[APOSTILA AULA CANTO]



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APOSTILA Academia de Musica Voices Prof. Estela Vargas [] Está apostila contem todo conteúdo que iremos usar em aula, tanto na teórica quanto na prática.

2 Sumário 01 - Introdução do Canto...03 02 - Relaxamento...10 03 - Postura...11 04 - Aquecimento...12 05 - Respiração e Apoio...14 06 - Articulação Vocal...21 07 - Vocalizes...32 08 - Classificação Vocal...37 09 - Dinâmica...38 10 - Como estudar em casa...40

3 01 - INTRODUÇÃO AO CANTO APARELHO FONADOR Como funciona o aparelho fonador? Graças às cordas vocais, podemos falar, cantar, chorar e dar aqueles berros em momentos de fúria. Se tomarmos como base a dimensão pequena do nosso sistema vocal, jamais poderíamos mensurar a enorme potência que tem. Ele é formado apenas pela laringe e seus componentes, entre eles as cordas (PREGAS) vocais, faringe e cavidades oral e nasal. Se fosse colocado numa orquestra, ele certamente estaria posicionado lado a lado com os instrumentos mecanicamente mais simples. Nosso aparelho fonador, onde fica o sistema vocal, não possui órgãos genuínos e fez uma espécie de permuta com os sistemas respiratório e digestivo do corpo para conseguir se formar. Até pouco tempo, cientistas não sabiam explicar como a voz de um cantor poderia ser tão potente e versátil quanto o som de um instrumento milimetricamente construído pelo homem. Mas, usando fibra ótica, os pesquisadores conseguiram "entrar" na laringe e identificar elementos presentes no sistema vocal com funções semelhantes aos de aparelhos de som. NÓS E OS INSTRUMENTOS Assim como a voz humana, a maioria dos instrumentos musicais contam com três elementos básicos: 1. Uma fonte de som que vibra no ar e cria uma freqüência fundamental e outras harmônicas relacionadas e que definem o timbre (a "cor" do som) 2. Um aparelho que reforça ou amplifica a freqüência fundamental e suas harmonias 3. Um irradiador de som que transfere o som para um espaço livre de ar e para os ouvidos

4 A MECÂNICA DAS CORDAS VOCAIS Diferentemente das cordas de um violino, as nossas têm uma estrutura formada por três partes, que permitem a diversidade de freqüências que um cantor é capaz de alcançar. Em cada corda há uma espécie de ligamento, onde estão os músculos contrativos, cobertos por uma membrana mucosa. Músculos que cobrem a cartilagem anexa às cordas alongam os ligamentos e ajudam a produzir freqüências mais altas. Quando se contrai, esse músculo aumenta a tensão da corda, o que gera uma variedade ainda maior de freqüência. Quando o ar dos pulmões passa pela membrana, ela oscila e troca energia vibracional com essa corrente, criando ondas de som. O som produzido na laringe seria inaudível se não fosse amplificado. A estratégia que o corpo usa para intensificá-lo é a seguinte: uma ação "empurra-puxa" do ar na laringe aumenta o balanço das cordas vocais. Quando as cordas começam a se separar, o ar dos pulmões sobe e faz pressão contra o ar que está parado no vestíbulo da laringe(1). A

5 inércia desse ar estacionário aumenta a pressão na abertura entre as cordas (a glote) e as deixa mais separadas (2). Conforme o movimento das colunas de ar, as cordas voltam a se fechar e cortam a corrente de ar que sobe dos pulmões (3). Essas ações do organismo ocorrem rapidamente e criam um vácuo na glote, que age para que as cordas vocais se batam com força, criando ressonância. Numa criança, o ciclo vibratório se repete mais de 250 vezes por segundo, fazendo com que a vibração do ar seja grande e gerando sons mais agudos. Nas mulheres, as cordas se movimentam até 220 vezes por segundo, e nos homens, cerca de 110 vezes Veja os órgãos envolvidos na produção do som. Dentro da laringe, uma cápsula formada por vários ossos e cartilagens interligados, o som é produzido pela vibração das pregas vocais que em repouso encontram-se separadas em forma de "V", e quando falamos, passam a se aproximar, ficando apenas uma

6 pequeníssima fresta para que o ar passe e com o atrito faça as mesmas vibrarem produzindo o som. O comprimento e espessura das pregas (que nos homens é aproximadamente de 17 a 24 mm e nas mulheres de 13 a 17 mm) JUNTO COM FATORES ANATOMICOS QUE ENVOLVEM ACÚSTICA é que vai determinar se o som produzido por uma pessoa é mais agudo ou mais grave. Pregas vocais mais longas e espessas produzem sons mais graves (grosso), pregas vocais com espessura menor e mais curtas, produzem sons mais agudos (fino). Isso é a natureza das pessoas (genética) que vai determinar. Desta forma a tipo de voz da pessoa esta ligado entre outros fatores, principalmente a este do formato das pregas vocais. (Falaremos mais, quando falarmos sobre divisão das vozes e ressonância em outra postagem). Na figura acima vemos o movimento das pregas que se afastam, quando inspiramos ar e se unem quando falamos, cantamos, ou deglutimos algo. No caso da fonação para o canto as pregas podem além de se unirem através dos músculos adutores da laringe, também se alongarem ou contraírem, devido ao músculo vocal (TA) tireoaretenóideo que na verdade faz parte da prega vocal que é composta de duas partes, o TA e a mucosa que o recobre, essa é que entra em vibração. Ela está ligada a freqüência sonora, ou seja, se o som é mais agudo ou grave, pois vibra mais (sons agudos) ou menos (sons graves) vezes, dependendo da força da culuna de ar e também do posicionamento do músculo TA, que mais alongado, junto com a coluna de ar, faz a mucosa vibrar mais rapidamente e contraído, mais lentamente. Isso porque além de alongar e contrair, ele também faz a pregas se unirem mais ou menos. Quanto mais unidas as pregas, maior a vibração devido a pressão que o ar fará sobre elas. Para cantarmos ou falarmos, além do som que sai da nossa laringe, devemos DAR FORMA ao mesmo, para que possamos através disso formarmos os diversos fonemas que nos proporcionam nos comunicar uns com os outros seja por meio da voz falada ou cantada. Essa necessidade de darmos forma a boca quando cantamos é fundamental, pois precisamos emitir o som que é projetado dos ressonadores orofaríngeo e faciais principalmente nos sons agudos, em vez do som que sai simplesmente da garganta, para que ele (som) se torne mais belo, tanto no aspecto da dicção, quanto com relação às

