Ensaios de adubação orgânica e mineral na cultura da mandioca (Manihot esculenta Crantz).

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Transcrição:

Ensaios de adubação orgânica e mineral na cultura da mandioca (Manihot esculenta Crantz). Rafhael Gomes Paulo (1) ; José Marcelino da Silva Junior (1) ; Rodrigo Marinho da Costa (1) ; Rodolfo José da Silva Félix (1) ; Roseilton Fernandez dos Santos (2). (1) Graduando em Agronomia; Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Agrárias; Areia, PB; E-mail: rafhael_gomes@yahoo.com; jr.byke@hotmail.com; rodrigoagronomo@outlook.com ; rodolfojsfelix@hotmail.com ; (2) Professor Dr.; UFPB/CCA; Areia, PB; E-mail: roseilton_santos@yahoo.com.br RESUMO: Uma das mais importantes fontes de energia na forma carboidratos, a mandioca destaca-se economicamente, tanto no cenário nacional, como em outros países da América latina e países tropicais da África. O objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento da mandioca sob efeito da adubação orgânica e mineral. O experimento foi conduzido no município de Mari-PB, na Comunidade Sítio Pirpiri, com o objetivo de avaliar o efeito promovidos às partes aéreas e as raízes da mandioca. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com os seguintes tratamentos: (T0) sem adubação, (T1) esterco de aves, (T2) adubação silicatada, (T3) adubação convencional, (T4) esterco bovino e (T5) adubação para enraizamento. Foi feita avaliação das variáveis: diâmetro do caule; altura da planta; número de brotações; peso total da parte aérea; número, comprimento, diâmetro e peso total da raiz; produtividade da parte aérea em Kg ha -1 ; peso da cepa; produtividade da raiz em Kg ha -1 ; Teor de amido. A adubação convencional é, dentre os tratamentos avaliados o melhor trato cultural para a produção de mandioca em sequeiro na região estudada. Termos de indexação: Produção, Altura, Diâmetro. INTRODUÇÃO A mandioca (Manihot esculenta C.), é nativa do Brasil, a mesma é cultivada em todas as regiões tropicais, sendo considerada uma das culturas mais eficientes na produção de carboidratos entre as plantas superiores (Howeler, 1981). Esta tuberosa absorve grandes quantidades de nutrientes e praticamente exporta tudo o que foi absorvido. As raízes tuberosas são destinadas à produção de farinha, fécula e outros produtos, bem como para a alimentação humana e animal, a parte aérea (manivas e folhas), para novos plantios e alimentação animal (Mattos & Bezerra, 2003). O cultivo da mandioca no Nordeste é majoritariamente associado a agricultura familiar, sendo uma das mais importantes fontes de carboidratos para os consumistas de baixa renda e esta cultura torna-se de extrema importância quando, muitas vezes, é a principal fonte de renda de tais famílias. Além do mais, desenvolve-se perfeitamente em suas

condições edafoclimáticas. Na produção agrícola, existe a necessidade de que o solo apresente-se em condições físicas, químicas e biológicas adequadas para o desenvolvimento das culturas (Gupta & Larson, 1982). Embora seja uma cultura onde um fator marcante é a fácil produção, desenvolvendo-se em solos pobres, ácidos e hálicos e com pouca mão de obra, terrenos declivosos e inaptos para outras culturas, a mandioca não tem apresentado uma evolução satisfatória na produção nas últimas colheitas, tornando-se estagnada no decorrer dos anos (Souza et al., 2006). Em média, para uma produção de 25 toneladas de raízes + parte aérea de mandioca por hectare são extraídos 123 kg de Nitrogênio, 27 kg de Fósforo, 146 kg de Potássio, 46 kg de Cálcio e 20 kg de Magnésio, assim, a ordem decrescente de absorção de nutrientes é a seguinte: K > N > Ca > P > Mg (Mattos; Bezerra, 2003). No tocante aos sistemas de cultivo agrícola nesta cultura, são caracterizados pela retirada contínua da produção sem reposição dos nutrientes