BENEFÍCIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

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Transcrição:

BENEFÍCIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA SOARES, J. L. 1 ;SOUSA, A. M. B. 2 ;MEDEIROS, J. S. 3 ;SILVA, R. N. S. 4 ;LOBO, R. M. 5 ;BARBOSA, T. H. C. 6 ; FILHO, F. T. P. 7 ; SILVA, R. M. A 8 ; PROBO, B. G. 9 ; PEREIRA, RESUMO E. S. 10. FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO MARANHÃO 1,4,5,6,7,9. INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA 2 UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA 3,10 UNIVERSIDADE CEUMA 8 Introdução: A insuficiência respiratória é uma condição clínica caracterizada pela incapacidade absoluta ou relativa do sistema respiratório em manter as demandas metabólicas dos tecidos, sendo, portanto, um dos problemas mais frequentes e de maior gravidade em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesse contexto, a Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI) é atualmente considerada como tratamento de primeira linha para insuficiência respiratória de diversas causas. Deste modo, esta pesquisa teve como objetivo conhecer os benefícios da VMNI em pacientes com insuficiência respiratória internados na UTI através de evidências científicas. Metodologia: Trata-se uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão integrativa, realizada através de pesquisa de artigos nas bases de dados SciELO, LILACS e PubMed, no período de fevereiro a abril de 2017. Resultados e Discussão: Com o auxílio dos descritores, obteve-se um total de 74.027 artigos, destes 14.162 foram publicadas na íntegra, onde 1.295 estavam na língua portuguesa, 12.252 na língua inglesa e 615 na língua espanhola. Foram analisados 158 artigos, dos quais foram selecionados 10 para a amostra final, que estavam no período de 2012 a 2017 e com título condizente ao tema deste estudo. No geral, a VMNI foi benéfica para o tratamento de Insuficiência Respiratória, entretanto suas taxas de sucesso e falha foram associadas a diversos fatores, requerendo maiores investigações para comprovar a sua eficácia. Conclusões: Este estudo poderá servir como fonte para pesquisas posteriores acerca do tema e servirá para promover palestras aos fisioterapeutas que atuam em hospitais e aos acadêmicos de fisioterapia. Palavras-chave Insuficiência Respiratória; Tratamento; Respiração Artificial; Pressão Positiva. _

ABSTRACT Introduction: Respiratory insufficiency is a clinical condition characterized by the absolute or relative inability of the respiratory system to maintain the metabolic demands of the tissues and is therefore one of the most frequent and serious problems in an Intensive Care Unit (ICU). In this context, Non-Invasive Mechanical Ventilation (NIMV) is currently considered as first-line treatment for respiratory failure of several causes. Thus, this research aimed to know the benefits of NIMV in patients with respiratory insufficiency hospitalized in the ICU through scientific evidence. Methodology: This is a bibliographical research of the type integrative, carried out through research of articles in the databases SciELO, LILACS and PubMed, from February to April 2017. Results and Discussion: With the aid of the descriptors, a total of 74,027 articles were published, of which 14,162 were published in full, where 1,295 were in the Portuguese language, 12,252 in the English language and 615 in the Spanish language. A total of 158 articles were analyzed, of which 10 were selected for the final sample, which were in the period from 2012 to 2017 and with title appropriate to the theme of this study. In general, NIMV was beneficial for the treatment of Respiratory Failure, however its success and failure rates were associated with several factors, requiring further investigations to prove its efficacy. Conclusions: This study may serve as a source for further research on the subject and will serve to promote lectures to physiotherapists working in hospitals and physiotherapy academics. Keywords - Respiratory Insufficiency; Treatment; Artificial Breathing; Positive Pressure. INTRODUÇÃO A insuficiência respiratória é uma condição clínica caracterizada pela incapacidade absoluta ou relativa do sistema respiratório em manter as demandas metabólicas dos tecidos, ou seja, de efetuar trocas gasosas a nível alveolar, prejudicando a captação de oxigênio (O2) e liberação de gás carbônico (CO2). Sendo assim, insuficiência respiratória se traduz pela elevação dos níveis de PCO2 ( 50 mmhg) e queda de PO2 ( 50 mmhg), considerando que o indivíduo respira em ar ambiente e ao nível do mar (OLIVEIRA; SOARES, 2013). Esse déficit pulmonar é um dos problemas mais frequentes e de maior gravidade em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e necessita de diagnóstico rápido e preciso por apresentar altas taxas de mortalidade, que variam de 21,8% até 75%, quando cinco ou seis órgãos são acometidos (MACHADO, 2013). O tratamento da insuficiência respiratória, tradicionalmente, levou ao uso de ventilação mecânica (VM) com intubação endotraqueal (IE). O uso de métodos invasivos tem conotado o risco de complicações, como pneumonia adquirida em ventilação mecânica (PAV) e danos traumáticos nas vias aéreas. A ventilação mecânica não invasiva (VMNI) não substituiu a VM porque tem

