Programa de Educação Ambiental na Bacia de Campos (PEA-BC) Região 5



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Transcrição:

Programa de Educação Ambiental na Bacia de Campos (PEA-BC) Região 5 Programa Petrobras de Educação Ambiental da Bacia de Campos: Plataformas de Cidadania EA Linha de Ação A: ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA PARA PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL PROJETO PESCARTE Novembro de 2013

i ÍNDICE 1. JUSTIFICATIVA PARA O PERÍODO DE IMPLEMENTAÇÃO...1 2. SUMÁRIO EXECUTIVO...1 3. RECORTE ESPACIAL...3 4. PÚBLICO DEFINIDO...6 5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...7 6. METODOLOGIA CONSOLIDADA...8 7. ATIVIDADES PREVISTAS PARA ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO...9 8. MOBILIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS SUJEITOS DA AÇÃO EDUCATIVA...10 9. CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO EM ECONOMIA SOLIDÁRIA PESCA, ARTE E GESTÃO...11 10. PROJETOS DE GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA GTR...12 11. PLANEJAMENTO AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO...14 12. ATIVIDADES PREVISTAS PARA ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO...15 13. METAS...15 14. INDICADORES...16 15. RESULTADOS ESPERADOS...17 16. PREVISÃO DA CONSTRUÇÃO COLETIVA DAS PRÓXIMAS AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS...17 17. QUANTITATIVO E PERFIL DOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS...17

ii 18. CRONOGRAMA DE AÇÕES E CRONOGRAMA FÍSICO- FINANCEIRO...18 19. RESPONSÁVEL TÉCNICO...20 20. RESPONSÁVEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO...20 ANEXO: Cadastro Técnico Federal do responsável técnico

Página 1 de 20 1. Justificativa para o período de implementação O prazo estipulado para esse ciclo do projeto é de 24 meses. Esse prazo compreende o período necessário ao pleno estabelecimento das atividades programadas, cuja finalidade principal é tornar o conhecido e reconhecido pelos sujeitos da ação educativa, isto é, nesse prazo espera-se ser capaz de se construir a legitimidade do projeto como um instrumento capaz de responder às demandas históricas por melhores condições de vida por parte desse grupo social e fazê-lo por meio de processos que lhe permitam aumentar o seu protagonismo social. No prazo estipulado o primeiro ciclo bienal resultará na formação do Grupo Gestor e serão implementadas as primeiras oficinas capazes de proporcionar aos sujeitos em questão o acesso às informações necessárias ao desenvolvimento de ações que resultem na melhor organização social por parte dos pescadores artesanais. 2. Sumário executivo O presente Plano de Trabalho se coloca como uma proposta para o planejamento, implantação, desenvolvimento, monitoramento e avaliação de um projeto de intervenção junto às comunidades pesqueiras residentes na Bacia de Campos (BC) com a participação de municípios previamente selecionados por estarem inseridos em área de influência das atividades realizadas na região pela empresa Petrobras pessoa jurídica de capital aberto e cujo acionista majoritário é o governo brasileiro, com atuação em setores de exploração e produção de gás, petróleo, biocombustíveis dentre outras atividades. Assim, este Plano de Trabalho se estabelece a partir das orientações oriundas da Nota Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA Nº 01/2010, do Diagnóstico Participativo do PEA-BC e das discussões suscitadas na Reunião Temática sobre os projetos de Educação Ambiental e a Pesca Artesanal na Bacia de Campos no âmbito do Licenciamento Ambiental das Atividades Marítimas de Petróleo e Gás, promovido pela CGPEG/IBAMA e Grupo de Trabalho Articulador do Fórum do PEA-BC, nos dias 17 e 18 de setembro de 2013, sendo denominado como Projeto de Educação Ambiental PESCARTE e está inserido na Linha de Ação A da Nota Técnica supracitada.

Página 2 de 20 O mesmo possui como objetivo a mobilização e organização dos sujeitos da ação educativa a ser realizada (ou seja, a comunidade pesqueira direita e indiretamente envolvida na cadeia de produção), de forma a se fortalecer as ações vinculadas com os conceitos de Economia Solidária, Inclusão Digital e Geração de Trabalho e Renda (GTR), com a criação de possíveis projetos de intervenção para preservação e desenvolvimento socioambiental e econômico da população anteriormente referida. Sendo estruturado pela implementação de atividades em ciclos e com proposta de realização para um período estabelecido de 24 (meses), o apresenta seu Plano de Trabalho por escalas de atuação, para que resultados de curto, médio e longo prazo possam ser concretizados e verificados por processos de monitoramento e avaliação continuada, como se coloca em uma gestão por projeto. Tal premissa se estabelece pela utilização de metodologias científicas e de campo capazes de possibilitar a agregação de mais participantes (pessoas físicas ou jurídicas), seja pela utilização dos Diagnósticos Participativos assim como da Pesquisa-Ação e de grupos focais de discussão para levantamento e encaminhamento de demandas a serem pesquisadas para possíveis soluções organizacionais, institucionais e afins. O Plano de Trabalho se encontra balizado pela participação continuada de sua equipe de trabalho de formação multidisciplinar tanto em termos acadêmicos como profissionais, o que se reflete no nível direcionado a geração de resultados quantitativos e, principalmente, qualitativos das propostas. De acordo com estas diretrizes, estão previstas ações e ou cursos de capacitação sobre temáticas vinculadas à gestão socioambiental (exploração de petróleo e gás, fauna e flora, recursos hídricos, recuperação de áreas degradadas etc.), assim como a questões técnicas (gestão de projetos e inclusão digital) e de produção (cadeia produtiva e de custódia pesqueira, certificações de qualidade e processos etc.). Esse arranjo de ações se encontra detalhado em cronograma físico-financeiro próprio e com descrição de suas propostas e objetivos estabelecidos no decorrer do Plano de Trabalho, de caráter bianual, para sua realização junto às instituições parceiras do. Espera-se dessa maneira a ampliação das capacidades intelectuais e profissionais das comunidades pesqueiras envolvidas na direção de torná-las, ao longo das atividades

