REFLEXÕES SOBRE A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL ATRAVÉS DE COORDENADORES DE CURSO DE BACHARELADO

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Transcrição:

XV COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA CIGU Desafios da Gestão Universitária no Século XXI Mar del Plata Argentina 2, 3 e 4 de dezembro de 2015 ISBN: 978-85-68618-01-1 REFLEXÕES SOBRE A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL ATRAVÉS DE COORDENADORES DE CURSO DE BACHARELADO MARIA APARECIDA MARQUES DA ROCHA UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS mamrocha@unisinos.br MALU SANTAREM SCHUH PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL - PUCRS malusantarems@gmail.com CAMILA VANESSA SCHMITZ UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS schmitz.camilavanessa@gmail.com TANISE KRENTZ UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS tanisekrentz@gmail.com Resumo: O presente artigo é o recorte de uma pesquisa em andamento, cuja temática principal dialoga sobre o papel dos coordenadores dos cursos de graduação, bacharelado da área da saúde das universidades comunitárias do Rio Grande do Sul, no que tange a implementação das políticas de apoio ao estudante. A metodologia da pesquisa envolverá dois momentos. O primeiro refere-se a um levantamento social que tem o objetivo de nos aproximar mais do universo pesquisado, a partir do envio de questionários aos coordenadores dos cursos. Após esse momento, realizaremos as entrevistas semiestruturas com os gestores, coordenadores dos dois cursos com maior número de alunos de cada universidade e dois alunos de cada um desses cursos. Sendo assim, o principal objetivo deste artigo é mostrar a análise preliminar de alguns achados oriundos do envio do questionário para os coordenadores dos cursos. Tais análises nos permitiram tecer algumas considerações sobre o perfil desses coordenadores. Estes resultados, por sua vez, nos revelaram algumas questões contraditórias que pretendemos responder ao longo da pesquisa. Palavras-chave: Gestão Educacional. Assistência Estudantil. Permanência e Conclusão. Aluno. Universidade Comunitária.

1. INTRODUÇÃO O projeto de pesquisa dialoga sobre o papel dos coordenadores dos cursos de graduação, bacharelado da área da saúde das universidades comunitárias do Rio Grande do Sul, no que tange a implementação das políticas de apoio ao estudante. As políticas institucionais educacionais de caráter assistencial de apoio aos estudantes fazem parte do conjunto de serviços acadêmicos oferecidos ao aluno da graduação. A legislação nacional que trata sobre o tema (LDB/1996, PNAES/2010) refere que o aluno busque auxílio e orientação, principalmente os provenientes das camadas de menor poder aquisitivo da população brasileira, no interior das IES que poderão fornecer diferentes tipos de apoio com a finalidade de concretizar a sua formação, durante o período de sua trajetória acadêmica. Apesar de ser um tema pouco debatido no interior das universidades, a existência das políticas de assistência estudantil contribuem para a qualificação da formação acadêmica. A partir desses pressupostos foi formulado o problema de pesquisa: Como o coordenador de curso de graduação bacharelado da área da saúde da universidade comunitária implementa as políticas educacionais de assistência ao aluno? Algumas questões de pesquisa norteiam o processo: Em que situações os graduandos buscam a política de assistência estudantil? Em quais situações o coordenador de curso participa dessas políticas? Existe um trabalho articulado entre os gestores dessas políticas e os coordenadores de curso nas universidades? A questão canaliza para necessidade de discutir-se com profundidade as percepções quanto à gestão das políticas educacionais vinculadas à assistência aos estudantes, uma vez que elas, através de diferentes programas institucionais (ações afirmativas, apoio pedagógico, apoio psicológico e apoio socioeconômico) de natureza pública, orientadas pelo governo federal, ou privada, a partir da iniciativa das IES, conjugam ações em prol do aluno. Muitas vezes, a pouca visibilidade na estrutura institucional das políticas de assistência estudantil, faz com que sejam vistas como apenas mais um serviço, outras vezes como um benefício que a universidade oferece aos alunos. Enfim, as políticas de assistência estudantil são solicitadas, operacionalizadas, analisadas e avaliadas em situações diversas, como: em conflitos gerados nas relações pessoais e acadêmicas, nas reivindicações por parte do movimento estudantil, ou por ocasião da avaliação do Curso pelo SINAES/INEP/MEC. Nossa contribuição com o estudo consubstancia-se na possibilidade de oferecer subsídios ao gestor, de tal forma que sejam percebidas as reais necessidades dos alunos, propiciando qualidade na formação integral do sujeito aluno; um trabalho em que haja a parceria de diferentes atores envolvidos num mesmo propósito, ou seja, a permanência com sucesso do aluno na universidade; e ao estimulo de um trabalho mais articulado entre os diferentes setores da universidade. A pesquisa se constitui por dois momentos. No primeiro, houve a realização de um levantamento junto aos coordenadores de curso da área da saúde das universidades comunitárias do RS, enviados por meio do sistema Google, visando uma primeira aproximação sobre a gestão das políticas de assistência ao aluno. Após o retorno desse levantamento, iniciamos o segundo momento que se caracteriza pela realização de entrevistas semiestruturadas com coordenadores de dois cursos, dois alunos por curso e gestores das políticas de assistência estudantil das universidades que aceitaram participar da pesquisa 1. Cabe ressaltar que o estágio em que a pesquisa se encontra é de análise e interpretação dos dados do levantamento e início da realização das entrevistas semiestruturadas. 2

