Sandra Regina Bertocini (1); Victor Rondon Pereira França (2); Henrique Lopes Siqueira (3) Guilherme Azuaga Fleitas (4).



Documentos relacionados
CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL: AVALIAÇÃO DO EFEITO

DOSAGEM DE CONCRETO AUTO- ADENSÁVEL PARA APLICAÇÃO EM PAREDES DE CONCRETO MOLDADAS NA OBRA

DOSAGEM DE CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL PELO MÉTODO DE TU- TIKIAN E DAL MOLIN

ESTUDO DE CASO TRAÇOS DE CONCRETO PARA USO EM ESTRUTURAS PRÉ- MOLDADAS CASE STUDY - TRACES OF CONCRETE FOR USE IN PREMOULDED STRUCTURES

Definição. laje. pilar. viga

Estudo do Mecanismo de Transporte de Fluidos de Concretos Auto-Adensáveis. -Mendes,M.V.A.S.; Castro, A.; Cascudo, O.

Influence of coarse aggregate shape factoc on concrete compressive strength

Faculdade de Tecnologia e Ciências Curso de Engenharia Civil Materiais de Construção Civil II. Dosagem de concreto. Prof.ª: Rebeca Bastos Silva

CONCRETO SUSTENTÁVEL: SUBSTITUIÇÃO DA AREIA NATURAL POR PÓ DE BRITA PARA CONFECÇÃO DE CONCRETO SIMPLES

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO USO DE AREIA DE BRITAGEM EM CONCRETOS DE CIMENTO PORTLAND NA REGIÃO DE CHAPECÓ - SC

MÓDULO 2 PROPRIEDADES E DOSAGEM DO CONCRETO

CONSUMO DE CIMENTO EM CONCRETOS DE CIMENTO PORTLAND: A INFLUÊNCIA DA MASSA ESPECÍFICA DOS AGREGADOS

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II TECNOLOGIA DA ARGAMASSA E DO CONCRETO

Construções Rurais I IT 462 T 01 T 02 Materiais e Técnicas de Construções IT 461 T 01. Edmundo Rodrigues DOSAGEM DO CONCRETO

Universidade Federal de Itajubá Instituto de Recursos Naturais DOSAGEM DO CONCRETO EHD 804 MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO. Profa.

ESTUDO DE CARACTERÍSTICA FÍSICA E MECÂNICA DO CONCRETO PELO EFEITO DE VÁRIOS TIPOS DE CURA

MÉTODO DE DOSAGEM EPUSP/IPT

TRAÇOS DE CONCRETO PARA OBRAS DE PEQUENO PORTE

Ficha Técnica de Produto

21/08/2012. Disciplina: Materiais de Construção II DOSAGEM

VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UM CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND DO TIPO CPII-Z-32 PREPARADO COM ADIÇÃO DE UM RESÍDUO CERÂMICO

Fundamentos básicos do método

Reduzido consumo de cimento na produção de concreto de elevada resistência

ESTUDO DE DOSAGEM DE CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO COM AREIA ARTIFICIAL DE GRANITO

A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO

CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO COM AREIA ARTIFICIAL

UFBA-ESCOLA POLITÉCNICA-DCTM DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS SETOR DE MATERIAIS ROTEIRO DE AULAS

CURSO DE AQUITETURA E URBANISMO

Goiânia GO. Daniel da Silva ANDRADE Danillo de Almeida e SILVA André Luiz Bortolacci GAYER

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS SETOR DE MATERIAIS

Utilização de microesferas de aço nos concretos estruturais


SESSION 3: Mix Design

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II TECNOLOGIA DA ARGAMASSA E DO CONCRETO

DOSAGEM E CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO

Tecnologia da Construção I CRÉDITOS: 4 (T2-P2)

Avanços e Inovações na Normalização Técnica de Concreto. Enga. Inês Laranjeira da Silva Battagin Superintendente do ABNT/CB-18

3. Programa Experimental

CONSTRUÇÕES RURAIS: MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO. Vandoir Holtz 1

CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO MCC2001 AULA 6 (parte 1)

Conteúdo Programático

PRODUÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO E PAVERS UTILIZANDO AGREGADOS RECICLADOS RESUMO

Propriedades do Concreto

Propriedades do Concreto

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO ATRAVÉS DA VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DA ONDA ULTRA-SÔNICA

ABNT NBR :2015 Concreto de cimento Portland Preparo, controle, recebimento e aceitação Procedimento

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS SETOR DE MATERIAIS

Dosagem de Concreto INTRODUÇÃO OBJETIVO. Materiais Naturais e Artificiais

TÉCNICA CONSULTORIA A IMPORTÂNCIA DA COMBINAÇÃO GRANULOMÉTRICA PARA BLOCOS DE CONCRETO 2. CONCRETO SECO X CONCRETO PLÁSTICO. Paula Ikematsu (1)

