Teste do coraçãozinho: importância da oximetria de pulso em neonatos para detecção precoce de cardiopatias

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1349 Teste do coraçãozinho: importância da oximetria de pulso em neonatos para detecção precoce de cardiopatias Heart test: importance of pulse oximetry in neonates for early detection of heart disease Pruebe el pequeño corazón: la importancia de la oximetría de pulso en los recién nacidos para la detección precoz de enfermedades del corazón Cristiane Belas Aguiar 1, Luciana Carvalho de Jesus 1, Denise Mineiro Cunha Alves 1, Anne Jacob de Souza Araújo 1 *, Ilmara Sampaio Araujo 1, Gleide Regina de Sousa Almeida Oliveira 1, Élida de Souza Barreto 1. RESUMO Objetivo: Investigar se as gestantes e puérperas têm conhecimento frente ao Teste do Coraçãozinho e sua importância para garantir a saúde do recém-nascido. Métodos: Trata-se de uma pesquisa de campo quantitativa descritiva. Os dados foram colhidos em enfermarias e ambulatórios da maternidade Tsylla Balbino em Salvador, Bahia, no período de novembro a dezembro de 2016, onde foram realizadas entrevistas e aplicação de um questionário com 100 mulheres. Resultados: 100% das gestantes entrevistadas responderam que não conheciam o teste e a importância, entre as puérperas, 75% responderam que não conheciam o teste e apenas 25% tinham conhecimento, 77% desconheciam a importância, enquanto que 23% conheciam a importância deste teste. Conclusão: Os resultados revelam que o teste do coraçãozinho não está sendo bem divulgado junto à população contribuindo para que não seja exigida a sua realização, podendo interferir causando um grande impacto na garantia da saúde das crianças brasileiras. Palavras-chave: Cardiopatias, Recém-nascidos, Oximetria de pulso. ABSTRACT Objective: To investigate whether the pregnant women and their mothers are aware of the Heart Test and its importance to guarantee the health of the newborn. Method: This is a quantitative descriptive field survey. The data were collected in infirmaries and outpatient clinics of the Tsylla Balbino maternity ward in Salvador, Bahia, from November to December 2016, where interviews were carried out and a questionnaire was applied with 100 women. Results: 100% of the interviewed women answered that they did not know about the test and the importance, among the women who had received the test, 75% answered that they did not know the test and only 25% had knowledge, 77% were not aware of the importance, while 23% Test. Conclusion: The results show that the little heart test is not being well publicized to the population, so that it is not required to be performed and may interfere with a great impact on the health of Brazilian children. KEYWORDS: Cardiac disorders, Newborns, Pulse oximetry. 1 Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE), Salvador, Bahia, Brasil.* E-mail: annejacob@hotmail.com. DOI: 10.25248/REAS258_2018 Recebido em: 3/2018 Aceito em: 4/2018 Publicado em: 6/2018

1350 RESUMEN Objetivo: Investigar si las gestantes y puérperas tienen conocimiento frente a la Prueba del Corazón y su importancia para garantizar la salud del recién nacido. Método: Se trata de una encuesta de campo cuantitativa descriptiva. Los datos fueron recolectados en enfermerías y ambulatorios de la maternidad Tsylla Balbino en Salvador, Bahia, en el período de noviembre a diciembre de 2016, donde se realizaron entrevistas y aplicación de un cuestionario con 100 mujeres. Resultados: 100% de las gestantes entrevistadas respondieron que no conocían la prueba y la importancia, entre las puérperas, el 75% respondieron que no conocían la prueba y sólo el 25% tenían conocimiento, el 77% desconocía la importancia, mientras que el 23% conocía la importancia de este. De la prueba. Conclusión: Los resultados revelan que la prueba del corazóncito no está siendo bien divulgado junto a la población contribuyendo para que no sea exigida su