9 Seminário de Extensão PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE: EFEITO DAS AÇÕES INTERDISCIPLINARES SOBRE A PERDA PONDERAL

Documentos relacionados
9 Seminário de Extensão. PROGRAMA DE ATENÇÃO à SAÚDE DO ADOLESCENTE: EFEITO DAS AÇÕES INTERDISCIPLINARES SOBRE A PERDA PONDERAL

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE COLABORADORES DE UMA PANIFICADORA

5º Simposio de Ensino de Graduação CONSUMO ALIMENTAR E PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE ADOLESCENTES NORMOPESO DE UMA ESCOLA PARTICULAR.

9 Seminário de Extensão. PROGRAMA DE ATENÇÃO à SAÚDE DO ADOLESCENTE: EFEITO DAS AÇÕES INTERDISCIPLINARES SOBRE A PERDA PONDERAL

9 Seminário de Extensão PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE: EFEITO DAS AÇÕES INTERDISCIPLINARES SOBRE A PERDA PONDERAL

SOBREPESO E OBESIDADE

3. Material e Métodos

5º Simposio de Ensino de Graduação CONSUMO ALIMENTAR E PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE ADOLESCENTES NORMOPESO DE UMA ESCOLA PARTICULAR.

Prevalência de sobrepeso e/ou obesidade infantil na cidade de Campos dos Goytacazes/RJ

PERFIL NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS DIABÉTICOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY

CONSUMO ALIMENTAR DE ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO BÁSICA 1

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

Avaliação do Consumo Alimentar de Escolares da Rede Publica de Ensino Fundamental de Piracicaba

PERFIL NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR DE ALUNOS DO CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA À EDUCAÇÃO EM GOIÁS

OBESIDADE NA INFÂNCIA. Dra M aria Fernanda Bádue Pereira

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ ) E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM ESTUDANTES

ESTADO NUTRICIONAL E HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES 1

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E DIETÉTICO DE MILITARES DO DESTACAMENTO DE CALIFÓRNIA- PR

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO UNIRIO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE ESCOLA DE NUTRIÇÃO PROGRAMA DE DISCIPLINA

NUTRIÇÃO MATERNO INFANTIL CASOS CLÍNICOS LACTENTE A TERMO E PRÉ ESCOLAR

RELAÇÃO ENTRE O NOVO ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS. Ivair Danziger Araújo

DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES RESUMO

1 Professores do Curso de Educação Física, NOVAFAPI

ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS DE PARTICIPANTES DO PROJETO DE EXTENSÃO NO PIQUE DA PUCC

A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA GORDURA CORPORAL DOS PARTICIPANTES DO PIBEX INTERVALO ATIVO 1

Autor: Lucas Nogueira de Alcântara Orientador: Prof. Msc. Rolando José Ventura Dumas Pró-Reitoria de Graduação

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM CRIANÇAS DE UMA CRECHE NA CIDADE DE FORTALEZA UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

CONSUMO ALIMENTAR DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO NO MUNICÍPIO DE PALMAS TO

PERFIL CLÍNICO E NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HUPAA/UFAL)

ANÁLISE COMPARATIVA DE SOBREPESO E OBESIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA PARTICULAR E UMA ESCOLA PÚBLICA DE FORTALEZA.

OBESIDADE E DISLIPIDEMIA NA INFANCIA E ADOLESCENCIA

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA CONCEPÇÃO DO USO DE SUPLEMENTOS ESPORTIVOS ENTRE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA EM NATAL/RN

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE IDOSOS ASSISTIDOS POR CENTROS DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

ESTADO NUTRICIONAL DE COLABORADORES DE REDE HOTELEIRA

Programa Mais Saúde. Endereço: Av. Araxá, nº 156, Lagomar, Macaé RJ. CEP

OBESIDADE E ATIVIDADE FÍSICA

VIGITEL BRASIL Hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão

Brasil é um dos principais apoiadores da agenda de nutrição adotada pela ONU

PROGRAMA INTERDISCIPLINAR DE ATENÇÃO E PROMOÇÃO À SAÚDE DE CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS DE GUARAPUAVA

