O ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM SURDEZ E CEGUEIRA NO MUNICÍPIO DE CACOAL - RO

Documentos relacionados
Políticas públicas intersetoriais: como garantir o acesso e a permanência de pessoas com deficiência na escola

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Edital Nº 01 de 26 de abril de 2007.

Trabalho Completo - XXIV Encontro de Pesquisa Educacional do Nordeste - Reunião Científica Regional da ANPEd (2018) GT15 - Educação Especial

CURSO: Pedagogia DISCIPLINA: Educação Inclusiva PROFESSORA ESP.: Glenny Gomes de Holanda

O Atendimento Educacional Especializado - AEE

O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PATOS/PB

IV Seminário do Grupo de Pesquisa Deficiências Físicas e Sensoriais Faculdade de Filosofia e Ciências 26 e 27 de fevereiro de 2018 ISSN

A IMPLANTAÇÃO DAS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO EM CAMPO GRANDE-MS

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO PROCESSO DE INCLUSÃO EM ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DA CIDADE DE PATOS- PARAÍBA

Anexo B DEMONSTRATIVO DA INFRAESTRUTURA FÍSICA (IMÓVEL) IMÓVEL LOCALIZADO À xxxxxxxxxxxxx

EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Julho de 2018

DOCUMENTO ORIENTADOR PROGRAMA IMPLANTAÇÃO DE SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 001/2016

Lei de Diretrizes e Bases

Da inclusão: Incluir por incluir?

PLANO ANUAL DE ATIVIDADES 2016 NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE DA UFES

Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: DO DIREITO À EDUCAÇÃO

DECRETO 7611/2011 Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências

Caderno 2 de Prova PR08. Educação Especial. Professor de. Prefeitura Municipal de Florianópolis Secretaria Municipal de Educação. Edital n o 003/2009

LEI Nº , DE 6 DE JULHO

ATENA CURSOS MARGUETE DAL PIVA LONGHI. A SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL: entre o ideal e o real. Passo Fundo

PROGRAMAÇÃO (QUINTA FEIRA)

Caderno 2 de Prova AE02. Educação Especial. Auxiliar de Ensino de. Prefeitura Municipal de Florianópolis Secretaria Municipal de Educação

CONTRIBUIÇÕES DA AUDIODESCRIÇÃO PARA O ENSINO DE CÉLULAS ANIMAIS NO ENSINO MÉDIO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Educação Inclusiva: Valorização da Diferença

POL ITICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS SOBRE AEE

Código Disciplina/Pré-Requisito Caráter Créditos Carga Horária

O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO CONTEXTO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA, usando da competência

LDB-LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

(CESGRANRIO)Segundo a LDB, o regime de progressão continuada nas escolas é: A) ( ) obrigatório em todas as redes de ensino. B) ( ) obrigatório na

A SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL COMO UM INGREDIENTE ESSENCIAL NA INCLUSÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS, NA ESCOLA REGULAR DE ENSINO

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

ESCOLA INCLUSIVA: UM DIAGNÓSTICO DO ESTADO ATUAL NA URE 4 NO MUNICÍPIO DE MARABÁ NO ESTADO DO PARÁ E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

DIFICULDADES DE ALUNOS SURDOS NO APRENDIZADO DE MATEMÁTICA

Contribuição das Apaes na defesa e garantia da Educação para as pessoas com deficiência intelectual

1. ADA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA AMOSTRAL GOIÁS: 6º ao 9º ANO Avaliações e Gabaritos, quadro de correções e provas comentadas.

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: FUNCIONAMENTO DE UMA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO ESTADO DO TOCANTINS

ANEXO B INFORMAÇÕES PESSOAIS

PREFEITURA MUNICIPAL DE JABOATÃO DOS GUARARAPES SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO ANEXO I

03/04/2017. Departamento de Psicologia Psicologia da Aprendizagem aplicada à área escolar Profª Ms. Carolina Cardoso de Souza

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE ENSINO REGIÃO DE LIMEIRA

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA Secretaria Municipal de Educação Rua Bom Jesus, 18A Centro

A partir da década de 1990, no Brasil e no mundo, o paradigma tende a ser deslocado da integração para a inclusão. A Educação Inclusiva surgiu, e vem

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO PORTARIA Nº 29

Universidade Federal de Sergipe Pró-reitoria de Graduação Departamento de Apoio Didático-Pedagógico (DEAPE)

ANEXO I. Habilitação e Escolaridade exigidas para atuação em escolas da Rede Municipal de Ensino de Mariana. Habilitação e Escolaridade

Ofício nº 045/2015. Cascavel, 17 de junho de 2015.

