejáveis no concreto, alterando, assim, o desempenho da peça. s demais características deverão estar em conformidade com a NM- 137. 14

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto MatÈria prima 2.4 ditivos Os aditivos para concreto melhoram a trabalhabilidade do mesmo, aumentando a velocidade do ciclo de produção, garantindo, assim, um menor custo operacional e uma reduá o no desgaste das formas. Os aditivos tambèm melhoram as propriedades do concreto fresco e endurecido, pois reduzem a quantidade de água na mistura (fator água/cimento), diminuindo a quebra das peças na fabricação e aumentando a resistência final da peça pronta, contribuindo, assim, para uma melhor qualidade do produto final. Como exemplo, podemos citar os incorporadores de ar, plastificantes e desmoldantes, como os aditivos mais usados nas modernas fábricas. Plastificantes que alterem o tempo de pega do cimento não devem ser utilizados. 2.5 Pigmentos Os pigmentos são produtos que adicionados no concreto os tornam coloridos. Esses pigmentos devem ser inorgânicos (base óxido), para que o bloco seja resistente à alcalinidade do cimento, aos raios solares e às intempéries. É importante o cuidado na dosagem do concreto, pois, sendo inorgânicos, alteram a trabalhabilidade do concreto, exigindo a adição de mais água na mistura, o que ocasiona a redução na resistência desse concreto. Podemos facilmente encontrar no mercado esses pigmentos à base de óxido, onde veremos a seguir na QUDRO 1. PIGMENOS INORGÂNICOS À BSE DE ÓXIDO COR DO CONCREO ESPECIFICÇÃO DO PIGMENO VERMELHO ÓXIDO DE FERRO VERMELHO (a-fe2o 3) PREO ÓXIDO DE FERRO PREO (Fe2O 4) MRELO ÓXIDO DE FERRO MRELO (a-feooh) MRROM VERDE ZUL Quadro 01 Pigmentos inorgânicos à base de óxido ÓXIDO DE FERRO MRROM (Mistura de a-fe2o 3, a-feooh e/ou Fe2O 4) ÓXIDO DE CROMO (Cr2O 3) ÓXIDO DE COBLO (Co(l, Cr) 2O 4) 15

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto 3. PROCESSO DE FBRICÇÃO DE PISOS INERRVDOS Processo de fabricação 3 Capítulo O processo de fabricação pode ser dividido em 5 etapas principais (FIGUR 1): 3.1 Dosagem do Concreto: os agregados, aglomerante, água e o aditivo são dosados em peso automaticamente em proporções previamente definidas, de acordo com o traço já definido pela equipe técnica e o laboratório, tendo em vista o produto a ser fabricado; 3.2 Mistura: toda a matéria-prima é transferida automaticamente para o misturador para ser homogeneizada e transformada em concreto; Foto 23 e 24: Vista interna do misturador de eixo horizontal e Homogeneização do concreto 3.3 Moldagem: é a etapa de vibro-prensagem do produto. Do misturador, o concreto segue para alimentação da máquina, onde ocorrerá a prensagem e a vibração, que devem ser realizadas com grande energia de compactação. pós esse processo, as peáas estão prontas para a cura. 3.4 CUR: após a moldagem, as peças seguem para as câmaras de cura totalmente estanques, ambientes com temperatura e umidade controladas. s peças devem permanecer nestas câmaras pelo tempo necessário para garantir a maior hidratação do cimento e conseqüentemente a qualidade final do produto. Dependendo do tempo de permaníncia na c mara e da temperatura 17

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Processo de fabricação externa, pode ser necess rio realizar uma cura acelerada para a qual È utilizado vapor de gua. Fotos 25: Processo de vibro-prensagem e moldagem das peças. 3.5 Estocagem: depois da retirada das peças das câmaras de cura, estas são dispostas em paletes de madeira e marcadas quanto ao lote de identificação. Em seguida, elas seguem para o estoque onde ficarão até serem transportadas para os clientes. Fotos 26: rmazenamento em câmara de cura 18