ORIENTADOR(ES): CRISTINA CÂNDIDA DE MACEDO, WAGNER LUIZ DA COSTA FREITAS

DIAGNÓSTICO DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE INFANTIL NO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CORNÉLIO PROCÓPIO

Co-orientadora Profa. Dra. da Faculdade de Nutrição/UFG,

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

Apostila de Avaliação Nutricional NUT/UFS 2010 CAPÍTULO 3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ADULTOS

EXCESSO DE PESO, OBESIDADE ABDOMINAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM UNIVERSITÁRIOS

5º Simposio de Ensino de Graduação AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E DIETÉTICA EM JOGADORES DE FUTEBOL DE UMA ESCOLINHA PROFISSIONAL NA CIDADE DE LINS

PROMOÇÃO DA SAÚDE NUTRICIONAL DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICIPIO DE FOZ DO IGUAÇU-PR.

Inquérito Alimentar. Profa. Assoc. Regina Mara Fisberg 2012

PERFIL NUTRICIONAL E CONSUMO DE AÇÚCAR SIMPLES COMO FATOR DE RISCO NO DESENVOLVIMENTO DE OBESIDADE INFANTIL

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: NUTRIÇÃO INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E HÁBITOS ALIMENTARES DE ESCOLARES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP

INQUÉRITOS NACIONAIS DE SAÚDE E NUTRIÇÃO. Profa Milena Bueno

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO RISCO CARDIOVASCULAR DA CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS DE MARINGÁ/PR

Beatriz de Oliveira Matos1 Lais Miranda de Melo2 Maria Grossi Machado3 Milene Peron Rodrigues Losilla4

QUAL O IMC DOS ALUNOS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS AO ENSINO MÉDIO NO IFTM CAMPUS UBERLÂNDIA?

ETHANOL SUMMIT 2017 PAINEL. Açúcar: O Consumo Equilibrado Como Melhor Escolha. São Paulo junho/17

Avaliação do perfil nutricional da equipe multiprofissional das diversas unidades de Programa de Saúde da Família do município de Piracicaba - SP

RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE IMC E DESEMPENHO MOTOR DE ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA DE MARINGÁ

Apoio nutricional em Grupo para Pacientes Adultos com Sobrepeso

Avaliação do Índice de Massa Corporal em crianças de escola municipal de Barbacena MG, 2016.

V CONGRESSO SUDESTE DE CIÊNCIAS DO ESPORTE

Perfil de Hábitos Alimentares e IMC dos Alunos dos Cursos de Educação Física e Tecnologia da Informação

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO

Avaliação nutricional e percepção corporal em adolescentes de uma escola pública do município de Barbacena, Minas Gerais

1. Tabela de peso e estatura (percentil 50) utilizando como referencial o NCHS 77/8 - gênero masculino

OBESIDADE E A INFLUÊNCIA DO ESTILO DE VIDA

ESTADO NUTRICIONAL E FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

Estado nutricional e risco de doença cardiovascular de moradores da comunidade do Bixopá, município de Limoeiro do Norte - Ceará

PERSONAL DIET, INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EM ÂMBITO DOMICILIAR: RELATO DE CASOS

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ADOLESCENTES DE ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS EM CAMPINA GRANDE-PB

INVESTIGAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA EM UNIVERSITÁRIOS

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CORONARIANA DOS SERVIDORES DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

TÍTULO: AUTORES: Justificativa

Incentivo à Alimentação Saudável. Julho de 2016

ÍNDICE. CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO Introdução Pertinência do trabalho Objectivos e Hipóteses de Estudo...

DIETOTERAPIA INFANTIL DOENÇAS CRÔNICAS NA INFÂNCIA OBESIDADE

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL PARA ADOLESCENTES: NUTRIÇÃO SEM MODISMO. PALAVRA CHAVE: Perfil nutricional; Alimentação; Adolescentes.