absorvidos pelas plantas, o que implica em uma deterioração das características físicas, químicas e biológicas dos solos, pois há uma redução dos teores de matéria orgânica e de nutrientes (Perez-Marin et al., 2006). Devido sua dependência da pluviosidade, a condição de cultivo em sequeiro não obedece datas pré-definidas de preparo do solo, plantio e colheita, estando sempre a mercê da chegada do período das águas e sua regularidade. Os solos submetidos a estas condições estão sujeitos a uma constante modificação no número de espécies decompositoras da matéria orgânica do solo e na disponibilidade de nutrientes para as plantas (Cavalcante, 2005). Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito promovido pelas adubações sem adubação, adubação convencional, adubações orgânicas (esterco bovino e de aves), adubação silicatada e adubação para enraizamento, no desenvolvimento e rendimento da mandioca de mesa. MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi conduzido na Comunidade Sítio Pirpiri, município de Mari, PB com coordenadas (6º 58 30,4 S e 35º 16 52,8 W) fazendo parte da mesorregião do Agreste Paraibano, na microrregião da Zona da Mata Paraibana à 150m de altitude do nível do mar. O clima é quente e úmido com chuvas de outono-inverno, região bioclimática 3b Th (Brasil, 1972). No ensaio experimental foram realizadas as seguintes análises para a cultura da mandioca: diâmetro do caule; altura da planta; número de brotações; peso total da parte aérea; número, comprimento, diâmetro e peso total da raiz; produtividade da parte aérea em Kg ha - 1-1 ; peso da cepa; Peso total da planta: produtividade da raiz em Kg ha. Os teores de nutrientes provenientes da adubação química e orgânica foram determinados por meio da coleta do solo na área experimental na profundidade de 0-20 e 20-40 cm. As adubações dos tratamentos foram constituídos dos seguintes arranjos: (T0) sem adubação, (T1) esterco de aves, (T2) adubação silicatada, (T3) adubação convencional, (T4) esterco bovino e (T5) adubação para enraizamento. Após a coleta, as amostras de solo foram conduzidas ao laboratório onde foram realizadas as análises para determinação dos teores de nutrientes no solo. O delineamento experimental foi utilizado em blocos casualizados (DBC), com quatro repetições. Cada parcela experimental foi composta por cinco linhas de 5,6 m de comprimento, espaçadas 1,2 m entre si, e 0,6 m entre plantas sendo a área útil da parcela de 15,12 m 2. Para as análises estudadas foram consideradas apenas as três

linhas centrais. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Durante o período do experimento foi monitorada a precipitação pluviométrica, utilizando um pluviômetro. O pluviômetro foi instalado na área experimental a uma altura de 1,5 m do solo, em uma estaca de madeira. A área experimental foi submetida a uma aração com profundidade de 0,2 m e em seguida foi confeccionado leirões, utilizando um arado acoplado ao trator, com espaçamento de 5,6 m x 1,2 m de comprimento e largura respectivamente. Foram abertas covas de 10 cm de profundidade e 60 cm de distância entre as mesmas, onde foram colocadas as manivas sementes com até 20 cm de comprimento. As manivas sementes foram coletadas a cerca de 20 dias antes do plantio e colocadas à sombra, com cerca de 10 meses de idade. No tratamento em que foi aplicado enraizador, as manivas sementes foram mergulhadas no produto enraizador durante 3 minutos para logo em seguida serem colocadas em suas covas. No tratamento com adubação silicatada, foi aplicada via foliar através de bomba costal uma calda contendo 45g do produto diluído em 18 litros de água, aos 30 e 90 dias de vida da planta. RESULTADOS E DISCUSSÃO O índice pluviométrico na época do plantio e no mês da coleta foi bem satisfatório, sendo perfeito para proporcionar a decomposição