SOLIDIFICAÇÃO/ESTABILIZAÇÃO DE LODO GALVÂNICO EM BLOCOS DE CONCRETO PARA PAVIMENTAÇÃO (PAVERS)


CIMENTO. 1.5 Tipos de Cimento Portland produzidos no Brasil. - Cimento Branco. - Cimentos resistentes a sulfato

Estudo da Viabilidade Técnica e Econômica do Calcário Britado na Substituição Parcial do Agregado Miúdo para Produção de Argamassas de Cimento

PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO

Curso (s) : Engenharia Civil - Joinville Nome do projeto: Estudo Comparativo da Granulometria do Agregado Miúdo para Uso em Argamassas de Revestimento

Concreto: O que utilizar nas diversas Tipologias?

Concreto de Cimento Portland

ESTUDO DAS PROPRIEDADES DOS CONCRETOS UTILIZANDO CINZA PESADA COMO PARTE DA AREIA

A Durabilidade das Estruturas de Concreto e o Cimento Egydio Hervé Neto 1

Aquário do Pantanal Campo Grande -MS. Concreto autoadensável x concreto convencional. Sandra Regina Bertocini

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA ORDEM DE MISTURA DE AGREGADO GRAÚDO RECICLADO DE CONCRETO (AGRC) NO DESEMPENHO MECÂNICO DE CONCRETO.

Barragem em Concreto Produzida com Agregado Brita Corrida: PCH SANTA FÉ MG

O fluxograma da Figura 4 apresenta, de forma resumida, a metodologia adotada no desenvolvimento neste trabalho.

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Engenharia Civil. Professora: Mayara Moraes

Concreto Definições. Concreto Durabilidade. Concreto Definições. Concreto Definições. Produção do concreto ANGELO JUST.

Review: métodos experimentais de dosagem de concreto autoadensável (CAA) desenvolvidos no Brasil

Dosagem dos Concretos de Cimento Portland

TECNOLOGIA DE DOSAGEM DE CONCRETO

UTILIZAÇÃO DE CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL EM ESTRUTURAS DE EDIFÍCIOS COM CUSTOS INFERIORES AO CONCRETO CONVENCIONAL

CARACTERIZAÇÃO DO ENTULHO VISANDO A SUA UTILIZAÇÃO COMO AGREGADO GRAÚDO PARA CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND

Departamento de Engenharia Civil, Materiais de Construção I 3º Ano 1º Relatório INDÍCE

5. Limitações: A argamassa Matrix Assentamento Estrutural não deve ser utilizada para assentamento de blocos silicocalcário;

Palavras-chave: Capeamento; Concreto; Compressão Axial.

Materiais e Processos Construtivos. Materiais e Processos Construtivos. Concreto. Frank Cabral de Freitas Amaral 1º º Ten.-Eng.º.

Planejamento experimental

Informativo técnico SIO2

Other Company Logo. W. R. Grace & Co. Novas Tecnologias em Aditivos para concretos com classe de consistência S100 e S160.

COMPORTAMENTO DE BLOCOS DE CONCRETO PRODUZIDOS COM ESCÓRIA DE ACIARIA PARA ALVENARIAS

PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO

PROVA DE ENGENHARIA CIVIL. Para uma viga bi-apoiada, com carga concentrada, se desprezarmos o efeito do peso próprio, é CORRETO afirmar:

3 Programa Experimental

Materiais de Construção AGREGADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

FICHA TÉCNICA - MASSA LEVE -

O que é durabilidade?

FABRICAÇÃO DE POSTES DE CONCRETO ARMADO COM TIRAS DE BAMBU

CONCRETO PROJETADO PARA RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS ANÁLISE DAS RESISTÊNCIAS À COMPRESSÃO E ADERÊNCIA À TRAÇÃO

Viabilidade econômica do concreto auto-adensável na construção

ANÁLISE DO DIAGRAMA DE DOSAGEM DE CONCRETO OBTIDO ATRAVÉS DOS CORPOS-DE-PROVA MOLDADOS EM OBRA

BLOCOS, ARGAMASSAS E IMPORTÂNCIA DOS BLOCOS CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO. Prof. Dr. Luiz Sérgio Franco 1

ADITIVOS. Reforçar ou introduzir certas características. Em pequenas quantidades (< 5%). Pode ou não ser lançado diretamente na betoneira

Concretos celulares espumosos de alto desempenho Avaliação do comportamento de durabilidade

CONTROLE TECNOLÓGICO DE PAVIMENTOS DE CONCRETO

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental III AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE VIDRO COMINUIDO COMO MATERIAL AGREGADO AO CONCRETO

Caracterização reológica e mecânica de concretos leves autoadensáveis

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 2. Apoio às aulas práticas

5 Resultados e Discussões

DESENVOLVIMENTO DE COMPOSIÇÃO DE CONCRETO PERMEÁVEL COM AGREGADOS ORIUNDOS DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO DE CAMPINAS

