Computação em Nuvem: Desafios, Tecnologias e Panorama do Mercado



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Transcrição:

Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery http://re.granbery.edu.br - ISSN 1981 0377 Curso de Sistemas de Informação-N. 17, JUL/DEZ 2014 Computação em Nuvem: Desafios, Tecnologias e Panorama do Mercado David Guedes, Diego Trepim *, Diogo Marques *, Thiago Lima *, Sônia C. de Jesus **, Katia C. L. dos Santos ** RESUMO Com a popularização do acesso à Internet associado à necessidade imperativa em estar sempre conectado, torna-se preponderante o uso de armazenamento na nuvem tanto para aplicações corporativas quanto para entretenimento. Comumente utilizada de forma incorreta, o objetivo da computação em nuvem é atender a essa demanda crescente a partir de múltiplos dispositivos de acesso. A partir desse cenário, o conhecimento das tecnologias, desafios e o panorama de mercado é o tema desse artigo. PALAVRAS-CHAVE: Chrome OS, Infraestrutura, Serviço, Plataforma, Disponibilidade. ABSTRACT Commonly used in an incorrect manner, the concept of cloud computing aims to meet this growing demand from multiple access devices. From this scenario, the knowledge of the technologies, challenges and the viewpoint of the cloud computing market is the subject of this paper. KEYWORDS: Chrome OS, Infrastructure, Service, Platform, Availability. Graduandos da Faculdade Metodista Granbery dvdguedes@gmail.com, diegotrepim@gmail.com, diogo.bergson.marques@gmail.com, thiagoat.lima1985@gmail.com Professoras da Faculdade Metodista Granbery scjesus@granbery.edu.br, katia.lage@gmail.com

1 INTRODUÇÃO A computação em nuvem, do inglês cloud computing, baseia-se no armazenamento lógico de dados (lado cliente), sem a dependência de infraestrutura para tal, isentando o uso de dispositivos físicos, tais como dispositivos removíveis, (pendrive ou disco rígido externo), sendo feito então em rede (ARMBRUST, 2009). Devido às reduções de custo com hardwares, a computação em nuvem tende a ser mais vantajosa economicamente. Utiliza-se o conceito de nuvem, pois a estrutura de rede e os serviços prestados (hardware, software e serviços em geral) são reunidos em um grande sistema, os quais não precisam ser conhecidos pelo usuário, justificando tal nomenclatura. São chamados de Data Center (central de dados), que podem ser alterados e atualizados com grande facilidade por seus gestores. Cloud computing não é uma inovação tecnológica, pois se baseia em diversas tecnologias já existentes, como a Arquitetura Orientada a Serviço (Service Oriented Architecture - SOA), virtualização e Computação em Grid (Grid Computing) (KONDO, 2009), mas é uma verdadeira ruptura na maneira de se gerenciar e entregar produtos e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs). Na computação em nuvem não é necessário se ater em velocidade de execução de máquinas, os gigahetz (GHz) de processadores, porque não me interessa mais saber onde meus aplicativos vão rodar. A escolha da plataforma de execução vai se deslocar de caraterísticas técnicas para variáveis como custo, nível de segurança, disponibilidade, confiabilidade e privacidade, e, importante, a largura de banda do provedor. E tudo isso feito por atendimento por demanda de serviço (self-service), por meio de um portal. Em termos de mercado, várias empresas líderes em outros setores como Microsoft, Google e IBM oferecem os serviços na nuvem. Entretanto, conforme levantamento realizado em 2014 com empresas de destaque no cenário mundial, o grupo Gartner posicionou uma empresa de atuação exclusiva em serviços na nuvem como a líder. Conforme apresentado na Figura 1, a Amazon Web Services (AWS) foi classificada como a empresa com a maior abrangência de visão e a maior capacidade de execução (BABCOCK, 2014). Foram avaliados dois aspectos, determinados pelos eixos X e Y, respectivamente: visão completa dos serviços ofertados e habilidade em realizar os serviços. As empresas que estão posicionadas no quadrante superior à direita são aquelas que se destacam sobre os dois enfoques. Além da AWS, a Microsoft e a CenturyLink assumiram a segunda e terceira posições, respectivamente.