Intervenção nutricional em indivíduos com sobrepeso e obesidade

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS NOS ESF DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO NO ANO DE 2007

NUT-154 NUTRIÇÃO NORMAL III. Thiago Onofre Freire

da obesidade e excesso de

Qualidade de Vida II - educação nutricional e ambiental no assentamento rural de Promissão - diagnóstico nutricional dos escolares

TÍTULO: OBESIDADE INFANTIL NAS ESCOLAS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

Resumo revisado pelo Coordenador da Ação de Extensão e Cultura Liga Acadêmica de Pediatria código FM-158: Professor Mestre Antônio Rubens Alvarenga.

AUTOR(ES): LUIS FERNANDO ROCHA, ACKTISON WENZEL SOTANA, ANDRÉ LUIS GOMES, CAIO CÉSAR OLIVEIRA DE SOUZA, CLEBER CARLOS SILVA

ALTERAÇÕES NA SATISFAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL A PARTIR DA INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM UM PROGRAMA DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR MULTIDISCIPLINAR.

ESCOLA MUNICIPAL LEITÃO DA CUNHA PROJETO BOM DE PESO

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL VOLTADA PARA PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICÍPIO DE PIRACICABA-SP

Pesquisa do governo traz novidades sobre a saúde do brasileiro

PREVALÊNCIA DA OBESIDADE ABDOMINAL EM ADULTOS AVALIADOS NO LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICA DA ACADEMIA DA UNI EVANGÉLICA

INTERVENÇÃO NUTRICIONAL COM OBJETIVO DE PROMOVER HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS EM INDIVÍDUOS COM SOBREPESO E OBESIDADE

Transcrição:

9 Seminário de Extensão PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE: EFEITO DAS AÇÕES INTERDISCIPLINARES SOBRE A PERDA PONDERAL Autor(es) MAYSA VIEIRA DE SOUSA Co-Autor(es) MARIE OSHIWA MARINO CATTALINI PAULO PERIN SANDRA MARIA BARBALHO CARLOS WAGNER DE A. WERNER WONDER PASSONI HYGINO Apoio Financeiro FAE 1. Introdução A prevalência mundial da obesidade na infância e na adolescência vem apresentando um rápido aumento nas últimas décadas, sendo caracterizada como uma verdadeira epidemia mundial, atingindo também a população adulta. Tal fato é muito preocupante, pois a obesidade está associada a alterações metabólicas, como as dislipidemias, a hipertensão e a intolerância à glicose, considerados fatores de risco para o diabetes melitus tipo 2 e as doenças cardiovasculares. No Brasil, as contribuições mais recentes surgem de estudos realizados em diferentes regiões, como em Recife onde, 35,0% dos escolares apresentaram excesso de peso corporal (BALABAN; SILVA, 2001); em Feira de Santana, observou-se prevalência de excesso de peso de 9,2% em escolas públicas e 20,4% em escolas particulares (OLIVEIRA; FISBERG, 2003); no Rio de Janeiro, a prevalência de excesso de peso foi de 23,0% para meninas e 19,0% para meninos (ANJOS et al., 2003). Estudo realizado por Abrantes e colaboradores (2003) mostrou prevalência de obesidade de 8,2% em crianças da região nordeste e 11,9% da região sudeste do Brasil. Pode-se afirmar que as tendências de transição nutricionais ocorridas neste século em diferentes países do mundo convergem para uma dieta mais rica em gorduras (particularmente as de origem animal), açúcares e alimentos refinados, e reduzida em carboidratos complexos e fibras que são provenientes principalmente das redes de fast foods, comumente freqüentados por pessoas que desejam economizar tempo (OLIVEIRA e FISBERG, 2003). Dessa forma, a obesidade na adolescência requer, para 1/6