Novas Tecnologias em Cimentos para Construção e Reparos de Pisos Industriais

IMPORTÂNCIA DA CURA NO DESEMPENHO DAS ARGAMASSAS IMPORTÂNCIA DA CURA NO DESEMPENHO DAS ARGAMASSAS

Granulometria. Marcio Varela

Transcrição:

Resumo Estudo de caso: Adequação de traço de CAA com uso de areia de britagem na indústria de pré-fabricado. Study of case: adequacy of self compacting concrete (SCC) trait using sand from the gsravel in the precast industry. Sandra Regina Bertocini (1); Victor Rondon Pereira França (2); Henrique Lopes Siqueira (3) Guilherme Azuaga Fleitas (4). (1) Mestra, UFMS. sandra.bertocini@ufms.br (2) Acadêmico do curso de Engenharia Civil, UFMS. victor23rondon@hotmail.com (3) Acadêmico do curso de Engenharia Civil, UFMS. henrique217@hotmail.com (4) Acadêmico do curso de Engenharia Civil, UFMS. guilherme.fleitas@gmail.com O concreto auto adensável (CAA) é uma tecnologia desafiadora para a produção de pré-fabricados cuja utilização, apesar de estar aumentando consideradamente, ainda é pequena. Um dos motivos para sua pouca aplicação é a falta de conhecimento técnico sobre o assunto entre os tecnologistas do concreto. Neste trabalho, foi proposta uma adequação de traço de CAA para aplicação em peças de difícil execução da indústria de pré-fabricado, com um bebedouro para gados. Para esta adequação, foi utilizada areia de britagem basáltica produzida pelo Barmac, sendo uma das grandes opções do mercado devido a sua distribuição granulométrica e forma dos grãos, além de ser ambientalmente correta em relação ao uso da areia natural. Para comprovar a eficiência foram realizados vários traços de CAA com o uso de areia de britagem, verificando a resistência à compressão, a trabalhabilidade e o custo. A comprovação do traço CAA foi eficiente para a peça estudada. Palavras-chave: CAA, areia de britagem, pré-fabricado. Abstract The self-compacting concrete (SCC) is a technology challenging to use in precast, in spite of its use has been growing up, still it is short. One of the reasons is the lack of knowledge of the worker in concrete technology. This study was proposed an adequacy of the selfcompacting concrete stroke in the precast industry to use in great difficult executions pieces. In this case was used in drinkers for livestock. To this adequacy was used sand from the basaltic gravel produced by Barmac, which is one of the great options of the market because its grain size distribution and the form of the grains, and it is more environmentally correct than natural sand. To prove the efficiency were performed many self-compacting concrete stroke using sand from basaltic gravel, verifying resistance to pressure, consistency and cost. The proof of the self compacting concrete stroke was efficient in pieces studied. Keywords: self compacting concrete, sand from gravel, precast. 1

1. Introdução Segundo a ABNT NBR 9062:2006, elementos pré-fabricados são aqueles produzidos em indústrias especializadas com instalações destinadas para essa função. A mão de obra deve ser qualificada, os materiais devem passar por uma caracterização de suas propriedades, o concreto deve ser desenvolvido de maneira experimental e os produtos precisam obedecer a um controle de qualidade. A utilização de pré-fabricados, de maneira geral, possibilita a execução de construções em menores prazos, tendo em vista uma maior velocidade de produção, e garante um retorno rápido do investimento. Esse tipo de sistema construtivo requer um modelo elaborado de produção, eliminando totalmente a imprevisibilidade. O uso de concreto auto adensável tem contribuído para aumentar o nível de industrialização, eliminado alguns problemas decorrentes do processo convencional de concretagem, consequentemente da ineficiência da vibração mecânica, dessa forma é possível minimizar o re-trabalho. De acordo com Tutikian e Dal Molin (2008), não se pode evidenciar somente o estudo do concreto convencional (CCV), pois o mercado requer um concreto com características especiais para a produção de elementos arquitetônicos. O concreto auto adensável (CAA) é uma tecnologia com grande potencial possuindo muitas vantagens em relação ao concreto convencional, entre elas: acelera a construção, reduz o gasto com a mão de obra, melhora o acabamento do produto, não utiliza vibração eliminando ruídos. O CAA exige uma mistura com alta fluidez, viscosidade satisfatória e coesão. Essas propriedades devem garantir um fluxo contínuo e uniforme do concreto de forma a preencher todos os vazios na concretagem e não apresentando segregação, desenvolvendo habilidades passantes sem a utilização de vibração (GOMES & BARROS, 2009). A ABNT NBR 15823-1:2010 destaca o controle do concreto auto adensável na indústria de pré-moldados, que deve ser classificado de acordo com as normas ABNT NBR 15823-2 :2010, ABNT NBR 15823-3 :2010, ABNT NBR 15823-4 :2010 e ABNT NBR 15823-5 :2010, deste modo determinando suas propriedades reológicas. A frequência de ensaios para verificar a qualidade do CAA utilizado na indústria depende do tipo de elemento produzido, no caso de um elemento estrutural, por exemplo, os ensaios devem ser realizados uma vez ao dia por traço de CAA produzido. Este trabalho foi desenvolvido em uma empresa de pré-fabricados e tem como objeto o desenvolvimento de um bebedouro para gado utilizando o CAA com o intuito de superar as dificuldades ocasionadas pela grande quantidade de aço aplicada no elemento em questão. No traço do CAA estão presentes: escória de alto-forno, cimento CP V-ARI, areia natural, areia de britagem basáltica, pedrisco, água e aditivo superplastificante. Figura 1 - Bebedouro para gado: Modelo virtual exemplificando o uso do elemento 2