Figura 1: Gartner's Magic Quadrant 2014 for cloud: winners & losers Fonte: (LEONG et al, 2014) Este trabalho está organizado da seguinte forma. Na seção 2 são apresentadas algumas das principais características que definem um sistema de computação em nuvem. Na seção 3 são apresentadas as arquiteturas disponíveis. A partir das aplicações possíveis de produtos e serviços em nuvem, na seção 4 são apresentadas as vantagens e desvantagens na adoção destas tecnologias. As seções 5, 6 e 7 apresentam algumas das principais tecnologias disponíveis e adotadas a nível mundial e em específico no Brasil. A última seção traz algumas considerações finais frente ao levantamento realizado.

2 CARACTERIZANDO A COMPUTAÇÃO EM NUVEM Podemos destacar algumas das principais características do modelo de computação em nuvem, que a difere do modelo comumente conhecido. São elas: a ilusão da disponibilidade de recursos infinitos, ilimitados, a eliminação de um comprometimento com antecedência por parte dos usuários, a elasticidade e a habilidade de pagar pelo uso dos recursos à medida que eles são utilizados (CHAPPELL, 2008). Abaixo são definidas tais características: A ilusão da disponibilidade de recursos infinitos, ilimitados: confere ao usuário a ilusão de que possui completo controle sobre a internet e seus serviços. A eliminação de um comprometimento com antecedência por parte dos usuários: um conceito que explica bem tal característica é a escalabilidade, que consiste no aumento ou diminuição de hardware dedicado e fornecido pelos centros de dados (data centers) de acordo com a demanda exigida pelo usuário. Por exemplo: uma central de chamadas que necessita ampliar suas ilhas de trabalho e que anteriormente possuía um determinado número de postos terá que aumentar o quantitativo de atendentes tanto quanto for necessário aumentar o de máquinas. Consecutivamente, torna-se necessário um serviço de Computação em Nuvem mais robusto, que ofereça um hardware compatível com o serviço buscado. A habilidade de pagar pelo uso dos recursos à medida que eles são utilizados: a liberação de recursos para o usuário é feita de acordo com que são pagos e utilizados, nasce então o conceito de pagar pelo uso (pay-per-use), onde só é cobrado aquilo que realmente é utilizado, fazendo com que o tráfego de dados entre nuvem e cliente flua de forma mais limpa e mais rápida. A elasticidade é a capacidade do ambiente computacional da nuvem aumentar ou diminuir de forma automática os recursos computacionais, tanto cresce quanto diminui a capacidade ofertada. É vista de forma diferente pelo consumidor de serviços e pelo provedor dos serviços. O usuário visualiza apenas a interface, interage com a nuvem pelo portal de acesso, já o provedor coloca em operação toda a parafernália tecnológica que faz a elasticidade acontecer, esse conceito é exemplificado na Figura 2 a seguir, onde nos mostra o ambiente atual e o ambiente onde é aplicada a computação em nuvem. Há uma diferença também quando ela aparece em nuvens públicas ou privadas.

Figura 2 - Os ganhos para as empresas com a implementação do modelo de Cloud Computing Fonte: (CLOSS, 2009) 3 ARQUITETURA E OS TIPOS DE NUVEM A arquitetura computacional baseia-se no conjunto de métodos e personagens que, interagindo de forma sistemática formam o serviço como um todo. A Computação em Nuvem possui em sua estrutura três camadas, a serem detalhadas a seguir. 3.1 Arquitetura A Computação em Nuvem possui três camadas, cada uma com uma função que a difere das demais, mas que juntas propiciam o serviço ao usuário (CHIRIGATI, 2009). A camada mais baixa é a de infraestrutura da nuvem, ou Prestadores de Infraestrutura. Neste nível encontram-se todos os equipamentos necessários para armazenamento e também os serviços de rede. È constituída de data centers, desktops e grandes servidores.

Acima desta camada temos os Prestadores dos Serviços, onde as atenções estão voltadas para a Plataforma. São executados trabalhos como Manutenção e Desenvolvimento de Aplicações. E por fim temos a camada dos Usuários dos Serviços. Por ser a camada de mais alto nível de abstração, é a que apresenta a função em fase final. Nela encontram-se as aplicações como serviço. É de fato aquilo que o usuário vê quando o utiliza. A figura 3 abaixo ilustra esse conceito de camadas. Figura 3 - Camadas da Cloud Computing Fonte: (CHIRIGATI, 2009) Como foi dito anteriormente, o serviço de Computação em Nuvem é dividido em camadas, e que atrelados a elas, temos os serviços oferecidos por cada uma. Atualmente a Computação em Nuvem possui seis tipos de serviços (CHIRIGATI, 2009) que são apresentados a seguir: Software como Serviço (SaaS): representa o que há de mais alto nível na nuvem. É a disponibilização completa de aplicações para o cliente sem a necessidade de o mesmo obter licenças para execução. Plataforma como Serviço (PaaS): é disponibilizado com o intuito de reduzir custos e facilitar o desenvolvimento de aplicativos. Fornece um sistema operacional, linguagem de programação e ambientes de desenvolvimento. Infraestrutura como Serviço (IaaS): o cliente contrata o fornecimento de infraestrutura computacional como um serviço. Nesse tipo de modalidade são oferecidos pelos datacenters servidores, roteadores e todo equipamento a ser disponibilizado pela rede.

