A INFLUÊNCIA DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL



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A INFLUÊNCIA DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Patrícia dos Santos Zwetsch- UFSM Evanir Agostinho de Oliveira- UFSM Ticiane Arruda da Silva-UFSM RESUMO: Este trabalho está vinculado às práticas realizadas no 1º ano do Ensino Fundamental, em uma Escola Municipal de Santa Maria- RS. Possui como objetivo analisar e refletir sobre as práticas pedagógicas desenvolvidas em uma turma do primeiro ano. A metodologia utilizada, pautou-se na pesquisa- ação. A coleta de dados, realizou-se através dos estudos documentais sobre o Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) e através da realização das práticas pedagógicas em uma turma do 1º ano do Ensino Fundamental. O PNAIC possibilitou refletir e buscar fundamentações teóricas para o desenvolvimento das práticas no contexto escolar, pois a partir deste acordo buscou-se qualificar o trabalho docente para auxiliar os alunos no seu processo de alfabetização. Sendo assim, acreditamos que as práticas desenvolvidas nesta turma de 1º ano, foram satisfatórias, pois os alunos envolveram-se e foram ativos no seu processo de ensino-aprendizagem, principalmente quando estas eram permeadas por uma metodologia lúdica. Palavras-chave: PNAIC; Práticas Pedagógicas; Ludicidade INTRODUÇÃO O presente trabalho está vinculado, com as práticas pedagógicas realizadas no primeiro ano do Ensino Fundamental, em uma Escola Municipal, do munícipio de Santa Maria- RS. As práticas desenvolvidas nesta turma foram permeadas pelos princípios e fundamentos do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), está tendo como metodologia a ludicidade. Este estudo apresenta como objetivo analisar e refletir sobre as práticas pedagógicas desenvolvidas em uma turma do primeiro ano, do ensino fundamental. A partir, dessa vivência foi perceptível a importância das atividades lúdicas para o processo de alfabetização. O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) é um acordo formal que foi assumido pelos governos federal, Distrito Federal, estados e municípios. Este acordo apresenta como intencionalidade alfabetizar todas as crianças, até os oito anos de idade, ou seja, ao término do 3º ano do Ensino Fundamental. Ao analisar o PNAIC é possível identificar quatro princípios centrais, que necessitam ser considerados no desenvolvimento e na organização da prática pedagógica, entre eles destacamos:

1. O Sistema de Escrita Alfabética é complexo e exige um ensino sistemático e problematizador; 2. O desenvolvimento das capacidades de leitura e de produção de textos ocorre durante todo o processo de escolarização, mas deve ser iniciado logo no início da Educação Básica, garantindo acesso precoce a gêneros discursivos de circulação social e a situações de interação em que as crianças se reconheçam como protagonistas de suas próprias histórias; 3. Conhecimentos oriundos das diferentes áreas podem e devem ser apropriados pelas crianças, de modo que elas possam ouvir, falar, ler, escrever sobre temas diversos e agir na sociedade; 4. A ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas nos processos de ensino e de aprendizagem. (MEC, 2013) Tendo como embasamento estes quatros princípios, o objetivo deste programa é proporcionar aos alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental, um processo de alfabetização com qualidade, visando a construção e o exercício da cidadania. Desta forma, compreende-se que a importância do professor alfabetizador ter clareza em seus objetivos educacionais, pois ele não é um mero transmissor de conhecimento e de saberes, mas tem como função mediar à construção do conhecimento, o processo de ensino-aprendizagem e o desenvolvimento integral dos alunos, organizando assim, ambientes de aprendizagem, que sejam significativos para os alunos e que contribuam para o seu processo de alfabetização. A alfabetização é um processo permanente e contínuo, pois não se acaba na aprendizagem da leitura e da escrita. Este processo permeia e acontece no decorrer da vida, pois no cotidiano já possuímos um contato com o mundo escrito, com a leitura, elaborando assim hipótese para compreender a escrita. De acordo com Ferreiro (2011, p.48) a alfabetização não é um estado ao qual se chega, mas um processo cujo inicio é, na maioria dos casos, anterior à escola e que não termina ao finalizar a escola primária. Com isso, nota-se a importância da ludicidade no processo de alfabetização, pois o brincar faz parte tanto do espaço escolar, como do não-escolar. Desta forma, é possível realizar uma relação com o cotidiano do aluno, com as vivências no mundo da escrita e assim, enriquecer o processo de alfabetização na escola. Portanto, a ludicidade auxilia no processo de conexão entre a realidade vivida e os saberes escolares. Para fundamentar o trabalho pedagógico e este relatório utilizou-se os seguintes autores Paulo Freire (2009) que contribuiu salientado os saberes necessários para a ação docente. Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1985) auxiliaram na compreensão sobre o processo da leitura e escrita. Emília Ferreiro (2011), contribuiu para compreensão sobre alfabetização. Nylse Helena Silva Cunha (2007) contribuiu no entendimento sobre a importância do trabalho em grupo. Santa