2. METODOLOGIA Minayo (2007) define a pesquisa como atividade básica da ciência na sua indagação e descoberta da realidade, já que alimenta a atividade de ensino a atualiza e revitaliza ante a realidade do mundo, desta forma a pesquisa embora seja uma atividade teórica vincula pensamento e ação. Ao elaborar o Projeto de Pesquisa, compreendeu-se que para o melhor desenvolvimento do estudo metodologicamente seria o da pesquisa qualitativa (CHIZZTTI, 1991) e (MARTINELLI, 1999), de caráter exploratório, com base na perspectiva dialética (MINAYO, 2007). O lócus da pesquisa se dá a partir dos 13 cursos de graduação bacharelado da área da saúde (medicina, enfermagem, nutrição, serviço social, fisioterapia, odontologia, medicina veterinária, educação física, agronomia, zootecnia, biomedicina, farmácia e fonoaudiologia) segundo Portaria Normativa nº 06 de 27 de março de 2013 - MEC/INEP/ENADE-2013, tal corte deve-se à delimitação objetiva dos inúmeros cursos de graduação existentes na atualidade no país, além do fato de que a área de saúde é uma das áreas do ensino superior que tem apresentado, nas últimas décadas, uma preocupação constante com a qualidade do ensino, comprovado pela profícua produção da área. A escolha dos cursos está relacionada às universidades comunitárias do Rio Grande do Sul (MOROSINI, 2003) e (SILVA; FRANTZ, 2002), a saber: PUCRS, UNISINOS, UCS, UCPEL, UNIJUI, UPF, UNISC, URI, FEEVALE, URCAMPI, UNICRUZ. Tal escolha se justifica pelo seu papel social e por se mostrar engajada numa proposta de oferecer uma formação acadêmica de qualidade. As seis Universidades que aceitarem participar da Pesquisa através da carta de anuência farão parte da amostra da investigação, na realização das entrevistas semiestruturadas. A investigação dialogará com os coordenadores de curso de graduação bacharelado da área da saúde, gestores das políticas de assistência estudantil das universidades comunitárias e os graduandos dos cursos de saúde na tentativa de compreender e analisar como é percebida a gestão das políticas educacionais de assistência estudantil institucionais nestes diferentes espaços a partir dos diferentes segmentos. O desenvolvimento da Pesquisa foi organizado da seguinte forma: Revisão de literatura; Levantamento e análise das fontes documentais (documentos do INEP/MEC); Elaboração de questionário para a sondagem junto aos coordenadores de curso de graduação bacharelado área da saúde; Envio do questionário com nove questões objetivas, via internet - sistema Google, aos 75 coordenadores dos diferentes Cursos de graduação bacharelado área da saúde das universidades comunitárias gaúchas; Recebimento da carta de anuência de seis universidades comunitárias (UNISINOS, FEEVALE, UCPEL, UPF, UNIIJUÍ e UNISC) para participar da Pesquisa, como parceiras. Com o objetivo de nos aproximarmos mais do universo pesquisado, optamos por realizar um levantamento social, tendo como base os questionários que foram enviados aos coordenadores dos cursos. Após o retorno dos questionários iniciamos em maio a realização das entrevistas semiestruturadas com os gestores, coordenadores dos dois cursos com maior número de alunos de cada universidade e dois alunos de cada um desses cursos. A análise dos dados empíricos será a partir da concepção de Bardin (2011) sobre análise de conteúdo. Objetivando o enriquecimento do trato dos dados buscamos em Moraes (1999) a referencialidade para a construção do método que acreditamos estar mais adequado ao projeto. 3