Desenvolvimento como Serviço (DaaS): as ferramentas de desenvolvimento tomam forma no cloud computing como ferramentas compartilhadas. Comunicação como Serviço (CaaS): uso de uma solução de Comunicação Unificada hospedada em Data Center do provedor ou fabricante. Tudo como Serviço (EaaS): quando se utiliza tudo, infraestrutura, plataformas, software, suporte, enfim, o que envolve T.I.C. (Tecnologia da Informação e Comunicação) como um Serviço. 3.2 Tipos de Nuvem As nuvens podem ser divididas em quatro tipos, que são contratadas de acordo com a necessidade do cliente, com seu nível de segurança ou então de acordo com a permissão de cada usuário para acessar uma mesma conta. São elas: pública, privada, hibrida e comunitária. A Figura 4 apresenta um resumo dos tipos de nuvens e dos seus principais pontos, que as distinguem umas das outras. Figura 4 - Modelos de implementação de computação em nuvem Fonte: (IBM SITE). 3.2.1 Nuvem Pública

A nuvem pública pode ser acessada por um grande grupo de pessoas, ou uma organização, empresa. Sua principal característica é o armazenamento de informações de diversos usuários no mesmo sistema. Nesse modelo não é exigida uma autenticação para prosseguir com o acesso, a nuvem é acessada por qualquer usuário que conheça sua localização. 3.2.2 Nuvem Privada A nuvem privada tem como principal característica o acesso de somente um usuário. Diferente da nuvem pública, a privada exige quando do seu acesso uma autenticação por meio de login e senha. Ela possui um data Center dedicado que também é privado. 3.2.3 Nuvem Híbrida As nuvens híbridas combinam os modelos de nuvens públicas e privadas. Elas permitem que os recursos de uma nuvem privada sejam adquiridos a partir de uma reserva de recurso em uma nuvem pública. Nas nuvens híbridas encontra-se uma combinação de duas ou mais nuvens. 4 VANTAGENS E DESVANTAGENS Todo e qualquer sistema fatalmente possuirá quando implantado erros e coisas a serem melhoradas. Com a Computação em Nuvem isso não é diferente. O método amplamente testado no passado em grandes empresas, que centralizavam os serviços de diversos terminais em um servidor central, é hoje considerado, por muitos, como ultrapassado. Temos como objetivo visar uma comparação entre os diversos benefícios e malefícios do armazenamento de dados na rede. Existem vários riscos e vantagens nas diversas possibilidades oferecidas pela Computação em Nuvem. Uma vantagem direta é a possibilidade de acessar seus dados de qualquer lugar desde que se tenha uma boa conexão com a internet. Os usuários não dependem mais de uma infraestrutura física, pois seus dados e aplicativos são acessados diretamente do centro de processamento. Outra grande vantagem é que a computação em nuvem trabalha sobre o modelo pay-per-use, onde o usuário paga