Página 3 de 20 de aprendizagem coletiva e organizacional previstas, qualificadas para participarem adequadamente de todo o processo de gerenciamento da cadeia produtiva pesqueira e com a inclusão do maior número possível de partes interessadas, tais como o poder público (municipal, estadual, federal), setor privado (indústria pesqueira) e sociedade civil em geral. 3. Recorte espacial A definição do recorte espacial desta proposta contempla os municípios selecionados diante das reflexões geradas na supracitada Reunião Temática sobre Pesca e Educação Ambiental na Bacia de Campos. Neste evento ficou evidente a necessidade de um redimensionamento do recorte espacial do PESCARTE que consta na proposta de projeto aprovada por meio do Parecer Técnico PAR 0290 13. O objetivo desse redimensionamento foi desenvolver as ações do projeto considerando critérios que demonstrem a maior vulnerabilidade aos impactos das atividades da empresa; assim como evitar possível sobrecarga de atividades para um mesmo grupo social e favorecer o acompanhamento das ações pelas equipes técnicas do IBAMA e da Petrobras. Na proposta aprovada, o recorte espacial do projeto foi definido pelo critério de interferência com a atividade pesqueira na área de influência dos empreendimentos da Petrobras na Bacia de Campos. Neste Plano de Trabalho, entretanto, novos critérios foram adicionados para uma nova definição deste recorte, a saber: volume médio de pescado desembarcado, em toneladas; número de pescadores e renda familiar. Para a definição dos critérios volume médio de pescado desembarcado, em toneladas e renda familiar foram usados como subsídio dados do Projeto de Caracterização Regional da Bacia de Campos (PCR-BC), no que diz respeito ao estudo da atividade pesqueira. Para o critério número de pescadores ativos em cada município, foram utilizados dados do Cadastro Geral do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) em 2013. Porém, no Município de São João da Barra foram usados dados do Plano de Compensação da Atividade Pesqueira da Petrobras (PCAP-BC), uma vez que os valores apresentados no diagnóstico do PCAP-BC são mais condizentes com a realidade observada, visto que registrou um número superior de pescadores do que o apresentado pelo MPA.

Página 4 de 20 Para o critério sobreposição da pesca está sendo considerado o número de avistagens dos barcos de pesca artesanal na área de exclusão dos empreendimentos da empresa e dos navios de pesquisa sísmica, enviados à Marinha do Brasil e registrados nos relatórios do Projeto de Comunicação Social - PCS da Sísmica, relativos ao período de 2007 a 2012. Neste sentido, foi possível observar os pescadores que demonstram sofrer maior impacto relacionado a este critério, já que além da sobreposição com as embarcações de apoio, sofrem exclusão da área que pescam. O critério volume médio de pescado foi considerado relevante tendo em vista o alcance dos objetivos do projeto e a questão social, já que o mesmo visa entre outros objetivos o fortalecimento da identidade produtiva da pesca e o aumento da renda gerada por esta atividade favorecendo principalmente as famílias com menor renda, além de considerar que para a elaboração de projetos de GTR deve haver uma produção considerável de pescado. Desta forma, a este critério foi dado maior peso em relação aos demais. No que diz respeito à questão social, o critério número de pescadores foi considerado importante, visto que um número maior de pessoas associadas à cadeia produtiva da pesca no município sofre o impacto das atividades da empresa, sendo considerados também os pescadores de águas interiores. O critério renda familiar também foi considerado relevante perante a questão social, devido à escala de renda considerada até R$600,00 pois o aumento da renda trará um impacto positivo para a vida, principalmente para essas pessoas. A Tabela 1, a seguir, apresenta os valores, por critério utilizado, definindo para este projeto o impacto das atividades de E&P da Petrobras na Bacia de Campos, sobre a atividade de pesca artesanal em cada um dos municípios. Tabela 1 Critérios de Seleção de Municípios para o PESCARTE

