- Instauração DE INSANIDADE MENTAL no curso do processo * perícia apura estado do réu/indiciado na hora do fato e na atualidade.



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1 PROCESSO PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL PONTO 1: INSTAURAÇÃO DE INSANIDADE MENTAL PONTO 2: MEDIDAS ASSECURATÓRIAS PONTO 3: DESDOBRAMENTOS - Instauração DE INSANIDADE MENTAL no curso do processo * perícia apura estado do réu/indiciado na hora do fato e na atualidade. Fato Atual 1 - Normalidade normalidade 2 - Normalidade Incapacidade 3 - Incapacidade Incapacidade 4 - Incapacidade Normalidade 1 - Tendo o perito constatado que o réu era capaz na hora do fato e atualmente, deve o juiz efetuar o apensamento do incidente de insanidade mental ao processo principal e determinar o prosseguimento desse processo principal. Isso se o juiz homologar o laudo. Caso ele não seja homologado, deverá o juiz determinar que o réu seja submetido a uma nova perícia. Homologado o laudo, o processo deve prosseguir a partir do ponto em que restou suspenso até final sentença que, nesse caso, poderá ser absolutória própria ou condenatória. 2- durante o processo fica incapaz e na época do fato era capaz. Se os peritos concluírem que a incapacidade do réu é exclusiva no momento atual, aplica-se a regra do art. 152 do CPP 1. Nesse caso, a lei não faz qualquer distinção entre o fato de o réu ser inimputável ou semi-imputável. Nesse contexto, o juiz apenas homologa o laudo, apensa o incidente ao processo principal, determina vista às partes e o processo continuará suspenso até que: a) o indivíduo recupere a sua capacidade ou b) Se extinga a punibilidade pela prescrição, já que o processo fica suspenso, mas a prescrição não. Se o indivíduo recuperar sua capacidade, o processo que estava suspenso volta a correr normalmente, até o momento da sentença que poderá ser: absolutória ou condenatória. Quando o juiz aplica a regra do art. 152 do CPP, deverá determinar que o réu seja submetido a perícias periódicas, embora a lei não fixe prazo ou frequência. Pode ocorrer, no entanto, não obstante a suspensão do processo pode ocorrer que o réu fique perigoso, estando, ainda, presentes os pressupostos da prisão preventiva. Nesse caso, poderá o juiz decretá-la, mas como do ponto de vista penal pode não haver solução, deverá o juiz encaminhá-lo a uma internação civil. Caso o réu já esteja preso, por estarem ainda presentes os pressupostos da prisão preventiva e não se submetendo o réu por vontade espontânea a tratamento, deverá o MP buscar alguma medida na esfera cível para que se protejam o réu e a sociedade (o STJ 1 Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o 2 o do art. 149. 1 o O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado. 2 o O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento sem a sua presença.

entende que somente poderá haver internação quando estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva). Durante o período da suspensão poderão ser produzidas provas urgentes. 3 A hipótese está disciplinada pelo art. 151 2 do CPP, devendo o incidente ser apensado ao processo principal, que deverá prosseguir, nomeando-se ao réu um curador (na prática é o advogado). A sentença pode ser absolutória própria ou imprópria e condenatória. Mesmo que o juiz tivesse visão além do alcance, segundo art. 397, II 3, do CPP, não poderia absolver sumariamente de forma imprópria, pois a sentença não pode ser proferida (salvo Júri) pela falta de instrução. O inimputável, por ser situação muito prejudicial, tem direito a uma instrução criminal para, quem sabe, ver-se absolvido propriamente. O juiz não pode absolver sumariamente de forma imprópria (medida de segurança), somente o podendo fazê-la ao final do processo. O juiz só pode absolver própria (sai livre) ou impropriamente (medida de segurança estado de periculosidade) - (não interrompe a prescrição). O semi-imputável nunca poderá ser absolvido impropriamente, somente pode ser condenado e absolvido propriamente; se condenado a pena deve ser reduzida ou virar medida de segurança. O inimputável sempre será absolvido, mas com (imprópria) ou sem medida de segurança (própria). Quando a pena de medida de segurança é imposta na sentença do processo de conhecimento: 1. Indeterminada 2. STJ diz que é a pena máxima abstrata cominada ao delito 3. Analogia ao art 75 4 do CP e limita o tempo de cumprimento da pena em 30 anos (prazo de pena para um prazo de medida de segurança traria o sistema do duplo binário), 4. (ada pelegrini) seria equiparada ao mínimo da sanção. 2 2 Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do curador. 3 Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 4 Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.(redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