realización, pudiendo interferir causando un gran impacto en la garantía de la salud de los niños brasileños. Descriptores: Cardiopatías, Recién nacidos, Oximetría de pulso. INTRODUÇÃO As doenças cardíacas congênitas ou cardiopatias congênitas são alterações cardíacas anatômicas que acarretam anormalidades na função cardíaca desde o nascimento e é uma das principais causas de mortalidade neonatal. O neonato pode parecer saudável quando o defeito cardíaco for leve, mas se for muito grave, pode ameaçar a vida do recém-nascido (RN) e geralmente as cardiopatias congênitas se manifestam nos primeiros dias ou semanas de vida quando ainda está em fase de adaptação extra-uterina (HONCKENBERRY; WILSON, 2014). Acredita-se que fatores genéticos e ambientais possam causar os defeitos cardíacos congênitos, mas a causa exata ainda é desconhecida. Os fatores de risco maternos são: alcoolismo, diabetes melito, mutações, exposição a raios x e a rubéola, nutrição inadequada, idade superior a 40 anos, uso de anfetaminas, fatores genéticos, distúrbio metabólico de fenilcetonúria e uso de anticonvulsivantes, estrogênio, progesterona, lítio, varfarina ou isotretinoína (RICCI, 2013; HONCKENBERRY; WILSON, 2014). A cardiopatia congênita é dividida em quatro categorias mais descritas do que as que classificavam como cianóticas e acianóticas: as anomalias que provocam aumento do fluxo sanguíneo pulmonar, as que provocam obstrução ao fluxo sanguíneo fora do coração, as que provocam diminuição do fluxo pulmonar e as anomalias associadas à cianose e aumento do fluxo sanguíneo pulmonar ou anomalias mistas (RICCI, 2013). Segundo o Ministério da Saúde a taxa da mortalidade neonatal em 2011 foi de 10,6 óbitos por 1000 nascidos vivos na idade de 0 a 27 dias (BRASIL, 2012a). A incidência de cardiopatia congênita é aproximadamente de 6 a 8 em 1000 nascidos vivos e as formas mais graves representam 15% dessas, que manifestam no período neonatal um quadro expressivo pela gravidade e rápida evolução com comprometimento hemodinâmico e sistêmico, exigindo o diagnóstico precoce (SEGRE; COSTA; LIPPI, 2009). A taxa de mortalidade infantil no Brasil diminuiu de 47,1 a cada mil nascidos vivos em 1990 para 16 em 2011, graças às estratégias implementadas pelo Governo Federal, como ações da diminuição da pobreza, ampliação da cobertura da Estratégia Saúde da Família, dentre outras (BRASIL, 2012b). Apesar dessa diminuição, o direito à vida e à saúde da criança brasileira ainda não está garantido. De acordo com o relatório n. 115 de recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), a mortalidade neonatal precoce é cerca de 60% a 70% da mortalidade infantil, sendo 10% desses óbitos infantis decorrentes de cardiopatias (CONITEC, 2013). Com o aumento da evolução tecnológica, vários dispositivos estão sendo incorporados na prática hospitalar para detecção precoce de patologias associadas ao sistema cardiovascular, dentre esses

1351 avanços podemos citar a oximetria de pulso que tem desempenhado papel importantíssimo na detecção de cardiopatias em neonatos para desse modo realizar tratamento adequado antes da alta e reduzir a taxa de mortalidade neonatal (MEDEIROS; FREITAS; ARAÚJO et al, 2013). Nesse sentido, torna-se fundamental a sua utilização associado ao exame físico que deverá observar presença de cianose periférica ou central, palpação do precórdio e pulsos periféricos, presença de insuficiência cardíaca congestiva, além da ausculta cardíaca para identificação de sopros (ALBUQUERQUE; MAIA; FIGUEIREDO et al, 2015). A avaliação da oximetria de pulso constitui uma medida não invasiva, indolor, contínua, benéfica, de baixo custo, fácil manuseio e aplicável na assistência ao RN (MEDEIROS; FREITAS; ARAÚJO et al, 2013; BORGES, 2013). O teste do coraçãozinho associado ao exame físico apresenta-se como um método de triagem para o diagnóstico de cardiopatia congênita. A confirmação da cardiopatia será feita com a realização do