somente pelo o que ele usa, a cobrança é baseada no consumo de recursos, quantidade de horas utilizadas do CPU e o volume de dados armazenados. Dentre outras vantagens está a grande portabilidade de informações, a possibilidade de se dispensar dispositivos de grande capacidade de armazenamento e a maior simplicidade no funcionamento dos computadores. Já os fatores negativos giram em torno da falta de segurança no armazenamento de dados pessoais e sigilosos, possibilidades de falhas em servidores, etc. Nesse novo modelo os usuários armazenam dados que tradicionalmente armazenariam em seus próprios computadores, além disso, os mesmos desconhecem a localização de seus dados e a fonte de outros dados que foram armazenados juntamente aos deles. Dessa maneira devem ser consideradas pelos prestadores da infraestrutura e de serviços, a proteção da privacidade dos usuários e a integridade das informações. Outra grande desvantagem é que tais informações estarão ao alcance do provedor, esse podendo fazer mau uso e até oferecendo de maneira indevida alguns dados a terceiros. 5 SISTEMAS ATUAIS BASEADOS EM COMPUTAÇÃO EM NUVEM É bem extensa a lista de sistemas que possuem Computação em Nuvem, e cada vez mais empresas aderem a este novo modelo de computação. Abaixo listamos alguns desses sistemas e suas principais características. 5.1 Google Chrome OS Desenvolvido pela Google, virá com os Chromebooks, que teve seu lançamento no mercado dia 15 de junho de 2011 nos EUA, Reino Unido, Espanha e em outros quatro países. Trabalha com uma interface diferente, semelhante ao do Google Chrome, em que todas as aplicações ou arquivos são salvos na nuvem e sincronizados com sua conta do Google, sem necessidade de salvá-los no computador, já que o HD dos dois modelos de Chromebooks anunciados contam com apenas 16gb de HD. 5.2 Joli Os Desenvolvido por Tariq Krim, o ambiente de trabalho chamado jolicloud usa tanto aplicativos em nuvem quanto aplicativos off-line, baseado no ubuntu notebook remix, já tem

suporte a vários navegadores como Google Chrome, Safari, Firefox, e está sendo desenvolvido para funcionar no android. 5.3 YouOS Desenvolvido pela empresa WebShaka, cria um ambiente de trabalho inspirado nos sistemas operacionais modernos e utiliza a linguagem Javascript para executar as operações. Ele possui um recurso semelhante à hibernação no MS-Windows XP, em que o usuário pode salvar a área de trabalho com a configuração corrente, sair do sistema e recuperar a mesma configuração posteriormente. Esse sistema também permite o compartilhamento de arquivos entre os usuários. Além disso, possui uma API para o desenvolvimento de novos aplicativos, sendo que já existe uma lista de mais de 700 programas disponíveis. Fechado pelos desenvolvedores em 30 de julho de 2008. 5.4 DesktopTwo Desenvolvido pela empresa Sapotek, tem como pré-requisito a presença do utilitário Flash Player para ser utilizado. O sistema foi desenvolvido para prover todos os serviços necessários aos usuários, tornando a Internet o principal ambiente de trabalho. Utiliza a linguagem PHP como base para os aplicativos disponíveis e também possui uma API, chamada Sapodesk, para o desenvolvimento de novos aplicativos. Fechado pelos desenvolvedores. 5.5 G.host Esta sigla significa Global Hosted Operating SysTem (Sistema Operacional Disponível Globalmente), tem como diferencial em relação aos outros a possibilidade de integração com outros serviços como: Google Docs, Meebo, ThinkFree, entre outros, além de oferecer suporte a vários idiomas. 5.6 EyeOS Este sistema está sendo desenvolvido por uma comunidade denominada EyeOS Team e possui o código fonte aberto ao público. O objetivo dos desenvolvedores é criar um ambiente com maior compatibilidade com os aplicativos atuais, MS-Office e OpenOffice.

Possui um abrangente conjunto de aplicativos, e o seu desenvolvimento é feito principalmente com o uso da linguagem PHP. 5.7 Icloud Sistema lançado pela Apple em 2011, é capaz de armazenar até 5 GB de fotos, músicas, documentos, livros e contatos gratuitamente, com a possibilidade de adquirir mais espaço em disco (pago). 5.8 UbuntuOne UbuntuOne é o nome da suíte que a Canonical (Mantenedora da distribuição Linux Ubuntu) usa para seus serviços online. Atualmente com o UbuntuOne é possível fazer backups, armazenamento, sincronização e compartilhamento de arquivos e vários outros serviços que a Canonical adiciona para oferecer mais opções e conforto para os usuários. 5.9 IBM Smart Business Sistema da IBM que engloba um conjunto de serviços e produtos integrados em nuvem voltados para a empresa. O portfólio incorpora sofisticada tecnologia de automação e autosserviço para tarefas tão diversas como desenvolvimento e teste de software, gerenciamento de computadores e dispositivos, e colaboração. Inclui o Servidor IBM CloudBurst server (US) com armazenamento, virtualização, redes integradas e sistemas de gerenciamento de serviço embutidos. 5.10 OwnCloud O software OwnCloud é fácil de instalar e simples de usar. O acesso aos dados se dá por meio de uma interface web ou através do protocolo WebDAV. Para os que possuem mais conhecimento técnico, as funcionalidades podem ser expandidas através de uma API simples, porém poderosa para o desenvolvimento de aplicativos e plugins que funcionam com qualquer servidor de armazenamento (storage). Estão disponíveis clientes para os sistemas MS-Windows, OS X, Linux, ios e Android. O sistema está atualmente (setembro/2014) na versão 7. Maiores informações, como documentação livre, demonstrações podem ser vistas no site oficial (http://owncloud.org/) ou no repositório GitHub (https://github.com/owncloud).