da adubação orgânica pelos microrganismos, disponibilizando assim os nutrientes para as plantas, bem como facilitar a colheita nos meses finais. Foram 94 dias de chuvas totalizando 1.046 milímetros de água durante todo o seu ciclo. Nesta cultura, em regime de sequeiro, é importante sincronizar a época de preparação do solo e plantio junto com a época das águas, para que possa haver uma biodisponibilidade de nutrientes, bem como o fortalecimento das raízes da planta para os meses secos subsequentes. Tabela 1 - Precipitação pluviométrica durante o ciclo da cultura da mandioca (Manihot esculenta) entre os anos de 2015 e 2016. Mês de plantio a Dias de Total de precipitação mensal coleta chuva (mm) Maio 7 32,5 Junho 10 133 Julho 20 206 Agosto 6 14 Setembro 2 14 Outubro 1 9 Novembro 0 0 Dezembro 4 62 Janeiro 12 108 Fevereiro 7 27 Março 7 61 Abril 7 152 Maio 8 200 Junho 3 23 Total 94 1.046

Verifica-se na tabela 2 que houve variação significativa em duas variáveis (peso de raiz e peso parte aérea), sendo o tratamento com adubação convencional (T3) responsável pelo ótimo resultado. Resultado semelhante foi encontrado por Gabriel Filho et al. (2000) e Jonez Fidalski (1999) para a produção de raízes no cultivo convencional. A parte aérea também apresentou aumento satisfatório com resultados semelhantes aos trabalhos experimentais de Otsubo et al. (2008). Esta forma de adubação disponibiliza nutrientes na forma pronta para ser absorvida pela planta, uma vez que os nutrientes estejam na solução do solo. O fósforo, por exemplo, é o principal nutriente quando o assunto é produção de raízes na mandioca, é o que aponta os experimentos realizados por (Gomes, 1987). Desta maneira é imprescindível que haja uma adubação bem feita. Embora não tenha significância estatística nas variáveis altura da planta e número de brotações, o tratamento 3 apresentou as melhores médias e ficou em segundo lugar no quesito diâmetro de planta. As melhores médias para diâmetro de planta e comprimento de raiz foram alcançadas com o tratamento 1 (esterco de aves) que possui valores expressivos de NPK. Tabela 2 - Média da altura da planta, diâmetro da planta, número de brotação, comprimento de raiz, diâmetro de raiz e médias do peso de raiz, peso da cepa e peso parte aérea, X Tratamentos Variáveis t1 t2 t3 t4 t5 t0 Altura da Planta (cm.planta-1) 136.72a 133.90a 140.41a 120.66a 125.15a 132.57a Diâmetro da Planta (cm.planta-1) 2.02a 1.70a 1.97a 1.74a 1.73a 1.83a Número de Brotação (qte.planta-1) 1.41a 1.16a 1.41a 1.08a 1.33a 1.21a Comprimento de Raiz (cm.planta-1) 20.17a 18.05a 17.15a 19.08a 19.46a 19.92a Diâmetro de Raiz (cm.planta-1) 3.23a 3.25a 3.41a 2.75a 3.78a 3.24a Peso de Raiz (g.planta-1) 696.25ab 396.00a 801.00b 445.70a 446.75a 564.75ab Peso de Cepa (g.planta-1) 182.50a 137.50a 150.00a 312.50a 347.50a 127.50a Peso Parte Aérea (g.planta-1) 482.50ab 250.00a 515.00b 295.00ab 295.00ab 330.00ab *Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas linhas, são iguais entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Segundo Konzen (2003) a produtividade de milho utilizando doses de 3,6; 5,0 e 7,5 toneladas de cama de aves por hectare teve valores parecidos entre si quando comparado com a adubação química, porém não expressou seu potencial produtivo total devido ao pouco tempo para sua mineralização. O maior diâmetro de raiz foi alcançado no tratamento 5 (adubação para enraizamento), que funcionou da maneira esperada proporcionando um maior calibre nas raízes. Os tratamentos 0 (testemunha) e o tratamento 5 (esterco bovino) não apresentaram resultados expressivos para este experimento. A análise de teor de amido não foi possível de ser realizada a tempo da entrega do relatório final, devido a indisponibilidade de horários no Laboratório de Biologia e Tecnologia Pós-colheita do Centro de Ciências Agrárias.