ecocardiograma, que por se tratar de um exame de alto custo e de profissionais especializados para a sua realização inviabiliza a realização em todos os neonatos, por este motivo será submetido ao exame, para confirmação de diagnóstico apenas aqueles neonatos que apresentarem alguma alteração no exame físico ou na oximetria de pulso (MEDEIROS; FREITAS; ARAÚJO et al, 2013). Por isso, o Ministério da Saúde tornou pública a decisão de incorporar a oximetria de pulso teste do coraçãozinho na triagem neonatal no Sistema Único de Saúde SUS com a portaria nº 20, de 10 de junho de 2014 (BRASIL, 2014). O enfermeiro é o profissional ideal para realizar o teste do coraçãozinho porque possui formação e conhecimento sobre o manuseio do oxímetro de pulso, além disso, é o profissional que atua diretamente prestando cuidados imediatos ao paciente (MEDEIROS; FREITAS; ARAÚJO et al, 2013). A equipe de enfermagem está capacitada para manusear melhor o oxímetro de pulso sem tomar muito mais tempo nas rotinas da alta e sem representar aumento significativo dos gastos em material (MORAIS; MIMOSO, 2013). Durante todo esse processo, a enfermagem desempenha um papel fundamental na orientação da família, pois os pais necessitam de instruções sobre os cuidados com o neonato e principalmente se este for cardiopata (HONCKENBERRY; WILSON, 2014; KYLE, 2013). Dessa maneira, a oximetria de pulso revelou-se eficaz para detecção precoce das cardiopatias em neonatos nos primeiros dias de vida (MORAIS e MIMOSO, 2013). Como a oximetria de pulso em neonatos mostrou elevada sensibilidade e especificidade para a detecção precoce de cardiopatias, a aferição em recém-nascidos (RN) de forma rotineira é fundamental para evitar agravamento que pode resultar em óbito precoce antes do neonato receber tratamento adequado (CONITEC, 2013; LACERDA; FERREIRA; LISBOA et al, 2016). Uma vez que forem detectadas alterações, esses recém-nascidos terão encaminhamento adequado para que seja iniciada, de forma precoce, a investigação da cardiopatia e seu tratamento (SBP, 2011). Nesse sentido, é necessária também a divulgação da existência deste teste junto à população para que os pais possam exigir a sua realização antes da alta do RN da maternidade. Esse estudo se justifica visto que é importante o conhecimento das gestantes e puérperas sobre o que é o teste do coraçãozinho, como é feito e o objetivo de sua realização. Compreender a existência deste teste e entender sua importância proporcionará a estas mulheres condições para que elas solicitem a realização do mesmo em seus filhos com o objetivo de conhecerem a real situação que o RN se encontra para que caso ocorra alguma alteração no resultado do teste, providências sejam tomadas quanto a buscar assistência de saúde, já que quanto mais cedo é estabelecido o diagnóstico, mais rápido se inicia o tratamento aumentando a probabilidade de sucesso.

1352 Através dessa pesquisa, pode-se identificar se as gestantes e puérperas compreendem a importância do teste do coraçãozinho, a existência ou não da sensibilização da população quanto à realização desse teste e prestar orientações específicas a estas mulheres. Diante do que foi exposto, traçamos como questão de pesquisa: será que o teste do coraçãozinho está sendo bem divulgado junto à população para que sua realização seja exigida, além de disseminar conhecimento e contribuir para a garantia da saúde das crianças brasileiras? Neste estudo, objetivou-se investigar se as gestantes e puérperas têm conhecimento frente ao Teste do Coraçãozinho e sua importância para garantir a saúde do recém-nascido. MÉTODOS Trata-se de uma pesquisa de campo, pois tem como objetivo obter informações e ou conhecimento a cerca de um problema, para o qual se procura uma resposta através da observação dos fatos tal como ocorrem com a utilização de entrevistas e questionários. É também uma pesquisa quantitativa descritiva, pois, diz respeito à procura dos efeitos e