A Política Agrícola Comum após 2013 e o Sector Vitivinícola. Arlindo Cunha. Intervenção no Seminário da ANDOVI

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Transcrição:

A Política Agrícola Comum após 2013 e o Sector Vitivinícola Arlindo Cunha Intervenção no Seminário da ANDOVI Novos Desafios para as Regiões Demarcadas Lisboa, 2011.03.16 Temas 1. A globalização do Mercado do Vinho 2. A Reforma da Política Vitivinícola Europeia de 2007 3. A PAC após 2013 4. Portugal e a PAC do Futuro 5. Portugal, a U.E e o Futuro do Vinho: que reformas? que globalização? 1

1. A Globalização do Mercado do Vinho: (1) impactos do UR no sector Do GATT à OMC (1994): a entrada do sector agroalimentar na senda da globalização Alteração da protecção na fronteira Antes de 1995: preço mínimo de entrada (preço de referência) na fronteira, acrescido de tarifa e, eventualmente de taxa compensatória (countervailing duty) Após 1995: supressão do preço de referência e redução de 36% dos direitos médios do período de referência em 5 anos Tarifas médias nas importações dos produtos vínicos ficaram relativamente baixas (PEC), sem qualquer expressão proteccionista na EU, em contraste com vários PT que dispõem de tarifas ainda muito elevadas e monopólios de comércio de Estado, impostos ao consumo, etc Consequências: importações de vinho na EU mais que duplicaram de 1996 a 2002, estando a crescer a crescer a 10% ao ano. 1. A Globalização do Mercado do Vinho: (2) impactos do UR no sector Restituições à Exportação Redução de 36% em valor (24% em volume) em 5 anos Montante máximo anual autorizado à EU no fim do período: 39.2 Meuros e 2,3 Mhl de volume Indicações geográficas: acordo TRIPS/ADPIC (Acordo sobre Direitos de Propriedade Intelectual), progresso, mas insuficiente Regra geral: sobreposição das IG/DOP às marcas Mas.só para p/ futuro. Para o passado prevalecem as marcas e as designações semi-genéricas Casos do Porto e Madeira com a RAS e EUA só resolvidos por acordos específicos bilaterais da EU com esses países 2

1. A Globalização do Mercado do Vinho: (3) impactos do UR no sector Fonte:DGAGRI (2007) Wine: economy of the sector (working paper) 2. A Reforma da Política Vitivinícola da União Europeia de 2007 : (1) Medidas Estruturais Arranque de 175.000 ha de vinha até 2011 Prémios de 5.500 a 6.500 eur/ha Envelope global de 1.074 Meuros Excepções e suspensão dos programas de arranque (8% e 10%, respectivamente, das áreas nacionais e regionais) RPU nas áreas arrancadas (até 350 eur/ha) Programas de reestruturação das vinhas Direitos de plantação até 2015 (possibilidade de EM poderem aplicar só em 2018) 3

2. A Reforma da Política Vitivinícola da União Europeia 2007: (2) medidas de mercado Rationale: liberalização e controle da despesa Co-financiamento aos EM para promoção em PT Redução dos apoios à destilação de subprodutos (p/fins industriais e energéticos) mas sem preço mínimo ao produtor Redução do teor de enriquecimento com MCR (em 0,5%...de 1,5% z.c a 3% z.a) Ajudas à destilação p/ álcoois de boca Ajudas à destilação de crise só até 2013, após o que a medida poderá continuar com ajudas nacionais a aprovar pela CE Apoios para a vindima verde Envelopes nacionais (financiamento de: promoção; reestruturação; destilação de subprodutos e de crise;vindima verde; MCR; alcoois de boca) 2. A Reforma da Política Vitivinícola da União Europeia 2007: (3) rotulagem e práticas enológicas Rotulagem Vinho vs vinho de mesa Vinho com indicação geográfica protegida IGP vs vinho de mesa com indicação geográfica Vinho com denominação de origem protegida DOP vs VQPRD Rotulagem mais simplificada, com indicação da casta e ano de colheita para vinhos sem IG e DOP Registo comunitário de IG e DOP Práticas Enológicas A decidir pela CE em conformidade com as recomendações da OIV 4