Vale também destacar que as redes sociais podem ser consideradas aplicações com Computação em Nuvem embarcada, pois elas permitem ao usuário hospedar arquivos associados ao seu perfil, tais como fotos e vídeos. Mas, sem dúvida, um bom exemplo que está presente no dia-a-dia de usuários da computação é o serviço de e-mail, que é acessível e na maioria das vezes gratuito. Nele é possível armazenar arquivos de qualquer natureza, seja ele um vídeo, uma foto ou um currículo com grande facilidade. Inserir dados, gerar informações e gerenciar suas tarefas são funções presentes nesse serviço. Na figura 5, é exibido um modelo para armazenamento em nuvem, onde podemos ver diferentes atores, dentre eles redes sociais e serviços de e-mail citados anteriormente.

Figura 5 - Modelos para armazenar e disponibilizar informações Fonte: (RUSSO, 2011) 6 ESTUDO SOBRE O CHROME OS Como foi dito, na pequena introdução acima, esse sistema foi desenvolvido pela Google onde todas as aplicações ou arquivos são salvos na nuvem e sincronizados com sua conta do Google, sem necessidade de salvá-los no computador. Os Chromebooks, como são chamados os notebooks com Chrome OS cujo sistema operacional é o próprio Google Chrome, são independentes de sistema operacional e configurações de hardware. Dessa forma, o usuário não precisa se preocupar com

atualizações, otimizar o sistema ou qualquer tipo de gerência, é só ligar e usar. Basicamente, trata-se de um navegador com funções extras onde a maioria dos usuários, tendo uma conexão de dados realiza suas funções como acessar Facebook, Twitter, Netflix, Deezer, Suplerplay, Grooveshark, Youtube, dentre outros mais (CIPOLI, 2014). Como todo sistema operacional, o Chrome OS também apresenta limitações e problemas. A principal crítica em cima dele é a conexão com a internet, por ele não possuir um HD com grande capacidade de armazenamento e sua finalidade ser o armazenamento em nuvem, ele tem uma forte dependência de uma conexão com internet, apesar de possuir Apps que funcionam de forma offline. Mas afinal, o que as pessoas fazem em um computador hoje em dia sem internet? Outro ponto a ser destacado é que o Chromebook não é uma máquina de produção onde se possam realizar grandes tarefas, mas sim uma segunda opção de máquina, para aqueles que estão sempre viajando e não tem algo para passar o tempo. 7 COMPUTAÇÃO EM NUVEM NO BRASIL O Brasil ainda não possui infraestrutura apropriada para comportar um serviço como a Computação em Nuvem. Com uma banda larga de baixa qualidade oferecida pelas prestadoras, ainda é impossível que esse serviço seja realidade. Com uma infraestrutura web ruim, o serviço funcionaria se implantado, porém com falhas constantes e perda de pacotes. Diversos fatores além do mencionado anteriormente podem ser apontados. Um fator importante é o meio como os dados trafegam atualmente, em pequenos casos têm-se o uso de fibra óptica, que eleva a taxa de transferência, mas a esmagadora maioria ainda utiliza cabeamento inapropriado, cabos de par trançado, cabos telefônicos FE (Fio externo), que ficam expostos ao tempo e vão se deteriorando. Outro fator é queda da taxa de transferência por conta da resistência à qual esses cabos são expostos. Quanto maior for o cabo usado maior será a resistência ao longo dele. Apesar da ineficiência do serviço oferecido pelas prestadoras já é realidade -ainda que pequena - a existência no Brasil de Computação em Nuvem. Graças a fusões de empresas brasileiras e grandes empresas como a Microsoft e a Amazon que desde o ano de 2011 vem se instalando e fazendo parcerias com microempresas brasileiras, como destacou Ana Paula Lobo em sua reportagem para o site Convergência digital em 15/12/2011. Numa prova que computação na nuvem virou, de fato, um motor para novos negócios em Tecnologia da Informação, os serviços na

