Estudo comparativo entre alterações hematológicas de filhotes com babesiose canina e os achados comuns em animais adultos acometidos.

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Transcrição:

Estudo comparativo entre alterações hematológicas de filhotes com babesiose canina e os achados comuns em animais adultos acometidos. Comparative study between hematological changes of pups with canine babesiosis and the common findings in adult animals affected. Marisol Alves de BARROS 1 ; Adriane Jorge MENDONÇA 2 ; Mayara Carvalho de Sousa ROCHA 3 ; Marcela Natacha Aparecida ROCHA 3 ; Luciana Auxiliadora Viebrantz da CONCEIÇÃO 3 ; Manoela Vargas SIFUENTES 3 ; Allyne Isabela Teixeira RIBEIRO 3 1Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, soolbarros@gmail.com. 2Professora adjunta da Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá. 3Aluna do programa de pós-graduação do curso de residência da Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá. RESUMO: O presente estudo teve como objetivo comparar os achados hematológicos de filhotes positivos para babesiose canina com os achados comum em animais adultos. Para isso foi obtido o esfregaço sanguíneo e o hemograma completo de 4 animais atendidos no HOVET-UFMT/Cuiabá, no período de 09/01/2017 a 17/02/2017. Os resultados encontrados quanto a anemia foram relativamente semelhantes, assim como as alterações do leucograma. Concluindo que a babesiose canina se comporta de forma semelhante em filhotes. INTRODUÇÃO A necessidade de compreender algumas patologias em filhotes leva a sociedade acadêmica à estudos mais específicos. Entre as patologias de importância veterinária e de freqüente ocorrência na pediatria é a babesiose canina. A Babesiose canina é uma doença de distribuição mundial causada pelos protozoários intracelulares Babesia canis e Babesia gibsoni, sendo a ultima pouco relatada na America do Sul (SHAW et al., 2001). Os trofozoítos desse protozoário são observados no interior dos eritrócitos, geralmente encontrado aos pares e a multiplicação do agente lesa a lise do eritrócito (UILENBERG et al., 1989). A doença tem como principal vetor o carrapato Ixodídeo Rhipicephalus sanguineus, que tem grande importância quanto a profilaxia (DAGNONE et al., 2003). Idade, imunocompetência, a espécie do patógeno envolvido e a intensidade da parasitemia são fatores que estão diretamente relacionados com a evolução da Anais do 38º CBA, 2017 - p.1991

doença (IRWIN E HUTCHINSON, 1991). No caso dos filhotes, o período neonato/pediátrico é uma fase critica para o sistema imune, o que predispõe os filhotes à infecções e à alta taxa de mortalidade (KLEIN et al., 2014), por isso a ingestão de colostro é de suma importância e está relacionada ao desenvolvimento da imunidade celular (DAY, 2007), que perduram por até um ano de vida (KLEIN et al., 2014). O diagnóstico pode ser feito através da visualização dos trofozoítos no esfregaço sanguíneo (O DWYER, 1996). Os testes sorológicos que podem ser utilizados são o RIFI e o ELISA, mas existem relatos de reações cruzadas com outros hemoparasitas (MAIA, 2005). O PCR pode ser útil na detecção de animais em fase crônica, por causa da baixa parasitemia (MACINTIRE, et al., 2002) O tratamento para filhotes com babesiose canina é feito com aceturato de diaminazeno na dose de 3,5 mg/kg, administrado por via subcutânea, em dose única, diferentemente do indicado para adultos, pois o uso de dipropionato de imidocarb não é recomendado para filhotes (TABOADA, 1998). METODOLOGIA Foram atendidos 4 filhotes de até 3 meses de idade no Hospital Veterinário (HOVET) da Universidade Federal de Mato Grosso no período de 09/01/2017 até 16/02/2017 diagnosticados com Babesia sp. através de esfregaço sanguíneo realizado pelo Laboratório de Patologia Clinica/HOVET. Os esfregaços foram corados com o kit de panótico rápido LB e lavado com água corrente em abundância e então analisadas sob microscopia óptica na objetiva de 100x. Os filhotes foram numerados de 1 a 4, de acordo com ordem de entrada no Laboratório de patologia clinica HOVET. Também foi obtido o resultado do hemograma completo através do método automatizado de todas as quatro amostras. O tratamento empregado foi o uso de dipropionato de imidocarb, apenas um animal não utilizou (filhote 1). RESULTADO Anais do 38º CBA, 2017 - p.1992