seu tratamento uma equipe multidisciplinar, agregando médicos pediatras e endocrinologistas, psicológicos, nutricionistas e fisiologistas do exercício (FONSECA, SICHIERI, VEIGA, 1998). A prevenção da obesidade depende basicamente de informação a população através de um programa de educação nutricional de impacto e incentivo a prática de exercícios físicos. Assim estaríamos previnindo o desenvolvimento da doença na fase adulta, impedindo que os adolescentes com sobrepeso tornem-se obesos. Diante do exposto, percebe-se a importância da implementação de medidas intervencionistas no combate e prevenção da obesidade em indivíduos mais jovens. Medidas de caráter educativo e informativo, através do currículo escolar, dos meios de comunicação de massa, do trabalho da equipe multiprofissional, assim como, o controle da propaganda de alimentos não saudáveis, dirigidos principalmente ao público jovem visando redução de açúcares simples e gorduras saturadas são ações que devem ser praticadas para o conter o avanço de casos novos e evitar que a prevalência desse distúrbio nutricional continue crescendo. 2. Objetivos Avaliar os hábitos alimentares, o estado nutricional, o estilo de vida e a saúde bucal de escolares do município de Lins, bem como investigar a influência de um programa alimentar associado à prática de exercícios físicos sobre a perda ponderal. 3. Desenvolvimento Os dados foram coletados em uma escola particular e uma escola estadual do município de Lins. A população de estudo foi composta por 144 adolescentes entre dez a quinze anos de idade, de ambos os sexos. Inicialmente as famílias dos voluntários foram convidadas a participar de uma reunião na escola, quando foram esclarecidos os objetivos do projeto. Todos os adolescentes foram submetidos a avaliação antropométrica onde foram aferidas as seguintes medidas antropométricas: peso, estatura e as pregas cutâneas triciptal e subescapular (LOHMAN; ROCHE, 1992 e FRISANCHO, 1990). Foi aplicado um questionário para levantamento de dados da situação socioeconômica, cultural, grau de instrução entre outras. Para levantamento dos dados de consumo alimentar foram utilizados os métodos recordatório de 24 h, registro alimentar de 3 dias e questionário de frequência alimentar semi-quantitativo. Depois de coletados os dados dietéticos foram analisados e compilados no Software NutriSurvey (2002). O perfil bioquímico foi realizado nos adolescentes sobrepeso. Para a determinação quantitativa de glicemia, colesterol total e triglicérides foi utilizado monitor portátil da Accutrend GCT. Para a avaliação da saúde bucal, foi aplicado questionário para coleta de informações sobre as doenças bucais, métodos utilizados para higiene bucal, entre outros. Para a avaliação clínica odontológica utilizou-se a sonda e o formulário da Organização Mundial da Saúde (WHO, 1997). Durante exame médico, foi realizado em todos os adolescentes uma avaliação física. Foram registrados em ficha específica para cada aluno os valores de pressão arterial, freqüência cardíaca, peso, altura e estágio de desenvolvimento puberal segundo a classificação de Tanner (1962), além de outros achados como presença de bócio, alterações dermatológicas e deformações físicas. Para avaliação da aptidão física, foi realizada a determinação do VO2max segundo metodologia proposta por BILLAT et al (1996). Após a avaliação física, os adolescentes realizaram programas de atividade física (grupo atividade aeróbia e grupo atividade aeróbio/anaeróbio) com frequência de três vezes por semana, com sessões de 50 minutos. Todas as atividades foram aplicadas de forma lúdica através de jogos, estafetas, grandes jogos e pequenas gincanas sendo realizadas em quadras poliesportivas e pátios da escola em que os voluntários estudavam e do UNISALESIANO de Lins. Após período de 12 semanas os adolescentes foram re-avaliados. 4. Resultados No presente estudo foi classificado como sobrepeso os adolescentes que estiveram situados no percentil 85 para IMC segundo critério da OMS (1995). As tabelas 1 e 2 caracterizam o estado nutricional segundo IMC dos adolescentes de uma escola particular e uma escola pública do município de Lins. Na escola privada os resultados dos exames bioquímicos tiveram maior prevalência de normalidade. Os valores 2/6