2 Metodologia 2.1 Seleção dos materiais Para a escolha dos materiais utilizados no traço de concreto analisou-se, primeiramente, a disponibilidade dos materiais utilizados na região de Campo Grande MS, também o tempo de execução necessário para produção dos elementos em questão e o fator de empacotamento dos materiais. O cimento empregado foi o CP V-ARI, tendo em vista que, por se tratar de uma empresa de pré-moldados, há a necessidade de uma alta resistência inicial nos elementos produzidos a fim de acelerar o processo de produção. Não foi realizado ensaio do cimento CP V ARI. Foi utilizado no traço de CAA 15% de escoria de alto forno encontrado na cidade de Ribas do Rio Pardo próximo de Campo Grande-MS, este material foi escolhido por estar estrategicamente bem localizado evitando custos adicionais. Para os estudos da dosagem do CAA foi utilizado à metodologia de IPT/USP e de Tutikian. Os agregados utilizados foram: areia natural de cava, areia de britagem basáltica e pedrisco. O pedrisco foi utilizado no estudo porque as paredes do bebedouro tem uma espessura de 5cm tornando muito difícil a concretagem. Foi realizado ensaio de caracterização de todos os agregados. Para as misturas das areias natural e de britagem foi realizado ensaio de massa unitária no estado compactado de acordo com a norma ABNT NBR NM 45:2006. Foram realizadas varias proporções de 20%, 30% e 40%. Quando realizamos as misturas de concreto com estas percentagens verificamos que a melhor mistura foi de 40%, quanto aspecto e resistência. Aplicou-se aditivo superplastificante, sendo este um polímero policarboxílico, com a intenção de se obter uma alta fluidez na mistura sem aumentar o fator água/cimento. As características do produto foram fornecidas pelo fabricante. Foi utilizada a metodologia da melhor percentagem do dispersante utilizado no traço deste CAA a partir da metodologia de Tutikian (2008). Primeiramente no laboratório da UFMS produzimos o traço (T0) convencional que a empresa usa atualmente, como referência e mais três traços de acordo com a metodologia IPT/USP e de Tutikian, como os m=4,0; 5,0 e 6,0, e foi escolhido o traço T1 de m=5,0, com teor de argamassa de 54% que foi o que mais atendeu as exigências da empresa quanto à resistência a compressão, ralação água/cimento e consumo de cimento. Na empresa realizamos o primeiro traço (T1) e tivemos que fazer um ajuste, porque no laboratório os agregados foram utilizados secos e na fabrica eles estavam úmidos. O traço ajustado na fabrica foi chamado de TF (traço da fabrica). Para as misturas tanto no laboratório como na fabrica os traços (T0, T1 e TF) foram realizamos ensaios do concreto no estado fresco, determinação do espalhamento do cone de Abrams(slump-flow), determinação da habilidade passante método da caixa L e a viscosidade-método do funil V, foram moldados corpos de prova (CP s) de 10x20cm para realização de ensaio a resistência à compressão axial com idade de 21 horas; 48 horas; 7 e 28 dias, sendo que somente para o traço TF foram ensaiados 21 e 48 horas há pedido da empresa. 3

3. Resultados e Discussões 3.1 Adição Foi utilizada neste trabalho a adição de escoria de alto forno produzida em Ribas do Rio Pardo do estado de MS. Massa especifica de 2,82 g/cm 3 (fornecido pela empresa). O gráfico 1 apresenta o resultado granulometria da escoria de alto forno, verificamos que ela é mais fina que o cimento CPV ARI usado com comparação. Gráfico 1 Granulometria da escoria de alto forno Rebman, 2011 3.2 Agregados Para desenvolver o CAA foram realizados ensaios de caracterização completa dos agregados, observando-se as normas brasileiras vigentes (ABNT NBR NM 45:2006, ABNT NBR NM 52:2009, ABNT NBR NM 53:2009, NM 64:1996, NBR NM 46:2001, NBR NM 49:2001, NBR NM 248:2003). Destacam-se as propriedades na tabela1 e as curvas granulométricas dos agregados nos gráficos 2, 3 e 4. Determinações - segundo a NBR NM 248/2003 Abertura das Malhas (mm) 25 19 12,5 9,5 6,3 4,8 2,4 1,2 0,6 0 0 0,3 32 32 0,15 65 97 Dimensão Máxima Características (mm) 0,6 Módulo de Finura Gráfico 2 Curva granulométrica da A.N. (Areia Natural) Porcentagem Retida Média Individual (g) A.N. Acumulada A.N. 1,29 PORCENTAGEM RETIDA 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DA A.N. 0,1 1 10 100 ABERTURA DA MALHA Acumulada A.N. limite inferior zona ótima limite superior zona utilizavel limite inferior zona utilizavel limite superior zona ótima 4