Página 5 de 20 Municípios Sobreposição das Atividades no Espaço Marinho 1 (%) Volume Médio de pescado desembarca do por mês 2 (%) Número de Pescadores 3 (%) Renda familiar 4 (%) Impacto sobre a pesca artesanal São Francisco de Itabapoana 40,6 24,1 23,3 68,0 155,9 Macaé 36,4 34,2 23,3 25,0 118,9 Campos dos Goytacazes 0,0 20,4 20,8 76,0 117,3 Cabo Frio 11,9 40,0 12,6 20,0 84,5 São João da Barra 8,4 35,7 9,1 27,0 80,2 Arraial do Cabo 2,8 17,9 7,4 42,0 70,1 Quissamã 0,0 16,2 1,5 48,0 65,7 Armação dos Búzios 0,0 3,7 0,6 30,0 34,3 Rio das Ostras 0,0 4,1 1,2 18,0 23,3 Casimiro de Abreu 0,0 3,7 0,1 26,0 29,8 Fonte: PCRS Petrobras. Conforme os dados da tabela 1, os municípios que apresentaram o menor impacto sobre a atividade pesqueira foram cinco: Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo e Quissamã. É importante ressaltar, que para o município de Casimiro de Abreu o PCR-BC não apresentou dados do volume médio de pescado desembarcado. Desta forma, para calcular o impacto foi utilizado o menor valor registrado dentre os municípios observados, que foi o Município de Armação dos Búzios, com 20t de pescado desembarcado por mês. Outra informação importante para ressaltar neste Plano de Trabalho é a decisão conservadora de manter os municípios de Arraial do Cabo e Quissamã, mesmo com os dados estatísticos de clusters analisados, comprovando similaridade com os demais municípios retirados neste novo recorte apresentado como pode ser observado na Figura 1 abaixo. 1 Dados do registro de avistagens das plataformas da Petrobras e abordagens dos navios de pesquisa sísmica dos barcos de pesca artesanal dentro da área de exclusão no período de 2007-2012 na Bacia de Campos. Foi avistado um total de 143 embarcações no período. 2 Dados retirados do Relatório do Projeto de Caracterização Regional da Bacia de Campos (PCR-BC). Esse critério teve maior peso em relação aos demais. O volume médio mensal somado para estes municípios é de 1.086,35t. 3 Dados do Ministério da Pesca e Aquicultura de 2013. O número total somando os dez municípios da tabela é 4.938 pescadores. 4 Dados retirados do Relatório do Projeto de Caracterização Regional da Bacia de Campos (PCR-BC) considerando o número de famílias no município com renda de até R$ 600,00.

Página 6 de 20 Figura 1 Análise de Similaridade de Impacto da E&P (Cluster), com 95% de confiabilidade. Fonte: Fonte: PCRS Petrobras. Para a permanência do município de Arraial do Cabo foi considerada a sobreposição do espaço marinho com as atividades da empresa, além do grande volume de pescado, visto que para o alcance do objetivo do projeto é um ponto importante de atenção. Para o município de Quissamã, foi considerado o alto volume de pescado pelos mesmos motivos já explicitados, além de considerar que 80,3% da renda familiar é proveniente da pesca, um dado apresentado no PCR-BC. Os dados observados apresentaram que há diferença de impacto das atividades da empresa sobre a pesca dentre os dez municípios analisados. Deste modo, a empresa propõe que os municípios que serão contemplados nesta proposta de projeto são: Arraial do Cabo; Cabo Frio; Macaé; Quissamã; Campos dos Goytacazes; São João da Barra; São Francisco de Itabapoana. 4. Público definido Dos grupos identificados como vulneráveis pelo Diagnóstico Participativo (DP) do PEA-BC foram selecionados como público para esse projeto os pescadores

Página 7 de 20 artesanais e seus familiares. Propõe-se trabalhar com este público, devido à necessidade de fortalecimento desse grupo social, além do DP do PEA-BC ter evidenciado que muitos pescadores não se identificam com algumas ações educativas e possuem uma dinâmica de trabalho que dificulta a participação nas ações previstas pelos projetos. Diante disso, serão envolvidos, estrategicamente, filhos e esposas de pescadores, uma vez que cada um destes atores possuem características diferentes que corresponde ao seu papel dentro do grupo familiar e à identidade com as ferramentas a serem utilizadas nas ações educativas. No município de Arraial do Cabo serão contempladas as comunidades pesqueiras artesanais em Figueira, Prainha, Porto do Forno e Praia dos Anjos. Em Cabo Frio as Comunidades pesqueiras artesanais contempladas são as de Gamboa e Praia do Siqueira, em Macaé, comunidade de Barra de Macaé, em Quissamã, Comunidades de Barra do Furado, Centro, Caxias e Ribeira, em Campos dos Goytacazes, comunidades de Farol de São Tomé e Terminal Pesqueiro, além das comunidades em Coroa Grande, Parque dos Prazeres, Lagoa do Vigário e Ponta Grossa dos Fidalgos, em São João da Barra, Comunidades de pesca artesanal em Atafona e no Açú e em São Francisco de Itabapoana as comunidades em Gargaú, Guaxindiba e Barra de Itabapoana. 5. Objetivos específicos 1. Apresentar o. Discutir e atualizar os resultados do DP referentes ao grupo social: Pescadores Artesanais. 2. Promover o fortalecimento da organização comunitária por meio da construção participativa de projetos de Geração de Trabalho e Renda. 3. Apresentar exemplos de ações econômicas solidárias que reforcem as identidades produtivas locais de comunidades de pescadores artesanais afetadas pela exploração e produção (E&P) de petróleo e gás na Bacia de Campos (BC). 4. Desenvolver processos de formação e qualificação cidadã (organização comunitária) para mitigar os impactos negativos da indústria de E&P de petróleo e gás na Bacia de Campos; 5. Realizar encontros municipais com vistas ao estímulo à formação e, ou, criação de uma rede social regional entre os pescadores dos municípios envolvidos;