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 18-05-2011 2. A Reforma da Política Vitivinícola da União Europeia 2007 : (4) Envelope Financeiro para Portugal Medida / Ano 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 Total Promoção 2.987 10.862 10.949 13.684 14.767 53.249 Reestruturação 29.764 35.765 31.050 41.859 45.198 183.636 Destilação sub-produtos 2.000 2.000 5.410 5.195 5.195 19.800 Destilação álcool boca 1.149 1.200 2.952 2.232 -- 7.533 Utilização mostos 1.902 1.800 3.096 3.019 -- 9.817 Total 37.802 51.627 53.457 65.989 65.160 274.035 Fonte: IVV 3. A PAC pós 2013: (1) Estrutura actual da Despesa (preços constantes a 2007) Milhares de milhões 70 de euros % do PIB 0,7% 60 50 40 30 20 10 UE-10 UE-12 UE-15 UE-25 UE-27 0,6% 0,5% 0,4% 0,3% 0,2% 0,1% 0 0,0% Subsídios à exportação Pagamentos directos ligados Desenvolvimento rural Fonte: Comissão Europeia DG Agricultura e Desenvolvimento Rural 2010 Outro apoio de mercado Pagamentos directos desligados % do PIB da UE 10 5

3.A PAC pós 2013 :(2) incongruências da actual PAC Actuais ajudas directas da PAC foram criadas para compensar as reduções de preços operadas em 1992 e reformas subsequentes Por isso foram baseadas nas produtividades e efectivos E não obedecem, consequentemente, a uma lógica redistributiva A reforma de 2003 desligou as ajudas (por causa da OMC), mas manteve o status quo distributivo A justificação para as ajudas passou a ser compensar os produtores europeus pelos custos de produção adicionais decorrentes das regras de eco-condicionalidade A que os seus concorrentes do resto do mundo não estão obrigados Argumento fair competition: corrigir condições de concorrência Evolução para argumento bens públicos [eco-condicionalidade] Estamos perante contradições insustentáveis no futuro porque: Nem todos os produtores terem direito histórico às AD/RPU Profunda desigualdade de tratamento: entre agricultores, Regiões e Países 3. A PAC pós 2013 :(3) Impactos distributivos I EP (2009) Elements of the Post 2013 CAP 6

3. A PAC pós 2013 :(3) Impactos distributivos II EP (2009) Elements of the Post 2013 CAP 3. A PAC pós 2013:(3) Impactos Distributivos em Portugal (Base RICA) Orientações produtivas dominantes SAU/UTA (ha) VAB Pbase /SAU ( ) VAB Pbase /UTA ( ) ESP (%) PP/VAB cf (%) AD/SAU ( ) REL/UTAF ( ) Cereais e grandes culturas 21,4 426,0 9119,4 28,6 40,0 251 10871 Arroz 15,5 388,4 6007,4 39,3 68,6 776 14282 Horticultura e Horto-industriais 10,1 2039,9 20580,5 15,8 25,1 670 25906 Horticultura e Floricultura 2,1 5301,1 11055,7 4,0 1,1 34 7222 Vinha 6,3 1448,4 9189,8 12,3 13,1 81 5499 Fruticultura 8,1 1102,3 8978,3 11,3 11,9 36 4862 Olival 24,3 290,5 7074,2 35,2 44,3 177 9452 Culturas permanentes diversas 13,2 468,0 6196,5 26,0 31,2 113 6004 Bovinos de Leite 12,5 922,4 11498,9 28,6 31,4 354 12870 Bovinos de Carne 72,1 53,4 3851,7 62,4 76,9 148 10820 Ruminantes diversos 58,8 73,1 4292,0 52,4 63,1 96 7744 Culturas e Pecuária mistas 29,0 139,4 4049,9 45,2 54,5 133 5972 Média* 21,8 341,1 7443,6 29,8 36,1 144 7789 * As médias são as das explorações RICA e não as do Continente Avillez 2010 14 7

