INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS Operação ou intervenção cirúrgica é o conjunto de gestos manuais ou instrumentais que o cirurgião executa para a integral realização de ato cruento com finalidade diagnóstica, terapêutica ou estética. (GOFFI, 2007) O instrumental cirúrgico pode ser classificado em especial e comum. Especiais são aqueles usados em apenas alguns tempos de determinadas operações. Os comuns constituem o instrumental básico de qualquer tipo de intervenção cirúrgica nas operações fundamentais, que são as seguintes: Diérese toda manobra destinada a criar descontinuidade de tecidos. Hemostasia manobra com objetivo de impedir ou coibir a hemorragia. Síntese trata-se da aproximação correta dos tecidos visando a manutenção da contigüidade dos tecidos e facilitar as fases iniciais do processo de cicatrização. INSTRUMENTAL UTILIZADO NA DIÉRESE Com a finalidade de criar uma via de acesso através do tecido, os instrumentais podem ser utilizados para: INCISÃO Bisturi, serra, tesoura, cisalha, faca, bisturi elétrico, laser. I N S T R U M E N T A I S SECÇÃO DIVULSÃO PUNÇÃO DILATAÇÃO SERRAÇÃO Tesoura, serra, lâmina afiada, bisturi elétrico, laser, ultra-som ou microondas. tesoura, afastador, tentacânula. Trocartes para laparoscopia, agulhas Vela de Hegar, Dilatador de Beniqué. Serra ( cirurgia óssea)
Bisturi Existe em vários tamanhos e formas de lâminas. A lâminas para bisturi podem ser classificadas quanto seu formato e aplicabilidade. Os cabos mais utilizados são: Cabo nº 3 - Utiliza lâminas menores, que possibilitam incisões mais críticas, delicadas (nº 10, 11, 12, 15). Cabo nº 4 - Utiliza lâminas maiores, são mais usados em procedimentos em grandes incisões (nº 20, 21, 22, 23, 24, 25). Tesouras Na rotina cirúrgica são usadas as tesouras de MAYO para fáscias e corte de fios. As tesouras de METZENBAUM, para a diérese mais delicada de tecidos. Existem delas de vários tamanhos, sendo as mais longas utilizadas em cavidades, alcançando estruturas mais profundamente situadas. Bisturi Elétrico e eletrônico 2
Instrumental Utilizado na Hemostasia A hemostasia temporária pode ser executada, no decorrer da cirurgia, com instrumentos prensores, dotados de travas, denominados pinças hemostáticas. São diferenciadas, quase sempre, pelo desenho e ranhuras da parte interna de seus ramos prensores. As pinças hemostáticas mais freqüentemente utilizadas na nossa rotina são: Pinça de Crile Possuem ranhuras transversais em toda a extensão da sua parte prensora. Tamanhos variam entre 14-16 cm, nas versões reta ou curva. Pinça de Kelly Em quase tudo é semelhante à de Crile, com exceção das ranhuras da sua parte prensora, que ocupam apenas 2/3 da sua extensão. Tamanhos variam de 14 a 16 cm, versões reta ou curva. Pinça de Kocher De forma semelhante às de CRILE, as pinças de Kocher têm a face interna da sua parte prensora totalmente ranhuradas no sentido transversal. Diferem por possuírem "dente de rato" na sua extremidade, o que se por um lado aumenta muito a sua capacidade 3
de prender-se aos tecidos, por outro a torna muito mais traumática. São apresentadas em tamanhos variados, retas ou curvas. Pinça de Halsted Pinça hemostática pequena, de ramos prensores delicados, prestam-se muito bem para pinçamento de vasos de menor calibre, pela sua precisão. Como a pinça de Crile, é totalmente ranhurada na parte prensora. Geralmente são utilizadas pinças de 12 cm. Pinça de Halsted Instrumental utilizado na SÍNTESE Manobra utilizada para o fechamento da ferida cirúrgica, a síntese é realizada por meio de suturas. Para isso são utilizadas agulhas e porta-agulhas. Agulhas de Sutura O tipo de agulhas existentes são: as curvas, retas e em formato de S. As agulhas curvas cirúrgicas clássicas têm as formas de segmentos ( ¼, 3/8, ½, e 5/8 ) de circunferência. O terço anterior das agulhas geralmente tem seção transversal cilíndrica ou triangular. No primeiro caso, a agulha penetra nos tecidos sem lacerações, sendo utilizados no estômago, útero e intestinos (órgãos bem irrigados). No segundo, à medida que progride, corta-o com suas três arestas facilitando a sutura, porém traumatizando-o mais. São utilizadas na pele e Outros tecidos resistentes (agulhas cortantes). Agulhas Curvas Agulhas em S 4