Página 8 de 20 6. Realizar encontros regionais com vistas ao estímulo à formação e, ou, criação de uma rede social regional entre os pescadores dos municípios envolvidos; 7. Promover investigações e divulgação científica no campo interdisciplinar da EA que subsidiem os processos de Licenciamento Ambiental na BC; 8. Desenvolver pesquisa, de base antropológica, da identidade produtiva local; 9. Estudar e caracterizar o Grupo de Mulheres envolvidas com a pesca e a extração de frutos do mar nos municípios envolvidos no PESCARTE. 6. Metodologia consolidada A fundamentação metodológica do Plano de Trabalho se desenvolveu á partir dos instrumentos conceituais definidos na Nota Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA nº 01/2010 e do Diagnóstico Participativo 5 do PEA-BC. Deste modo, com base na proposta do Projeto de Educação Ambiental - PESCARTE Linha de Ação A, considera-se importante a relevância de uma prática educativa ambiental que seja capaz de trabalhar de modo a problematizar e superar as múltiplas dimensões das condições de expropriação dos grupos sociais inseridos na área de influência dos empreendimentos da Petrobras na Bacia de Campos. O conjunto de premissas metodológicas do projeto prevê a implementação de atividades em dois ciclos bianuais, considerando que o processo contínuo de formação estará voltado para a organização social dos grupos vulneráveis. Algumas ações estarão voltadas para a mobilização e outras para a formação e capacitação dos sujeitos prioritários do processo educativo por meio da produção de conhecimento capazes de gerar autonomia dos participantes. O processo objetiva a elaboração de projetos de geração de renda como meio de estímulo e fortalecimento da organização social e das práticas culturais que favoreçam a consolidação das identidades produtivas dos sujeitos envolvidos. Entendemos como sujeitos prioritários do processo educativo os pescadores artesanais e seus familiares. 5 Diagnóstico participativo do PEA-BC realizado pela empresa Soma (2012)

Página 9 de 20 Diante disso, as estratégias metodológicas previstas para a execução do Projeto PESCARTE, buscando, sempre, instalar um processo de mobilização e organização dos sujeitos da ação educativa estarão estruturadas em 3 eixos de atuação, sendo eles: 1) Atividade prevista para atualização do diagnóstico participativo; 2) Capacitação e Formação em Economia Solidária Pesca, Arte e Gestão; 3) Projetos de Geração de Trabalho e Renda GTR; 4) Planejamento, Avaliação e Monitoramento da ações a serem implementadas. Está prevista a utilização da Pesquisa Ação, utilizando-se de técnicas que aproximarão os indivíduos da ação educativa, tais como oficinas, teatro, aplicação de pesquisa survey 6, com uso da técnica bola de neve que permitirá, adicionalmente, que se construa a rede social entre os pescadores; e grupos focais em todas as etapas do plano de trabalho aos objetivos aqui traçados pela equipe implementadora. 7. Atividade prevista para atualização do diagnóstico participativo Pretende-se a aplicação de uma pesquisa de natureza censitária 7, do tipo survey. A pesquisa a ser realizada seria melhor descrita como sendo um processo de mapeamento dos indivíduos pertencentes à categoria de pescadores artesanais para obtenção de dados específicos sobre a população, enquanto que para as informações sobre a cadeia produtiva do pescado, o levantamento sobre logística, preço, volume do pescado e cadeia produtiva e de custódia para dar subsídios aos processos de tomada de decisão do Grupo Gestor, será feita por meio de pesquisa de dados secundários. Os dados obtidos com a realização do survey devem ser analisados por meio do SPSS 8, como ferramental estatístico para a obtenção das informações desejadas. Outra ferramenta metodológica pertinente ao trabalho será a realização de grupos focais. Entendemos grupos focais como um grupo de discussão informal e de tamanho reduzido, com o propósito de obter informações de caráter qualitativo em profundidade. 6 Pesquisa por questionários estruturados aplicados à amostra de uma população qualquer. 7 Entende-se o processo de uma pesquisa censitária como um instrumento de pesquisa que pretende alcançar toda a população investigada. Contudo, admite-se que não há como afirmar, com 100% de certeza, que todo o grupo investigado foi alcançado. 8 Programa estatístico utilizado para a tabulação e análise de dados primários.