indicações e contraindicações precisas, mas ganhou lugar no tratamento da insuficiência respiratória aguda (FRANÇA et al., 2014). Esta pesquisa teve como objetivo conhecer os benefícios da ventilação não invasiva (VNI) em pacientes com insuficiência respiratória aguda (IRpA) internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) através de evidências científicas. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão integrativa, a qual foi realizada no período de fevereiro a abril de 2017 nas bases de dados online de acesso gratuito SciELO (Scientific Eletronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e PubMed (Biblioteca Virtual Médica dos EUA). Após a identificação do tema foi estabelecida a seguinte questão: Quais os achados nas publicações científicas a respeito dos benefícios da VMNI em pacientes com Insuficiência Respiratória internados na UTI? A partir daí foram adotados como descritores de busca e pesquisa o total de 04 palavras: Insuficiência Respiratória, Tratamento, Pressão Positiva e Respiração Artificial, as quais foram identificadas como descritores segundo o DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), e foram inseridas nas bases de dados associadas ao conectivo AND na língua inglesa e portuguesa. Os critérios de inclusão foram trabalhos indexados nas bases de acesso supracitadas, do período de 2012 a 2017 e que estivessem redigidos na forma de artigo, bem como artigos disponíveis nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Foram excluídos resumos, artigos com equívocos metodológicos, monografias, teses, dissertações, artigos de revisão e que não contivessem ano de publicação, volume e número em revista. A seleção dos artigos foi realizada por meio de leitura prévia dos títulos e resumos relacionados ao tema em questão. Após a leitura dos resumos, foram selecionados aqueles que obedeceram à temática e critérios de inclusão propostos e realizada nova leitura dos artigos completos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Todos os estudos analisados tiveram como objetivos avaliar a eficácia da ventilação mecânica não invasiva no tratamento de insuficiência respiratória de pacientes internados na UTI, onde percebeu-se que a maior parte dos estudos obteve bons resultados, tais como redução da intubação endotraqueal, diminuição do tempo de permanência na UTI e no hospital e melhoria dos parâmetros respiratórios dos pacientes, entretanto, houve também altas taxas de falha da VMNI e mortalidade em alguns estudos. De acordo com Nizarali et al. (2012), ao contrário da ventilação invasiva, com a VMNI, a via aérea fica intacta, preserva seus mecanismos de defesa, permitindo, também, que o paciente coma, fale e libere secreções. No seu estudo, verificaram que a diminuição do número de crianças ventiladas de forma invasiva conduziu, provavelmente, a uma diminuição das infecções

