Título: Implantação e atividades do Comitê Local de Propriedade Intelectual CLPI da Embrapa Informática Agropecuária Autores: Martha Delphino BAMBINI 1, Carla Cristiane OSAWA 2, ;Adriana Delfino dos SANTOS 3, Jayme Garcia Arnal BARBEDO 4, Glauber José VAZ 5, Poliana Fernanda GIACHETTO 6, Eduardo Antonio SPERANZA 7, Guiomar Alessandra de Souza TELLES 8 1. Mestre em Política Científica e Tecnológica, Analista A, Presidente do Comitê Local de Propriedade Intelectual da Embrapa Informática Agropecuária, martha@cnptia.embrapa.br. 2. Mestre em Química, Analista B, Membro do Comitê Local de Propriedade Intelectual da Embrapa Informática Agropecuária, osawa@cnptia.embrapa.br. 3. Mestre em Engenharia Elétrica e de Computação, Pesquisadora B, Supervisora do Núcleo de Desenvolvimento Institucional NDI da Embrapa Informática Agropecuária, adriana@cnptia.embrapa.br. 4. Doutor em Engenharia Elétrica, Pesquisador A, Membro do Comitê Local de Propriedade Intelectual da Embrapa Informática Agropecuária, jayme@cnptia.embrapa.br. 5. Mestre em Ciência da Computação, Analista A, Membro do Comitê Local de Propriedade Intelectual da Embrapa Informática Agropecuária, glauber@cnptia.embrapa.br. 6. Doutor em Zootecnias, Pesquisadora A, Membro do Comitê Local de Propriedade Intelectual da Embrapa Informática Agropecuária, poliana@cnptia.embrapa.br. 7. Mestre em Engenharia Elétrica, Analista B, Membro do Comitê Local de Propriedade Intelectual da Embrapa Informática, speranza@cnptia.embrapa.br. 8. Bacharel em Letras, Assistente A, Membro do Comitê Local de Propriedade Intelectual da Embrapa Informática, ale@cnptia.embrapa.br. Introdução: A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa foi pioneira na discussão envolvendo questões de Propriedade Intelectual no setor agropecuário brasileiro, contribuindo de forma significativa na definição de políticas públicas nessa área, com destaque na área de proteção de cultivares (SANTOS-SEREJO, 2007). Nos primeiros anos da década de 1990, a Embrapa já havia sistematizado a discussão sobre esta temática e se tornou evidente a necessidade de descobrir e implantar um modelo que se ajustasse ao cenário nacional e internacional na área de propriedade intelectual (CUNHA, 2007a). Em 1995 a Diretoria Executiva da empresa aprovou a Política Institucional de Gestão de Propriedade Intelectual na Embrapa (CUNHA, 2007b) que passou a orientar o relacionamento estratégico entre os pesquisadores de seu corpo técnico, atuando em seus 36 centros de pesquisa (na época), e seus parceiros externos nos assuntos ligados à proteção e apropriação de tecnologias inovadoras e sua transferência ao setor produtivo por meio de licença ou outros temas conexos (CUNHA, 2007a; CUNHA 2007b).
Em 1998, foi criada a Secretaria de Propriedade Intelectual - SPRI com a responsabilidade de instituir processos de proteção e de licenciamento do uso do conhecimento e das marcas da Embrapa (EMBRAPA, 2002), requerer proteção legal à propriedade intelectual de resultados de pesquisa da empresa, e coordenar, acompanhar, avaliar e participar da implementação da política corporativa de Propriedade Intelectual da Embrapa. A empresa possuía, além disso, um Comitê de Propriedade Intelectual da Embrapa - CPIE, que emitia pareceres sobre estas questões. A estrutura corporativa da Embrapa responsável pelas atividades de proteção da propriedade intelectual de resultados de pesquisa da empresa sofreu várias transformações desde então, culminando com a criação da Coordenadoria de Propriedade Intelectual CPI que integra a Secretaria de Negócios SNE, ambas criadas em abril de 2012. No que se refere às Unidades Descentralizadas de Pesquisa da Embrapa, existe, em cada uma delas um Comitê Local de Propriedade Intelectual - CLPI que possui caráter permanente e é designado pelo Chefe Geral da Unidade. Seus membros são empregados da unidade, com mandato de dois anos, renovável por igual período. Um dos membros é designado pelo Chefe Geral para presidir o comitê. Em 2011, as Unidades Descentralizadas de Pesquisa tiveram seus regimentos internos reformulados, com a criação de Chefias Adjuntas de Transferência de Tecnologia, o CLPI passou a ser uma parte integrante desta nova Chefia. Os CLPIs das Unidades são responsáveis por tomar as devidas providências para que os depósitos de patentes, registros