3. A PAC pós 2013:(3) Impactos Distributivos em Portugal (Base IFAP) AD/ PP/ OTE OTE AD/SAU AD/Exp (AD+IC)/ Exp Nº Exp SAU (VP+PP) (VP+PP) (código) (Descrição) % % % % 1,1 Arvenses e Outras Cult. de Regadio 403 1.383 1.514 27,1% 30,2% 10,2% 2,1% 1,2 Arvenses e Outras Cult. de Sequeiro 182 3.004 3.518 31,3% 36,9% 4,5% 4,4% 2 Arroz 702 17.002 17.159 34,3% 39,8% 0,5% 0,7% 15 Batata 244 613 845 12,9% 17,8% 0,3% 0,0% 14 Tomate para Indústria 1.292 62.431 62.492 21,8% 21,8% 0,2% 0,7% 3 Horticultura Extensiva 418 14.186 14.504 15,2% 15,7% 0,1% 0,2% 4 Horticultura e floricultura intensiva 239 2.203 2.523 3,6% 4,5% 0,3% 0,2% 5 Vinha 68 503 1.226 2,8% 10,0% 7,7% 3,4% 6 Fruticultura 97 783 1.666 5,3% 16,9% 4,3% 2,1% 7 Olival 184 816 1.183 28,0% 44,0% 12,3% 3,2% 8 Policultura 131 960 1.633 11,1% 20,5% 17,1% 7,4% 9 Bovinos Leite 769 8.521 9.002 10,0% 10,6% 2,8% 1,8% 10,1 Bovinos Carne Intensivos 446 3.564 3.934 17,2% 19,7% 6,3% 3,0% 10,2 Bovinos Carne Extensivos 128 13.783 14.888 19,5% 22,6% 5,3% 33,6% 11 Ovinos e Caprinos 106 3.240 4.072 14,6% 19,4% 11,7% 21,2% 12 Mistas 164 2.921 3.588 17,8% 23,2% 9,4% 9,9% 13 Pousio e Pastagens 142 2.134 2.226 22,1% 23,3% 6,4% 5,7% 0 Não Classificados 188 2.602 2.764 4,9% 5,6% 0,4% 0,3% Total 170 2.860 3.416 15,5% 19,9% 100,0% 100,0% Avillez 2011 15 3.A PAC pós 2013 :(4) a Comunicação da Comissão Contexto: a actual geração de políticas comunitárias só tem financiamento assegurado até 2013 discutindo-se agora a respectiva configuração e orçamentos para o futuro Comissão Europeia apresentou a 18 No.2010 [COM(2010)672 final] proposta linhas gerais objectivos: Preservar o potencial de produção numa base sustentável, por forma a contribuir para a segurança dos abastecimentos dos cidadãos da Europa e ao mesmo tempo contribuir para o crescimento do consumo alimentar, estimado em 50% até 2050; Apoiar as comunidades agrícolas pelo fornecimento de alimentos de qualidade, seguros e produzidos em condições de sustentabilidade ambiental; Manter comunidades rurais viáveis, para as quais a actividade agrícola é ainda importante na criação de emprego. Tornar os apoios mais equitativos e equilibrados entre Estados Membros e agricultores mas tendo em consideração que uma ajuda única por hectare não será solução aceitável, dada a diversidade das estruturas produtivas. 8

3.A PAC pós 2013: (5) Tipologia de Instrumentos do Apoio Futuro I Ajuda de base universal (todos agricultores) de montante uniforme (excepções )a nível nacional ou regional, desligada da produção, sujeita a um limite máximo por exploração e tendo como contrapartida o respeito pelas regras de eco-condicionalidade; Ajuda Suplementar, destinada a melhorar a produção de bens públicos ambientais, a ser pago anualmente (sem contratualização) em função de contrapartidas [que vão para além das exigências da eco-condicionalidade e baseadas em valores naturais como pastagens e revestimentos permanentes, rotações culturais ou pousio ecológico]. Ajuda a áreas com dificuldades específicas/zonas vulneráveis, em complemento das do 2º Pilar Um regime simplificado de ajudas para os pequenos agricultores 3.A PAC pós 2013 : (6) Tipologia de Instrumentos Apoio no futuro II Medidas de apoio à estabilização do Mercado Co-financiamento de medidas de gestão dos riscos da produção e do rendimento, destinadas a minorar as incertezas do mercado e dos rendimentos e a volatilidade dos preços Medidas de Desenvolvimento Rural Melhoria da competitividade da agricultura Gestão sustentável dos recursos naturais (medidas agroambientais por contratualização, acumuláveis ) Diversidade e reforço da base económica das zonas rurais (IC s; Eixos 2/3?). 9