Marli Pires dos Santos (2010) auxiliou na compreensão sobre a importância do brincar e jogar, no processo de ensino-aprendizagem. José Carlos Libâneo (1994), contribui para a compreensão de avaliação e sobre a ação docente. Enfim, o PNAIC contribuiu para qualificação e aprimoramento das práticas pedagógicas e da ação como docente. Pois este acordo trouxe uma proposta de formação continuada para os professores alfabetizadores, que atuam no ciclo de alfabetização (1º ao 3º ano do Ensino Fundamental). O PNAIC, influenciou fortemente as práticas pedagógicas desenvolvidas no contexto escolar, pois a partir deste pacto, criaram-se cantinhos da leitura, oportunizarem-se momentos lúdicos, experiências com jogos e principalmente atividades práticas, com materiais concretos. Para isso acontecer com qualidade, o professor necessitou ter clareza sobre como e o que ensinar, para assim, contribuir no processo de alfabetização dos alunos, de uma maneira significativa e divertida, tornando assim, todos ativos na construção do conhecimento. METODOLOGIA: Este estudo foi desenvolvido em uma turma de 1º ano, do Ensino Fundamental, em uma escola do município de Santa Maria- RS, a mesma está localizada na zona rural. Esta turma era composta por doze alunos, eles apresentavam uma faixa etária entre seis e sete anos. A grande maioria dos alunos residiam próximo a escola, apenas dois alunos locomoviam-se até este contexto de ônibus. Uma característica marcante desta turma, é que os alunos não haviam frequentado a Educação Infantil. Sendo assim, o ingresso no Ensino Fundamental foi o primeiro contato e vivência dos alunos na escola. Esta pesquisa foi realizada no segundo semestre de 2013, com duração de cinco meses. A mesma, caracteriza-se por uma abordagem qualitativa, pois não possui-se a intenção de quantificar dados, mas sim de qualificar e buscar a qualidade para as práticas pedagógicas desenvolvidas no 1º ano, do Ensino Fundamental, a partir das vivências e experiências nesta turma. Desta forma: Na pesquisa qualitativa todos os fenômenos são igualmente importantes e preciosos: a constância das manifestações e sua ocasionalidade, a frequência e a interrupção, a fala e o silêncio. Procura-se compreender a experiência que todos os sujeitos têm. [...] Em suma: a pesquisa qualitativa valoriza o ser humano, que não pode ser reduzido a quantidade, a número, a esquema generalizado. (RAMPAZZO, 2005, p.60)

Nesse sentindo, considerando-se o problema de pesquisa De que forma, o PNAIC influenciou nas práticas pedagógicas do 1º ano do Ensino Fundamental?, nomeou-se a pesquisaação, como sendo a mais apropriada para desenvolver este estudo, pois: A pesquisa-ação é aquela que, além de compreender, visa intervir na situação, com vistas a modificá-la. Assim, ao mesmo tempo que realiza um diagnóstico e a análise de uma determinada situação, a pesquisa-ação propõe ao conjunto de sujeitos envolvidos mudanças que levem a um aprimoramento das práticas analisadas. (SEVERINO, 2007, p.120) A coleta de dados realizou-se, através dos registros diários, sobre as reflexões das práticas pedagógicas e por meio das atividades desenvolvidas, na turma do 1º ano, do Ensino Fundamental. Conforme, o material recolhido, no decorrer da pesquisa, buscou-se analisar e refletir sobre as ações realizadas nesta turma e a influência do PNAIC. DISCUSSÕES E RESULTADOS: O DESENROLAR DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO CONTEXTO ESCOLAR No decorrer das práticas pedagógicas, desenvolvidas no segundo semestre de 2013, em uma turma de 1º ano, que pertence a uma escola do munícipio de Santa Maria- RS, notou-se que o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), influenciou fortem ente a ação docente. Esta influência, contribuiu de maneira significativa e positiva, para as práticas pedagógicas, pois o PNAIC proporcionou uma formação continuada para os professores alfabetizadores. Desta forma, os mesmos buscaram embasamentos teóricos e aperfeiçoaram suas metodologias de trabalho, tornando-se assim, professores pesquisadores. Isto por que: Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. (FREIRE, 2009, p.29) A pesquisa, a compreensão e o entendimento, intensificaram-se e tornaram-se fortes elementos, no desenvolvimento das práticas pedagógicas. Nesta turma, em que foi desenvolvido o estudo, percebeu-se que as práticas pedagógicas cotidianamente envolviam a ludicidade, principalmente jogos da área do conhecimento da Lecto-escrita. Sendo assim, tornou o processo