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto 1 Estocagem SILO DE ESOCGEM DE CIMENO Processo de fabricação 1 Estocagem SILO DE ESOCGEM DE GREGDOS BLNÇ 3 Mistura MISURDOR LIMENÇÃO DE GREGDOS CORRE I RNSPORDOR 2 Dosagem de agregados BLNÇ 4 Moldagem VIBRO-PRENS 5 Cura CÂMRS DE CUR 6 Paletização e Estocagem 2 Dosagem de agregados Fig. 01: Esquema de fabricação de pisos intertravado de concreto Esta é uma descrição resumida do processo produtivo de uma fábrica de pisos moderna. 19

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto 4. CONROLE DE QULIDDE Controle de qualidade 4 Capítulo O controle de qualidade na fabricação de pisos intertravados é de extrema importância, pois é com ele que garantimos a qualidade das peças. Segundo a NBR 9781 - PeÁas de concreto para pavimentaá o - EspecificaÁ o, pode-se verificar os seguintes parâmetros a serem seguidos para que se obtenha um produto de qualidade: 4.1 mostragem: 2 No mínimo 6 peças para cada lote de até 300m e uma peça adicional 2 para cada 50m suplementar, até perfazer o lote máximo de 32 peças. 4.2 Dimensões:! Comprimento Máximo de 400 mm, com variação máxima permitida de 3mm;! Largura Mínima de 100 mm, com variação máxima permitida de 3mm;! Espessura Mínima de 60 mm, com variação máxima permitida de 5mm. 4.3 Resistência à Compressão:! 35MPa: para pisos sujeitos ao tráfego de veículos comerciais de linha; Exemplo: carros, ônibus, caminhões, carretas e empilhadeiras de pequeno porte.! 50MPa: para pisos sujeitos ao tráfego de veículos que provoquem elevados esforços de abrasão. Exemplo: empilhadeiras e guindastes especiais. 21

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto 5. NORMS ÉCNICS E SELO DE QULIDDE Normas técnicas e selo de qualidade 5 Capítulo Fundada em 1940, a ssociaá o Brasileira de Normas Ècnicas (BN), é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada e sem fins lucrativos reconhecida como Fórum Nacional de Normalização ÚNICO através da Resolução n.º 07 do CONMERO, de 24.08.1992. Os pisos intertravados de concreto possuem propriedades e características técnicas definidas pelas normas da BN, segundo ela, as normas prescrevem o método de determinação da resistência à compressão, e fixa as condições exigíveis para aceitação das peças. BN dispõe de duas normas relacionadas com pisos de concreto para pavimentação intertravada: NBR 9780- PEÁS DE CONCREO PR PVIMENÁ O: DEERMINÁ O D RESISÍNCI COMPRESS O - MÈODO DE ENSIO NBR 9781- PEÁS DE CONCREO PR PVIMENÁ O: ESPECIFICÁ O Hoje, o mercado de pisos intertravados conta com o Selo de Qualidade da ssociaá o Brasileira de Cimento Portland (BCP). Essa entidade integra o Conselho Empresarial Mundial de Desenvolvimento Sustentável, formado por 10 maiores grupos de cimento mundiais. Este selo de qualidade é concedido ao produto das empresas que garantem a adequação dos mesmos (peças de concreto para pavimentação) às normas técnicas brasileiras elaboradas pela BN. Por isso os pisos intertravados com Selo 23

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto de Qualidade da BCP apresentam dimensões regulares, boa aparência, maior durabilidade e resistência, atestando sua qualidade para os mais variados fins. lém disso, como a qualificaá o é reavaliada a cada seis meses, os processos de melhoria do produto são constantes. Normas técnicas e selo de qualidade 24