relacionadas ao tubo endotraqueal, uma vez que taxa de coinfecção bacteriana na admissão foi semelhante nos dois grupos. No estudo de Thile et al. (2013), a taxa de intubação em pacientes com insuficiência respiratória recebendo VMNI foi de 54% e a taxa de mortalidade foi de 48%. A falha da VMNI nestes pacientes foi atribuída à baixa pontuação na Escala de Coma de Glaslow, choque e à presença de câncer ativo ou metastático nestes pacientes, e este fator permaneceu significativamente associado com a falha da VMNI após o ajuste. Assim, a utilização da VNI neste subgrupo deve ser cuidadosamente considerada. Os autores sugerem, ainda, que a falha da VMNI em pacientes com insuficiência respiratória está independentemente associada com mau resultado em comparação com pacientes intubados sem VMNI prévia. Portanto, é essencial avaliar as taxas de intubação e o impacto da falha da VMNI no desfecho em diferentes subgrupos desta população. Ao contrário dos autores supracitados, Belenguer-Muncharaz et al. (2013) realizaram um estudo com pacientes hematológicos que desenvolveram insuficiência respiratória com o objetivo de comparar os efeitos da VMI e VMNI nestes pacientes e demonstraram que a VMNI proporcionou uma menor mortalidade e foi peça chave em medidas de suporte, visto que influenciou na redução da mortalidade destes pacientes. Além disso, estes pacientes apresentaram menor duração da ventilação mecânica e permanência na UTI. No estudo de França et al. (2014), a taxa de falha da VMNI foi de 25% e a taxa de mortalidade foi de 19% na insuficiência respiratória, o que, segundo os autores, está de acordo com o proposto na literatura. Os autores verificaram que a falha na VMNI deveu-se ao aumento da frequência respiratória na primeira hora, aumentando em 20 vezes o risco de morte, e os pacientes que falharam na VMNI e evoluíram para VMI tiveram mais complicações infecciosas. Os estudos de Corrêa et al. (2015) e Maleh et al. (2016) demonstraram uma taxa de sucesso de 70% e 90%, respectivamente, da VMNI em pacientes com insuficiência respiratória internados na UTI. Os pacientes que falharam na VMNI e receberam VMI eram aqueles mais doentes, comparativamente mais jovens e tinham maior tempo de permanência hospitalar e na UTI e maior taxa de mortalidade intra-hospitalar. CONCLUSÕES Através desta revisão, foi possível perceber os efeitos positivos da VMNI no tratamento da insuficiência respiratória, entretanto, estes resultados ainda são insuficientes para comprovar de fato a sua eficácia, levando em conta a pouca quantidade de estudos recentes, principalmente nacionais. Observou-se ainda que a maioria dos estudos encontrados foram realizados por médicos e enfermeiros, notando-se uma deficiência de pesquisas sobre esta temática realizadas por fisioterapeutas, uma vez que a ventilação não invasiva é uma das principais modalidades terapêuticas intrínsecas a esta profissão em ambiente hospitalar para tratar pacientes com diversas afecções respiratórias.

Adicionalmente, a maioria dos estudos recomenda outras modalidades de pesquisa para estudos futuros, como ensaios clínicos randomizados, uma amostra maior e que envolva diversos centros médicos, além da avaliação de outras condições clínicas dos pacientes, para comprovar os efeitos da VMNI na insuficiência respiratória, visto que a maioria dos estudos foi de caráter prospectivo, envolvendo uma pequena amostra de pacientes, podendo levar à generalização dos resultados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELENGUER-MUNCHARAZ, A. et al. Evolución de 10 años de aplicación de la ventilación mecânica en la insuficiencia respiratoria aguda del paciente hematológico ingresado en la unidad de cuidados intensivos. Med Intensiva, v. 37, n. 7, p. 452-460. 2013. CORREIA, S. Ventilação Não Invasiva durante o exercício em pacientes com DPOC: revisão sistemática com meta-análise. 2013. 78 p. Dissertação (Mestrado em Fisioterapia) - Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, Lisboa, Portugal. 2013. FRANÇA, A.G. et al. Asistencia ventilatoria no invasiva en el tratamiento inicial de la insuficiencia respiratoria aguda. Rev. Méd. Urug., Montevideo, v. 30, n. 3, p. 168-78, set. 2014. MACHADO, M.G.R. Bases da Fisioterapia Respiratória: Terapia Intensiva e Reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. MALEH, V.A. et al. Efficiency and outcome of non-invasive versus invasive positive pressure ventilation therapy in respiratory failure due to chronic obstructive pulmonary disease. Caspian J Intern Med, v. 7, n. 2, p. 99-104. 2016. NIZARALI, Z. et al. Ventilação não invasiva na insuficiência respiratória aguda na bronquiolite por vírus sincicial respiratório. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo, v. 24, n. 4, p. 375-380, dez. 2012. OLIVEIRA, J.B.S.; SOARES, M.E.S.M. Perfil epidemiológico da insuficiência respiratória aguda em crianças internadas na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público da Paraíba. InterScientia, João Pessoa, v. 1, n. 3, p. 115-26, set/dez. 2013. THILE, A.W. Non-invasive ventilation for acute hypoxemic respiratory failure: intubation rate and risk factors. Critical Care, v. 17, n. R269. 2013.