Página 10 de 20 É uma técnica rápida para avaliação e obtenção de dados e informações qualitativas, fornecendo aos coordenadores do projeto uma grande riqueza de informações que permitirão a atualização dos dados obtidos no Diagnóstico Participativo, possibilitando, ainda, que novas metas sejam elencadas e que as atuais sejam reavaliadas. O objetivo principal de um grupo focal é revelar as percepções dos participantes sobre os tópicos em discussão, fundamentando as ações e tomadas de decisões. A essência do grupo focal consiste justamente na interação entre os participantes e o pesquisador, que objetiva colher dados a partir da discussão focada em tópicos específicos e diretivos. Os grupos focais estariam comprometidos em identificar as percepções dos sujeitos da ação educativa acerca da vulnerabilidade social que os envolve, analisando o nível de dependência dos recursos naturais para as condições básicas de vida, o nível de acesso aos direitos sociais e a capacidade de organização e intervenção nas decisões políticas. 8. Mobilização e organização dos sujeitos da ação educativa Para que seja possível a criação de espaços dialógicos de problematização e de construção de conhecimentos críticos favoráveis a intervenção na realidade, protagonizada por grupos sociais vulneráveis, optou-se pela metodologia da pesquisa ação (TRIPP, 2005; THIOLLENT, 2002), que permite que os sujeitos do processo educativo possam aprofundar a discussão iniciada no DP do PEA-BC sobre quais são os impactos da produção de petróleo e gás que interferem, direta ou indiretamente, com maior ou menor força, no seu esforço pesqueiro, buscando desenvolver ações que permitam agregar valor ao seu processo produtivo. No desenho do processo participativo serão utilizadas técnicas de sensibilização (construção de mapas; oficinas; cursos de capacitação; reuniões por comunidades; informativos locais; vídeos-debates; visitas técnicas; grupos focais.), destaca-se nesse processo de sensibilização a própria pesquisa de survey, descrita no item 1, como meio que possibilitará o alcance dos sujeitos da ação educativa, ou seja, a pesquisa ser reveste, também, de um meio de anunciação dos trabalhos que serão desenvolvidos no PESCARTE. O conjunto de técnicas aplicadas destacarão os interesses locais e permitirão que os indivíduos se reconheçam como sujeitos sociais capazes de

Página 11 de 20 determinar os processos decisórios de distribuição de custos/benefícios a partir da exploração de recursos naturais (NT 01/10). A concepção de sensibilização social vista como meio para alcançar uma maior organização social, utilizada no desenvolvimento dos trabalhos tem a perspectiva de que se possam constituir espaços de participação e diálogo em que se fomente, se formem e se compartilhem ações e compromissos da comunidade consigo mesma e entre as comunidades com vistas ao seu pleno desenvolvimento social e político. Por isso, sensibilizar, nesse caso, é oferecer os elementos necessários para que as pessoas da comunidade percebam a existência de novas possibilidades organizacionais que lhes permitam enfrentar as mudanças e as transformações para alcançar uma nova realidade social. 9. Capacitação e Formação em Economia Solidária Pesca, Arte e Gestão Esta etapa do projeto prevê a estruturação das Unidades de Inclusão Digital, sabedores que este é apenas um processo inicial, ou seja, visamos um letramento digital. Com isso, busca-se fortalecer as capacidades que favoreçam o protagonismo e a sistematização dos interesses dos participantes para utilizar instrumentos informacionais, não apenas como qualificação profissional, como também de inserção social e cultural. Este processo torna-se indispensável para a estruturação e execução de oficinas sobre o licenciamento ambiental e para a formação e capacitação do Comitê Gestor com vistas à formulação e prospecção de recursos financeiros e informacionais para os projetos a serem elaborados. Nesta fase serão realizadas atividades de aproximação aos instrumentos legais e técnicos envolvidos no licenciamento vinculados, direta ou indiretamente, aos temas do (indústria pesqueira, atividade de E&P de petróleo e gás e os impactos ambientais relativos aos mesmos, dentre outros). Com a realização dos cursos de letramento digital, nos quais será dado início ao processo de acessibilidade às tecnologias de informação, de forma a permitir a inserção dos participantes na sociedade e maximizar suas potencialidades, será formado o Comitê Gestor.