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto 6. PROJEO E DIMENSIONMENO DE PVIMENO Projeto e dimensionamento de pavimento 6 Capítulo O pavimento intertravado de concreto tem inúmeras vantagens em relação aos demais tipos de pavimentação. Contudo, a camada de rolamento composta por peças de concreto não atua sozinha, por isso, é de fundamental importância dimensionar corretamente as camadas que suportarão as cargas provenientes do tráfego, para se obter um pavimento adequado ao uso final. Para se dimensionar um pavimento são necessários alguns dados de projeto, tais como:! Índice de Suporte Califórnia (CBR): determina a capacidade de suporte do solo;! Cargas: tipo de carga que atuará no pavimento (móvel ou estática), a magnitude ou quantidade, a freqüência e a configuração;! Período de Projeto a ser adotado (anos). Com base nesses dados, emprega-se um dos métodos citados abaixo para o dimensionamento:! PC - Portland Cement ssociation (EU), empregado para tráfego de veículos de linha e especiais;! CC - Concrete and Cement ssociation (Inglaterra), empregado para tráfego de veículos de linha;! CC - Concrete and Cement ssociation (Inglaterra), empregado para tráfego de veículos de linha;! ICPI - Interiock Concrete Pavement Institute (EU), empregado para tráfego de veículos de linha. No dimensionamento ficam determinados as espessuras e os materiais a serem utilizados nas camadas de subleito, sub-base e base do pavimento. Determina-se também a espessura da peça de concreto a ser usada na camada de rolamento. Consequentemente, a seção típica do pavimento fica definida, conforme exemplo a seguir: 25

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Projeto e dimensionamento de pavimento Figura 2-Seção ransversal ípica da Estrutura Final do Pavimento Intertravado 6.1 Subleito: compreende a espessura final de terraplenagem ou solo natural sobre a qual será executado o pavimento. Ela deverá suportar as cargas das camadas posteriores, estar limpa, regularizada e compactada na cota de projeto, antes da execução da sub-base. s áreas de solo instável, (borrachudos), são inadequados, devendo ser corrigidos com utilização de materiais estáveis e, eventualmente, execução de drenagem. O CBR do material, na energia normal de compactação, é um parâmetro fundamental para que possamos avaliar a capacidade de suporte do subleito; 6.2 Sub-base: é a primeira camada do pavimento, dependendo do projeto, esta camada poderá ser dispensável. cota final dessa camada não deve variar mais do que 2,0cm em relação ao que foi especificado no projeto. Os tipos mais comuns são as granulares, solo escolhido ou solo brita, por exemplo, ou tratadas, tais como o solo melhorado com cimento. Para as granulares, o CBR mínimo deve ser de 20% e para tratadas, o CBR mínimo deve ser de 30%. 6.3 Base: quando necessária, a base pode ser construída de material granular, sem aderência ou material estabilizado com cimento. sua espessura mínima é de 10 cm. Essa camada deve apresentar um perfil semelhante ao da superfície final do pavimento, não devendo ter variações superiores a 2,0cm, em relação às cotas de projeto e prevendo inclinações de 2% a 3% no pavimento, para que se permita a drenagem de águas pluviais; 26

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Projeto e dimensionamento de pavimento 6.4 Camada de ssentamento: constitui uma camada de areia com espessura entre 3,0 a 5,0cm, que deve estar perfeitamente nivelada e não compactada, levando em considerações as inclinações quando o projeto assim determinar. Recomenda-se a utilização de uma areia limpa, sem finos plásticos, material orgânico ou argila. Sua granulometria é sugerida a seguir: 3/8 in 9,5 mm Nº 4 4,75 mm Nº 8 2,38 mm Nº 16 1,18 mm Nº 30 0,60 mm Nº 50 0,30 mm Nº 100 0,15 mm Nº 200 0,075 mm abela 01 - Granulometria sugerida para areia de assentamento 6.5 Camada de Rolamento: composta por piso intertravado de concreto com espessura definida, de acordo com o tipo de tráfego que será empregado. Essa camada é responsável pela solicitação direta das cargas verticais do tráfego, distribuindo, assim, com maior ou menor intensidade as cargas horizontais (efeito do intertravamento), devendo transferir o mínimo possível de carga vertical para as camadas subjacentes. Devem ser considerados também os esforços de torção que o tráfego exerce sobre o pavimento. Podemos ver a seguir fotos que ilustram os esforços que atuam no pavimento e cargas verticais exercidas por uma empilhadeira de, aproximadamente, 6,5ton. Este esforço está distribuído horizontalmente no piso que, pelo efeito de intertravamento, suporta muito bem. Note que sob o piso foram removidas as camadas de assentamento e de base: ipo de ráfego ráfego leve (automóveis) ráfego comercial (ônibus, caminhões, automóveis, etc) ráfego pesado (portos, aeroportos, etc) abela 2-ipo de ráfego x Espessura do Piso 27