de ensino- aprendizagem e de alfabetização muito mais significativo e divertido. Suprindo assim, as dificuldades dos alunos e os auxiliando na construção do conhecimento. A partir, da metodologia lúdica, os alunos envolveram-se em sua aprendizagem e foram ativos em seu desenvolvimento. Desta forma, a aprendizagem com jogos e com uma metodologia lúdica, tornou os alunos participativos, pois as atividades são relacionadas com o cotidiano dos mesmos. Conforme Sacristán (2007, p. 97) toda aprendizagem relevante é no fundo um processo de diálogo com a realidade social e natural ou com a imaginada. Entretanto, a aprendizagem é um diálogo entre a sociedade, os conhecimentos prévios que os sujeitos possuem com os conhecimentos científicos. Sendo assim, aprendizagem é a transformação, a construção e reconstrução do pensamento. No desenrolar do segundo semestre de 2013, foram realizadas atividades relacionadas com alfabeto móvel, leitura e intepretação de diferentes gêneros textuais, construção de palavras e frases, separação de sílabas, jogos com números e suas respectivas quantidades, cálculos de adição e subtração. Estas atividades envolveram a construção de jogos, pelos próprios alunos, isso auxiliou os mesmos no processo da leitura e da escrita, no reconhecimento da sequência numérica e suas quantidades de zero a vinte, pois os alunos criavam juntamente com a professora as regras dos jogos e confeccionavam os mesmos. Desta forma, sentiam-se motivados e importantes ao jogarem os jogos que eles mesmos produziram. (Figura1: Jogo Confeccionado pelos alunos. Fonte: ZWETSCH, 2013) No contexto da sala de aula para a exploração dos jogos confeccionados pelos alunos ou trazidos pela professora, as atividades organizavam-se por meio de circuitos de jogos. Nestas atividades eram disponibilizados jogos que envolviam a lecto-escrita e o raciocínio lógico-

matemático. Com está dinâmica de trabalho, os alunos trabalhavam em grupo e desenvomviam a noção de equipe. De acordo com Cunha (2007, p. 25) dentro do grupo aprendemos a partilhar, e, se não encontrarmos uma forma eficiente de trabalhar junto, seremos todos prejudicados porque o resultado final ficará comprometido. Sendo assim, os alunos necessitavam criar e desenvolver novas estratégias, para auxiliar e contribuir na aprendizagem do colega, na sua aprendizagem e na construção do conhecimento de ambos. Os jogos no processo da alfabetização trazem grande contribuições, bem como é necessário o embasamento teórico para fundamentar sua prática pedagógica, neste sentido a professora regente da turma utilizava referenciais teóricos da educadora Emília Ferreiro. As discussões sobre essa educadora, eram realizadas nas formações do Pacto. Desta forma, as professoras alfabetizadoras estavam constantemente pesquisando e aperfeiçoando seus conhecimentos em relação ao processo de alfabetização. Buscando assim, compreender as hipóteses e os níveis da língua escrita, para planejar jogos e atividades que auxiliavam e contribuíam para os alunos avançarem nas hipóteses da língua escrita. Contudo, para verificar as hipóteses da língua escrita eram realizadas testagens quinzenais, utilizando-se palavras do cotidiano dos alunos. Com isso, as avaliações ocorriam de maneira processual, pois diariamente os alunos eram avaliados. Considerando assim, o que os alunos aprenderam, quais eram suas dificuldades e o que ainda necessitavam aprender. Pois: A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correções necessárias. (LIBÂNEO, 1994, p.195) As testagens eram utilizadas tanto para avaliar o desempenho dos alunos, como para a professora da turma, realizar o processo de reflexão de sua própria prática. Ao realizarem as testagens, notava-se a evolução dos alunos em relação à escrita. Segundo Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1985) as crianças no processo evolutivo de aprender a ler e escrever passam por diferentes níveis, que revelam quais são as hipótese que constroem sobre a língua escrita. No início do estudo, a grande maioria dos alunos encontravam-se na hipótese silábica, ao término do