de marcas, softwares, licenças de uso etc sejam encaminhados ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI, via SNE, uma vez que a titularidade desses direitos pertencerão à Embrapa, de forma corporativa, e a seus parceiros externos, se houver. Além disso, este comitês tem a responsabilidade de promover a política de propriedade intelectual nas Unidades Descentralizadas, com atuação no campo estratégico, deliberando, quando demandado, sobre questões de PI que necessitem de uma análise especial. Este resumo descreve a prática relativa à implantação e atividades do Comitê Local de Propriedade Intelectual CLPI da Embrapa Informática Agropecuária. Esta prática foi selecionada pelos examinadores da ABIPTI Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica como uma boa prática de gestão, com base no relatório de gestão da Unidade referente ao Ciclo 2011 do Programa de Excelência desta instituição (EMBRAPA INFORMÁTICA, 2012). A prática está associada ao critério 5 de avaliação de gestão conforme o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização GESPÚBLICA (2009). O Critério 5, relativo a Informações e Conhecimento, examina a gestão das informações e como a organização identifica, desenvolve, mantém e protege os seus conhecimentos. A prática do CLPI se relaciona a forma como o conhecimento é desenvolvido, protegido e compartilhado na organização.
Objetivos: O objetivo deste trabalho é discutir a maneira como a Embrapa Informática Agropecuária vem, desde 1997, desenvolvendo ações de proteção da propriedade intelectual de seus resultados de pesquisa. Estas ações são operacionalizadas por meio do seu Comitê Local de Propriedade Intelectual CLPI, responsável por aconselhar e orientar as Chefias da unidade de pesquisa nos aspectos relacionados à proteção dos conhecimentos gerados na forma de publicações, patentes ou programas de computador bem como na proteção de eventuais marcas associadas a estes produtos. Descrição da prática: A Embrapa Informática Agropecuária vem, desde 1997, desenvolvendo ações de proteção da propriedade intelectual de seus resultados de pesquisa por itnermédio do seu Comitê Local de Propriedade Intelectual CLPI. Este comitê é responsável por aconselhar e orientar as Chefias da unidade de pesquisa nos aspectos relacionados à proteção dos conhecimentos gerados na forma de publicações, patentes ou programas de computador bem como na proteção de eventuais marcas associadas a estes produtos. Em 2011, foi incorporada ao CLPI a atribuição corporativa referente à análise de novas propostas de projetos de pesquisa vinculados ao Sistema Embrapa de Gestão SGE, com relação aos aspectos de Propriedade Intelectual relacionados aos resultados esperados e também houve uma ampliação da equipe do CLPI. A proteção desses conhecimentos visa garantir os direitos dos autores/inventores (empregados da empresa) e os direitos patrimoniais da Embrapa. A interação com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial INPI é feita por intermédio da Secretaria de Negócios SNE, vinculada à Embrapa Sede (sediada em Brasília, DF), uma vez que a titularidade desses direitos pertencerão à Embrapa, de forma corporativa, e a seus parceiros externos, se houver. O CLPI é composto por empregados designados pelo Chefe-Geral da unidade, com mandatos de dois anos, prorrogáveis por igual período, e a renovação do comitê é gradativa visando a preparação dos novos membros. O comitê analisa os resultados de pesquisa passíveis de proteção e define o tipo de proteção mais adequado, preparando a documentação descritiva solicitada pelo INPI. Essa documentação é encaminhada à SNE que efetua os trâmites de registro junto ao INPI. As atividades do CLPI são formalizadas com a emissão de pareceres que direcionam as ações de proteção da propriedade intelectual dos resultados de pesquisa da Embrapa Informática Agropecuária, oferecendo elementos para decisões das Chefias em relação a esta temática. A atuação do CLPI está alinhada com a diretriz organizacional estabelecida no Plano Diretor da Unidade (EMBRAPA INFORMÁTICA AGROPECUÁRIA, 2008), envolvendo a promoção da gestão e proteção do conhecimento. Desde sua criação, tem sido realizadas, continuamente, ações de capacitação da equipe (treinamentos presenciais ou virtuais, participação em congressos, seminários, etc).