de colesterol para o sexo masculino tiveram ~50% acima do normal, quase a mesma porcentagem foi encontrada para a classificação de normalidade (51,9%). Entre o sexo feminino apenas 15,4% das meninas apresentaram concentrações limítrofes de colesterol sanguíneo. Os valores de triglicérides estiveram elevados em 40,7% dos meninos e em 15,4% nas meninas. Ao analisar os exames bioquímicos das crianças com sobrepeso na escola pública observou-se na glicemia que 96% do sexo feminino e todos (100%) do sexo masculino encontra-se no valor recomendado. Em relação ao perfil lipídico, 86% do sexo feminino e 81% do sexo masculino apresenta-se no valor adequado de colesterol total; o mesmo foi observado em 54% das meninas e 81% dos meninos em relação ao triglicérides. Entretanto das adolescentes com sobrepeso avaliadas, 46% apresentaram concentrações elevadas de triglicérides. Na escola pública observou-se baixa ingestão calórica dos adolescentes, principalmente os classificados com excesso de peso (1926 Kcal das meninas e 1887 Kcal dos meninos, respectivamente) não atingindo o NET (2010Kcal/dia para meninas e 2350 kcal/dia para meninos, respectivamente). Esses dados podem ser justificados pelo fato dos adolescentes sobrepesos subestimarem o consumo alimentar e omitirem nas informações fornecidas. Quanto a freqüência alimentar dos adolescentes da escola publica, destacou-se os doces em ambos os grupos como o alimento mais prevalente sendo consumido pela maioria (58%sobrepesos e 44% sobrepesos) uma vez por semana. A maioria dos normopesos relatou o salgado assado, sendo este comprado na cantina da escola, como o alimento mais consumido. A maioria dos sobrepesos (43%) consomem cachorro quente com freqüência de 1 a 3 vezes ao mês. A maioria dos normopesos (44%) e sobrepesos (43%) relatou que eventualmente consome produtos lácteos. No grupo das verduras e legumes, a maioria dos normopesos e sobrepesos relatou que nunca consome esses alimentos. Daqueles que consomem, o alimento de maior freqüência foi a alface e o tomate. Quanto às frutas, a de maior consumo neste grupo foi a maçã, sendo maior nos normopesos (62%) comparado aos sobrepesos (54%) numa freqüência de uma vez por semana. No grupo de bebidas não alcoólicas (refrigerantes, sucos e chás), o mais consumido deste grupo foi o refrigerante. Na escola privada também foi observada uma tendência dos adolescentes subestimarem o consumo alimentar, cujas adequações encontradas estiveram bem próximas ou abaixo da necessidade nutricional. Quanto a freqüência alimentar, os alimentos adicionais energéticos que a maioria dos adolescentes normopesos relatou consumir diariamente são: achocolatado, açúcar e balas. Brigadeiro e sorvete são consumidos semanalmente e os demais mensalmente ou não comem. O mesmo pode ser observado entre os adolescentes sobrepesos, em relação a esse grupo de alimentos. Entre os adolescentes sobrepesos apenas 5% da amostra total consomem um tipo de verdura todos os dias, sendo as demais relatadas como não come. O mesmo foi observado nos adolescentes normopeso. Apesar de nenhuma fruta ser consumida todos os dias, em ambos os grupos, as frutas mais populares (maçã, banana e laranja) foram citadas como consumo semanal. Observando os registros alimentares, nota-se o consumo de carne diário, porém, esse é muito variado, sendo um dia carne, outro frango e assim por diante, justificando as respostas em relação aos produtos cárneos serem semanal no questionário de freqüência alimentar. Dos adolescentes sobrepesos, 20% tomam refrigerante todos os dias e 25% semanalmente. Entre os normopesos, apenas 4,2% ingerem a bebida diariamente. Os dados antropométricos e as inadequações alimentares observadas no presente estudo confirmam os achados de Fisberg (1995) e Simopoulos (1989) que associam a causa da obesidade ao sedentarismo e maus hábitos alimentares. Após a realização do programa de atividade física associado a orientação nutricional observamos que com relação à massa corporal total, não houve nenhuma diferença significante na situação pós atividade física em relação à situação pré intervenção para nenhum dos grupos estudados, denotando desta forma, uma manutenção desta variável com o transcorrer do programa. No entanto, quando associamos a isso a variável porcentagem de gordura corporal (%GC) verificamos que os grupos submetidos aos programas de atividade física apresentaram uma diminuição significante no percentual de gordura, corroborando com Fernandez et al. (2004). Quanto aos dados odontológicos verificamos um baixo índice de dentes cariados, perdidos ou obturados (CPOD) na escola particular. Para a faixa etária de 12 anos, o COPD-alvo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2010 é de uma média de um dente cariado, perdido ou obturado. Verificamos nos dois grupos estudados, que os resultados parciais apontam para uma baixa prevalência da cárie dentária e uma diferença não significativa entre os dois grupos (CPOD=0,7 para sobrepeso e CPOD=0,9 para normopeso). Na escola pública, verificamos um alto índice de dentes CPOD quando levamos em conta a meta da OMS (CPOD= 2,5 para sobrepeso e CPOD=1,75 para normopeso). 3/6