3 DIREITO PROCESSUAL PENAL Superveniência de incapacidade, momento de cumprimento da pena, utiliza-se o art. 183 5 da LEP (cura impossível) o juiz converte a prisão em medida de segurança - ou art. 41 6 do CP (cura provável) encaminha para hospital e quando curar a insanidade retorna ao cumprimento da pena de prisão. O prazo é o da pena que foi imposta. 4 Nesse caso o réu será absolvido propriamente. - INCIDENTE DE INSANIDADE DURANTE O IP: 1 se o incidente de insanidade mental tiver sido instaurado durante o IP, não haverá a sua suspensão. 1.1 IP TERMINADO ANTES DO INCIDENTE: remetido ao MP, nada impede que se ofereça denúncia, se estiverem preenchidos os requisitos para tanto. Recebida a denúncia, no entanto, deverá o juiz, na própria decisão, suspender o processo até que se encerre o incidente. 1.2 INCIDENTE TERMINADO ANTES DO IP: o incidente, nesse caso, aguardará em juízo eventual ação penal a ser ajuizada, recebida a denúncia ou a queixa, deverá o juiz determinar o andamento do processo de acordo com a conclusão dos peritos. Se os peritos concluírem, por exemplo, pela incapacidade superveniente, conforme já visto, deverá o juiz aplicar o art. 152 do CPP. - Incidente no procedimento do júri: Ofer. Den. --- rec. Den. --- R à acs. --- réplica --- instrução ---- 413 ou 414 ou 415 7 ou 419 8 CPP + art. 481 9 CPP. 5 Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). 6 Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 7 Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 1 o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 2 o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 3 o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

4 DIREITO PROCESSUAL PENAL Art. 415 CPP única tese for de inimputabilidade o juiz pode absolver impropriamente (a diferença está na instrução) Art. 413 + 481 do CPP dúvida na higidez mental do réu, no plenário, acarreta a dissolução do conselho de sentença. --------- MEDIDAS ASSECURATÓRIAS: No novo CPP essas medidas assecuratórias, que hoje estão regulamentadas nos artigos 125 a 144 do CPP, passarão a ser chamadas de medidas cautelares reais, e abarcarão bens lícitos e ilícitos. - Reparação do dano indenização às vítimas lato sensu. -histórico: art. 74 10 da lei 9099/95, composição dos danos civis, primeira referência no Brasil. - art. 297 11 da lei 9503/97 dano material e não moral arts 50 a 52 do CP 12. I provada a inexistência do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) II provado não ser ele autor ou partícipe do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) III o fato não constituir infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) IV demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 8 Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no 1 o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 9 Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 10 Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

- art. 45, 1º e 2º, CP 13 : efeito extrapenal da sentença penal condenatória. - art. 387, IV, do CPP 14 : segundo STJ não é em todo e qualquer crime que se deve mensurar o valor do dano. 11 Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime. 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo. 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal. 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado. 12 Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) aplicada isoladamente; b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; c) concedida a suspensão condicional da pena. 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.(redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Modo de conversão. Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 1º - e 2º -(Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) Suspensão da execução da multa Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 13 Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 1 o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 2 o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 14 Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº 11.719, de 2008) 5

- art. 89 15 da Lei 9099/95. Praticada a infração penal, a vítima poderá, desde logo, ingressar com ação indenizatória no cível. Até o encerramento do processo penal o juiz do cível poderá suspender o processo. 6 I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer; II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro; VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, 1 o, do Código Penal). Parágrafo único. O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 15 Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; II - proibição de freqüentar determinados lugares; III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano. 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta. 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade. 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.

A vítima pode ao invés de se valer do art. 64 16 do CPP, aguardar o trânsito em julgado da sentença penal condenatória e, com base no art. 384, IV, CPP 17, art. 63, único 18 do CPP e 475J 19 do CPC, executar a sentença condenatória penal. 7 16 Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil. (Vide Lei nº 5.970, de 1973) Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela. 17 Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 1 o Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 2 o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 3 o Aplicam-se as disposições dos 1 o e 2 o do art. 383 ao caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 4 o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 5 o Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 18 Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 19 Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) 1 o Do auto de penhora e de avaliação será de imediato intimado o executado, na pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), ou, na falta deste, o seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnação, querendo, no prazo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) 2 o Caso o oficial de justiça não possa proceder à avaliação, por depender de conhecimentos especializados, o juiz, de imediato, nomeará avaliador, assinando-lhe breve prazo para a entrega do laudo.(incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) 3 o O exeqüente poderá, em seu requerimento, indicar desde logo os bens a serem penhorados. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) 4 o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput deste artigo, a multa de dez por cento incidirá sobre o restante. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) 5 o Não sendo requerida a execução no prazo de seis meses, o juiz mandará arquivar os autos, sem prejuízo de seu desarquivamento a pedido da parte. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)