Sendo assim, cabe ressaltar que, por se tratar de uma pesquisa em andamento nos deteremos aos achados oriundos do levantamento social. Em relação aos objetivos a serem atingidos, gostaríamos que fossem respondidos 60% dos questionários encaminhados aos coordenadores dos cursos de graduação bacharelado da área da saúde das universidades comunitárias. Após o período de envio dos mesmos, que compreendeu os meses de outubro a novembro de 2014, obtivemos o retorno de 23% dos questionários. 3. RESULTADOS 3.1 Estado do Conhecimento Na definição do tema em questão, que envolve o ato de conciliar na gestão as atribuições tradicionais de um coordenador de curso de graduação com as demandas oriundas de situações diversas dos alunos que buscam na assistência estudantil apoio para suas preocupações e dificuldades, buscamos outras fontes de pesquisa sobre o tema. No portal da CAPES, no SCIELO e na BDTD, referente aos periódicos, encontramos 2 publicações que tratam de Universidade Comunitária, 4 publicações sobre Gestão Universitária, 2 publicações sobre permanência no ensino superior e 4 publicações sobre Política de Assistência Estudantil. No que se refere as produções de dissertações e teses encontramos as seguintes informações: 11 produções sobre Universidade Comunitária, 6 produções sobre Gestão Universitária, 50 produções sobre permanência no ensino superior e 30 produções sobre Política de Assistência Estudantil. Os resultados dessas pesquisas consistem nos seguintes pontos: as políticas de assistência estudantil possibilitam a permanência dos alunos, principalmente os de menor poder aquisitivo, na IES; as inúmeras dificuldades quanto à gestão das políticas, no que tange a recursos humanos e financeiros; e a necessidade de continuidade dos estudos sobre o tema para uma maior apropriação da comunidade acadêmica. 3.2 Análise do Levantamento Social Tendo em vista conhecer a realidade das universidades comunitárias, optamos por realizar um levantamento social, tendo como base os questionários que foram enviados aos coordenadores dos cursos. Nesse momento, apresentaremos alguns dos achados obtidos por meio do retorno dos mesmos. 4

Gráfico 1 Relação dos cursos que responderam ao questionário Podemos perceber através deste gráfico que os cursos da área da saúde que mais responderam ao questionário foram os de Nutrição e Fisioterapia nas universidades participantes, sendo seguidos pelos cursos de Biomedicina, Educação Física e Serviço Social. Os cursos de Fonoaudiologia, Medicina, Odontologia, Medicina Veterinária e Zootecnia não houve retorno das respostas. Pode-se inferir que os cursos que atenderam a pesquisa de alguma forma sentiram-se mais envolvidos em participar da mesma, ou seja, do tema que trata de gestão da coordenação de curso. Gráfico 2 Número de alunos matriculados nos cursos em 2014 5

Neste gráfico 50% dos respondentes informam, sobre os cursos que coordenam, têm de 1 à 200 alunos, 28% possuem de 201 à 400 alunos, 17% têm acima de 500 alunos e apenas 6% têm de 401 à 500 alunos. É possível constatar que 50% do número de alunos matriculados em 2014 nos cursos participantes, são considerados, devido ao número de alunos matriculados, como cursos de pequeno e médio porte (considerando-se o município em que a universidade,o qual o curso pertence, está inserida). Todos os coordenadores que responderam ao questionário, ou seja, 100% declararam que há em suas universidades uma Política de Assistência Estudantil. Isto denota que é perceptível aos coordenadores que há certa preocupação das IES com as ações de apoio ao estudante. Gráfico 3 - Políticas de Assistência Estudantil: programas diversos nas Universidades Nesse gráfico identificamos que 100% dos participantes informaram ter em suas IES uma assistência pedagógica, 89% responderam que também há ações na área psicossocial e 83% declararam a existência de políticas socioeconômica em suas IES. Há outros projetos de apoio assistencial ao aluno que não foram especificados. Os participantes da pesquisa em 94% responderam conhecer plenamente o funcionamento da Política de Assistência ao Aluno. Somente 6% informaram que têm um menor conhecimento sobre a Política em suas Universidades. Fica a questão: o conhecimento sobre a Política de Assistência Estudantil é utilizado na gestão do Curso de Graduação? 6