7 sua propriedades (timbre, altura, intensidade, que é a potência, etc). Para tanto, deve-se ovalar a boca, conforme a forma de cada pronúncia. Isso nos auxilia pelo fato, de que nesse processo de ovalar a boca, o ar sofre uma certa pressão para sair, com isso, aliado à pressão que sofre também pelo diafragma, que o empurra, o ar é levado para a CAIXA DE RESSONÂNCIA ALTA através do palato mole, de onde será então, projetado. Isso é fundamental para que o som seja emitido com toda a beleza que desejamos. Existem alguns órgãos que estão direta ou indiretamente ligados ao processo da articulação do som e os chamamos de "ARTICULADORES FACIAIS". Os articuladores, que são vários músculos da face e órgãos da boca, são os responsáveis por produzirem uma barreira sobre o ar que vem da laringe para que possamos produzir sons consonantais, ou simplesmente dar forma às vogais, dando assim, origem aos diversos fonemas que conhecemos. SONS VOCÁLICOS (VOGAIS) São os fonemas gerados a partir da corrente de ar que passa livremente pela cavidade bucal. Dependem do posicionamento da língua, dos lábios e do palato mole (Articuladores Faciais). Podem ser Orais e Nasais. - Vogais Orais: Nessas, a corrente de ar passa somente pela cavidade bucal sem encontrar barreira. São elas: a, é, ê, i, ó, ô, u.

8 Sua forma depende do posicionamento da lingua principalmente, que atua como músculo tracionados da laringe, juntamente com os músculos ligados diretamente a laringe. - Vogais Nasais: Nessas, a corrente de ar passa ao mesmo temo pelas cavidades bucal e nasal e conta com o trabalho do palato mole, que fecha parcialmente a passagem do ar pela boca, mandando parte desse para as fossas nasais. São elas no total de cinco: nha, nhe, nhi, nho, nhu. FORMA DA BOCA EM RELAÇÃO ÀS VOGAIS. - Á, É, Ó: Sons abertos e verticais: - Ovalamento da boca, projeção do som na ressonância alta. - Ô, Û: Sons fechados e verticais. Ovalamento da boca e projeção dos lábios para frente. Nos agudos extremos, o queixo desce para a ampliação do som. - Ê, Î: Sons fechados e horizontais no grave e verticais no agudo. - Um leve sorriso é necessário para que o som projete-se melhor no grave. Ao atingirmos notas mais agudas a boca vai se ovalando, (posição vertical) e o som passa para a ressonância alta, para que possa continuar limpo. Na medida do possível o sorriso continua. SONS CONSONANTAIS Já nos fonemas consonantais, o ar encontra uma barreira na cavidade bucal, como já vimos, dependendo da posição dos lábios e língua. Dá-se o nome de Zona de Articulação, ao ponto onde ocorre a barreira do ar na cavidade bucal. Por exemplo, quando pensamos em falar "dedo", a língua sobe até os dentes incisivos superiores, impedindo a passagem de ar e som. Esse ponto é a zona de articulação linguodental. Quando ela desce o ar sai e da-se a forma de "D", ao som que foi solto.

9 Veja o quadro abaixo:

10 2 - RELAXAMENTO Antes de cantar, muitas pessoas se lembram de checar a postura, respiração, fazem o aquecimento da voz, mas se esquecem do elemento mais importante para se cantar bem: o RELAXAMENTO. Em nossa rotina diária e em muitos momentos, somos incapazes de expressarmos nossas emoções e isso se transforma em energia acumulada, ou seja, nós ficamos tensos. Essas tensões vão se acumulando no nosso corpo e em muitas pessoas nos ombros e pescoço. Temos então, duas opções: liberar essas tensões através de exercícios de relaxamento ou deixá-las se acumularem nos músculos. É importante lembrar que não cantamos apenas com a voz; cantamos também com nosso corpo. A melhor maneira para relaxar a voz, é relaxar o corpo. Exercícios de Relaxamento: PESCOÇO: Movimente sua cabeça em círculos. Gire lentamente para um lado e depois para o outro. Faça três vezes para cada lado; Agora, deite a cabeça no ombro esquerdo e com a mão esquerda, segure a cabeça nessa posição durante quinze segundos. Faça o mesmo para o lado direito; Abaixe a cabeça, encostando o queixo no peito; cruze as mãos e coloque na parte de trás da cabeça. Fique assim por quinze segundos; Desta forma, você estará alongando os músculos do pescoço e da nuca. OMBROS: Deixe os braços relaxados e comece a girar os ombros lentamente para trás (cinco vezes) e depois para frente (cinco vezes). Tente encostar os ombros nas pontas das orelhas; fique assim por quinze segundos e depois relaxe. Repita três vezes esse exercício. OBSERVAÇÕES: Use o bom senso! Mova-se com cuidado e devagar em cada exercício, vá ao seu próprio ritmo; Não force nem se machuque tentando relaxar. Se você tem algum problema nas costas ou qualquer outro problema de saúde, consulte o médico antes de praticar qualquer tipo de exercício físico.