Dentre os cães apresentados nesse estudo, dois apresentaram intensa anemia (50%), classificadas como normocítica normocrômica (filhote 3) e microcítica hipocrômica (filhote 2), um animal apresentou discreta policitemia (cão 1) e um filhote não apresentou alterações no eritrograma (filhote 4). Quanto ao leucograma, o filhote 1 apresentou intensa leucopenia, com neutropenia absoluta e relativa, eosinopenia absoluta, linfocitose relativa e linfopenia absoluta e monocitose relativa. O filhote 2 apresentou leve leucopenia por linfopenia absoluta e relativa, neutrofilia relativa com desvio à esquerda leve. As alterações do filhote 3 foram leucocitose por neutrofilia absoluta e relativa, com desvio à esquerda leve, eosinopenia absoluta e relativa e linfopenia absoluta e relativa. Já o filhote 4 apresentou leve leucopenia por linfopenia absoluta e relativa, neutrofilia relativa, eosinopenia absoluta e relativa e monocitopenia absoluta. Em relação às plaquetas os filhotes 2, 3 e 4 apresentaram trombocitopenia variando os valores entre 120 x10 3 /µl (filhote 4) a 180 x10 3 /µl (filhote 3), quanto as proteínas plasmáticas totais apenas o filhote 3 não apresentou hiperproteinemia, os valores variaram entre 6,4 g/dl (filhote 2)a 7,6 g/dl(filhote 1), visto que os valores de referencia para filhotes é de 4,0 6,0 g/dl. As alterações de citologia foram presença de Babesia sp. em todos os filhotes, linfócitos reativos e monócitos ativados (filhote 1, 2 e 3), presença de macroplaquetas (filhote 2 e 4), anisocitose acentuada e policromasia moderada (filhote 3), contagem de 04 metarrubricitos/100 leucócitos. Como observação o filhote 3 apresentou plasma moderadamente ictérico. Vale ressaltar que mesmo os filhotes sendo tratados com diproprionato de imidocarb, não houve nenhum efeito indesejado. DISCUSSÃO A taxa de animais com anemia encontrada nesse estudo se assemelha ao encontrado por Vasconcelos (2010) que encontrou anemia em 60% dos cães positivos para Babesia sp. e difere de estudo realizado por Berzina et al. (2013) que encontraram 100% dos animais com anemia e por Carli et al. (2013) 91,77 % dos animais apresentaram anemia. Anais do 38º CBA, 2017 - p.1993

A presença de alterações de citologia aqui relatados já haviam sido descritas anteriormente, conferindo com achados comuns em babesiose canina em adultos (BREITSCHWERDT et al., 1983; ABDULLAHI et al., 1990). A trombocitopenia encontrada em 75% dos casos é um achado também comum à esta patologia (Furlanello et al., 2005; Schetters et al., 2009). Como descrito por Taboada (1998), os achados do leucograma são bem variáveis, como o visto neste estudo. Muito diferente do apresentado por Costa (2014), no qual nenhum animal apresentou alterações a nível de leucograma. É achado comum a hipoalbuminemia, mas como o achado principal com relação a proteínas foi o aumento da PPT, é necessário dosar albumina sérica para afirmar se houve ou não queda. CONCLUSÃO Perante a tudo aqui afirmado, pode-se concluir que o comportamento da babesiose canina em filhotes é semelhante ao quadro em adultos, porém são necessários mais estudos para que se possa compreender os mecanismos de defesa frente a esse protozoário. Contudo, filhotes possuem fatores limitantes ligados a imunidade deficiente que devem ser considerados durante o manejo desse animal para que não seja comprometido o seu desenvolvimento humoral. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABDULLAHI, S. U.; MOHAMMED, A. R.; TRIMNEL, A. et al. Clinical and haematological findings in naturally occurring cases of canine babesiosis. Journal of Small Practice, v. 31, p. 145-147, 1990. BERZINA, I.; CAPLIGINA, V.; BAUMANIS, V. et al. Autochthonous canine babesiosis caused by Babesia cani canis in Latvia. Veterinaty Parasitology. v. 196, p. 515-518, 2013. CARLI, E.; TASCA, S.; TROTTA, M. et al. Detection of erythrocyte binding IgM and IgG by flow cytometry in sick dogs with Babesia canis canis or Babesia canis vogeli infection. Veterinary Parasitology. v.162, p. 51-57, 2009. COSTA, M. de P. Avaçiação hematológica de sangue e medula óssea e bioquímica sérica de cães infectados naturalmente por hemoparasitas. 2014. 82p. Dissertação de mestrado em Medicina Veterinária medicina e cirurgia veterinária. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais. Anais do 38º CBA, 2017 - p.1994

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