resultados de todo um programa relativo à saúde (LAKATO e MARCONI, 2010). Foi realizada na maternidade Tsylla Balbino que foi fundada em março de 1959, possui uma média de 900 atendimentos e 300 partos por mês, dispõe de pré-natal completo, composto de consultas com médico obstetra, enfermeiro, nutricionista e assistente social. Oferece serviços de ultrassonografia, planejamento familiar, grupo de gestantes, atendimento especial a gestantes adolescentes e assistência às pacientes para tratamento de miomas e endometriose tornando-se referência na rede estadual para assistência obstétrica (SESAB, 2015). A população da pesquisa é composta de 100 pacientes, que representa aproximadamente 34% da média de partos realizados na instituição por mês. Acredita-se que essa quantidade seja a mais representativa possível do todo, além de ser uma amostragem satisfatória para atender o objetivo da pesquisa. Esse estudo tem como critério de inclusão: as gestantes com mais de 34 semanas de gestação e puérperas com até 48 horas do parto por via vaginal ou abdominal, que tenham entre 18 a 40 anos e residam em Salvador e região metropolitana, já que a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, é que o teste do coraçãozinho seja realizado em todo recém-nascido aparentemente saudável com idade gestacional > 34 semanas e deve ser realizado entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar (CONITEC, 2013). Os excluídos dessa pesquisa serão: as pacientes que não se enquadram nos critérios acima descritos ou que refiram o desejo de não participarem da pesquisa. A coleta de dados teve início somente após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia IMES, sob o parecer n. 1.780.660 de 19 de outubro de 2016. Os dados foram colhidos em enfermarias e ambulatórios da maternidade Tsylla Balbino em Salvador, Bahia, no período de novembro a dezembro de 2016, onde foram realizadas entrevistas e aplicação de um questionário entre as gestantes e puérperas com questões que mostravam alternativas de escolha compostas de perguntas relacionadas ao tema proposto. Tratava-se de um questionário composto por uma série ordenada de perguntas, contendo 6 (seis) questões objetivas. As participantes respondiam por escrito escolhendo uma resposta entre duas opções: sim e não, que buscavam avaliar o conhecimento de gestantes e puérperas sobre o teste do coraçãozinho. A compilação dos dados quantitativos foi realizada no Microsoft Excel e apresentada em gráficos e tabelas. Os dados foram analisados estatisticamente. Para embasar a discussão dos resultados foram utilizados 19 estudos disponíveis nas bases de dados científicas eletrônicas, publicados entre Janeiro de 2010 aos dias atuais, além de legislações. O projeto foi desenvolvido atendendo os princípios éticos descritos na Resolução n. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS/MS) que trata da Pesquisa envolvendo Seres Humanos. Ressalta-se que os

1353 dados coletados foram mantidos em absoluto sigilo. Salienta-se ainda que tais dados foram utilizados tão somente para realização deste estudo (BRASIL, 2013). Os participantes da pesquisa assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido após a explicação pelos pesquisadores dos fatos relevantes e as consequências de sua participação e de ter tido oportunidade suficiente para considerar se quer participar da pesquisa. RESULTADOS Nessa sessão são apresentados os resultados obtidos. Ao todo participaram da pesquisa 100 mulheres sendo 05 gestantes e 95 puérperas. O baixo quantitativo de gestantes entrevistadas ocorreu principalmente pelo critério de inclusão de gestantes somente a partir das 34 semanas de gestação e pela recusa de algumas gestantes em responder ao questionário. Quanto ao conhecimento das gestantes e puérperas frente ao teste do coraçãozinho, foram aplicadas as questões a seguir: Você conhece o teste do coraçãozinho?; Você sabe o que precisa para ser realizado?; Você