11 3 - POSTURA "Cerca de dois terços da comunicação humana é não-verbal, transmitida por meio de gestos de mão, expressões faciais ou outras formas de linguagem. A boa imagem corporal começa com a postura - o modo como você se posiciona. (Extraído do livro: Sucesso profissional- Como fazer apresentações - pág. 40 - Publifolha). Geralmente quando falamos em postura, logo vem à mente aquela imagem de um soldado totalmente rígido. Ter uma boa postura na hora de cantar é essencial para se ter uma boa produção vocal. Mas isso não tem nada a ver com rigidez. Na verdade, a boa postura vai nos auxiliar na hora da respiração. Portanto, devemos fazer com que a postura não seja uma barreira na hora da respiração. Devemos procurar manter o equilíbrio do corpo. Para isso: os pés devem estar ligeiramente afastados, dividindo assim o peso do seu corpo; os braços relaxados e soltos; as costas eretas; os ombros relaxados, eretos e para trás (sem exagero); o pescoço deve estar relaxado. Cuidado para não colocá-lo para frente nem para trás, pois isso irá interferir diretamente na emissão da voz; a cabeça também deve estar ereta. Uma boa dica é fazer com que seu olhar esteja paralelo ao chão (não olhar para cima nem para baixo); imagine um ponto na parede na altura de seus olhos; essa é a postura correta. Todas essas orientações foram dadas partindo do princípio de que estará cantando em pé, que é a melhor forma. Mas cantores altamente treinados conseguem cantar praticamente em qualquer posição.

12 4 AQUECIMENTO Como o nome já diz, o aquecimento prévio da voz é a preparação da voz para o seu uso por um tempo prolongado e intenso. Podemos aquecer a voz através de sons que irão "massagear" nossas pregas vocais, que como todo músculo, precisa ser preparado e aquecido antes de ser utilizado na sua plenitude. É importante lembrar que o préaquecimento pode e deve ser feito não só pelos cantores, mas por todas as pessoas que trabalham falando. EXERCÍCIO 1: 1) Inspire (armazenando o ar na região abdominal) até que a barriga esteja repleta de ar. 2) Agora solte o ar aos pouco utilizando o som: Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... Observe que neste exercício a língua deve vibrar bastante!!!! Caso a sua língua não vibre e você esteja forçando para emitir este som, PARE! Pois estará fazendo da forma errada. Mas se você conseguiu emitir o som com a vibração constante da língua, repita este exercício todos os dias pelo menos durante 10 minutos. Se for cantar em uma apresentação ou videokê ou ensaiar com sua banda por muito tempo, pré-aqueça sua voz durante 20 minutos (no mínimo) antes de começar a cantar. Pode-se também utilizar outras consoantes que possibilitarão o mesmo efeito como, por exemplo, o som: Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... Como se você fosse imitar o som do telefone('trrrrrim!!!), mas lembrando de prolongar bastante os erres (RRRR...) até acabar o ar. EXERCÍCIO 2: Repita o exercício anterior com uma diferença. No final de cada som acrescentar as vogais A,E,I,O,U. Exemplo1: PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!! PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!! PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!! PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!! PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!! Exemplo2:

13 TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!! TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!! TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!! TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!! TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!! IMPORTANTE!!! Assim como nos exemplos acima, o som que você estiver produzindo para pré-aquecer, deverá estar no mesmo volume, intensidade e tom. ***NÃO BRINQUE COM ESTE EXERCÍCIO FAZENDO SONS MUITO AGUDOS, MUITO GRAVES OU MISTURANDO OS DOIS TONS.*** Repita os exercícios SEMPRE no seu tom natural, ou seja, sem forçar a garganta. Se não conseguiu fazer estes exercícios até acabar o ar armazenado, ou seja, você começou bem, mas no meio do exercício o som falhou, Pare! Respire fundo por 3 vezes, relaxe um pouco e só então recomece. É muito comum, no início, não conseguirmos emitir estes sons até o final, pois trata-se de sons que nós não estamos habituados a produzir, mas com o treino diário, fica cada vez mais fácil.

14 5 RESPIRAÇÃO A respiração está extremamente ligada ao ato de cantar, pois a voz é produzida quando o ar passa pelas cordas vocais, fazendo-as vibrar e produzir som. Não basta encher os pulmões de ar para cantar. Temos que saber controlar a saída do ar, aprender a respirar corretamente. Saber respirar é um grande passo para cantar bem. Algumas vezes, encontramos uma certa dificuldade para respirar enquanto cantamos (uma música muito rápida por exemplo) pois temos pouco tempo para respirar. Portanto, temos que desenvolver a capacidade de respirar em um curto espaço de tempo. Apesar de a inspiração nasal ser melhor, pois o ar é filtrado, aquecido e umedecido antes de chegar aos pulmões, a respiração deve ser nasobucal (pelo nariz e pela boca combinados). Então, não se preocupe em respirar só pelo nariz ou só pela boca. Use os dois. O importante é deixar o maior espaço possível para que a passagem de ar seja feita em menos tempo. A voz e a respiração estão extremamente ligadas. Quando falamos em respiração, não podemos nos esquecer do diafragma. Esse "famoso" músculo que separa a cavidade torácica da abdominal, muito nos auxilia na inspiração (entrada de ar nos pulmões) e na expiração (saída de ar dos pulmões). Durante a inspiração, o diafragma se contrai para baixo, dando mais espaço para a entrada de ar nos pulmões. Na expiração ele volta para sua posição normal. Ao cantar uma música, o objetivo deve ser o de manter o diafragma em baixo, pois isso auxiliará no controle da saída de ar. É importante usar corretamente o diafragma durante a respiração para não sobrecarregar as cordas vocais. Antes de apresentarmos alguns exercícios, lembre-se de fazer os exercícios de relaxamento. Exercícios de Respiração Antes de começar os exercícios, lembre-se: Inspire sem levantar os ombros; imagine que apenas a base do pulmão está sendo inflada. Durante os exercícios, não vamos trabalhar apenas com o diafragma, mas também com os músculos abdominais e intercostais. Quando trabalhamos com esses músculos, temos condições de armazenar uma maior quantidade de ar pois, as costelas se afastam, o diafragma desce, aumentando a cavidade torácica para os lados e para baixo. Mantenha a postura adequada Faça no mínimo 3 vezes cada exercício.