4. Portugal e a PAC do Futuro: (1) opções a fazer Questão prévia: orçamento geral da PAC e grau de equidade entre EM Média actual de AD/SAU: EU=266; P=170 Cenário nenhum país ter AD/SAU<80% da Média EU P=213/SAU (+26%) Que equidade de apoios entre os agricultores portugueses? Dois mundos radicalmente diferentes a N e a S do Tejo Atribuir as ajudas directas apenas com base na SAU é factor de forte discriminação entre agricultores Necessidade de consideração do factor emprego como critério de ponderação parcial com a SAU Que prioridade dar aos pequenos agricultores (<2ha)? [500-1000 eur/ano?=60-120meuros num total de ~600-700] E à ocupação do território (apoios às ZAD)?... Que compromisso entre as prioridades produção de alimentos e bens públicos ambientais? Quanto é retirado das AD para ASA (5-10-20%)? Pagar só aos agricultores activos ou a todos os proprietários de terras?. 4. Portugal e a PAC do Futuro: (2) opções a fazer Que prioridade para o desenvolvimento rural?.. Nova chave de repartição entre EM?[Portugal recebe 1,5% do bolo total do 1º Pilar e 4,3% do 2º Pilar]; Mais transferências internas do 1º para o 2º pilar? *problemas de distorção de concorrência + Outras questões relevantes A diferenciação entre o regadio e o sequeiro O problema da transição para as culturas actualmente mais apoiadas Ou as excepções à ajuda uniforme por ha/sau. Dimensão e natureza dos instrumentos de gestão do mercado Intervenção.crédito à comercialização.restituições Sistemas de cobertura de riscos e seguros de colheita/rendimento? (ACRE?!) [será irreversível o fim das quotas leiteiras e dos direitos de plantação de vinhas?!!!] 10

5. Portugal, a U.E. e o Futuro do Vinho: (1) que reformas? que globalização? O que é expectável da política vitivinícola da EU para o futuro Medidas de mercado conformes às reformas da PAC para outros sectores e às regras da OMC (enfraquecimento política de gestão mercados; fim das restrições quantitativas à produção) Mais acesso ao mercado (redução da protecção dos mercados Redução dos subsídios mais distorçores da concorrência internacional Supressão dos subsídios à exportação (em 2013?!!) Progressos nos NTC - Registo das DOP e IG a nível mundial (?!) Aplicação de ajudas directas às superfícies de vinha Melhores sistemas de gestão de riscos Apoios a medidas estruturais e à produção de bens públicos Maior liberdade dos EM na aplicação das Medidas 5. Portugal, a U.E. e o Futuro do Vinho: (2) que reformas? que globalização? A crise económica mundial veio pôr negociações da OMC (ainda mais) em banho-maria Mas globalização veio para ficar, porventura com mais regulação Por isso.sucesso dos vinhos europeus não passa por políticas proteccionistas. Apostar na qualidade Nas tecnologias e na exploração das diferentes gamas de mercado Na criação de escala para as empresas serem capazes de vender no mercado global Em factores de diferenciação (eg as DO) Mas as políticas agrícolas servem para ajudar os agentes económicos a defrontar os problemas que têm pela frente Daí a continuação de necessidade de apoios selectivos, incluindo à promoção Daí a necessidade de a vitivinicultura ser tratada em pé de igualdade com os demais sectores da agricultura europeia 11