CORPO NACIONAL DE ESCUTAS Escutismo Católico Português CONSELHO FISCAL E JURISDICIONAL NACIONAL seguros Parecer CFJN nº 13/08 : Entrega dos Censos e pagamento de quotas e A Junta Central, através do Serviços Centrais, do CNE questiona o CFJN pretendendo saber se os associados que ingressam no CNE após a entrega do censo anual devem pagar as quotas e seguros... Sumário: 1- A competência do CFJN para a emissão de pareceres é restrita ás normas estatutárias e regulamentares de âmbito geral ou nacional; 2- Está fora da alçada do CFJN a realização de uma análise prévia ou preparatória para uma tomada de decisão face a um problema de gestão administrativa do CNE; 3- Em face da matéria em causa a Junta Regional não tem legitimidade para pedir parecer ao CFJN; 4- Saber se: deve ou não ser cobrada a quota e o seguro de indivíduos entrados para a associação depois dos censos realizados, e, fixar uma regra uniforme para toda a associação, é um problema de gestão administrativa do CNE que tem a ver com a determinados objectivos da competência da Junta Central; 5- Para além de não ser possível emitir sobre tal matéria um parecer como estatutariamente previsto, a emissão de uma opinião pelo CFJN sobre o modo de proceder / decidir é passível de ser interpretada como intromissão na competência da JC, possibilitando a afectação da independência dos órgãos e a violação do princípio da separação de poderes, e por essa via violadora dos ECNE. 1
6- Os estatutos prevêem mecanismos de auxílio à gestão pelos diversos órgãos do CNE sem pôr em causa aqueles princípios, como as intervenções ao abrigo dos artºs dos artºs 37º1 e 2, 39º1 b), e 69º12 RG e similares, que não foram accionados. 7- De assinalar, apenas, a existência, da Circular 6-1-101 de 12 de Dezembro da Junta Central sobre A quotização individual para as despesas de Núcleo, Região e nível Nacional, pagamento do seguro escuta e assinatura da Flor de Lis, que constitui o procedimento adoptado pela JC, comunicado aos demais níveis do CNE. Texto Integral: Questões Prévias: a) Competência do CFJN: Como resulta do artº 27º a) e d) ECNE, e 39º 1 a) e d) RG, a competência do CFJN no que concerne á emissão de pareceres é restrita ás normas estatutárias e regulamentares de âmbito geral ou nacional, estando a apreciação das normas regulamentares internas regionais, de núcleo ou de Agrupamento na competência do CFJRegional artº 44º a) e d) RG e artº 35º ECNE. Emitir um parecer é expressar o entendimento que se configure mais correcto sobre a interpretação ou aplicação de uma norma ou conjunto delas, e incide sobre uma questão concreta de interpretação e ou de aplicação suscitadas pelas normas, procurando uma resposta a uma dúvida, pois é a opinião jurídica sobre factos ou pessoas emitida por um jurista ou corporação consultiva Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Academia Ciências de Lisboa, pág. 2755. Não constitui, por isso, uma análise prévia ou preparatória para uma tomada de decisão face a um problema de gestão administrativa do CNE, que está fora da alçada do CFJN o qual também não é o Departamento Jurídico dos órgãos executivos do CNE (artº 26º ECNE), sem prejuízo das ponderações (que não de parecer artº 39º 1d) RG), a efectuar no âmbito das reuniões em que participa, em cooperação institucional, ao abrigo dos artºs 37º1 e 2, 39º1 b), e 69º12 RG e similares. No caso não é indicada qualquer dúvida, nem se indica que norma ou normas se pretendem interpretar, antes se configura como uma questão de recolher uma opinião ( a do CFJN) sobre o modo de proceder, pois que face ao b) Âmbito do Pedido, 2
traduzido no teor do oficio junto e a questão do pagamento do seguro ou quotas, verifica-se que: - Quanto ao oficio da J.R. de : Ao CFJN após a sua tomada de posse não foi transmitido pelos anteriores titulares do Conselho nenhum pedido de parecer da JR, sendo que após a sua tomada de posse tal, também, não ocorreu. De todo o modo, em face das normas estatutárias e Regulamentares e do entendimento que delas tem este CFJN (que consta do Parecer emitido sobre esta matéria distribuído nos documentos do CNP de Maio de 2008, e que constitui o modo de proceder do CFJN, e disponível em http://www.cneescutismo.pt/portals/0/docs/consnac/cnp2008/parecer sobre a legitimidade de pedidos de parecer ao CFJN.pdf ), a Junta Regional do não tem legitimidade para pedir esse parecer, pois como nele se expressa se a dúvida levantada à Junta Regional, é relativa a normas estatutárias que têm a ver com o âmbito nacional, então a Junta deve colocar a questão à Junta Central que deve resolvê-la Assim ao colocar a