15 Exercícios 1: Em pé, coloque as mãos no ventre, abaixo do umbigo, e inspire lentamente. Se você estiver trabalhando com o diafragma, você notará uma pequena saliência no abdômen (a barriga "enche" de ar). Expire lentamente controlando a saída do ar. Inspire novamente e expire em forma de S... (o som deve ser o mesmo de um pneu vazando ar). Procure manter o som reto. Para isso, lembre-se de usar o apoio do diafragma e não deixe que o ar saia de uma vez. Calcule o tempo que você permanece soltando o ar sem inspirar. Comece com 5 segundos e vá aumentando gradativamente. Faça o mesmo exercício nas formas: F... e CH... Exercício 2: Inspire; Pausa (retenha o ar por 2 ou 3 segundos); Expire suavemente, os lábios em posição de assobio, fazendo com que a saída de ar seja o mais constante possível. Exercício 3: Inspire; Pausa; Expire com um sopro longo e forte (como se fosse apagar uma vela). Não deixe o ar sair todo de uma só vez, controle a saída do ar. Exercício 4: Inspire; Pausa; Expire soltando o ar em sopros curtos. Cuidado para não inspirar entre um sopro e outro, use apenas o ar que você inspirou inicialmente. Exercícios de Respiração II Exercício 5: Inspire; Pausa; Expire em "S". A saída do ar deve ser constante, sem oscilações. Não deixe o ar sair todo de uma vez (imagine o som de um pneu esvaziando). Faça também em: "F" e "CH"

16 Exercício 6: Inspire; Pausa; Expire em sopros curtos, mas com o som de "ts", como se fosse uma bombinha de encher pneu de bicicleta. ( ts, ts, ts, ts,...) Controle o movimento do diafragma. Exercício 7: Inspire; Pausa; Comece expirando com um sopro e transforme em "s". Tente fazer com que a metade do ar que você inspirou, saia através do sopro e a outra metade saia em "s". Apoio Diafragmático O apoio diafragmático é responsável pela sustentação do som, bem como a durabilidade e potência do mesmo. Ouvimos muito acerca dele, mas às vezes ficamos confusos na hora de aplicar a técnica. Quero com esta matéria elucidar um pouco mais o assunto. O que é apoio diafragmático?é uma tensão aplicada à musculatura abdominal que faz com que o ar permaneça por mais tempo nos pulmões, não sendo emitido todo de uma vez, isso porque o diafragma (membrana que separa os órgãos inferiores dos superiores) provoca uma pressão dentro do corpo, formando a coluna de ar que permitirá a saída controlada do ar. Como aplico o apoio diafragmático?existem várias formas de compreendermos e aplicarmos a técnica. Várias escolas ensinam de forma diferente, não que uma seja melhor que a outra, mas alguns adaptam-se melhor a uma determinada forma mais que outros. Vou colocar as três formas que compreendo serem possíveis de exercitar: Forma 1 1 - Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmões e inflálos, a ponto de sentir a ampliação da região abdominal e intercostal. 2 - Encolha a barriga (como se estivesse escondendo-a) 3 - Solte o ar em "zzz" - note que fica difícil até pra falar quando encolhe-se a barriga. É que forma-se uma coluna de ar que impede o ar de ser solto de uma vez.

17 Forma 2 1 - Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmões e inflálos, a ponto de sentir a ampliação da região abdominal e intercostal. 2 - Empurre a barriga (como se estivesse aumentando-a) 3 - Solte o ar em "zzz" - esta forma eu particularmente acho mais desconfortável, porém alguns preferem usá-la. Forma 3 1 - Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmões e inflálos, a ponto de sentir a ampliação da região abdominal e intercostal. 2 - Tensione o abdômen (como se fosse pegar peso, ou como se estivesse protegendo o estômago de um possível golpe. Veja se está bem tenso dando pequenos golpes na barriga, pra sentir que está bem endurecida a musculação - se não conseguir, faça o seguinte teste: inspire e sopre com bastante força. Enquanto estiver soprando, note como a musculatura abdominal fica tensa. Agora tente tensioná-la sem soprar, então segure a tensão e apalpe o abdômen pra senti-lo firme. Quando estiver firme, o apoio está ativo) 3 - Solte o ar em "zzz" - esta forma, apesar de parecer um pouco mais complexa, acredito que é a que se aproxima mais de um bom apoio diafragmático, pois a sua execução não interfere nos órgãos internos de forma direta, ele acontece de fora pra dentro, não o contrário. Escolha uma das três formas (apenas uma das três, ok?) e exercite bastante o movimento abdominal. Quando notar que está controlando bem o apoio, exercite a emissão aplicando o apoio da seguinte forma: 1) Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmões e inflálos, a ponto de sentir a ampliação da região abdominal e intercostal. Solte o ar lentamente em "sss" Assim que começar a soltar, aplique o apoio e mantenha-o firme até o fim da emissão. Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmões e inflá-los, a ponto de sentir a ampliação da região abdominal e intercostal. Solte o ar em "sss" aos "soquinhos", cortando a emissão (S - S - S - S - S - S) Note que a cada "S" emitido, o abdômen faz um pequeno movimento ou contração. Isto é sinal de que ele está comandando a emissão do ar. Valorize bem este movimento e, se

18 possível, procure de fato forçá-lo. Quanto mais controle se tem sobre esta musculatura, maior o controle sobre a emissão. Faça os exercícios acima em "SSS", "XXX", "FFF", "ZZZ", "VVV", "GGG". Cronometre a evolução. A CINTA ABDOMINAL (Apoio Diafragmático) VOCÊ PODE LOCALIZAR OS MÚSCULOS NAS FIGURAS ABAIXO 8 - A cinta abdominal é composta de vários músculos, dos quais os principais são: o transverso do abdômen 1 (figura A), e na (figura B) o grande oblíquo 6, o pequeno oblíquo 5 e o grande reto 4 e 9 na (figura C), que garantem a estática e participam, também, na sua totalidade da dinâmica respiratória e da sustentação da voz. É preciso lembrar do grande dorsal 10, na região lombar, (Figura D) que é utilizado na inspiração, mas principalmente na expiração. O trabalho desta musculatura poderosa é indispensável a firmeza das costelas durante o canto. A atividade deste conjunto de músculos permite modular, regular a pressão expiratória, segundo as exigências da música, por um controle consciente e permanente. A capacidade pulmonar varia de indivíduo para indivíduo, segundo a idade e o sexo. Ela difere também conforme a posição: menos importante na posição deitada, mais profunda quando se está de pé e um pouco menos quando sentado. Seguem os números recolhidos por vários autores e após numerosos exames espirométricos. Após uma inspiração profunda, a capacidade máxima (JAMAIS UTILIZADO NO CANTO) varia de uma pessoa para outra. Para os homens, entre 3,50 e 5,30 litros (Caruso tinha 4,50 litros). Para as mulheres, entre 1,80 e 3,70 litros. Normalmente, na voz cantada, a capacidade oscila entre 1 e 1,50 litros, dependendo do comprimento da frase.