Ana Mayra Samuel da Silva, Elisa Tomoe Moriya Schlünzen, Ana Virginia Isiano Lima, Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos, Denner Dias Barros

ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DAS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS NO BRASIL

EXPERIÊNCIA DO NÚCLEO DE ATENDIMENTOS A PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS

Aprovação do curso e Autorização da oferta

REGULAMENTAÇÃO INTERNA NÚCLEO DE APOIO ÀS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECÍFICAS NAPNE \CAMPUS BARREIRAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SEMEC CONCURSO PÚBLICO N.º 01/2011 EDITAL N.º 01/2011, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011.

A PRÁTICA DE ENSINO NO ÂMBITO DO AEE. Keline Mayra de Santana; Claudia Danielle Oliveira de Lima; Rosiane Francisco da Silva

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SEMEC CONCURSO PÚBLICO N.º 01/2011

NOME DO CURSO: O uso pedagógico dos recursos de Tecnologia Assistiva Nível: Aperfeiçoamento Modalidade: Presencial

QUÍMICA CENTRO DE LICENCIATURAS

SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: UM ESTUDO SOBRE AS POSSIBILIDADES DE AVANÇO COGNITIVO PARA O ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Luiz Dourado CNE/UFG Recife,

RESOLUÇÃO Nº 19/2018

NOME DO CURSO: Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva Nível: Aperfeiçoamento Modalidade: Presencial

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA CONSELHO SUPERIOR - CONSUP RESOLUÇÃO Nº 09, DE 28 DE MARÇO DE 2016

EDUCANDO PARA A INCLUSÃO RELATO DE EXPERIÊNCIAS

O PROFESSOR-GESTOR E OS DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE. Palavras-chave: Professor-gestor, desafios, docência.

Base Nacional Comum. Currículo em discussão...

A INCLUSÃO E O COTIDIANO NA E DA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS NO CEPROCAMP/FUMEC

LEGISLAÇÃO PARA ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO. Sócia-Proprietária do Instituto Inclusão Brasil. Consultora em Educação

ESTADO DO ESPIRITO SANTO PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARAPARI SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ANEXO I

SABERES DOCENTES: ANÁLISE DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NO USO DOS RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE EDUCAÇÃO EMENTA

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE ENSINO REGIÃO DE LIMEIRA

NOME DO CURSO: O Ensino da Língua Brasileira de Sinais na Perspectiva da Educação Bilíngue Nível: Aperfeiçoamento Modalidade: A distância

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO TURMA: 2010/2 EMENTA

SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

Educador A PROFISSÃO DE TODOS OS FUTUROS. Uma instituição do grupo

PEREIRA, Ana Célia da R. Autora Professora da Escola Municipal Prof. Anísio Teixeira

10ª JORNADA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

EDITAL PARA PREENCHIMENTO DE VAGA DE PROFESSOR COORDENADOR. _01 (uma) vaga ao posto de trabalho de Professor Coordenador dos anos iniciais

AS DIFICUDADES NO ENSINO DA MATEMÁTICA PARA ALUNOS SURDOS NA EREM MACIEL MONTEIRO NO MUNICÍPIO DE NAZARÉ DA MATA, PE

PREFEITURA MUNICIPAL DE TIMBÓ EDITAL DE PROCESSO SELETIVO PÚBLICO SIMPLIFICADO 010/2016 SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Caderno de Prova 2 PR08. Educação Especial. ( ) prova de questões Objetivas. Professor de

ÍNDICE 1 - REGIMENTOS E LEGISLAÇÃO DE ENSINO

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

MAPEAMENTO DA SITUAÇÃO EDUCACIONAL DOS SURDOS NA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA DO NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IRATI/PR

CONSELHO DE GRADUAÇÃO. Resolução CoG nº. 181, de 18 de setembro de 2018

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO BÁSICA RBEB

RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO AÇÕES EDUCACIONAIS INCLUSIVAS

CURSO PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS PROFOP - PROGRAMAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA PROPOSTA DE MUDANÇA CURRICULAR.