sabe a importância do teste?; Conhece o que pode ser prevenido com esse teste?; Você sabe o que fazer se o teste apresentar alterações?; Se puérpera, já foi realizado o teste do coraçãozinho?. Com relação ao conhecimento das mulheres sobre o teste do coraçãozinho, 100% das gestantes entrevistadas responderam que não conheciam o teste, entre as puérperas 75% responderam que não conheciam e apenas 25% sabiam o que era o teste do coraçãozinho. Ressalta-se também que 100% das gestantes entrevistadas desconheciam o que precisava para ser realizado o teste do coraçãozinho, entre as puérperas 87% não sabiam e 13% sabiam o que precisava para realizar o teste. O gráfico 1 demonstra a quantidade de mulheres que compreendiam a importância do teste do coraçãozinho. Os dados coletados mostraram que 100% das gestantes não conheciam a importância do teste do coraçãozinho, relacionado às puérperas, 77% desconheciam a importância e 23% conheciam a importância deste teste. O gráfico 2 mostra o saber das mulheres quanto à prevenção de agravos ao ser realizado o teste do coraçãozinho. Quando questionadas sobre isso 100% das gestantes não sabiam o que poderia ser prevenido, já em relação às puérperas, 79% desconheciam e 21% conheciam o que poderia ser prevenido com esse teste. O gráfico 3, demonstra se as mulheres têm domínio sobre o que fazer caso o teste do coraçãozinho apresente alteração no resultado. Gráfico 1. Quantidade de mulheres que sabiam a importância do teste do coraçãozinho. Sim Não 73(77%) 0 5(100%) 22(23%) Gestantes Puérperas

1354 Gráfico 2. Conhecimento das mulheres quanto à prevenção de complicações ao realizar o teste do coraçãozinho antes da alta hospitalar. Sim Não Puérperas Gestantes 20(21%) 5(100%) 75(79%) Gráfico 3. Domínio das mulheres sobre o que fazer caso o teste do coraçãozinho apresente resultado com alteração. 100 80 60 40 20 0 5(100%) 0 9(9,5%) 86(90,5%) Não Gestantes Puérperas Sim A partir da observação desse gráfico, percebe-se que 100% das gestantes entrevistadas não sabiam o que fazer caso o teste do coraçãozinho apresentasse alterações. Dentre as puérperas, 90,5% não sabiam e apenas 9,5% sabiam o que fazer caso o teste apresentasse alterações. O gráfico 4 revela se já foi realizado o teste do coraçãozinho no RN. Nesse quesito apenas as puérperas eram questionadas, 36% das puérperas entrevistadas afirmaram que o seu RN já havia realizado o teste e 64% afirmaram que não haviam realizado o teste. Já o gráfico 5 nos mostra que dentre os neonatos que já tinham realizado o teste do coraçãozinho, 48% tinham 48h de vida, enquanto que 23% tinham 36 a 47h de vida. Nenhum recém-nascido de 25 a 35h de vida tinha realizado o teste e os RN de até 24h de vida totalizavam 29%.

1355 Gráfico 4, Quantitativo de puérperas que afirmaram já ter sido realizado o teste do coraçãozinho no recémnascido. Sim Não 61(64%) 34(36%) Puérperas Gráfico 5. Porcentagem de neonatos por idade que realizaram o teste do coraçãozinho. 29% 48% 0% 23% 0-24h 25-35h 36-47h 48h DISCUSSÃO Segundo o Departamento de Cardiologia e Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, 30% dos recém-nascidos que apresentam cardiopatia congênita recebem alta hospitalar sem diagnóstico precoce, sendo este imprescindível para evitar choque, hipóxia, acidose, parada cardíaca, agravo neurológico ou óbito precoce antes do tratamento adequado (SBP, 2011). Algumas patologias podem não ser aparentes ao exame físico, sendo possivelmente diagnosticadas ainda quando o recém-nascido estiver assintomático visto que as doenças cardiovasculares e cardiopatias congênitas possuem um alto índice de mortalidade se não diagnosticadas precocemente. O teste do coraçãozinho é um método de rastreio bastante eficaz, além disso, é um método simples, seguro, com uma quantidade de resultados falsos positivos muito baixos e que possui um excelente custo-benefício para auxiliar no diagnóstico destas cardiopatias (MORAIS; MIMOSO, 2013).