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Projeto e dimensionamento de pavimento Foto 27 : Esforços verticais, horizontais e de torção que podem atuar no pavimento. Fotos 28: Carga vertical distribuída horizontalmente no piso. Fotos 29: Carga vertical distribuída horizontalmente no piso. 6.6 Camada de Rejuntamento: garante o funcionamento mecânico do pavimento, influenciando o intertravamento e reduzindo a percolação de água entre as peças. Devem ser utilizados uma areia fina ou pó de pedra, desde que os mesmos estejam limpos e secos. granulometria sugerida segue conforme BEL 3 a seguir: Nº 16 1,18 mm Nº 200 0,075 mm abela 3-Granulometria Sugerida para reia de Rejuntamento 28

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto 6.7 ContenÁ o Lateral: é composta de elementos de contenção como os meios-fios (ou guias). É indispensável, pois garante o confinamento das peças, evitando que o tráfego solte e separe as peças entre si, perdendo a condição de intertravamento. O travamento lateral n o garante o alinhamento. Projeto e dimensionamento de pavimento 29

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto 7. CONSRUÇÃO DO PVIMENO Construção do pavimento 7 Capítulo s etapas de construção dos Pavimentos Intertravados obedecem à seguinte ordem: subleito, sub-base, base, confinamentos externo e interno, camada de assentamento e camada de revestimento. seguir, podemos ver uma ilustração esquematizada do processo construtivo: Figura 3-Procedimento Construtivo do Pavimento seguir serão descritos os aspectos construtivos e algumas especificações para o controle da execução do pavimento: 7.1 Subleito inspeção da área é o primeiro passo para a construção do pavimento. O subleito poderá ser constituído pelo terreno natural ou ser formado por um pavimento já existente, ficando o pavimento em ambos os casos na cota determinada pelo projeto. execução do subleito deve ser iniciada com a topografia que determinará a necessidade de se executar cortes ou aterros, além de indicar as inclinaáıes que serão adotadas. Em seguida, deverão ser retirados os objetos estranhos à construção da via, exceto pavimentos antigos que sejam utilizados como fundação do novo. Deve-se retirar toda camada superficial vegetal e o material de natureza orgânica. Verifica-se também, se a área permanece úmida ou se há risco de alagamento no período de inverno. Em locais com essas características pode ser necessário construir camadas de drenagem que 31

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Construção do pavimento permitam o escoamento da água. 7.2 Sub-base e Base Uma vez executado o subleito, construímos as camadas de sub-base (se especificada no projeto) e a base. O tipo de material que irá constituí-las deverá ser indicado pelo projetista, para que após a compactação final, a respectiva camada atinja a capacidade de suporte (CBR) desejada. espessura da sub-camada que constitui a sub-base e a base é determinada em função do material que compõe cada camada e do equipamento que deverá compactá-la. nova sub-camada só deverá ser executada quando a anterior estiver completamente compactada, atingindo o índice de suporte desejado. Fotos 30 e 31-Construção da Camada de Sub-base e Base 7.3 Confinamentos Externo e Interno Os confinamentos externos (passeio, sarjeta ou contenção lateral) e internos (bocas-de-lobo, jardineiras, poços de visita etc.) devem ser construídos antes do espalhamento do colchão de areia de assentamento do pavimento. Eles devem ser todos alinhados e nivelados, e, no caso da contenção lateral (meio-fio de concreto), fixado na camada de base. Deve-se fazer o controle de cotas, durante a execução, de modo que, após o assentamento das peças, esses componentes atendam às cotas determinadas no projeto. 32