O gráfico 2 mostra que a areia natural quartzosa de cava apresenta um limite muito inferior a norma ABNT NBR 7211:2009, sendo inferior ao limite inferior a zona utilizável. 25 19 12,5 9,5 6,3 0 0 4,8 2 2 2,4 27 29 1,2 29 58 0,6 16 74 0,3 9 83 0,15 7 90 Dimensão Máxima Características (mm) Módulo de Finura Gráfico 3 Curva granulométrica da A.B. (Areia de Britagem) Determinações - segundo a NBR NM 248/2003 Abertura Porcentagem Retida das Média Acumulada Malhas Individual A.B. (mm) (g) A.B. 4,8 3,36 PORCENTAGEM RETIDA 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DA A.B. 0,1 1 10 100 ABERTURA DA MALHA Acumulada A.B. limite inferior zona ótima limite superior zona utilizavel limite inferior zona utilizavel limite superior zona ótima O gráfico 3 mostra que a areia de britagem encontra-se ligeiramente superior ao limite superior da zona utilizável. Portanto, devido à característica das areias natural e de britagem foi necessário um mistura para garantir uma melhor distribuição granulométrica e diminuir o consumo de cimento. Gráfico 4 Curva granulométrica do pedrisco Determinações - segundo a NBR ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DO PEDRISCO NM 248/2003 Abertura das Malhas (mm) 25 19 12,5 0 0 9,5 4 4 6,3 79 83 4,8 14 97 2,4 1 98 1,2 98 0,6 98 0,3 98 0,15 98 Dimensão Máxima Características (mm) 9,5 Módulo de Finura Porcentagem Retida Média Individual Pedrisco Acumulada Pedrisco 5,9 PORCENTAGEM RETIDA 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 10 100 ABERTURA DA MALHA Acumulada Pedrisco limite inferior limite superior No gráfico 4 apresenta a distribuição granulométrica do pedrisco onde observamos que sua distribuição esta praticamente dentro dos limites de acordo com a norma ABNT NBR 7211:2009, a tabela 1 apresenta os resultados da caraterização dos agregados usado. 5

Tabela 1 Características dos agregados Agregado Massa Específica Massa Unitária (g/cm³) Dimensão Max. (mm) Módulo de Finura Material Pulverulento (g/cm³) Solto Compactado AN 2,65 1,47 1,79 0,6 1,29 3,1% Ab 2,83 1,64 2,02 4,8 3,36 8,1% Pe 2,85 1,59 1,71 9,5 5,91 4,5% Legenda: AN = Areia Natural, Ab = Areia de Britagem, Pe = Pedrisco. Os materiais: areia natural e pedrisco estão atendendo a ABNT NBR 7211:2009 devido à quantidade de materiais finos que passa através da peneira 75 µm por lavagem (material pulverulento) que deve ser no máximo de 5,0% concretos protegidos do desgaste superficial, sendo os valores são 3,1% e 4,5% respectivamente. Para a areia de britagem 4,5% de material pulverulento também esta de acordo com a norma, que pode ser no máximo de 12% para concretos protegidos do desgaste superficial. 3.3 Dispersante (Aditivo superplastificante) Para encontrar a melhor relação de aditivo utilizado no traço de concreto, foi utilizada a metodologia proposta por Tutikian (2008), onde o resultado é obtido empiricamente, fazendo a adição do dispersor até atingir a fluidez desejada, porém observando se não ocorre a segregação do concreto. Começando com 0,3% de dispersante e adicionando pouco a pouco até atingir a classe de espalhamento SF1, foi obtida em laboratório a relação de 0,8%. 3.4 Desenvolvimentos das dosagens 3.4.1 Dosagem no Laboratório Primeiramente foi realizado mistura do traço de concreto convencional (CCV) T0 fornecido pela indústria de pré-fabricados. A dosagem do traço de CAA utilizado foi obtida experimentalmente, realizando ensaios e estudos, levando em consideração as propriedades dos materiais utilizados. Deste modo desenvolvemos vários traços e chegamos a um dos que garantia as características exigidas pela empresa (T1). Destacam-se na tabela 2 as propriedades dos traços T1 e T2, as resistências à compressão apresentada na tabela 2 são os maiores valores destes na tabela 2. Tabela 2 Propriedades dos traços desenvolvidos slumpflow 500 Tensão (MPa) Traço a/c α m Slump t 7 dias 28 dias Traço Unitário 1 : 2,566 : 3,877 : 0,97% (C:AN:Pe:ad) T0 0,61 0,479 6,443 155 mm - - 28,00 31,07 Traço unitário - 0,85 : 0,15 : 1,344 : 0,896 : 2,76 : 0,8% ( C:Es:AN:Ab:Pe:ad) T1 0,527 0,54 5,0 43 mm 800 mm < 0,2 s 34,60 42,50 Legenda: C=Cimento, Es=Escória, NA=Areia Natural, Ab=Areia de Britagem, Pe= Pedrisco, ad=aditivo 6

A figura 2 apresenta o aspecto da mistura do traço T1 (CAA) produzido no laboratorio. Figura 2 Mistura T1 (CAA) no Laboratório 3.4.2 Dosagem na Fabrica Durante aplicação do concreto T1 na fábrica foram respeitadas todas as características obtidas no laboratório, cabendo citar que as condições de trabalho diferenciam-se, junto à isso temos que a proporção de concreto utilizado na fábrica foi muito maior e o misturador é planetário, sendo que no laboratório foi usada betoneira estacionária e a quantidade de cimento utilizado em laboratório foi muito menor. Já se esperava um ajuste no traço, como ocorreu. Não foi realizado o traço T0 na fabrica durante a aplicação do CAA, porque este foi usado somente como referencia, porém acompanhamos a produção do mesmo em outra data. O traço de CAA aplicado na fábrica sofreu ajuste, se este chamado de TF. Para garantir as propriedades desejadas se modificou somente a quantidade de aditivo, de 0,8% para 0,9%. Segue a tabela 3 onde comparamos as propriedades e resistências dos traços desenvolvidos, usando o maior valor de resistência à compressão dos CP s, em laboratório com o traço aplicado na empresa já com seu ajuste. Tabela 3 Propriedades do traço aplicado na fábrica Traço a/c α M Slump slumpflow t 500 Tensão (MPa) Traço unitário: 0,85 : 0,15 : 1,344 : 0,896 : 2,76 : 0,8% ( C:Es:AN:Ab:Pe:ad) 7 dias 28 dias T1 0,527 0,54 5,0 43 mm 800 mm < 0,2 s 34,60 42,50 Traço unitário: 0,85 : 0,15 : 1,344 : 0,896 : 2,76 : 0,9% ( C:Es:AN:Ab:Pe:ad) 21 hs 48 hs 28 dias TF 0,38 0,54 5,0 40 mm 786 mm < 0,2 s 14,25 27,93 53,08 Legenda: C=Cimento, Es=Escória, NA=Areia Natural, Ab=Areia de Britagem, Pe= Pedrisco, ad=aditivo 3.4.2.1 Ensaio slump-flow TF (Cone de Abrams) Atendendo às normas ABNT NBR 15823-4:2010, ABNT NBR 15823-5:2010 e ABNT NBR 15823-2:2010, realizamos os ensaios slump-flow, caixa L e funil V. Foi realizado o teste slump-flow do traço TF a fim de obter a classe de espalhamento do CAA, nota-se também na figura 3 que foi possível observar que a mistura se manteve coesa, resistente à segregação. 7

Tabela 4 Ensaio slump-flow Diâmetro 1 Diâmetro 2 Diâmetro 3 Média = (D1+D2+D3)/3 780 mm 780 mm 800 mm 786,66 mm Figura 3 Ensaio slump-flow 3.4.2.2 Ensaio Funil V e Caixa L TF Na tabela 5 apresenta os resultados dos ensaios de caixa L e funil V do traço TF realizado na fabrica de acordo com a ABNT NBR 15823-4:2010. Tabela 5 Ensaio Caixa L e Ensaio Funil V Ensaio: Caixa L Altura 1 (ensaio 1) 50 mm Altura 2 (ensaio 1) 120 mm H2/H1 2,4 Ensaio: Funil V T. Escoamento (ensaio 1) 3,40 s T. Escoamento (ensaio 2) 3,90 s Média 3,65 s Na figura 4 mostra os ensaios realizados com o traço TF de caixa L e funil, mostrando a eficiência da mistura. Figura 4 Ensaios Caixa L e Funil V A tabela 6 apresenta os parâmetros do concreto auto adensável após a realização dos ensaios da figura 4. Verificou que os resultados encontrados no traço TF esta de acordo com os parâmetros da norma de CAA (ABNT NBR 15823-2, ABNT NBR 15823-4 e ABNT NBR 15823-5). O traço TF atingiu a expectativas da empresa e na hora de executar, nos ensaios e nas resistências prevista pela empresa. 8

Tabela 6 Parâmetros do CAA do TF Ensaios Classes Parâmetros Método de ensaio Classe de Espalhamento SF3 760 a 850 mm ABNT NBR 15823-2 T500 Viscosidade VS1 2 s ABNT NBR 15823-2 Caixa L (H2/H1) PL2 0,80 com três barras de aço ABNT NBR 15823-4 Funil V VF1 < 9 s ABNT NBR 15823-5 3.4.2.3 Execução do Bebedouro na fabrica Para se verificar as diferenças existentes entre a aplicação do CAA versus CCV, concretou-se 2 Bebedouros, sendo um de cada tipo, conforme pode ser visto nas figuras 5 e 6. A figura 5 mostra a execução do bebedouro com o CCV, os operários estão sobre a peça para colocação do concreto e após a realização de adensamento através de mesa vibratória a peça é retirada e colocada no chão para aguardar ser retirada da forma. A empresa tem aproximadamente 5 formas iguais. Figura 5 Bebedouro de 3.720 litros sendo concretado com CCV sobre uma mesa vibratória Na figura 6 mostra a execução do bebedouro com o CAA com o traço (TF), o concreto sendo colocado na peça com a forma no chã e somente três operários para execução do serviço. Figura 6 Bebedouro de 3.720 litros sendo concretado com CAA sobre o chão Observou-se que na aplicação do CAA houve algumas vantagens, destacando-se: 1) Concretagem dos bebedouros sobre o chão, não havendo necessidade de mesa vibratória; 2) Eliminação de um grande ruído devido à mesa vibratória; 3) Melhor acabamento superficial com redução de estucagem do bebedouro; 4) Maior segurança dos colaboradores devido ao trabalho em altura; 5) Menor quantidade de trabalhadores envolvidos. 9

Na figura 7 observamos a diferença de acabamento dos dois concretos, concluindo que o CAA atribuir um acabamento muito melhor que o CCV. Figura 7 Diferença de acabamento entre bebedouro com CCV (à esquerda) e CAA (à direita) 4.2.2.4 Consumo do Traço de concreto Na tabela 7 apresenta os traços T0, T1 e TF as suas propriedades (relação agua/cimento, teor de argamassa, materiais secos, abatimento, slump-flow, tempo t 500, resistências e o seu consumo de cimento). Tabela 7 Consumo do Concreto e suas propriedades Traço a/c α m Slump slumpflow t 500 Consumo de cimento Traço Unitário - 1:2,566:3,877 (C:AN:Pe:0,97%) T0 0,61 0,479 6,443 155 mm - - 307,00kg/m 3 Traço unitário - 0,85 : 0,15 : 1,344 : 0,896 : 2,76 : 0,8%( C:Es:AN:Ab:Pe:ad) T1 0,55 0,54 5,0 43 mm 800 mm <0,2 s 378,29 kg/m 3 Traço unitário - 0,85 : 0,15 : 1,344 : 0,896 : 2,76 : 0,9%( C:Es:AN:Ab:Pe:ad) TF 0,38 0,54 5,0 40 786 <0,2 s 400,57kg/m 3 Legenda: C=Cimento, Es=Escória, NA=Areia Natural, Ab=Areia de Britagem, Pe= Pedrisco, ad=aditivo O gráfico 5 mostra os consumo de cimento pro metro cúbico dos três traços de concretos. Gráfico 5 Traço de Concreto x Consumo de Concreto Traço x Consumo Consumo 460 440 420 400 380 360 340 436,91 400,57 378,29 Traços de Concreto T 0 10

O gráfico 5 pode observar que o consumo de cimento por metros cúbicos do traço T0 se apresentou menor do que nos traços T1 e TF. O CAA T1 (laboratório) apresentou um consumo menor que do traço TF (fabrica), mas devido o ajuste deste traço tivemos um aumento de 22,28 kg/m 3 de cimento, a resistência do concreto TF se apresentou aproximadamente 25% maior que do traço T1. A proposta da empresa é de um concreto de 35MPa ao 28 dias de idade, poderemos agora ajustar o traço e chegar às resistências de projeto da empresa. O gráficos 6 apresenta as resistências à compressão dos traços utilizados. Gráfico 6 Traços de Concreto x Resistências à compressão Traço x Resistência Resistência à compressão 60 50 40 30 20 10 0 53,08 42,5 31,07 Traços de Concreto T0 T1 TF No gráfico 6 mostra as resistências obtidas aos 28 dias de idade, onde podemos observar que o T0 apresenta menor resistência à compressão em relação aos outros traços. O traço T1(laboratório) foi eficiente para o objetivo proposto. O traço TF apresentou resistência acima do que o projeto da fabrica estava desejando, mas agora poderemos realizar um ajuste para adequar a nova resistência. A empresa forneceu custo estimado dos materiais do concreto para CCV e CAA, mão de concretagem, acabamento. Na tabela 8 mostra os custos finais, aproximados, relacionados à com concreto auto adensável X Concreto convencional. Tabela 8 Custos relacionados à produção dos bebedouros. Mão-de-obra de Mão-de-obra de Custo Valor do material concretagem. acabamento Total Concretos concreto (R$) por tempo valor tempo valor Valor peça (min) (R$) (min) (R$) (R$) CAA 158,69 9 5,81 10 1,18 165,68 CCV 128,43 12 7,74 42 4,92 141,09 O custo total do CAA apresenta valor maior que o CCV, mas competitivo, principalmente quando poderemos ajustar o traço TF com menor consumo de cimento por metros cúbicos. 11