mesmo dois estavam na hipótese silábica- alfabética e o restante da turma estavam na hipótese alfabética, apresentando assim uma evolução no processo de alfabetização. No espaço da sala de aula, foi criado um Cantinho da Leitura, este era composto por livros de histórias infantis, com diferentes gêneros textuais e frequentemente os alunos faziam uso deste espaço. Até mesmo os que ainda não dominavam a leitura e escrita, mas estes alunos realizavam a leitura das imagens, criavam histórias orais, a partir das mesmas. Estas histórias, apresentavam uma coerência e organização lógica. Alguns, livros que encontravam-se no Cantinho da Leitura, foram distribuído para a escola, a partir do PNAIC. A professora regente da turma, sempre incentivava os alunos a desenvolver o hábito da leitura, pois a mesma considerava importante tanto para o cotidiano, como para o contexto escolar. A professora salientava que a leitura é utilizada para além da escola. Necessitamos saber ler, compreender e interpretar o que esta escrito, para realizar as nossas necessidades da vida, de sobrevivência, como a simples ação de embarcar no ônibus, para retornarmos para casa, precisamos ler, para saber onde este ônibus irá. Sendo assim, percebia-se que os alunos sentiamse motivados a realizar a leitura, empenhavam-se para decifrar e compreender o código linguístico, pois tinham clareza da importância do ato de saber ler. Este era relacionado com as pequenas ações do nosso dia-a-dia. Desta forma: A característica mais importante da atividade profissional do professor é a mediação entre o aluno e a sociedade, entre as condições de origem do aluno e sua destinação social na sociedade, papel que cumpre provendo as condições e os meios (conhecimentos, métodos, organização do ensino) que assegurem o encontro do aluno com as matérias de estudo. Para isso, planeja, desenvolve suas aulas e avalia o processo de ensino. (LIBÂNEO, 1994, p.47) Portanto, no desenrolar do segundo semestre letivo de 2013, foi desenvolvido práticas pedagógicas permeadas por uma metodologia lúdica, com jogos, pois acreditava-se que desta maneira era possível auxiliar os alunos no processo de alfabetização, tornando este significativo. Isto foi, comprovado ao término do ano letivo, pois tinha-se alcançado os objetivos educacionais propostos para essa turma. Os jogos que foram utilizados eram construídos pelos próprios alunos, outros foram trazidos pela professora e alguns disponibilizados pelo próprio PNAIC. Estes jogos foram pensados e elaborados, a partir das necessidades de aprendizagem dos alunos. Com isso, era

necessário planejar as práticas pedagógicas, estabelecer objetivos e avaliar a mesmas, tanto a aprendizagem do aluno, como a própria ação docente. Conforme Santos (2010, p. 17) para que o jogo possa desempenhar a função educativa é necessário que este seja pensado e planejado dentro da sistematização do ensino e com respaldo nas teorias contemporâneas do jogo. Sendo assim, na sala do 1º ano do Ensino Fundamental, não se jogava somente por jogar, ou não se brincava somente por brincar. Essas ações, estavam carregadas de intencionalidade, estas com intuito de proporcionar o desenvolvimento integral, o processo de alfabetização, a construção do conhecimento e formar alunos críticos e pensantes. CONSIDERAÇÕES FINAIS No decorrer da pesquisa desenvolvida nesta turma de primeiro ano, do Ensino Fundamental, de uma escola municipal de Santa Maria- RS, percebeu-se a influência do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) nas práticas pedagógicas e na formação dos professores alfabetizadores, que atuavam no primeiro ciclo de alfabetização (1º ao 3º ano). Estando no contexto escolar foi perceptível as mudanças que ocorreram nas práticas pedagógicas, nas metodologias utilizadas para o processo de alfabetização. Uma das influências do pacto, foi a metodologia baseada por princípios lúdicos. Estes momentos de utilização de jogos tornou mais significativo o processo de alfabetização dos alunos do primeiro ano do ensino fundamental. Sendo assim, notou-se que aprendizagem e a construção do conhecimento desses alunos que faziam parte, desta turma foi significativo, divertido e facilitado. Isso porque, através das brincadeiras e dos jogos era possível aprender, se divertindo, sem ser algo obrigatório, pois o brincar faz parte da infância e por meio deste a criança se desenvolve, se alfabetiza, cria suas concepções de mundo e vivenciam nas brincadeiras de faz-deconta os papéis que os adultos desempenham no contexto escolar e não-escolar. Pois: A sala de aula é um lugar de brincar se o professor consegue conciliar os objetivos pedagógicos com os desejos do aluno. Para isto é necessário encontrar o equilíbrio sempre móvel entre o cumprimento de suas funções pedagógicas - ensinar conteúdos e habilidades, ensinar a aprender - e psicológicas - contribuir para o desenvolvimento da subjetividade, para a construção do ser humano autônomo e criativo - na moldura do desempenho das funções sociais - preparar para o exercício da cidadania e da vida