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Construção do pavimento Fotos 32 e 33-linhamento e Nivelamento do Meio-Fio Foto 34-Exemplo de Confinamento Externo e Interno 7.4 Camada de ssentamento camada de assentamento só deverá ser executada quando estiverem prontas as camadas subjacentes, os sistemas de drenagem, instalações elétricas e de lógica, instalações hidráulicas e sanitárias e os confinamentos externos e internos. camada de areia deve ser espalhada e rasada em um movimento único de uma régua. Nunca no sentido de vai-vem. É importante se controlar as cotas das guias que garantem a espessura uniforme da camada (em torno de 3cm a 5cm) e o espaço para as peças até a cota final do pavimento. areia deve ser média ou grossa, limpa e com a umidade natural. 33

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto pós o nivelamento da camada, a área deve ser isolada para evitar qualquer irregularidade do colchão causada por qualquer tipo de tráfego, pois caso isso ocorra, poderá refletir na camada de rolamento final. Não é recomendável nivelar grandes extensões de areia a frente da linha de assentamento das peças, pois com isso minimizamos os riscos de variações na camada. lém de se evitar perder o trabalho, no caso de uma forte chuva. Construção do pavimento Foto 35-Nivelamento da Camada de ssentamento Foto 36-Controle das Cotas 7.5 Camada de Revestimento O piso intertravado, quanto ao tipo e a forma de assentamento, admite diversos arranjos, como podemos ver a seguir: Foto 37-Espinha de Peixe 90º Foto 38-Espinha de Peixe 45º Foto 39-rama 34

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Construção do pavimento Foto 40-Fileira Foto-41-Formas rquitetônicas pós a escolha do tipo e formato do piso que deve ser assentado e a camada de assentamento pronta, o próximo passo é a colocação das peças que formarão a camada de rolamento. Convém salientar que quando houver tráfego de veículo no pavimento, não devem existir juntas contínuas que fiquem paralelas ao sentido do tráfego. Estudos revelam que no caso do piso retangular, o arranjo espinhade-peixe pode proporcionar um melhor desempenho do pavimento, pois com ele ocorrem menores deformações plásticas, sendo os mais aconselháveis quando houver tráfego de veículos ou cargas pesadas. 7.5.1 ssentamento das peças etapa de assentamento das peças é considerada a mais importante da construção do pavimento, pois ela é fundamental para a qualidade final do mesmo. equipe mínima de trabalho deverá ser constituída por três operários: um assentador, um auxiliar para transportar e outro para abastecer o assentador com as peças, trabalhando sempre com proteção adequada e no esquema de rodízio para não sobrecarregar a capacidade física do assentador. Os operários devem trabalhar sempre sobre o piso já assentado, por onde será feito também o abastecimento das peças. Foto 42-ssentamento do Piso 35

Manual écnico de Piso Intertravado de Concreto Construção do pavimento o iniciar a colocação das peças, deve-se ter o cuidado com o ângulo correto, e sempre iniciar por pontos de referíncias, onde os apoios são bem definidos, como por exemplo, o meio-fio. s peças devem ser posicionadas firmemente, lado a lado, encaixando-se com cuidado, não afetando o colchão de areia. Se ocorrer o surgimento de fendas, as peças devem ser batidas com martelo de borracha, tendo sempre em vista um melhor ajuste. s juntas entre as peças devem variar de 2 a 3 mm. É importante manter sob controle o posicionamento e o alinhamento das peças, utilizando-se, para isso, linhas longitudinais e transversais fixadas e esticadas a cada 5 m. Os ângulos retos devem ser conferidos através do triângulo retângulo ou gabaritos de madeira. Foto 43-linhamento das Peças Foto 44-Guilhotina Hidráulica Foto 45-Serra Circular 36