CORRESPONDÊNCIA Carolina Cristina Alves Lino

Resolução SE 68, de Dispõe sobre o atendimento educacional aos alunos, público-alvo da Educação Especial, na rede estadual de ensino O

SECITECE UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA COMISSÃO EXECUTIVA DO VESTIBULAR CEV PREFEITURA MUNICIPAL DE REJO SANTO - PMBS

A Câmara Superior de Ensino da Universidade Federal de Campina Grande, no uso de suas atribuições;

O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E O USO DAS TECNOLOGIAS NAS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS NO ENSINO MÉDIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL

PEDAGOGIA. COORDENADOR José Henrique de Oliveira

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE ENSINO REGIÃO DE LIMEIRA

Transcrição:

O ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM SURDEZ E CEGUEIRA NO MUNICÍPIO DE CACOAL - RO Cleane Araujo Graduada em Pedagogia Pela UNESC. Prof. Dr. Francisco Cetrulo Neto Professor da UNESC INTRODUÇÃO Esse artigo tem como objetivo analisar o atendimento prestado às crianças com surdez e cegueira no ensino regular no município de Cacoal-RO. Parindo-se das exigências legais buscar-se-á verificar se as escolas estão preparadas para atender esse segmento da população verificando a existência de recursos pedagógicos e estruturais nas escolas e se elas estão equipadas com os materiais necessários para trabalhar com estas crianças. Também serão avaliadas a capacitação e a especialização dos profissionais lotados para esse atendimento. Buscou-se, pela observação e descrição, demonstrar como se dá o atendimento às crianças surdas e cegas nas salas de AEE (Atendimento Educacional Especializado). Vez que as crianças com estas necessidades são concentradas em algumas escolas do município a pesquisa se restringirá a estas escolas. São três estaduais e duas municipais. MATÉRIAIS E MÉTODOS: Trata a pesquisa de um levantamento quantitativo dos materiais para atendimento às crianças surdas e cegas disponíveis em escolas selecionadas do município de Cacoal-RO para se observar o atendimento aos ditames legais sobre o assunto. Inicia-se com uma descrição da legislação existente sobre o assunto, especialmente no Estatuto da Criança e do Adolescente, no PNE - Plano Nacional de Educação, na lei 5626 e no decreto lei 5520 do Conselho Estadual. O método, portanto será baseado em pesquisa de campo em que se levantará os dados quantitativos sobre os materiais e em entrevistas com as pessoas responsáveis pelo atendimento a essa população nessas escolas. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 1

ASPECTOS LEGAIS: Existe legislação detalhada para regulamentar o atendimento das pessoas com deficiência. A lei ampara essas crianças e adolescentes. A Constituição Federal, em seu artigo 203 estabelece que a assistência social tem por objetivo a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária (Inciso IV). Mais especificamente em seu Art. 208 afirma que O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de [...] (inciso III) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação - destina todo um capítulo para a Educação Especial garantindo, entre outros importantes fatores a oferta de currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades (Art. 59, inciso I). O PNE Plano Nacional de Educação institui como meta para o decênio 2014-2024 no que tange à Educação Especial: Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. A Lei 552 de 27 de Abril de 2009 em seu Art.7º estabelece para o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais que as Instituições devem prever e prover: I-Infra-estrutura física adequada, II-Corpo técnico, administrativo e docente qualificado e capacitado e em permanente atualização; III-Recursos didático-pedagógicos adequados; IV-Organização de turmas com número reduzido de alunos, evitando-se a inserção de alunos com diferentes deficiências; V-professores interpretes em língua brasileira de sinais na Educação Básica, quando incluso aluno surdo. VI-Língua portuguesa como segunda língua em uma metodologia própria para surdos. X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC

A LEI Nº 10.436 de 24 de abril de 2002 reconhece a LIBRAS como meio legal de comunicação e expressão e para garantir os profissionais necessários ao atendimento aos surdos o Decreto Federal 5626 de 22 de dezembro de 2005 estabelece: Art. 3º A LIBRAS será um componente curricular obrigatório nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de fonoaudiologia, de instituições de ensino públicas e privadas, do sistema federal de ensino. 1º Todos os cursos de licenciatura, o curso normal superior, o curso de pedagogia e o curso de educação especial serão considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério. DADOS LEVANTADOS NA PESQUISA DE CAMPO A primeira escola pesquisada possui sala de AEE bem estruturada e preparada para atender os alunos com deficiência. Funciona desde 2004. Atende seis crianças com surdez. Antigamente, quando não existia a sala de AEE, os alunos eram atendidos na sala de aula normal e a comunicação era em forma de gestos. O professor responsável pela sala trabalha há um ano e meio na Escola, sua formação é graduação em pedagogia e pós-graduação em psicopedagogia e didática do ensino de língua portuguesa e matemática além de pósgraduação em AEE. Assumiu porque trabalhou nessa área anteriormente. Trabalha na sala do AEE por 20 horas e trabalha com língua portuguesa com as crianças do 6 ao 9 ano. Outro professor da sala atende pessoas com a deficiência de surdez. Trabalha na escola há três anos, é formado em pedagogia, pós-graduação em libras, docência do ensino superior e está cursando graduação em letras/libras. Assumiu essa profissão porque não existia professor para surdos e a escola necessitava. É concursado, trabalha 40 horas na sala de AEE. Atende três dias em sala de aula do 1º ao 5º ano. A professora interprete é formada em pedagogia e possui pós-graduação em libras. Trabalha há 8 meses na escola e está nesta área por indicação e pela necessidade da escola de um profissional especializado, ela e concursada em pedagogia. A segunda escola tem uma sala de AEE muito bem estruturada, climatizada e atende a seis alunos com surdez. A sala existe há mais de vinte anos. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 3

A professora responsável é formada em pedagogia e possui pós-graduação em psicopedagogia. Trabalha na instituição há um ano e meio, é concursada assumiu vez que a escola precisava de profissional. O outro professor é professor surdo, formado em pedagogia e pós-graduado em libras, trabalha há anos na escola. Começou como professor de curso em libras e passou para esse cargo, trabalha na escola como emergencial. O professor interprete Leila e Eduardo Na terceira escola a sala de AEE não está com um suporte adequado segundo os professores. Estes afirmam que não há verbas para equipar, mas o material para atender está bem razoável. A escola atende a um aluno surdo. A escola possui a sala do AEE desde 2009. A professora responsável trabalha há cinco anos na escola em regime de 40 horas. É graduada em Letras e possui pós-graduação em Libras. Curso no momento Neuroeducação, autismo clínico. Trabalha na área porque se sente vocacionada, segundo afirmou. A segunda professora é professora surda de libras. Trabalha na escola há dois anos também e regime de 40 horas. É graduada em pedagogia e está cursando letras /libras. Trabalha também na área indígena com alunos com surdez. Outra professora, surda, trabalha há dois anos nessa instituição. Está cursando a graduação em letras/libras. Antigamente, nesta escola, as crianças eram atendidas como reforço na sala de aula no turno inverso. A quarta escola pesquisada não tem uma sala de AEE propriamente. O estado físico da sala não está como deveria estar, mas atende as crianças como pode. A escola atende duas alunas cegas. A escola possui a sala de AEE desde 2008, quando não havia a sala de AEE os alunos iam para o CERNIC. A professora responsável trabalha há nove anos na escola, graduada em letras, cursa pós-graduação em educação especial/libras e curso em Braille. Entrou na instituição como professora depois se especializou na área e começou a atuar na sala especial. X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC

A escola tem uma salinha de AEE com o equipamento básico com um visual aconchegante. Segundo relato dos responsáveis sempre falta algo. A escola atende uma aluna cega. A sala funciona desde 2009 e antes disso os alunos eram atendidos no CERNIC. A professora responsável trabalha há um ano e meio na escola. É graduada em Letras e está cursando pós-graduação em atendimento educacional especializado e ensino especial. É concursada e trabalha em regime de 40hs semanais. Optou pela salinha de AEE porque gosta de trabalhar com alunos especiais. A quinta escola pesquisada tem uma salinha básica, como todas as outras. A escola atende a um aluno cego. A sala de AEE existe aproximadamente há 10 anos. O professor responsável é graduado em Pedagogia e possui pós-graduação em psicopedagogia e gestão escolar. Trabalha em regime de 40hs semanais. É concursado. Foi desafiado a assumir a sala de AEE e aceitou. O professor reclamou muito de que a escola ou município não oferece um curso preparatório para poder atuar na salinha. Antigamente quando a escola não possuía a sala os alunos eram atendidos no CERNIC. LEVANTAMENTO DOS MATERIAIS EXISTENTES NAS SALAS DE AEE Na pesquisa de campo, além de entrevistar os profissionais diretamente envolvidos no atendimento aos alunos com deficiência foram coletados os dados dos materiais disponíveis para uso dos alunos e professores. Foram levantados os seguintes dados, conforme se pode ver na tabela abaixo. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 5