Página 12 de 20 O comitê gestor será o núcleo principal de elaboração e administração dos projetos a serem desenvolvidos, sendo composto por, no mínimo, 4 (quatro) e, no máximo, 20 (vinte) pessoas, por município, de acordo com as especificidades locais. Sua composição será definida e consensuada com o grupo social participante do projeto PESCARTE. Os sujeitos que farão parte da elaboração dos projetos de Geração de Trabalho e Renda GTR serão selecionados entre os que participarem dos ciclos de atividades desenvolvidas no projeto. Dessa forma, serão desenvolvidas oficinas e capacitações vinculadas ao processo de licenciamento Ambiental, à gestão de projetos, e aos princípios da Economia Solidária. Entende-se que os aspectos positivos da economia solidária, entendida como uma ferramenta de caráter multidimensional, o qual abarca as dimensões da vida social, econômica, ecológica e cultural dos indivíduos, torna-se indispensável para o desenvolvimento de uma sensibilização para às ações e projetos em comum. Este conjunto de ações e atividades irá capacitar o Comitê Gestor de cada município para executar e fomentar projetos de geração de trabalho e renda, tendo como perspectiva a construção de um ambiente socialmente justo e sustentável, e capaz de buscar meios para o resgate das identidades produtivas das comunidades em foco. E, para desenvolver este entendimento, buscar-se-á realizar visitas às experiências exitosas em economia solidária relacionada à cadeia produtiva da pesca visando compartilhar e trocar experiências educativas locais e regionais com vista ao desenvolvimento de uma rede solidária da pesca entre os municípios integrantes do projeto PESCARTE. 10. Projetos de Geração de Trabalho e Renda GTR O acompanhamento e o desenvolvimento das etapas deste primeiro biênio, serão complementadas no segundo ciclo com a construção de projetos de GTR. Estes projetos serão elaborados em constante debate com a população pesqueira e intermediada pelo Comitê Gestor. Sendo assim, tal processo requer necessariamente, um conjunto de ações planejadas que permitam alcançar, com o grupo de sujeitos da ação educativa, a capacidade de gerar produtos sustentáveis para o mercado a partir da formação de uma nova cultura baseada na participação comunitária, na cooperação, na criatividade dentro do espectro alinhavado pela economia solidária, e soluções que articulem alternativas ao

Página 13 de 20 sistema de produção, escoamento e consumo, focando na valorização do ser humano e nas suas capacidades produtivas e organizativas. Contudo, desde o primeiro, já estão previstas oficinas introdutórias de economia solidária e visitas à experiências exitosas, visando o desenvolvimento de ações produtivas capazes de aumentar a renda média das famílias. Esse processo se dará por meio de práticas que reforcem as identidades culturais dos sujeitos e solidifiquem o sentimento de pertencimento à classe pesqueira. Para que isso possa ser realizado, os projetos a serem desenvolvidos deverão ter viabilidade econômica, e, nesse requisito, cabe à equipe do avaliar e validar os projetos, sendo um por município. Desse modo, para esse primeiro ciclo entende-se ser necessário conhecer o conjunto de práticas econômicas solidárias, que vão de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas autogestionadas, redes de cooperação na cadeia do pescado, entre outras, e que possam servir de modelo aos processos que estarão em desenvolvimento. A participação em seminários nacionais e encontros Entre-Redes permitirá compartilhar as experiências da realidade social do trabalhador da pesca artesanal, sistematizando o conjunto de experiências pedagógicas exitosas na cadeia do pescado no país. Possibilitarão, ainda, construir iniciativas de articulação entre si e com as iniciativas já existentes, facilitando aos participantes vislumbrarem a necessidade da consolidação de uma Rede da Pesca Artesanal regional. Sendo assim, a equipe de profissionais contratados irá organizar encontros regionais bimensais e um anual para a troca de experiência entre os grupos e os projetos vinculados ao licenciamento ambiental na Bacia de Campos. O processo dos encontros bimensais, a serem desenvolvidos a partir do segundo ciclo do projeto PESCARTE se dará a partir da promoção de caravanas participativas. As oficinas para construção dos Projetos de GTR serão realizadas alternadamente em cada município. O grupo gestor local irá produzir um roteiro de visitação para os participantes permitindo que todos conheçam a realidade local e possam verificar chances de integração de seus múltiplos interesses.

Página 14 de 20 Além disso, está previsto que todos os membros dos Grupos Gestores, juntamente com a equipe PESCARTE, participem dos encontros vinculados ao Licenciamento Ambiental, às temáticas das Políticas Públicas e a Educação Ambiental para Gestão. Em consonância com as ações apresentadas ocorrerá um encontro anual para discussão dos resultados alcançados na execução do projeto PESCARTE. Este encontro pretende avaliar o desenvolvimento das etapas realizadas e visa permitir uma troca sistematizada de experiências entre as equipes, permitindo identificar possíveis problemas e debater soluções capazes de superar as dificuldades encontradas no processo. 11. Planejamento, Avaliação e Monitoramento Este plano considera as etapas de Planejamento, Avaliação e Monitoramento em cada uma das etapas do projeto como peça fundamental para a exelência na execução das atividades propostas. Acrescenta-se a sistematização, definida por Oscar Jara Holliday (2006) como aquela interpretação crítica de uma ou várias experiências que, a partir de seu ordenamento e reconstrução, descobre ou explicita a lógica do processo vivido, os fatores que intervieram no dito processo, como se relacionam entre si e porque o fizeram desse modo. Nas diferentes etapas do projeto será possível compreender a necessidade de repensar o caminho inicialmente percorrido buscando sempre uma melhor mensuração e execução das propostas. O desafio será convergir ás expectativas e objetivos entre os atores diretamente envolvidos para uma ação sustentável e de acordo com as premissas e diretrizes da Nota Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA nº 01/2010. Sendo assim, todas as etapas irão contemplar uma avaliação e monitoramento dos resultados obtidos, implementando os indicadores de qualidade pedagógica que permitam integrar as atividades sugeridas pelos sujeitos do processo educativo com a proposta do projeto PESCARTE. Esta fase tem por objetivo informar o desenvolvimento gradual e evolutivo das atividades do trabalho em relação aos objetivos propostos, apontando quando necessário os desvios ocorridos no projeto e as providências necessárias para a correção dos mesmos. A avaliação e monitoramento prossegue durante todo o processo de