1356 A recomendação da CONITEC é que o teste do coraçãozinho seja realizado em todo recém-nascido aparentemente saudável com idade gestacional > 34 semanas. O teste deverá ser realizado entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar. O oxímetro deverá ser instalado no membro superior direito e em um dos membros inferiores. Para a adequada aferição, é necessário que o recém-nascido esteja com as extremidades aquecidas e o monitor evidencie uma onda de traçado homogêneo (SBP, 2011). O resultado é considerado normal se a saturação periférica for maior ou igual a 95% em ambas as medidas (membro superior direito e membro inferior) e diferença menor que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior; e anormal caso qualquer medida da SPO 2 seja menor que 95% ou houver uma diferença igual ou maior que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior, havendo alteração sugestiva uma nova aferição deverá ser realizada após 1 hora. Caso o resultado se confirme, um ecocardiograma deverá ser realizado dentro das 24 horas seguintes (CONITEC, 2013). Os cuidados de enfermagem já começam no pré-natal quando o enfermeiro procura fatores de risco para anomalia cardíaca congênita para o RN, investigando a história materna e realizando ultrassonografia prénatal de rotina e enfatizando a importância dos cuidados pré-natais ao longo da gestação para iniciar precocemente as intervenções necessárias caso sejam detectadas anormalidades (RICCI, 2013). Durante as consultas do pré-natal o profissional de saúde deve esclarecer dúvidas e prestar todas as orientações necessárias sobre o período gestacional, parto e puerpério, inclusive é durante as consultas que as gestantes recebem as orientações sobre os testes de triagem neonatal dentre esses testes, o teste do coraçãozinho. Orientando as gestantes sobre a importância da realização precoce desse teste contribuise para o empoderamento feminino, fazendo com que essas mulheres solicitem do profissional responsável a realização desse teste. O enfermeiro é o profissional indicado na realização do teste do coraçãozinho, pois é responsável pelos cuidados primários realizados ao binômio mãe e filho no puerpério. No pós-parto, a enfermagem deve avaliar o neonato observando sinais e sintomas que possam indicar uma anomalia congênita como angústia respiratória, cianose ou insuficiência cardíaca congestiva. Além do exame físico completo, a enfermagem deve realizar o teste do coraçãozinho e caso necessário, encaminhar para realização de outros exames complementares como o eletrocardiograma e o ecocardiograma para confirmação da cardiopatia no neonato (HOCKENBERRY; WILSON, 2014; RICCI, 2013; MEDEIROS; FREITAS; ARAÚJO et al, 2015). Sendo assim, sua atuação no processo de triagem de cardiopatias congênitas potencializa a qualidade da assistência aos recém-nascidos. Deverá também ser responsável pela orientação às gestantes e puérperas sobre a importância desse teste para garantir a detecção precoce de cardiopatias no recémnascido possibilitando melhor qualidade de vida para esses indivíduos. Nesse estudo, os autores afirmam que apesar das enfermeiras terem conhecimento do teste do coraçãozinho e o realizarem, não ocorre a orientação adequada as gestantes e puérperas devido ao acumulo de tarefas na rotina da equipe de enfermagem (MEDEIROS; FREITAS; ARAÚJO et al, 2015). Apesar da situação citada acima o nosso estudo ratifica que não existem obstáculos para prestar orientações às gestantes e puérperas sobre o que é o teste do coraçãozinho, como é realizado, sua importância e de realizá-lo sem tomar muito tempo da rotina de enfermagem, porque essa abordagem pode ser feita durante a realização do procedimento tornando a assistência mais adequada e humanizada, assim como revelou a pesquisa de Morais e Mimoso (2013) e indo de encontro com o estudo de Medeiros et al (2015), sensibilizando a população e contribuindo para a garantia de melhor qualidade de vida e saúde das crianças brasileiras. Um dado muito importante que o estudo trouxe foi o da falta de conhecimento pelas gestantes (100%) do teste do coraçãozinho, onde ficou confirmado que não foram orientadas de forma adequada no pré-natal. Por isso, é imprescindível a orientação e qualificação dos futuros enfermeiros pelas Universidades quanto a Triagem Neonatal no Brasil, estimulando as ações de educação permanente em enfermagem para capacitar melhor os profissionais de saúde e garantir uma assistência de enfermagem eficaz. Alguns autores sugerem que o teste do coraçãozinho seja implantado não só na rede pública como também em