CONCLUSÃO A adubação convencional é, dentre os tratamentos avaliados, o melhor trato cultural para a produção de mandioca em sequeiro na região estudada. Seu aumento na produtividade cobre o aumento dos custos iniciais. REFERÊNCIAS CAVALCANTE, F.S. Consorciação de mandioca e feijão comum: viabilidade da exploração em agricultura familiar na Microrregião do Brejo Paraibano. 2005. 80f. Dissertação (Mestrado em Manejo do Solo e Água) Universidade Federal da Paraíba, Areia. FIDALSKI, J. RESPOSTAS DA MANDIOCA À ADUBAÇÃO NPK E CALAGEM EM SOLOS ARENOSOS DO NOROESTE DO PARANÁ. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 34, n. 8, p.1353-1359, ago. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pab/v34n8/7696.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2016. GABRIEL, F. A.; PESSOA, A. C. S.; STROHHAECKER, L. and HELMICH, J. J..Preparo convencional e cultivo mínimo do solo na cultura de mandioca em condições de adubação verde com ervilhaca e aveia preta. Cienc. Rural [online]. 2000, vol.30, n.6, pp.953-957. ISSN 1678-4596. GOMES, J. de C. Considerações sobre adubação e calagem para a cultivar de mandioca. Revista Brasileira de Mandioca, Cruz das Almas, v.6, n.2, p.99-107, dez. 1987 GUPTA, S.C., LARSON, W.E. Modeling soil mechanical behavior during tillage. In: AMERICAN SOCIETY OF AGRONOMY. Predicting tillage effects on soil physical properties and processes. Madison: Soil Science Society of America, 1982. p.151-178. HOWELER, R.H. Nutrición mineral y fertilización de la yuca (Manihot esculenta Crantz). Centro Internacional de Agricultura Tropical, Cali, Colombia, 1981. 55p. KONZEN, E. A. Aproveitamento de Dejetos Líquidos de Suínos para Fertirrigação e Fertilização em Grandes Culturas. Sete Lagoas: EMBRAPACNPMS, 2003. 11 p.(embrapa-cnpms. Circular Técnica, 32). MATTOS, P. L. P.; BEZERRA V. S.; Cultivo da Mandioca para o Estado do Amapá. 2003. Disponível em: <https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/fonteshtml/mandioca/mandioca_amapa/adubacao.htm>. Acesso em: 05 jul. 2016. OTSUBO, A. A.; MERCANTE, F. M.; SILVA, R. F. and BORGES, C. D..Sistemas de preparo do solo, plantas de cobertura e produtividade da cultura da mandioca. Pesq. agropec. bras. [online]. 2008, vol.43, n.3, pp.327-332. ISSN 0100-204X. PEREZ-MARIN, A. M.; MENEZES, R. S. C.; Silva, E. D.; SAMPAIO E. V. S. B. Efeito da Gliricídia sepium sobre nutrientes do solo, microclima e produtividade do milho em sistemas agroflorestal no agreste paraibano. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.30, p.555-564, 2006. SOUZA, L.D.; SOUZA, L. da S.; GOMES, J. de C. Exigências edáficas da cultura da mandioca. In: SOUZA, L. da S.; FARIAS, A.R.N.; MATTOS, P.L.P. de; FUKUDA, W.M.G. (Ed.). Aspectos socioeconômicos e agronômicos da mandioca. Cruz das Almas, BA: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2006. p. 19-40.