coletiva, incentivar a busca da justiça social e da igualdade com respeito à diferença. (FORTUNA, 2013, p.9) Portanto, a construção e a elaboração de jogos, nos momentos da avaliação das práticas pedagógicas, realizadas juntamente com os alunos da turma, diversas vezes foram salientadas pelos mesmos. Eles destacavam, que aprender brincando e jogando, era divertido e assim, eles podiam ser criança, na escola, pois brincavam. Essa aprendizagem, era notável, após os jogos, pois os mesmos realizavam diferentes atividades, sem apresentar dificuldades, muitos faziam seus temas de casa sozinhos, sem necessitar o auxilio do adulto. Os jogos além de auxiliar no processo de alfabetização, proporcionavam o envolvimento dos alunos e o trabalho em grupo. Possibilitando assim, os alunos aprenderem e ensinarem os seus colegas ao mesmo tempo e a troca de experiência e informações uns com os outros. Diariamente, era realizado o registro dos acontecimentos, das atividades, do processo de aprendizagem dos alunos e de suas falas, pois, através destes foi possível realizar o processo de ação-reflexão-ação, das práticas pedagógicas da professora responsável pela turma, buscando assim melhorias e qualidade para a ação docente e para compreender alguns fatores que foram destacados no decorrer da pesquisa. Segundo Freire (2009, p.39) [...] na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. Por fim, o registro e os planejamentos auxiliaram a professora a realizar a avaliação do sua própria ação, assim como o processo de ensino-aprendizagem, de alfabetização dos alunos. Por meio, deste percebia as curiosidades, necessidades e dificuldades dos alunos, buscando assim, sanar as mesmas no decorrer das próximas ações, através de atividades, jogos, brincadeiras e pesquisas. Por fim, o PNAIC possibilitou que professora regente da turma, pensa- se, refleti- se e busca-se fundamentações teóricas para sua prática pedagógica desenvolvida no contexto escolar, pois a partir deste pacto, buscou-se qualificar a ação docente para auxiliar os alunos no processo de alfabetização e na qualidade da educação, para além de dados quantificáveis, mas sim uma qualidade real, uma aprendizagem verdadeira. Sendo assim, revisitou seus referenciais teóricos, relembrando de algumas concepções importantes e qualificando a sua ação, por meio das formações continuadas, que eram ofertadas pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca um mergulho no brincar. 4. ed. São Paulo: Aquariana, 2007. FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985. FERREIRO, Emilia. Com todas as letras. São Paulo: Cortes, 2011. FORTUNA, Tânia Ramos. Sala de aula é lugar de brincar? Disponível em: http://brincarbrincando.pbworks.com/f/texto_sala_de_aula.pdf. Acesso: 24 de mai de 2013. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2009. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. MEC. Princípios do PNAIC. Disponível em: http://pacto.mec.gov.br/o-pacto. Acesso: 27 de set de 2013. RAMPAZZO, Lino. Metodologia Científica: para alunos dos cursos de graduação e pós graduação. 3. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005. SACRISTÁN, J. Gimeno; GÓMEZ, A.I Pérez. Compreender e transformar o ensino. São Paulo: Artmed, 2007. SANTOS, Santa Marli Pires dos. O brincar na escola: metodologias lúdico vivencial, coletânea de jogos, brinquedos e dinâmicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Cientifico. São Paulo: Cortez, 2007. ZWETSCH, Patrícia dos Santos. Jogo Confeccionado pelos alunos. 2013. 1 Fotografia, color, 13 cm x 4 cm.