5. Considerações Finais Em função da presença de obesidade e do risco de sobrepeso existir no grupo de adolescentes pesquisados, reforça-se a necessidade de estratégias de prevenção, no sentido de promover mudanças de hábitos e comportamentos voltados, não só para a dieta, mas principalmente, para o estilo de vida, antes da evolução dos problemas e agravos à saúde. Com relação aos exames de saúde bucal, baseado nos dados preliminares, ações educacionais deveriam ser orientadas, principalmente para a escola pública, independentemente dos alunos serem normopeso ou sobrepeso. Dessa forma, faz-se necessário um programa de intervenção na próxima etapa do projeto visando o planejamento de ações conjuntas para reforçar os conhecimentos em saúde bucal, nutrição e combate ao sedentarismo nos adolescentes e entre professores, pais ou responsáveis. Referências Bibliográficas ABRANTES, M.M.; LAMOUNIER, A.J.; COLOSIMO, A.E., Prevalência de sobrepeso e obesidade nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 49, n. 2, p. 162-166, abr./jun., 2003. ANJOS, L.A.; CASTRO, I.R.R.; ENGSTROM, E.M; AZEVEDO, A.M.F. Growth and nutritional status in a probabilistic sample of schoolchildren from Rio de Janeiro, 1999. Caderno de Saúde Pública, v.19, n. l, p.171-179, 2003. BALABAN, G., SILVA G.A.P. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de uma escola da rede privada de Recife. Jornal de pediatria, Rio de Janeiro, v. 77, n.2, p. 96-100, 2001. BILLAT, V. et al. Gender effect on the relationship of time limit at 100% VO2max with other bioenergetic characteristics. Med. Sci. Sports Exe. v. 28, n. 08, p. 1049-55, 1996. FERNANDEZ, A.C. et al. Influencia do treinamento aeróbio e anaeróbio na massa de gordura corporal de adolescentes obesos. Rev. Bras. Med. Esporte, v. 10, n. 03, p. 152-58, 2004. FISBERG, M. Obesidade na infância e adolescência. São Paulo: Fundo Editorial BYK, 1995. FONSECA, V. M.; SICHIERI, R.; VEIGA, G.V. Fatores associados à obesidade em adolescentes. Rev. Saúde Pública, v.32, p.541-549, 1998. FRISANCHO, A. R. Anthropometric Standards for the Assessment of Growth and Nutritional Status. United States of America: University of Michigan, 1990. FONSECA, V. W.; SICHIERI, R.; VEIGA, G.V. Fatores associados à obesidade em adolescentes. Rev. Saúde Pública, v. 32, p. 541-549, 1998. LOHMAN, T.G., Roche, A. F. Anthropometric Standardization Reference Manual. United States of America: Abridged, 1992. 90p. Nutrisurvey. ERHARDT, T. Nutrisurvey (software) versão 5.0 for windows. Wohenhein University, 2002. OLIVEIRA C.L.; FISBERG M. Obesidade na infância e adolescência Uma verdadeira epidemia. Arq. Bras. Endocrin. Metab., v. 47, p. 107-108, 2003. SIMOPOULOS, A. P. Introduction to the symposium on energy expenditure and obesity. Int. J. Obes., v. 14, p. S1-S3, 1989. WHO (World Health Organization). Physical Status: The Use and Interpretation of Anthropometry. Technical Report Series. Geneva: WHO, 1995. p.854. WHO (World Health Organization). Obesity. Preventing and managing the global epidemic: Report of WHO consultation group on obesity. Geneva: WHO; 1997. Anexos 4/6

5/6

6/6