Em qualquer hipótese vítima poderá adotar medidas assecuratórias visando a assegurar o patrimônio do réu. Enquanto não houver transito em julgado da sentença penal, as assecuratórias do CPC não socorrem a vítima, pois exigiriam que a reparação do dano fosse intentada no prazo de 30 dias. MEDIDAS EM ESPÉCIE: - SEQUESTRO DE BEM IMÓVEL: art. 125 20 e seguintes do CPP. O sequestro de bem imóvel é cabível em relação a bens imóveis do indiciado, adquiridos ilicitamente, ou seja, havidos como produto da infração penal, podendo ser abarcados ainda que tenham sido transferidos à terceiros, não importando, portanto, em nome de quem está o bem. Ainda, não importa se o terceiro a quem se transferiu o bem está de boa ou má-fé. Além disso, o sequestro de bem imóvel pode ser deferido na fase do IP ou do Processo Judicial. OBS: parte da doutrina sustenta que o terceiro de boa-fé não pode ter o bem sequestrado (um erro). Na verdade, se o bem sequestrado está em nome de terceiro de boa-fé, cabe a quem requereu a medida comprovar o contrário, ou seja, que esse terceiro estava de má-fé ao receber o bem. Nesse caso, o terceiro em nome de quem está o bem apenas alega a boa-fé, havendo inversão do ônus da prova. Se o bem ainda estivesse em nome do réu, nada precisaria provar o requerente da medida. -pressupostos para a concessão da medida: art. 126 21 do CPP. - O PRESSUPOSTO BÁSICO desta medida é a existência de indícios veementes de aquisição ilícita do bem, ou seja, o divórcio entre o patrimônio do indiciado e os seus rendimentos. - MOMENTO: O sequestro de bens imóveis pode ser determinado tanto da fase do processo, como antes dela (IP, CPI, Investigação de Tribunais de Contas, etc). Não é preciso que haja um IP instaurado. - LEGITIMADOS: os legitimados à medida podem ser o juiz ex oficio, a requerimento do MP, do ofendido, do Delegado de Polícia. Se o pedido tiver sido oriundo de uma CPI a representação deverá ser dirigida à Autoridade Policial ou ao MP e eles é que deverão representar ao juiz. - FORMAS DE DEFESA: o sequestro é medida que admite defesas, havendo divergências quanto às formas (impugnações). 1ª forma (impugnação): são os embargos previstos no art. 130 do CPP 22, que podem ser opostos pelo investigado que deve comprovar a origem lícita do bem, sendo 20 Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro. 21 Art. 126. Para a decretação do seqüestro, bastará a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens. 8 22 Art. 130. O seqüestro poderá ainda ser embargado:

que cabe a ele o ônus da prova. Cabem embargos, ainda, ao terceiro adquirente, que simplesmente vai alegar boa-fé, competindo a quem requereu a medida provar a sua má-fé. Outros prejudicados poderão opor embargos com base no art. 129 23 do CPP. OBS: o art. 130 do CPP diz que os embargos apenas serão julgados após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Isso porque a prova produzida no processo poderá ser importante para o julgamento desses embargos. Se tiver havido sentença absolutória, os embargos sequer serão julgados, pois o sequestro será levantado. Ainda, o sequestro poderá ser levantado se o terceiro prestar caução fixada pelo juiz. O réu não dispõe dessa faculdade, devendo aguardar o trânsito em julgado da sentença penal. Os embargos do art. 129 do CPP não precisam aguardar o trânsito em julgado da sentença. Uma linha de jurisprudência admite outras duas formas de impugnação. 1. Apelação e outra linha o Mandado de Segurança. Cabe a utilização de apelação se a ilegalidade não for tão flagrante, ou seja, tenha a prova, MS ela não é tão flagrante. Se a ilegalidade é flagrante e pode ser reconhecida imediatamente pelo juiz utiliza-se mandado de segurança, e, por fim, se for preciso produzir prova se utilizam os embargos. - LEVANTAMENTO DA MEDIDA art. 131 24 do CPP O levantamento ocorre nas seguintes hipóteses: quando a ação penal não tiver sido intentada no prazo de 60 dias, contados a partir da diligência, do dia que a medida foi inscrita no registro de imóveis. 2. Se o terceiro que comprou o bem prestar caução idônea. 3. Se nós tivermos sentença absolutória, ainda que imprópria, ou uma extinção da punibilidade. 4. Quando os embargos forem julgados procedentes. OBS: o sequestro é uma medida que começa e termina no processo penal, ou seja, é o juiz do crime que faz a venda do bem. O sequestro torna o bem indisponível, apenas, não proíbe o uso e obtenção de frutos. 9 I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos da infração; II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé. Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão nesses embargos antes de passar em julgado a sentença condenatória. 23 Art. 129.O seqüestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos de terceiro. 24 Art. 131.O seqüestro será levantado: I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado da data em que ficar concluída a diligência; II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que assegure a aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal; III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado.