Gráfico 4 Manifestação dos gestores sobre a forma de participação na PAE participação na PAE na IES De acordo com este gráfico identificamos que 94% dos coordenadores de curso participam da assistência aos alunos por meio de encaminhamentos para os programas de apoio ao estudante, seguido por 78% de orientação e motivação estudantil. Há outras formas de participação que não foram informadas pelos coordenadores de curso. Gráfico 5 Alunos que buscam orientação na coordenação de curso sobre a PAE O gráfico apresenta a manifestação dos coordenadores, referentes ao tipo de envolvimento referente à Política de Assistência Estudantil, no período de um mês, 78% afirmam que atendem de 1 a 5 alunos, 11/% acima de 20 alunos, e 11% não atendem nenhum aluno. Isto demonstra que apesar do universo de alunos dos cursos, conforme o gráfico nº 2 ser de um universo com uma expressiva quantidades de alunos, a busca junto aos 7

coordenadores em relação a informações, encaminhamentos, orientações com relação a Política de Assistência ao Aluno ainda mostra-se tímido. Há pouca procura pelos alunos aos programas da Política de Assistência Estudantil ou o desconhecimento de que pode buscar um apoio, auxilio ou orientação dentro desta ótica na coordenação de curso. Isto nos leva a indagar quais seriam os motivos? Há pouco envolvimento das coordenações com esse espaço de permanência do aluno na Universidade? Existe pouca divulgação da política na universidade de um modo geral? O aluno não percebe no coordenador de curso alguém que possa auxiliado neste contexto? A partir desses dados é possível perceber uma desconexão em relação às informações fornecidas pelos coordenadores anteriormente, pois informam participar da Política de Assistência ao Estudante de alguma forma. Observa-se e que há uma parcela de coordenadores que informam não atender nenhum aluno. Como estes mesmos coordenadores participam da Política de Assistência ao Estudante? Como acontece essa participação? 4. CONCLUSÕES Ao refletir sobre as ideias que fundamentaram a conclusão do levantamento social é possível constatar que os coordenadores têm conhecimento da política de assistência estudantil e a utilizam na gestão de seus cursos. Porém a partir dos dados apresentados neste levantamento ficam as perguntas: a) Como será efetivamente o conhecimento que estes coordenadores têm sobre as políticas vigentes em suas universidades? b) Será que de fato os alunos conseguem visualizar essa PAE da forma com ela é divulgada pela IES? c) Quais questões relacionadas a política da IES passam pelo polo da gestão dos coordenadores? d) Após a realização das entrevistas será possível compreender melhor como estas políticas se dão no dia a dia das universidades participantes. 5. NOTAS EXPLICATIVAS 1. O Projeto de Pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, UNISINOS, em março de 2015. 8

REFERÊNCIAS BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. E Ed. São Paulo: Edições 70, 2011. BRASIL, Programa Nacional de Assistência Estudantil. Decreto Lei nº 7234 de 19.07. 2010. BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n 9394 de 20.12.1996. BRASIL, Sistema nacional de Avaliação da Educação Superior Lei 10.861 de 14.04.2004. CHIZZTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. V. 16. São Paulo:Cortez, 1991. COLOMBO, Sonia Simões.(Org.). Gestão universitária: os caminhos para a excelência. 1 ed. Porto Alegre: Penso, 2013. MARTINELLI, Maria Lúcia. O de abordagens qualitativas na pesquisa em serviço social. In:. (Org.). Pesquisa qualitativa: um instigante desafio. São Paulo: Veras Editora, 1999. P. 19-29. (Série Núcleo de Pesquisa I ) MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 10 ed. São Paulo: Hucitc, 2007. MORAES, Roque. Análise de conteúdo. Educação, Porto Alegre, v.22, n.37, p. 7-32, 1999. MOROSINI, Marília Costa. (Org.). Enciclopédia de pedagogia universitária. Porto Alegre: FAPERGS/RIES, 2003. SILVA, Enio Waldir da; FRANTZ, Walter. As funções sociais da universidade: o papel da extensão e a questão das comunitárias. IJuí: Unijuí, 2002. 9