DISPONIBILIDADE DE MATERIAIS NAS SALAS DE RECURSOS Escolas Estaduais Escolas Municipais Nº de Materiais Surdos Cegos Surdos Cegos ordem Sala de Recursos I 1 2 3 4 5 6 7 1 Microcomputadores com gravador de CD, leitor de DVD SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO 2 Estabilizadores SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO 3 Lupa Eletrônica SIM SIM NÃO SIM NÃO NÃO SIM 4 Scanner SIM SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO 5 Impressora Laser SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 6 Teclado com Colméia SIM SIM NÃO SIM SIM SIM SIM 7 Mouse com entrada para acionador SIM NÃO SIM SIM NÃO SIM SIM 8 Acionador de pressão SIM NÃO SIM SIM NÃO NÃO SIM 9 Bandinha Rítimica SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO 10 Dominó SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 11 Material Dourado SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 12 Esquema Corporal SIM SIM NÃO SIM SIM SIM SIM 13 Memória de numerais SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM 14 Tapete quebra-cabeça NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM 15 Software para comunicação alternativa SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 16 Sacolão criativo SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO 17 Quebra cabeças sobrepostos ( sequencia Lógica) SIM SIM NÃO SIM SIM SIM SIM 18 Dominó de animais em Língua de Sinais SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 19 Memória de antônimos em Língua de Sinais SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM 20 Lupa manual, lupa-conta fio dobrável e lupa de régua SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM 21 Dominó com textura SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 22 Plano inclinado-estante para leitura SIM SIM NÃO SIM SIM NÃO NÃO 23 Mesa redonda SIM NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM 24 Cadeiras para computadores SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO 25 Cadeiras para mesa redonda SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM 26 Armário de aço SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 27 Mesa para computador SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM 28 Mesa para impressora SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 29 Quadro melanínico SIM NÃO SIM NÃO NÃO NÃO NÃO Sala de Recursos II 1 Impressora Braille NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM 2 Maquina Braille NÃO SIM NÃO SIM SIM NÃO SIM 3 Reglete de mesa NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM 4 Punção NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM 5 Soroban NÃO NÃO NÃO NÃO SIM NÃO SIM 6 Guia de Assinatura NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO 7 Globo terrestre adaptado NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO 8 Kit de desenho geométrico Adaptado NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO 9 Calculadora Sonora NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO 10 Software para produção de desenhos Gráficos e táteis NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC

Percebe-se pela tabela que as salas possuem, em geral, uma quantidade material bastante significativa para o atendimento das necessidades de surdos e cegos. Todas elas possuem sala de AEE, ressalvado o fato de que em algumas delas a organização e a deterioração do material deixa o ambiente com uma imagem visual não tão acolhedora. Também se percebe que algumas têm uma ausência maior de materiais que outras. A que possui maior quantidade de alunos surdos são as que têm volume de material. Em alguns casos o material é velho e desgastado pelo uso. Na Sala de Recursos II destinada aos cegos percebe-se que a maioria possui nada ou quase nada de material. As que atendem cegos, no entanto, possuem um volume maior de itens. CONCLUSÕES Pelos dados que se pode colher da pesquisa de campo e pelas informações levantadas junto aos profissionais envolvidos pode-se concluir que no que tange ao pessoal lotado para o atendimento verifica-se que a grande maioria possui alguma formação na área e têm, também, buscado um aperfeiçoamento cursando pós-graduação na área. Em alguns casos verificamos, entretanto, que os profissionais lotados não têm uma especialização voltada para salinha de AEE o que faz inferir que o atendimento acaba por ser de uma qualidade inferior. Aliado a este fator percebe-se a falta de material para o dia-adia e os jogos são utilizados sempre os mesmos De acordo com o presidente da APASA (ASSOCIAÇÃO????????) na cidade de Cacoal existem 117 a 121 surdos, porém o número de alunos atendidos nas escolas pesquisas totaliza XXXXXX o que permite deduzir que existe um contingente que não se encontra na rede pública de educação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Constituição Ldb PNE Ao menos dois livros. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 7

X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC