CIESP. 10º Encontro Internacional de Energia. Hotel Unique. São Paulo, 05 de outubro de Tema 2: Planejamento e Política Energética

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Transcrição:

CIESP 10º Encontro Internacional de Energia Hotel Unique São Paulo, 05 de outubro de 2009 Tema 2: Planejamento e Política Energética Painel 1: Avanços Regulatórios no Setor de Energia Jerson Kelman

Temas 1. Qual o mix ótimo entre hidro e termoeletricidade? 2. A tarifa no Brasil émuito elevada? 3. O setor elétrico écausador ou vítima das mudanças climáticas? 4. Qual o efeito das usinas a fio de água?

Qual o mix ótimo entre hidro e termoeletricidade? Mix H Mix T 100% 90% 80% 89.3% 81.0% 77.8% 75.7% 74.3% 70% 60% 50% Para Para qualquer qualquer nível nível de de confiabilidade, confiabilidade, há há uma uma proporção proporção ótima ótima de de hidro hidro e e térmica; térmica; a a % térmica térmica aumenta aumenta com com a a confiabilidade confiabilidade 40% 30% 20% 10% 10.7% 19.0% 22.2% 25.7% 24.3% 0% Fonte: PSR 93% 94% 95% 96% 97% 98% 99% 100% Confiabilidade (%) 3

1. A tarifa no Brasil émuito elevada?

5

6

9,00% 8,00% 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% NORUEGA Comparação de Tarifas: Brasil X Europa (por renda per capita) Participação da energia elétrica na renda per capita - 100 kwh mensal FRANÇA REINO UNIDO ESPANHA PORTUGAL ALEMANHA DINAMARCA ITALIA ELETROPAULO LIGHT COPEL MANAUS RGE CEMIG ENERGIPE CEMAR OBS 1 : renda per capita do Brasil específica por Estado; OBS 2 : para Brasil, tarifa cheia, não considera o subsídio baixa renda

Gráfico apresentado pela ABRADEE nessa CPI em 18 de agosto de 2009 Dez/03 = 100 Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA, http://www.sidra.ibge.gov.br/snipc/tabelaipca.asp, consulta em 14/08/09 9

Comparações de Tarifas Brasil A conta de luz TARIFAS RESIDENCIAIS B1 - (R$/MWh) 700 600 500 400 300 200 100 - COPEL ELETROPAULO ENERGIPE MANAUS RGE LIGHT CEMIG CEMAR ENERGIA TRANSPORTE ENCARGOS IMPOSTOS

Apesar do importante avanço alcançado na modelagem da revisão tarifária para o segundo ciclo, é preciso reconhecer que se trata de metodologia ainda muito complexa(...) Inúmeras vezes eu defendi na ANEEL o conceito de que nem sempre a melhor solução de um problema éa solução exata e complexa. Às vezes é preferível uma solução aproximada, mas de fácil compreensão. Dizia para os técnicos que não basta que nós saibamos que estamos fazendo a coisa certa. É preciso que os demais, agentes e consumidores, compreendam e possam questionar os nossos procedimentos. 11

2. O Setor Elétrico écausador ou vítima das mudanças climáticas?

O Brasil éum grande emissor de gases que causam o efeito estufa. Queima de florestas éresponsável por 60% da emissão. Geração de eletricidade éresponsável por 2% da emissão. Se a emissão per capita para produção de eletricidade no Brasil fosse 1, na Argentina seria 10, na Europa 40 e nos EUA mais de 100. Conclusão: o Setor Elétrico brasileiro não écausador de mudança climática. Talvez seja vítima. E a IN 07? Fonte: Climate Analysis Indicators Tool, World Resources Institute, citado pela EPE 13

Leilões (4/7) Energia Nova (consolidado por fonte) Leilões de energia nova 6.000 5.637 5.000 Fóssil [12.575 MW] 46% Renovável [15.026 MW] 54% 4.000 3.000 3.670 3.150 3.300 2.000 2.039 2.010 1.736 2.299 1.935 1.274 1.000 549-1º LEN 2º LEN 3º LEN 1º FA 4º LEN 5º LEN ST ANTONIO JIRAU 1º LER 6º LEN 7º LEN HIDRO PCH BIOMASSA GÁS NATURAL GÁS NATURAL LIQUEFEITO GÁS DE PROCESSO ÓLEO DIESEL CARVÃO MINERAL ÓLEO COMBUSTÍVEL Fonte: CCEE

EAF média mensal Belo Monte 14000 12000 A energia energia afluente afluente no no mês mês mais mais molhado molhado é 25 25vezes maior maior do do que que a do do mês mês mais mais seco. seco. 10000 No No Madeira Madeira é 7,5 7,5e no no Sudeste Sudeste é 3,5 3,5vezes maior. maior. GWh 8000 6000 4000 2000 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez. 16

3. Qual o efeito das usinas a fio de água? 16 14 12 10 8 6 4 2 Jan-89 Jun-89 Nov-89 Apr-90 Sep-90 Feb-91 Jul-91 Dec-91 May-92 Oct-92 Mar-93 Aug-93 Jan-94 Jun-94 Nov-94 Apr-95 Sep-95 Feb-96 Jul-96 Dec-96 May-97 Oct-97 Mar-98 Aug-98 Jan-99 Jun-99 Nov-99 Apr-00 Sep-00 Feb-01 Jul-01 Dec-01 May-02 Oct-02 Mar-03 Aug-03 Jan-04 Jun-04 Nov-04 Apr-05 Sep-05 Feb-06 Jul-06 Dec-06 May-07 Oct-07 Mar-08 Aug-08 GN (USD/MMBTU) 0 140 120 100 Petróleo (USD/bbl) Fonte: PSR GN (USD/MMBTU) Petróleo (USD/bbl) 80 60 40 20 0

Configuração 2010 2020 Capacidade instalada 84 124 GW Armazenamento máximo (EAmax) 211 246 TWh Energia natural afluente média (ENA) 509 780 TWh/ano Razão EAMax/ENA 41 31 % Fonte: PSR 18

A carga crítica da configuração divulgada pela EPE para o leilão A-3 de 2009 para dois cenários de CVU do PMO do ONS: Caso A: CVUs do PMO de 2009 (usa preços de 2008 -maiores); e Caso B: idem PMO de 2008 (usa preços de 2007 -menores) Para cada caso, ajustou-se a demanda atéque E(CMO) = CME Resultados Carga crítica caso A = 63,8 GWmed Carga crítica caso B = 67,3 GWmed Diferença = 3500 MW médios (5,1%) Fonte: PSR

Efeito da perda de capacidade de regularização Nível de emissão em 2010: 22 tco 2 /GWh de consumo Nível de emissão em 2020: 72 tco 2 /GWh de consumo A perda de de 10 10 pontos percentuais na na capacidade de de regularização levará a um aumento de de 230% na na emissão unitária Fonte: PSR 20