No que se refere à comunicação entre os membros do CLPI, tem sido priorizada a comunicação virtual, via lista de e-mails, a fim de discutir e analisar processos, com a promoção de reuniões mensais em datas acordadas, conforme disponibilidade da equipe. Busca-se evitar um calendário anual fechado, considerado burocrático e sujeito a alterações frequentes. Além disso, visando ampliar a comunicação com os clientes do CLPI e entre membros do comitê, estão disponíveis na Intranet da Unidade informações associadas à composição do comitê, suas atribuições, formulários e padrões de trabalho, literatura recomendada e atas de reunião além da lista de e-mails. Em relação à promoção da cultura de proteção do conhecimento e à comunicação das atividades do CLPI, tem sido privilegiado o aumento das ações de divulgação interna relativas às atividades do comitê no âmbito da Unidade de Pesquisa, com o emprego de várias ferramentas como: disponibilização de informações, orientações e formulários na Intranet da Unidade; divulgação de notícias em informativo eletrônico interno e nos murais e promoção de reuniões abertas a todos os empregados. Discussão e Conclusões: Em relação à composição, o CLPI da Embrapa Informática Agropecuária possui, atualmente, 7 membros, compreendendo pesquisadores, analistas e assistente, atuando em diferentes áreas da empresa como pesquisa, transferência de tecnologia e biblioteca. A composição desta equipe foi ampliada em 2011 a fim de habilitar um grupo maior de empregados a tratar as questões de proteção da propriedade intelectual dos resultados de pesquisa gerados pela Unidade. Houve ainda um aumento da representatividade de diferentes áreas de atuação de seus membros vem tornando as discussões mais ricas e abrangentes, contribuindo para aprimorar os resultados dos trabalhos deste comitê. Apesar da composição atual do CLPI não ter um caráter permanente, é importante observar que os critérios utilizados para a escolha dos membros podem ser mantidos para as composições futuras. Busca-se o revezamento entre os componentes do comitê, de forma que colegas mais experientes convivam com colegas recém-ingressantes, objetivando a troca de conhecimentos e capacitação on the job (durante as atividade de trabalho). O modelo de gestão aqui descrito é uma prática em evolução, que vem sendo gradativamente modificada em função das mudanças no âmbito da Ciência, Tecnologia e Inovação no cenário brasileiro. Acredita-se que, em função das alterações organizacionais estabelecidas pela Embrapa, as atividades do CLPI sofram novas alterações relacionadas a responsabilidades e fluxos de trabalho, visando ao aprimoramento da prática e dos resultados que vem sendo gerados. No entanto, em face dos resultados obtidos, considera-se que a descrição e o compartilhamento desta prática podem fornecer elementos para a estruturação e aprimoramento de Núcleos de inovação Tecnológica NITs em formação, visando contribuir para a efetiva proteção da propriedade intelectual dos resultados de pesquisa gerados por ICTs que estejam, ainda, em fase de reajuste organizacional associado ao arcabouço da Lei de Inovação.
Referências bibliográficas: CUNHA, E. A. B. B. da. Organismos geneticamente modificados (OGMs): obstáculos à obtenção e uso no Brasil. 2007a. 315 f. Dissertação (Mestrado em Agronegócios) - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, DF. CUNHA, E.; BOTELHO FILHO, F. Impactos dos direitos de propriedade intelectual na Embrapa. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRATIVA E SOCIOLOGIA RURAL, 45., 2007, Londrina. Conhecimentos para a agricultura do futuro. Londrina: SOBER: IEL: IAPAR, 2007b. 10 p. EMBRAPA. Pesquisa agropecuária e qualidade de vida: a história da Embrapa. Brasília, DF, 2002. 243 p. EMBRAPA INFORMATICA AGROPECUARIA. IV Plano Diretor da Embrapa Informática Agropecuária 2008 2011-2023. Campinas, 2008. 123p. (Embrapa Informática Agropecuária. Documentos, 23). EMBRAPA INFORMATICA AGROPECUARIA. Relatório de Gestão - Modelo 250 pontos Embrapa Informática Agropecuária Ano-base 2010. Campinas, 2011. 76p. (Documento interno). GESPÚBLICA - Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização. Instrumento para Avaliação da Gestão Pública - 250 e 500 Pontos; Brasília; MP, SEGES 2009 - Versão 1/2009. 110p. SANTOS-SEREJO, J. A. DOS; SLUJALKOSVSKY, M. I. A.; REINHARDT, D. H.; DANTAS, J. L. L. Propriedade intelectual: cria protege. Cruz das Almas: Embrapa-CNPMF, 2007, 2 p. (Embrapa-CNPMF. CNPMF em foco, 02).