19 9 - Grande Reto 10 - Grande Dorsal _11 - Coluna Vertebra 10 - Ela varia também conforme o tipo de respiração. Na respiração costal superior ela é mínima, porque é a parte mais estreita da caixa torácica, permitindo pouco desenvolvimento e provocando contrações intempestivas da região do pescoço e dos músculos laríngeos. Ainda, a subida do diafragma fica limitada devido à ausência de movimentos abdominais. Já a respiração costo-abdominal facilita o alargamento no sentido antero-posterior, aumentando assim a capacidade respiratória, sem esforço, e possibilitando a subida do diafragma. A capacidade não é a principal razão da eficácia respiratória. O mais importante e o controle do sopro, do modo como ele é economizado, disciplinado e utilizado conscientemente, a fim de fornecer a pressão que corresponde às necessidades da música. Quaisquer que sejam as dificuldades de adaptação da respiração a fonação, é importante que os movimentos abdominais e torácicos estejam sempre relacionados a quantidade de ar inspirado. Muitas vezes, o cantor não percebe que ele toma ar demais ou, ao contrário, pouco ar. Se usarmos o espirômetro durante o treinamento respiratório, poderemos obter informações interessantes com dois testes: um que mede a capacidade pulmonar e outro que demonstra a eficácia do trabalho muscular. Quando o sopro não e disciplinado, existe uma diminuição no tempo de expiração mesmo quando há uma capacidade pulmonar maior e já foi comprovado em testes realizados que, a capacidade não e o elemento mais importante, e sim o domínio da tonicidade e a agilidade dos músculos que são os fatores que realmente importam.

20 1 - Músculo transverso do abdome 2 - Púbis 3 - Osso Ilíaco 4.Grande Reto 5 - Pequeno Oblíquo 6 - Grande Oblíquo 7 - Cúpula diafragmática esquerda 8 - Cúpula diafragmática direita

21 6 ARTICULAÇÃO VOCAL Articulação e Clareza do Som Cantar é um elemento da articulação. As palavras da música devem ser muito claras e objetivas, para causar um processo de ação e reação imediata. Para que isto aconteça, deve-se levar em conta dois processos: Articulação: processo pelo qual os órgãos da fala moldam o som vocal em sons reconhecíveis da fala. Interpretação: processo pelo qual se carrega o espírito ou significado da música através do modo como se executa. O primeiro passo para uma boa interpretação é o domínio de uma boa articulação. Tanto no canto, quanto na fala (a muitas pessoas), os movimentos articulares devem ser mais acentuados do que na conversação usual. Os elementos na figura acima estão intimamente envolvidos no que se refere à articulação e clareza do som. Qualquer alteração no funcionamento deles irá interferir no som emitido. Lábios Há pessoas que possuem um problema de excessiva tensão labial, o que impede a boa mobilidade e flexibilidade. Por outro lado, existem pessoas que possuem um tônus labial baixo, ou seja, flácido.

22 A posição ideal para os lábios, é aquela que ajuda o rosto a Ter uma expressão agradável, feliz. Deve-se evitar puxá-los exageradamente para os cantos ou para frente quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode modificar a qualidade sonora. Para aqueles com problema de tensão ou flacidez labial, existe um procedimento muito simples e bastante eficaz, sugerido pelo fisioterapeuta e fonoaudiólogo Noélio Duarte. Primeiramente, deve-se visualizar a boca e seus pontos-chave: Quem tem excessiva tensão, deve relaxar os lábios, apertando com o indicador e o polegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem numérica referida. Deve apertar cada ponto com firmeza, no entanto, sem exageros, durante 5 a 10 segundos. Pode ser incômodo, mas, ao final, os resultados vão valer à pena. Já quem tem lábios flácidos, precisa de tonificação. O procedimento é o mesmo, só que ao invés de apertar demoradamente, dá-se ligeiros apertões (apertando e soltando imediatamente) no mesmo sentido numérico do esquema. Estas pessoas também podem fazer exercícios do "i" ou do "u", torcendo a boca para um lado e para o outro. De um modo em geral, neste exercício das vogais, pode-se utilizar o "p" e o "b" para treino labial, pois estas consoantes são totalmente dependentes dos lábios. Língua A língua é o principal órgão da articulação, pois interfere na formação das vogais e consoantes. Em média, a língua trabalha numa velocidade de 370 movimentos por minuto.

23 Cerca de 90% dos problemas que envolvem a língua são de tensão. Isso causa o ressecamento da boca pela retração constante da língua. Este posicionamento não estimula muito a produção de saliva em termos fisiológicos, e também interfere consideravelmente na emissão do som, por razões explicadas mais adiante quando falarmos da faringe. Existem, também, aqueles que precisam tonificar a língua, sendo caracterizados pelo acúmulo excessivo de saliva. A língua deve permanecer numa determinada posição, chamada de "posição de repouso", ao longo do "assoalho" da boca tocando os dentes inferiores. Veja os seguintes exercícios de relaxamento. - colocar a língua um pouco para fora da boca e morder levemente a pontinha da língua - pressionar a língua fortemente contra os dentes fechados por 5 segundos; Em seguida, deve-se associar os dois exercícios lentamente. Alguns problemas da pronúncia do "S" podem ser resolvidos com a colocação da língua na posição de repouso. Maxilar A tensão é um grande fator limitante da boa atuação dos maxilares. Pode-se perceber a tensão existente ao se fechar os dentes e engolir a saliva. Quando se canta de boca fechada ocorre isto. Por isso, aparecem dores após o ensaio ou apresentação, ou mesmo após a fala. O maxilar interfere nos músculos da face, modificando o poder de contração. Portanto, deve-se relaxar esses músculos, facilitando a abertura e a flexibilidade da boca e liberando os músculos da garganta.

24 Nunca se deve usar posições forçadas, tais como empurrar o maxilar para frente, puxá-lo para trás ou trancá-lo numa posição. A sonoridade vai depender, em parte, da abertura que for dada ao maxilar. Em relação à tensão ao maxilar inferior, pode-se realizar alguns exercícios, lembrando que devem ter maior cuidado ao realizá-los aqueles com tendência à luxação do maxilar. 1. Lateralização Abrindo a boca e movimentando o maxilar para a direita e para a esquerda. 2. Abertura total Abrindo bem a boca por alguns segundos. 3. Projeção anterior Com a língua na posição de repouso, projetando-se o maxilar para a frente, permanecendo assim por alguns segundos. 4. Projeção posterior Com a ajuda de um dedo, fazendo-se um recuo do maxilar por alguns segundos.

25 Faringe A faringe tem a função de ampliar o som, e embora não seja essencial para a articulação, está intimamente ligada à posição assumida pela língua. Seu melhor desempenho dependerá do comportamento da língua. A ampliação do som será tanto melhor quanto melhor for o espaço que o som puder ocupar dentro da boca. Como se pode ver neste esquema, a voz terá uma melhor ampliação na posição 1, a qual tem o dobro do tamanho da posição 2. Deve-se notar como o hábito tão comum da posição 3 diminui consideravelmente o espaço para a ampliação da voz. Existem exercícios que facilitam a aquisição do hábito da posição 1: - sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a língua inicialmente sobe e em seguida, sua parte posterior desce. Então, com o dedo indicador e o polegar em cada extremo do maxilar inferior, faz-se o movimento de engolir. Quando a parte posterior da língua estiver descendo, mantém-se uma pressão para baixo, forçando os dedos, sem esquecer que a ponta da língua deve estar no padrão de repouso. - pode-se escolher um tom médio, e com as vogais "a", "o", e "u" as pessoas podem cantar variando o padrão de língua na posição 2 (representado pela vogal em minúsculo) e posição 1 (representada pela vogal em maiúsculo). Palato O palato se divide em 2 partes: o palato duro (céu da boca) e o palato mole (úvula, conhecida como campainha). O palato duro está envolvido com a projeção da voz, e o palato mole com a formação de sons orais e nasais.

26 O som, na verdade, é formado por ondas. As ondas só se propagam em linha reta, daí a importância do palato duro aliado a uma boa postura da cabeça: Sabe-se que as narinas são responsáveis pela ressonância nasal. Porém, o som nasal só será emitido com a "permissão" do palato mole (a úvula). Sons nasais Sons orais Para emitir esses sons nasais, a úvula desce. Caso suba, os sons emitidos serão orais. O excesso ou a falta de nasalidade podem representar sérios problemas de voz, afastando-se da normalidade e modificando o som original que deveria ser produzido. A origem dos problemas pode estar no hábito de colocação errada da voz, até problemas mais sérios, como tumores, sinusite, adenóide e excesso de muco. RESSONADORES VOCAIS E OS ÓRGÃOS ARTICULADORES O som produzido na laringe seria praticamente inaudível se não fosse amplificado e modificado pelas caixas de ressonância próximas à laringe. Para a técnica vocal (o canto), daremos especial atenção aos ressonadores da face. São eles: cavidade da boca, cavidades do nariz e os seios paranasais, chamando-os de ressonadores faciais ou

27 voz facial. É esta voz facial que o cantor, seja qual for sua voz, deve e precisa desenvolver. Uma voz que não explora essas ressonâncias, mesmo sendo uma voz forte, será uma voz sem brilho e sem qualidade sonora. A voz bem colocada tem penetração, beleza e qualidade. A voz não impostada, não trabalhada, geralmente é apoiada na garganta, emitindo, assim, sons imperfeitos, sem brilho, mesmo que o timbre seja muito bonito e agradável. Você já deve ter ouvido falar em cantar na máscara, ou seja, utilizar os ressonadores faciais. Observe os ressonadores faciais fazendo este simples teste: coloque uma das mãos encostadas no Pomo de Adão, que é a saliência da laringe e a outra entre o lábio superior e o nariz, apenas encoste a mão. Não faça força nem aperte. Com a boca fechada produza um som qualquer, como um HUM. Se observar uma vibração no Pomo você está apoiando a voz na garganta e não nos ressonadores faciais, caso a vibração maior seja abaixo do nariz você estará no caminho certo, utilizando esses ressonadores faciais. Não se preocupe, faremos outros exercícios para tal desenvolvimento. Uma voz que não utiliza os ressonadores faciais tende a provocar um desgaste obrigando o cantor a um esforço desnecessário e, sem dúvida, sua voz será envelhecida prematuramente. Impor a voz na face não significa forçá-la nos ressonadores faciais com excessos de emissão e sim emiti-la de forma fisiológica sabendo explorá-la de maneira natural. Os órgãos articuladores são: os lábios, os dentes, a língua, o palato duro, o véu palatar e a mandíbula e são encarregados de transformar a voz em voz falada ou cantada. Qualquer deficiência de articulação irá dificultar o entendimento do que se canta. É importantíssimo saber pronunciar bem as palavras de acordo com o idioma e suas regras, explorando os articuladores na forma correta dos vocábulos. A cavidade bucal sofre diversas alterações de tamanho e forma pelos movimentos da língua, considerada como o principal órgão da articulação, pois apresenta uma enorme variabilidade de movimentos pela ação dos seus músculos. CAVIDADES DE RESSONÂNCIA Elas estão situadas à frente da coluna cervical, isto é atrás da parte óssea e do maxilar e segem à laringe. Elas são compostas pelo baixo ou oro-faringe, limitada embaixo pelas cordas vocais, à frente pela epiglote e a base da língua, e atrás pela parde anterior da coluna vertebral que é recoberta pelos músculos constritores. Ao lado estão os pilares, prolongados acima pelo véu palatino. Acima e atrás das fossas nasais, o cavum, ou rinofaringe (figura A).