1357 toda rede privada fazendo parte da rotina da equipe de enfermagem, já que esta é responsável pela assistência as gestantes no pré-natal e ao binômio mãe e filho no puerpério (OLIVEIRA; OLIVEIRA; COSTA et al, 2015; FERREIRA; REIS; CASTRO et al, 2016). CONCLUSÃO Os resultados revelam que o teste do coraçãozinho não está sendo bem divulgado junto à população contribuindo para que não seja exigida a sua realização, podendo interferir causando um grande impacto na garantia da saúde das crianças brasileiras. O teste do coraçãozinho é um teste de triagem seguro, efetivo e de baixo custo, porém para que se torne uma ferramenta potencial no diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas é necessária a orientação aos pais, treinamento da equipe de enfermagem, oxímetro de pulso disponível para realização do procedimento e caso haja alteração no teste é imprescindível que se tenha disponíveis centros de saúde especializados para que seja feito o encaminhamento efetivo do RN ao cardiologista para evitar problemas potenciais e óbito precoce. Logo, a atuação do enfermeiro é muito importante na realização do teste do coraçãozinho e nas orientações a população. Como os estudos sobre esse tema ainda são escassos e há a necessidade de mais pesquisas para reafirmar os benefícios desse teste e a importância do papel da enfermagem durante o pré-natal na atenção básica e na triagem neonatal nas maternidades, esses dados podem servir de embasamento para novos trabalhos e até uma reflexão sobre como está sendo a assistência de enfermagem às gestantes e puérperas nas unidades básicas, programas de saúde da família e hospitais. REFERÊNCIAS 1. ALBUQUERQUE FCL, MAIA ET, FIGUEIREDO VL et al. Clinical Examination and Pulse Oximetry to Detect Congenital Heart Defects. Int J Cardiovasc Sci, 2015; 28(2):148-151. 2. BRASIL. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Indicadores de saúde. Taxa de mortalidade neonatal. Ministério da Saúde (MS), 2012a. 3. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de ações programáticas estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde. 2 ed. Brasília; 2012b. 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Trata de pesquisas e testes em seres humanos. Brasília; 2013. 5. BRASIL. Portaria nº 20, de 10 de junho de 2014. Torna pública a decisão de incorporar a oximetria de pulso teste do coraçãozinho, a ser realizado de forma universal, fazendo parte da triagem neonatal no Sistema Único de Saúde SUS. Ministério da Saúde. Brasília; 2014. 6. BORGES JPA. Monitorização da oximetria de pulso em recém-nascidos: atuação do nas unidades neonatais. Rev Enferm Atenção Saúde, 2013; 2(3): 106-114. 7. CONITEC.-Comissão nacional de incorporação de tecnologias no SUS. Relatório de recomendação nº 115: Teste do coraçãozinho (oximetria de pulso) na triagem neonatal. 2013. 8. FERREIRA ML, REIS JMM, CASTRO MS et al. O teste de triagem neonatal de cardiopatias congênitas: uma tecnologia de cuidado de enfermagem. Acad. Rev. Cient. da Saúde, 2016; 1(1). 9. HOCKENBERRY MJ, WILSON D. Fundamentos de enfermagem pediátrica. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2014. 10. KYLE T. Enfermagem pediátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. 11. LACERDA LF, FERREIRA ALC, LISBOA CB et al. Newborn screening for congenital heart disease: perception of rooming-in health professionals. J Nurs UFPE on line, Jul 2016; 10(7): 2420-7. 12. LAKATOS EM, MARCONI MA. Fundamentos de metodologia científica: técnicas de pesquisa. 7 ed. São Paulo: Atlas; 2010. 13. MEDEIROS AL, FREITAS TB, ARAÚJO JSS et al. Oximetria de pulso em triagem de cardiopatias congênitas: conhecimento e atuação do enfermeiro. Cogitare enferm, 2015; 20(3):605-611. 14. MORAIS SG, MIMOSO G. Oximetria de pulso no diagnóstico de cardiopatia congênita. Sugestões para a implementação de uma estratégia de rastreio. Acta Pediatr Port, 2013; 44(6): 343-347. 15. OLIVEIRA IC, OLIVEIRA AF, COSTA PHA et al. Perfil epidemiológico de pacientes com cardiopatias congênitas em um hospital de Palmas, Tocantins, Brasil. Rev Pat Tocantins, 2015; 2(3): 02-13. 16. RICCI SS. Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013. 17. SBP- Sociedade Brasileira de Pediatria. Diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica: oximetria de pulso como ferramenta de triagem neonatal. Departamento de Cardiologia e Neonatologia, 2011. 18. SESAB-Secretaria da Saúde do Estado da Bahia. Maternidade Tsylla Balbino completou 56 anos de funcionamento. Salvador, Bahia, 2015. 19. SEGRE CAM, COSTA HPF, LIPPI UG. Perinatologia: fundamentos e prática. 2 ed. São Paulo: Sarvier; 2009. 928 p.