As agulhas retas são pouco utilizadas na rotina. As agulhas com formato "S, foram projetada para utilização em necropsias, por isso são conhecidas como "agulhas post mortem". São mais traumáticas e dispensam o uso do porta-agulhas sendo muito empregadas na sutura da pele de bovinos. Porta-Agulhas Os porta-agulhas mais utilizados são os de MAYO-HEGAR e de MATHIEU. Mayo-Hegar Os porta-agulhas de Mayo-Hegar é semelhante às pinças hemostáticas clássicas, é preso aos dedos pelos anéis presentes em suas hastes e possui cremalheira para travamento. Mathieu O porta-agulhas de Mathieu difere muito do anterior, na sua forma, por não possuir anéis nas hastes tem a abertura da parte prensora limitada, pois há uma mola em forma de lâmina unindo suas hastes, o que faz com que fiquem automaticamente abertos, quando não travados. São utilizados presos à palma da mão, o que os fazem abrir, se inadivertidamente for empregada força excessiva durante a sua manipulação. Sua melhor indicação seria para sutura de estruturas que oferecem pouca resistência à passagem da agulha. Outros Tipos de Porta Agulha Olsen-Hegar O porta-agulhas de OLSEN-HEGAR tem como característica reunir, num só instrumento, as funções do porta-agulhas e da tesoura para corte dos fios. Olsen-Hegar 5
Gillies O porta-agulhas de Gillies possui anéis nas hastes, que são assimétricas: a mais longa para o dedo anular e a mais curta para o polegar, o que lhe confere maior ergonomia. Instrumentos Auxiliares São instrumentos que criam condições propícias para a atuação de outros instrumentos. Gilies Afastadores Têm por função afastar e reter os tecidos ou órgãos para facilitar o acesso cirúrgico. Os mais utilizados são os de Farabeuf, Finochietto, Gosset, Balfour e Volkmann. O afastador de Gosset é usado para manter aberta a cavidade abdominal, e o Finochietto para a cavidade torácica Afastador de Balfour 6
Pinças de Campo operatório Têm por finalidade fixar os panos de campo, fenestrados ou não, para impedir que a sua posição seja alterada durante o trabalho. Pinça de Jones Pinça de Roeder Pinças de Dissecção 7
Espátula e Tentacânula Espátula Flexível Instrumentos Especiais A seguir serão relacionados instrumentos que são utilizados em tipos específicos de cirurgias. Pinça de Foerster É uma pinça de longas hastes, com anéis na extremidade de sua parte prensora, apropriada para conduzir pequenas compressas de gaze. Possuem 20 cm ou mais, nas versões reta ou curva. Pinça de Allis Um pinça muito utilizada na preensão de tecidos, com mínima lesão. Sua porção prensora possui hastes que não se tocam, com exceção das extremidades, curvadas uma em direção à outra e com dentículos. 8
Pinça de Babcock UFRN - Manual de Técnica Operatória Difere da pinça de Allis por ter a parte prensora um pouco mais larga. Clamps Intestinais de Doyen Os clamps intestinais de DOYEN são muito longos. A largura e elasticidade das suas lâminas distribui melhor a compressão, evitando maiores traumas nas alças intestinais. Podem ser retas ou curvas. Clamp Intestinal Angulado 9
Clamp de Potts Outros tipos de Pinças: 10
Cânulas, Sondas e Drenos UFRN - Manual de Técnica Operatória Dreno de Penrose 11
Telas para Cirurgia de Hérnia Inguinal Fios de Sutura Classificação dos fios de sutura disponíveis: 12
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