28 Figura A - 1. Sinus; 2. Fossas nasais; 3. Cavum; 4. Véu palatino; 5. Língua; 6. Epiglote; 7. Cordas vocais. Estas cavidades possuem paredes fixas (maxilar superior e palato duro) e paredes móveis (mandíbula, língua, epiglote, lábios e véu palatino). Suas formas e dimensões são variáveis dependendo das pessoas. Alguns destes órgãos têm um sentido muscular (língua, lábios e mandíbula) e outros não têm (véu, palatino, laringe e cordas vocais). No interior desta cavidade se encontra o véu palatino que se segue ao palato. Ele pode ter um diâmetro transversal e sagital mais ou menos desenvolvido e ser mais ou menos longo e musculoso. Qualquer que seja sua forma, o mais importante é sua mobilidade. Sua posição depende das atitudes articulatórias e varia, segundo a ausência ou a presença de nasalização (figura B). Neste caso, ele se abaixa e deixa passar um pouco de ar nas cavidades nasais. Ele muda também, segundo os movimentos da mandíbula, dos lábios, da laringe e o alargamento, mais ou menos pronunciado da faringe. Ao nível dos pilares, do véu palatino e da parede faríngea, este alargamento é sentido como uma atividade muscular importante e muito sensível (figura C ).

29 Figura B 1. Elevação do véu palatino; 2. Abaixamento do véu palatino. A Língua Ela é um órgão muscular móvel, feita de numerosos músculos e ligada à epiglote e à laringe. Ela pode e deve executar movimentos extremamente precisos, em diferentes pontos da cavidade bucal. É o principal órgão da articulação. Ela encontra pontos de apoio sobre diferentes partes da abóbada palatina e pode realizar, tanto movimentos da ponta em direção às arcadas dentárias inferior ou superior, como elevar a base até a parte posterior do palato. Através dos músculos que a unem aos órgãos circunvizinhos, ela intervém na abertura bucal, nos movimentos do véu palatino e na tonicidade e firmeza da articulação. Como todos os músculos desta região estão relacionados entre si, diretamente, e se continuam por suas fibras musculares com os músculos da hipo-faringe e da laringe, toda contração para baixo e para trás vai desencadear uma ação de outros músculos desta região, enquanto que toda posição normal da base da língua atenua as contrações deste conjunto de músculos. Do mesmo modo, toda ação, que procura alargar transversalmente as cavidades de ressonância, terá tendência a atenuar a ação dos músculos que fecham ou estreitam a abertura da hipo-faringe e da parte posterior da boca.

30 Figura C A cavidade bucal. 1. Véu palatino; 2. Úvula; 3. Pilar anterior; 4. Pilar posterior; 5. Amígdala; 6. Língua; 7. Parede faríngea. Ela é o órgão móvel da articulação e, também, comanda a atitude da laringe, o volume das cavidades supra-laríngeas em sinergia com os movimentos da língua. Quanto aos lábios, eles regulam a atribuição do ressonador bucal anterior. É nesta grande cavidade faríngea, que o som emitido pela laringe vai desenvolver o timbre pessoal do cantor e onde se dará o acordo vocal realizado entre a laringe, órgão vibrador, e as cavidades supra-laríngeas, órgão ressonador. Aí também são realizados os movimentos de articulação, dos quais a voz é o suporte. A mandíbula tem um papel essencial no que diz respeito à coloração dos timbres e à compreensão do texto cantado. É, pois, o lugar de uma atividade muscular permanente já que há uma mobilidade constante dos órgãos contidos nas cavidades supra-laríngeas. Suas possibilidades de adaptação permitem ao cantor distribuir, a seu bel-prazer, as zonas de ressonância (figura 15), ou seja, de modificar a composição acústica das sonoridades, já que é no nível destas cavidades que os harmônicos são filtrados, onde alguns serão aumentados e outros diminuídos. É por um automatismo acústico-fonatório controlado pelo ouvido, pelas modificações muito sutis, muito finas, que se pode obter uma grande variedade de sonoridades e adaptar o conjunto destes mecanismos às exigências do texto, da música e da expressão.

31 Figura D 1. Ressonâncias faríngeas; 2. Ressonâncias bucais; 3. Ressonâncias nasals. Esta facilidade de adaptação voluntária ou involuntária explica a realização de um timbre ou de uma emissão particular, conforme o gosto do professor ou do aluno. Mas ela não estará obrigatoriamente de acordo com as possibilidades do cantor, nem às regras da fisiologia vocal, da fonética, da acústica e da física. Cedo ou tarde elas levarão às dificuldades de outra natureza. Devemos assinalar a importância desta grande cavidade faríngea para o cantor, pois este é o lugar privilegiado para as infecções e inflamações. Efetivamente, a face posterior da faringe pode estar congestionada pelo muco retro-nasal descendente, pelas inflamações dos sinus que atingem a laringe, por um cavum obstruído por vegetações, pelas amígdalas infectadas ou pelo catarro tubário. Todas estas inflamações ou infecções supra-laríngeas se transmitem à mucosa da faringe e da laringe e modificarão o tipo de contração dos músculos que os recobrem bem como a qualidade das mucosas. Elas, também, atrapalharão a respiração do cantor, obrigando-o a pigarrear e a modificar as sensações indispensáveis ao controle da voz cantada.

32 7 - VOCALIZES São exercícios vocais que trabalham com escalas e as vogais. Daí o termo "vocalize". As consoantes também são necessárias, pois quando são bem pronunciadas, ajudam a melhorar a dicção. Os vocalizes têm várias funções, como para aquecimento vocal. Entretanto, também contribuem para afinação, dicção, dinâmica e acentuação. Importante: Preste atenção ao pronunciar as sílabas, palavras e frases. É muito importante que o auditório entenda exatamente o que a letra da música diz, pois é assim, que conseguimos transmitir a mensagem que a música traz. Muitas vezes Deus usa a música para preparar os corações daqueles que nos ouvem para dar o "recado" que Ele tem para elas naquele dia. Portanto, de agora em diante, preste muita atenção naquilo que você canta e como está cantando.