Página 15 de 20 implementação, em ciclos que culminarão em encontros avaliativos semestrais. Buscase com isso reconhecer o contexto da intervenção, e verificar a viabilidade e exequibilidade das propostas num processo de retroalimentação das ações. Ainda, informar à comunidade e à equipe multidisciplinar sobre as ações desenvolvidas no período. A avaliação dos resultados será realizada ao término das atividades, e terá como referência o alcance dos objetivos específicos do projeto. A avaliação de impacto tem como referência o objetivo geral do projeto, que busca medir mudanças efetivas e duradouras na qualidade de vida dos atores envolvidos. 12. Atividades previstas para atualização do diagnóstico participativo O Diagnóstico Participativo já fora realizado nos anos de 2011 e 2012. Entretanto neste projeto serão discutidos e atualizados seus resultados em conjunto com o grupo social dos Pescadores Artesanais. Neste período estão previstas as seguintes ações: Reuniões, sendo uma por município, para apresentação do projeto PESCARTE e seleção (por indicação dos presentes) dos participantes do Grupo Focal (GF), entre sete e doze membros; Oficina de apresentação e discussão dos resultados por município, do DP do PEA-BC por meio de GF (pescadores, filhos(as) e esposas); Oficina de apresentação e discussão dos resultados, regional, do DP por meio de GF (pescadores, filhos(as) e esposas). Realização do mapeamento de rede entre pescadores e mulheres envolvidos com a produção pesqueira e frutos do mar; Identificação da rede social entre pescadores e mulheres envolvidos com a produção pesqueira e frutos do mar; Realização de pesquisa de base antropológica junto aos pescadores e mulheres envolvidos com a produção pesqueira e de frutos do mar; Realização de grupos focais. 13. Metas 1. Realização de uma reunião, por município, para apresentação do projeto PESCARTE; 1.1. Realizar quatro grupos focais, (pescadores, esposas, filhos e misto) por município;

Página 16 de 20 realizar um grupo focal regional (pescadores, esposas, filhos e misto) para discussão e atualização dos resultados do DP junto aos sujeitos da ação educativa; 2. Formar um comitê gestor dos projetos de GTR por município; 3. Realizar 03 oficinas de sensibilização para os objetivos da economia solidária, por município, dirigidas aos sujeitos da ação educativa; 4. Realizar duas oficinas, por município, vinculadas ao processo de licenciamento ambiental e a gestão pública; 4.1. Realizar duas oficinas de alfabetização digital, nos níveis básico e avançado, por município, dirigida aos pescadores artesanais e seus familiares; 5. Participar de encontros com os projetos vinculados ao Licenciamento Ambiental da Bacia de Campos; 6. Participar de 04 seminários e, ou, congressos e colóquios internacionais e, ou, nacionais relacionadas a temática das Política Públicas e da Educação Ambiental; 7.1. Promover um encontro anual para discussão e difusão dos resultados alcançados na execução do projeto PESCARTE; 7.2 Produzir e divulgar artigos científicos, monografias, dissertações e, ou, teses dentro da temática do licenciamento ambiental; 7.3. Publicar dois livros, no período do projeto, com a temática do licenciamento ambiental; 8. Desenvolvimento de pesquisa, de base antropológica, que visa o levantamento de elementos facilitadores da introdução de novos arranjos produtivos locais que reforcem as identidades produtivas já existentes; 9. Estudo e caracterização do Grupo de Mulheres envolvidas com a pesca e a extração de frutos do mar nos municípios envolvidos no PESCARTE; 10. Realização de um mapeamento, de natureza censitária, junto aos sujeitos da ação educativa. 14. Indicadores Os indicadores estão relacionados as metas a serem alcançadas, são eles: 1. Número de participantes nas reuniões; 2. Número de encontros realizados; 3. Número de participantes nos cursos de formação; 4. Número de participantes das oficinas de alfabetização digital; 5. Número de comitês gestores formados; 6. Número de comitês gestores participantes do encontro regional; 7. Número de projetos de GTR elaborados; 8. Comprometimento dos participantes e coesão da participação do grupo; 9. Índice de Satisfação.