Não se pode opor a impenhorabilidade sobre ele, art. 3º 25 da lei 8009, pois não se pode opor isso para bem de origem ilícita. - SEQUESTRO DE BENS MÓVEIS (art. 132 26 do CPP): em resumo, é idêntico ao sequestro de bens imóveis, destinando-se a bens adquiridos ilicitamente. O bem é sequestrado e colocado em depósito, sendo entregue a terceiro ou ficando à disposição do indiciado (que não poderá fazer nada com ele). O sequestro de bens móveis é residual, em relação a busca e apreensão. Somente se realiza o sequestro de bens móveis quando não for possível se fazer busca e apreensão. O sequestro se destina ao produto indireto da infração penal. A busca e apreensão são para produto direto da infração penal (art. 240, 1º, b, do CPP 27 ). 10 25 Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias; II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; III -- pelo credor de pensão alimentícia; IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991) 26 Art. 132. Proceder-se-á ao seqüestro dos bens móveis se, verificadas as condições previstas no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro. 27 Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. 1 o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para: a) prender criminosos; b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; g) apreender pessoas vítimas de crimes; h) colher qualquer elemento de convicção.

11 DIREITO PROCESSUAL PENAL - HIPOTECA LEGAL (art. 134 28 do CPP): começa no crime e termina no cível. Trata-se de medida destinada à constrição de bens de origem lícita do réu. Para que se garanta uma futura indenização à vítima, o juiz determina a hipoteca legal sobre os bens do réu, somente é cabível na fase judicial e somente em relação a bens que estejam em nome desse réu. A legitimidade para postular a medida é somente do ofendido. O MP pode postular a hipoteca somente em duas situações: 1. Quando a vítima pedir que o MP o faça, a tendência é de que isso não seja mais possível, pois esse pedido deve ser realizado pela Defensoria Pública, que se existir no local retira atribuição do MP. 2. Art. 142 29 do CPP, casos que envolvam a Fazenda Pública, pois esta tem sua procuradoria. Na hipoteca legal, ao contrário do sequestro de bens imóveis, não há previsão de defesa, somente podendo impugnar o valor dos bens hipotecados e o valor estipulado para reparação do dano. Em nome de terceiros cabe embargos de terceiros. Da decisão que decreta a hipoteca legal (construção jurisprudencial): ou apelação (593, II 30 do CPP), ou MS. Súmula 693 31 do STF. LEVANTAMENTO: quando tivermos sentença absolutória transitada em julgado, extinção da punibilidade transitada em julgado ou quando o réu oferecer caução (art. 135, 6º do CPP) A hipoteca legal se inicia na esfera criminal, mas se encerra na esfera cível. A hipoteca não torna o bem indisponível, podendo ser o bem vendido normalmente. Quem compra, no entanto, estará ciente das restrições, não podendo alegar boa-fé. Não incide a regra restritiva da impenhorabilidade, conforme civil, em relação ao sequestro de bens imóveis. Se o réu for absolvido, ou, declarada extinta a punibilidade a medida não permanece, restando para a vítima medida cautelar da esfera cível. 2 o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra hdo parágrafo anterior. 28 Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria. 29 Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer. 30 Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 31 SÚM. 693 - NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA DECISÃO CONDENATÓRIA A PENA DE MULTA, OU RELATIVO A PROCESSO EM CURSO POR INFRAÇÃO PENAL A QUE A PENA PECUNIÁRIA SEJA A ÚNICA COMINADA.