33 Exercício 04 Exercício 05 Exercício 06 Nesse exercício, vamos utilizar uma técnica chamada "boca chiusa". Você deverá realizar esse exercício com a boca fechada, mas os dentes não podem estar cerrados.

34 Observações: Lembre-se que todos os exercícios devem ser feitos dentro de uma oitava, subindo de meio e meio tom Associe aos vocalizes tudo o que foi visto sobre respiração. Exercício 10 O objetivo desse exercício é trabalhar a colocação de voz. Segure por quatro tempos a mesma nota e dê um intervalo também de quatro tempos. Comece pela nota mais aguda e vá até o mais grave (lembre-se que estamos trabalhando apenas dentro de uma oitava). Exercício 11 Nesse exercício você vai perceber que estaremos cantando algumas notas que normalmente não usamos em outros exercícios, que serão utilizados para aprimorar a percepção musical. Esta é uma escala cromática, isto é, uma escala formada por semitons. Primeiro, cante "I A", e depois "OH".

35 Durante a prática desses exercícios tudo deve funcionar em conjunto: respiração, postura, ritmo e tudo o que já vimos anteriormente. No vocalize 12, você deverá cantar a primeira linha das vogais (uma em cada nota) e em seguida, repita o mesmo exercício cantando a segunda linha das vogais. No vocalize 13, você deverá cantar primeiro "dá..." em todas as notas de exercício. Só depois é que você deve passar para a próxima sílaba. Exercício 14 Esse exercício deve ser feito cantando as vogais, usando apenas uma única respiração para todo o exercício, sem pausas. O objetivo é trabalhar a extensão da sua respiração e a sua capacidade de sustentar notas sem desafinar. Você não deve se sentir cansado após esse exercício. Se isso acontecer, é preciso praticar mais os exercícios de respiração!

36 Exercício 15 Esse exercício vai ajudá-lo a desenvolver sua mobilidade vocal. Cante cada nota da escala; sem atropelar nenhuma. Você pode cantar alternando as vogais "A" e "O" cada vez que subir o tom.

37 8 - CLASSIFICAÇÃO VOCAL Na música clássica vemos uma divisão bem clara e rígida para cada tipo de voz. Isso ocorre por que o cantor (a) deve seguir uma partitura que já trás definidos o ritmo, a tonalidade e o andamento da música que foram determinados pelo compositor. Acredito que para o canto popular não há necessidade de uma classificação como no canto lírico (clássico). Por exemplo: se uma pessoa que é contralto quiser cantar uma música que foi composta originalmente para soprano, basta alterar a tonalidade da música para adequá-la à sua tessitura. Quando falamos em grupos vocais (corais, madrigais, etc) aí sim essa classificação vocal existe e tanto na música popular como na música clássica pode-se perceber claramente a divisão das vozes.

38 9 - DINAMICA É muito desagradável quando paramos para ouvir uma música e percebemos que ela começa e termina sem dinâmica alguma; ou seja, não se percebe nenhuma variação de volume durante toda a música. Para trabalhar com dinâmica, primeiramente é preciso que o cantor(a) esteja integrado com os músicos que executarão o instrumental. Não adianta o cantor se esforçar em demonstrar uma certa "emoção" enquanto canta e os músicos não acompanharem a mesma idéia. Para quem canta com play-back, deve-se ouvir com muita atenção seu instrumental antes de cantar. Para entendermos como funciona a dinâmica numa música, vamos observar duas coisas importantes: 1. O que diz a letra - Esse é o ponto de partida. A partir do momento que decidimos passar uma mensagem, devemos nos lembrar de usar todos os recursos disponíveis para que isso aconteça (cada um a seu tempo). Portanto, leia a poesia antes e reflita naquilo que você irá cantar interpretando-a durante a execução. 2.Volume - é o recurso que pode ser usado para se trabalhar com a dinâmica da música. Grande é o Senhor Grande é o Senhor

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40 10 - COMO ESTUDAR EM CASA RELAXAMENTO POSTURA RESPIRAÇÃO VOCALIZES REPERTÓRIO O relaxamento e a postura estão extremamente ligados. Lembre-se que cantamos com nosso corpo todo, não apenas com a voz! Saber como trabalhar a respiração na técnica vocal, como já vimos em aulas anteriores, é muito importante para desenvolver a capacidade de cantar bem. Para isso, é necessário praticar os exercícios que foram dados com muita dedicação e aos poucos, ir aumentando a intensidade deles. Os vocalizes tem muitas finalidades. Uma delas é o aquecimento vocal, que deve ser feito sempre antes da aula ou apresentação. Também devemos praticar os vocalizes com a intenção de se melhorar a afinação, ritmo, etc. Esquema de estudo 1 hora/aula por dia: Os dez minutos iniciais são para o relaxamento. Faça todos os exercícios que estão na aula e outros que você souber que sirvam para relaxar os ombros, pescoço e costas. Aproveite também para verificar a postura. Nos dez minutos seguintes, faça exercícios de respiração. Vá aumentando gradativamente a repetição de cada exercício até fazer cinco vezes cada um. Nos próximos dez minutos, invista nos exercícios de vocalizes, que servem para afinação, aquecimento, ritmo, etc.) No início do estudo, é preferível trabalhar apenas em uma escala, isto é, faça apenas dentro de uma oitava. (Ex: começando no dó central do piano/teclado siga as notas indo para a direita (agudo), fazendo os exercícios até o próximo dó). O tempo restante poderá ser aplicado no repertório. Essa é a hora de aplicar tudo que você tem feito nos exercícios. Procure escolher músicas com ritmos variados. " A voz é um código de expressão da alma, pois revela nossas impressões mais profundas através de seu timbre, seu volume, sua forma de emissão, enfim. Quando trabalhamos com a voz de alguém, colocamos em jogo o seu esquema de valores, toda a sua filosofia de vida e toda a sua cosmovisão."

41 ACADEMIA DE MUSICA VOICES PROF. ESTELA VARGAS