Página 17 de 20 15. Resultados esperados A partir das metas e indicadores estabelecidos espera-se: o fortalecimento da base e da organização das lideranças comunitárias; a inclusão digital dos pescadores artesanais e seus familiares; a formação do Comitê Gestor por município; O aumento da integração entre as comunidades pesqueiras e; a elaboração de um projeto de GTR por município. 16. Previsão da construção coletiva das próximas ações a serem implementadas. Após a execução do projeto será produzido um diagnóstico situacional participativo que permitirá dimensionar a eficiência do projeto em relação à organização comunitária do grupo social de Pescadores Artesanais. A partir dessa leitura, iremos propor ações coletivas que permitam a reestruturação das ações do grupo, agora fortalecido. 17. Quantitativo e perfil dos profissionais envolvidos Cargo Profissional Formação Profissional Função Coordenador Geral Coordenador Técnico do Projeto PESCARTE Coordenadora Pedagógica Coordenador de Campo Coordenador de Campo Dr. Marcelo Carlos Gantos Geraldo Marcio Timóteo Sílvia Alicia Martinez Hildelano Delanusse Theodoro Leandro Fernandes Viana Professor Associado da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), doutorado em História Social da América pela UFF Professor Associado da UENF, editor Chefe da Revista Eletrônica Agenda Social, doutor em Sociologia pela UFMG; possui experiência em intervenção social e desenvolvimento de comunidades de baixa renda. Professora Associada da UENF, doutora em Educação pela PUC- Rio de Janeiro Doutorando em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Engenharia/UFMG); Mestre em Extensão Rural (UFV); Bacharel em Ciências Sociais (UFMG); Graduando em Administração (UNIP); Pós- Graduando em Gestão de Projetos (Cândido Mendes). Doutorando em Sociologia Urbana Cidades e Culturas Urbanas Universidade de Coimbra; Experiência em intervenção social junto a comunidades de baixa renda. Coordenação Geral externa e interna (Petrobras-UENF), de atividades de pesquisa e produção técnica e execução do projeto Coordenação da equipe de desenvolvimento do Projeto Pescarte. Coordenação Pedagógicas das ações educativas a serem implementadas. Acompanhamento de atividades nos municípios; desenvolvimento de relações interinstitucionais com os poderes locais; coordenação das ações nos polos. Acompanhamento de atividades nos municípios, coordenação das ações nos polos.

Página 18 de 20 Coordenador de Campo Jair Costa Junior Assistente Social; Possui Experiência em intervenção social junto a comunidades de baixa renda e projetos de GTR. Acompanhamento de atividades nos municípios, coordenação das ações nos polos. Além dos profissionais citados, a equipe executora será composta por 9 técnicos de nível superior sênior; 7 técnicos de nível superior júnior; 9 técnicos de nível médio sênior; 21 técnicos de nível médio júnior e uma secretária e professores pesquisadores da UENF, que formarão o conselho científico ad hoc, consultores especialistas, profissionais nas áreas correlatas ao projeto, três bolsistas sêniores, três bolsistas juniores, 2 bolsistas de pós-doutorado, 7 bolsistas de mestrado e 14 bolsistas de Iniciação Científica. Dentre os agentes de campo, estarão os polinizadores, de acordo com o interesse e a disponibilidade dos mesmos. 18. Cronograma de ações e cronograma físico-financeiro O quadro a seguir apresenta o Cronograma de ações previstos para 24 meses: OBJETIVOS E AÇÕES CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO DE EQUIPE Início das Atividades do Projeto Pescarte APRESENTAÇÃO DO PROJETO Reuniões de Atualização dos resultados do Dianóstico Paricipativo dos Pescadores Artesanais "MAPEAMENTO" dos Pescadores Artesnais MOBILIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS SUJEITOS DA AÇÃO EDUCATIVA (construção de mapas; oficinas; cursos de capacitação; reuniões por comunidades) ENCONTRO MUNICIPAL formação de Rede Social regional de Pescadores Artesanais AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO Reunião de Avaliação Petrobras, UENF, IBAMA FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO CIDADÃ (organização comunitária) Início do curso de letramento digital FORMAÇÃO EM LICENCIAMENTO AMBIENTAL FORMAÇÃO EM ECONOMIA SOLIDÁRIA Pesca, Arte e Gestão FORMAÇÂO DO GRUPO GESTOR SEMINÁRIO ENTRE PROJETOS PEA-BC ENCONTRO REGIONAL AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO CRONOGRAMA DE AÇÕES PESCARTE BIANUAL 1 ANO - MESES 2º ANO - MESES 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º 21º 22º 23º 24º

Página 19 de 20 O quadro a seguir apresenta o cronograma físico-financeiro previstos para 24 meses: O sigilo das informações no quadro acima deve estar assegurado conforme previsto na Lei Nº 10.650/2003, Art. 2º 2º, o mesmo encontra-se protocolocado apenas em meio físico.

Página 20 de 20 19. Responsável Técnico Profissional Geraldo Márcio Timóteo Área de Atuação Coordenação Técnica Formação Doutor em Sociologia Cadastro Técnico Federal 5682018 Assinatura 20. Responsáveis pela implementação do Projeto Função Assinatura Profissional Alex Murteira Celem Gerente (UO-BC/SMS) Função Assinatura Profissional José Henriques da Silva Tavares Gerente Setorial (UO-BC/SMS/MA)

ANEXO