4. Conclusão Neste trabalho foi utilizada mistura de areia natural (60%) e de britagem (40%) para garantir uma melhor distribuição granulométrica e proteger as nossas jazidas de areia naturais. Os agregados utilizados neste trabalho estão de acordo com a norma ABNT NBR 7211:2009 referente a materiais pulverulentos. A utilização de 15% escoria de alto forno em substituição ao cimento garantindo um menor consumo de cimento por metro cubico de concreto e melhor durabilidade dos concretos preenchendo melhor os poros, além disso, este material é viável devido à produção em nosso estado. A porcentagem ideal do aditivo superplastificante no traço de CAA foi adotada como 0, 8%, para o T0 e para o T1 0,9%, concluindo que foi necessário um ajusto do traço do laboratório para o da empresa, tonado o traço mais resistente que o T1). O concreto auto adensável, quando comparado com o concreto convencional aplicado na empresa apresentou um maior consumo de cimento por metro cubico na ordem de 22kg, mas neste caso a empresa estava preocupada na execução devido as bicheiras produzidas e principalmente por ser um bebedouro que deve garantir sua estanqueidade. O CAA aplicado na indústria de pré-moldado ateneu todas as expectativas quanto à resistência à compressão, durabilidade e garantindo a estanqueidade da peça. Concluímos que o CAA apresenta valores maiores no custo de produção, mas como a resistência do concreto TF ficou acima dos valores estimados pela fabrica, deverá diminuir consideradamente o custo final. Percebe-se, também que a utilização do CAA é viável economicamente. Apesar de o custo do m 3 de CAA ser superior ao custo do concreto convencional, quando se soma os valores reduzidos na concretagem e no acabamento final do produto, tem-se que o custo é competitivo, diferença de R$ 24,59. Considerando que o CAA permite uma maior produtividade, uma melhoria acentuada do ambiente fabril, a produção de elementos estruturais de maior vida útil (desempenho), tem-se que a hipótese de aplicação do CAA em uma indústria de pré-fabricados é viável. Fato este evidenciado pela crescente utilização do CAA em Indústrias de pré-fabricados por todo País. 5. Referências TUTIKIAN, B.F., DAL MOLIN, D.C. (2008). Concreto auto-adensável. PINI. São Paulo - SP - Brasil. El Debs, M. K. (2000). Concreto Pré-Moldado: Fundamentos e Aplicações. EESC- USP. São Carlos SP Brasil. BASTOS, S. R. B. (2002). Uso da areia artificial britada em substituição parcial à areia fina para a produção de concretos convencionais. Dissertação de Mestrado Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis SC Brasil. ABNT NBR NM 45:2006: Agregados Determinação da massa unitária e do volume de vazios. NBR NM 49:2001: Agregado miúdo Determinação de impurezas orgânicas. ABNT NBR NM 53:2009: Agregado graúdo Determinação da massa específica, massa específica aparente e absorção de água. 12

NBR NM 248:2003: Agregados Determinação de composição granulométrica. NM 46:2001: Agregados Determinação do material fino que passa através da peneira 75 µm, por lavagem. ABNT NBR 7211:2009: Agregados para concreto Especificação. ABNT NBR NM 52:2009: Agregado miúdo Determinação da massa específica e massa específica aparente. NM 64:1996: Agregado graúdo Determinação de absorção de água. ABNT NBR 9062:2006: Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado. ABNT NBR 15823-1:2010: Concreto auto-adensável. Parte 1 Classificação, controle e aceitação no estado fresco. ABNT NBR 15823-2:2010: Concreto auto-adensável. Parte 2 Determinação do espalhamento e do tempo de escoamento Método do cone de Abrams. ABNT NBR 15823-3:2010: Concreto auto-adensável. Parte 3 Determinação da habilidade passante Método do anel J. ABNT NBR 15823-4:2010: Concreto auto-adensável. Parte 4 Determinação da habilidade passante Método da caixa L. ABNT NBR 15823-5:2010: Concreto auto-adensável. Parte 5 Determinação da viscosidade Método do funil V. ABNT NBR 15823-6:2010: Concreto auto-adensável. Parte 6 Determinação da resistência à segregação Método da coluna de segregação. 13