questão à JC procedeu de modo correcto, com vista à sua resolução. - Quanto à questão das quotas/censos Como resulta do teor do ofício enviado, a questão é a de saber como deve a Junta Regional (e por consequência os níveis inferiores do CNE) proceder: - deve ou não cobrar a quota e o seguro de pessoas entradas para a associação depois dos censos realizados? e, em face da dualidade de entendimento dos Serviços Centrais (recebem as quotas e não as devolvem, mas dizem que não há lugar a essa cobrança) a necessidade da sua uniformização. Como resulta do exposto estamos perante um problema de gestão administrativa corrente do CNE ( artº 25º e) e f) ECNE, que tem a ver com a determinados objectivos in Dicionário da Língua Portuguesa cit. pág. 1894, e não ou não ainda, perante uma questão de âmbito estatutário ou regulamentar de natureza jurídica sobre a interpretação de normas ( artº 27º d) ECNE), sobre que incidem os pareceres. Não compete ao CJFN indicar à JC a norma ou normas, ou regras e princípios a ponderar e a aplicar para solucionar a questão (mas apenas, se pedido, se a norma estatutária consente ou não aquela solução), uma vez que não faz sentido que o CFJN 3
indique à Junta Central o que dizem os estatutos e regulamentos sobre essa matéria, pois deles, esta, tem conhecimento, e é ela que gere os direitos, deveres e obrigações da associação perante os associados e terceiros e as associações nacionais e internacionais de que faz parte o CNE. E tanto assim é, que sem pretender interferir, nessa acção, convirá realçar, para que não passe despercebida, a existência, da Circular 6-1-101 de 12 de Dezembro da Junta Central sobre A quotização individual para as despesas de Núcleo, Região e nível Nacional, pagamento do seguro escuta e assinatura da Flor de Lis, assinada pelo Secretário Nacional para o Desenvolvimento, e enviada ás Juntas Regionais, Juntas de Núcleo e Agrupamentos, e que certamente resolverá o problema colocado. Mas emitir agora, o CFJN perante a questão colocada pela Junta Regional do, uma opinião, além, de não ser um parecer sobre questão estatutária, configura-se mais como uma indicação feita à JC sobre o modo como deve resolver o problema / uniformizar procedimentos, e a ser assim estaríamos perante uma intromissão ou interferência do CFJN na competência de gestão administrativa da Junta Central, o que possibilitaria a afectação da independência que deve nortear a acção do CFJN, para além de violar o principio de separação de poderes dos diversos órgãos do CNE, princípios estes de natureza estatutária, dada a natureza autónoma (embora cooperante) destes órgãos, não constituindo o CJFN um órgão auxiliar daquela e inserido na sua orgânica, mas paralelo, autónomo e independente. + Em face de todo o exposto: 1- A competência do CFJN para a emissão de pareceres é restrita ás normas estatutárias e regulamentares de âmbito geral ou nacional; 2- Está fora da alçada do CFJN a realização de uma análise prévia ou preparatória para uma tomada de decisão face a um problema de gestão administrativa do CNE; 3- Em face da matéria em causa a Junta Regional não tem legitimidade para pedir parecer ao CFJN; 4- Saber se: deve ou não ser cobrada a quota e o seguro de indivíduos entrados para a associação depois dos censos realizados, e, fixar uma regra uniforme para toda a associação, é um problema de gestão administrativa do CNE que tem a ver com a determinados objectivos da competência da Junta Central; 4
5- Para além de não ser possível emitir sobre tal matéria um parecer como estatutariamente previsto, a emissão de uma opinião pelo CFJN sobre o modo de proceder / decidir é passível de ser interpretada como intromissão na competência da JC, possibilitando a afectação da independência dos órgãos e a violação do princípio da separação de poderes, e por essa via violadora dos ECNE. 6- Os estatutos prevêem mecanismos de auxílio à gestão pelos diversos órgãos do CNE sem pôr em causa aqueles princípios, como as intervenções ao abrigo dos artºs dos artºs 37º1 e 2, 39º1 b), e 69º12 RG e similares, que não foram accionados. 7- De assinalar, apenas, a existência, da Circular 6-1-101 de 12 de Dezembro da Junta Central sobre A quotização individual para as despesas de Núcleo, Região e nível Nacional, pagamento do seguro escuta e assinatura da Flor de Lis, que constitui o procedimento adoptado pela JC, comunicado aos demais níveis do CNE. Tal é o que se nos oferece dizer Aprovado FJN, / / José A. Vaz Carreto ( vogal Relator) Saul Mouro ( vogal) Francisco J. Camarinha ( Secretário) Rita Vaz. Luís ( Vice Presidente) F. Calado Lopes ( Presidente) 5