área movimentam o mercado brasileiro de fusões e aquisições nesta reta final de 2011. (Lobo, Ana Paula, 2011, http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?info id=28733&sid=97). O ano marca o desembarque de dois titãs globais na área de data center - Microsoft e Amazon - além das compras de controle de provedores locais como Tivit e Alog e da expansão dos investimentos de empresas como UOL Host, Locaweb e Ativas. Agora, dos chamados gigantes, apenas o Google permanece sem base local. Lobo, Ana Paula, 2011, http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?info id=28733&sid=97) 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa realizada nos mostrou que a Computação em Nuvem torna-se a cada dia um item essencial para aqueles que prezam por um bom conhecimento na área da informática, afinal, o futuro da computação e da maioria dos sistemas conhecidos está ligado a essa nova tecnologia. Se compararmos e pesarmos seus prós e contras veremos que suas desvantagens são irrelevantes diante os benefícios que a nuvem proporciona. Sem dúvidas um dos maiores benefícios é a facilidade de gerenciar seus dados, visto que o dia a dia do usuário está cada vez mais corrido, impedindo uma frequente manutenção de seus dados em um computador residencial. Apesar de ainda a computação em nuvem não ser uma tecnologia que tenha expressão no mercado brasileiro, aos poucos esse panorama tende a mudar, visto que grandes empresas para se manterem no mercado procuram por profissionais mais qualificados e antenados com a evolução tecnológica. Com sua facilidade de utilização e a expansão em grande escala através da própria rede, com certeza, será no futuro uma das maiores ferramentas que a tecnologia poderá oferecer e esse não será um futuro muito distante, de acordo com a pesquisa da revista Exame "O mercado brasileiro de Cloud Computing deve crescer 74% até 2015, impulsionado por benefícios como alta disponibilidade de recursos, redução de custos de TI e flexibilidade operacional. A virtualização possibilita novas formas de fazer negócios, contribuindo para aumentar a produtividade das empresas". Vale ressaltar que o futuro da computação ainda é

incerto, devido a isso, inúmeras questões devem ser levantadas. Até onde a tecnologia afetará as relações humanas? Onde pararemos com tanta evolução tecnológica?

REFERÊNCIAS ARMBRUST, M. et al. Gartner's Magic Quadrant 2014 for cloud: winners & losers. Disponível em: <http://www.informationweek.com/cloud/infrastructure-as-a-service/gartners-magicquadrant-2014-for-cloud-winners-and-losers/d/d-id/1269411>. Acessado em 10 de março de 2015. CHAPPELL, D. A Short Introduction to Cloud Platforms: An Enterprise-Oriented View. David Chappell & Associates, agosto 2008. CHIRIGATI, Fernando Seabra. Computação em Nuvem. Grupo GTA da UFRJ, 2009. Disponível em <http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2009_2/seabra/index.html>. Acessado em 10 de março de 2015. CIPOLI, Pedro. Conhecendo o Chrome OS: entenda o sistema operacional do Google. Disponível em <http://canaltech.com.br/analise/google-chrome/conhecendo-o-chrome-os-entenda-osistema-operacional-do-google/>. Acessado em 10 de março de 2015. CLOSS, Fabiano. Computação em nuvem e os ganhos para empresas da indústria da construção civil. Disponível em: <http://www.crea-sc.org.br/portal/index.php?cmd=artigosdetalhe&id=580#.vatkivnizcg>. Acessado em 07 de março de 2015. LEONG, Lydia et al. Magic Quadrant for Cloud Infrastructure as a Service. Site do Gartnet Grupo, Maio de 2014. Disponível em <http://www.gartner.com/technology/reprints.do?id=1-1um941c&ct=140529&st=sb>. Acessado em 07 de março de 2015. IBM SITE. O que é nuvem? Disponível em <http://www.ibm.com/cloudcomputing/br/pt/what-is-cloud-computing.html>. Acessado em 07 de março de 2015. KONDO, D. et al. Cost-Benefit Analysis of Cloud Computing versus Desktop Grids. Proceedings of the 2009 IEEE International Symposium on Parallel & Distributed Processing, p. 1-12, 2009. KONWINSKI, A. et al. Above the Clouds: A Berkeley View of Cloud Computing. EECS Department, University of California, Berkeley, fevereiro 2009. RUSSO, Rafael. Cloud Computing O Futuro da Computação está na Nuvem. Site Escreve Assim, janeiro de 2011. Disponível em <http://escreveassim.com.br/2011/01/26/futuro-computacao-nuvem/>. Acessado em 12 de março de 2015.