TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO 10ª VARA DO TRABALHO DE MACEIÓ/AL PROCESSO: 01349-2007-010-19-00-7 Aos 26 dias do mês de fevereiro do ano dois mil e oito, às 14:07 horas, estando aberta a audiência da 10ª VARA DO TRABALHO DE MACEIÓ/AL, na sala de audiências da respectiva Vara, sito à AV. DA PAZ 1994, CENTRO, com a presença do(a) Sr(a) Juiz(a) do Trabalho Substituto FLÁVIO LUIZ DA COSTA, foram por ordem do(a) Sr(a) Juiz(a) do Trabalho apregoados os litigantes: Edmilson Alves da Silva Júnior, RECLAMANTE e Comercial Drugstore Ltda (Farmácia Permanente), RECLAMADO. PRESENTE o(a) RECLAMANTE Edmilson Alves da Silva Júnior ( CTPS:31784-19/AL). PRESENTE o(a) ADV. DO RECLAMANTE Antônio Marcos de Medeiros Gomes (OAB:5250/AL). PRESENTE o(a) RECLAMADO Comercial Drugstore Ltda (Farmácia Permanente), representado(a) pelo(a) preposto(a), Sr(a) JAIRO JACINTO DE MELO, RG:0000248879248/SP. PRESENTE o(a) ADV. DO RECLAMADO Sérgio Falcão de Lima (OAB:7184/PE). INSTALADA A AUDIÊNCIA. Pela ordem requereu o advogado do reclamante a juntada de uma certidão extraída do processo 1370/2007 da 3º VT da capital e cópia da sentença dos autos nº 1344/2007 da 3º VT. Vistas a parte contrária, disse : " quanto a certidão juntada aos autos nenhuma oposição. Quanto a sentença ora acostada igual forma nenhuma impugnação". Pela ordem requereu o advogado do reclamado requereu a juntada de sentença do processo 1395/2007 da 2º VT, sem impugnação por parte do patrono do reclamante. DEPOIMENTO DO RECLAMANTE: " que trabalhava das 18 às 00:30 horas ou 1 hora, de segunda a sexta feira; que trabalhava um sábado, em uma semana, folgando o domingo, que na semana subseqüente folgava o sábado e trabalhava no domingo e na semana subseqüente trabalhava o sábado e o domingo e tinha uma folga durante a semana; que nos sábados e nos domingos trabalhava das 15 até 00:30/1 hora; que também trabalhava em feriados e dias santos; que trabalhava um feriado e folgava no feriado seguinte; que havia um livro de ponto, mais a direção da farmácia já determinava um horário especifico para o autor assinar; que um mês ou dois trabalhou apenas durante o dia para cobrir férias de algum outro motoboy; que havia pagamento de hora extra no 26/02/2008 15:19:03 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 1 / 5
contracheque; que poderia adentrar a farmácia desde que houvesse permissão do gerente que estivesse na loja; que inicialmente começaram a pagar vale de balanço relativo ao material que sumisse da loja; que questionaram a cobrança incorreta do vale, quando veio a ordem que estariam proibidos de adentrarem a loja portando bolsa, pochete, muchila; que mesmo para ir ao banheiro ou ir telefonar teriam que pedir autorização; que havia um vão, mais ou menos do tamanho desta sala, onde ficavam até ser chamado para fazer a entrega; que quanto ao local, embora não fosse agradável via como um trabalho qualquer, mais se sentia ofendido quando ia ao balcão, por exemplo, para requerer a troca de algum medicamento que estivesse errado dizia que o lugar de motoqueiro era lá fora; que os medicamentos de risco ficam na sala do gerente e fechado a chaves; que recebia seu salário no balcão, e, todo o valor do salário era depositado em conta corrente, relativo ao que estava descriminado no recibo de pagamento, sendo que recebia na loja um valor relativo a ajuda de custo da moto no importe de R$ 130,00 por mês e mais em torno de R$ 250,00 de comissão relativo a quantidade entregas; que este valor era recebido das mãos do gerente que pode ter sido o seu Jarbas, Alberto, Josivan, José Maria, Aldo e a Sra. Fabricia; que o preposto não foi supervisor na época em que o depoente lá trabalhou; que desde que explicasse ao gerente a necessidade poderia fazer uso do telefone da loja para pedir roteiro de endereço; que o telefone ficava dentro do balcão da loja; que fazia em torno de 12 a 15 entregas por dia"; que nada mais disse nem lhe foi DEPOIMENTO DO PREPOSTO DA RECLAMADA: " que trabalha na reclamada a mais ou menos 10 anos; que o Srs. Jarbas, Alberto, Aldo foram gerentes da reclamada; que a farmácia paga R$ 130,00 para manutenção e despesas das motos; que o entregador recebe um salário fixo que é o salário do comércio; que não há gratificação por entrega; que os R$ 130,00 é pago diretamente pelo gerente aos motoqueiros; que há uma folha de ponto onde é assinado o horário de entrada e o horário de saída; que a empresa determina o horário que deve trabalhar; que o trabalhador assina de acordo com o horário trabalhado. O Juiz pediu ao depoente que explicasse porque nas folhas de freqüência trazida aos autos há caligrafias diferentes na anotação da jornada de trabalho, não sabendo o mesmo explicar as referidas anotações. Seguindo o depoimento disse : " que ao lado da farmácia há um espaço reservado aos motoboys; que eles podem adentra a farmácia; que não há necessidade que os motoboys peçam permissão para adentrarem as farmácias; que não havia necessidade de pedido de permissão para utilização do banheiro ou do telefone; que chegou a supervisionar o local de trabalho do autor; que sempre teve um local reservado aos motoboys; que na época do reclamante tinha em média 14 entregadores; que as motos também ficam no mesmo local; que há um banco onde os 26/02/2008 15:19:03 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 2 / 5
motoqueiros ficam sentados e um balcão onde colocam as entregas; que há um banco estilo de igreja comprado pela reclamada; que a área é totalmente coberta protegendo completamente do sol e da chuva; que não há banheiro externo, apenas no interior da farmácia; que nada mais disse nem lhe foi INTERROGATÓRIO DA PRIMEIRA TESTEMUNHA DO RECLAMANTE, Ivan Leão da Silva, brasileiro, casado, promotor de vendas, residente na Av. Santa Luzia, 1492, Village Campestre II, projetada, s/n, povoado de pescaria, município de Maceió, Alagoas, portador de RG: 1236939-AL. Pela ordem o Douto patrono da reclamada contradita a testemunha com os seguintes argumentos: " litiga a testemunha com idêntico pedido e objeto contra à reclamada perante a 6ª VT da capital nos autos do processo 01348/2007-3, caracterizando-se assim violação a entendimento já jurisprudencial. Trata-se como no caso de situação diversa, onde a testemunha além de litigar contra a mesma reclamada aduz pedidos idênticos. A prova, portanto, é indivisível, revelando a falta de isenção da testemunha ora contraditada." Analiso e decido: a contradita é rejeitada de plano, nos termos do disposto na sumula 357 do TST, verbis: não torna suspeita a testemunha o simples de fato de estar litigando contar o mesmo empregador". Com os protestos do patrono da reclamada. disse. As perguntas respondeu : " que recebia um salário fixo na carteira, mais R$ 130,00 para manutenção da moto, mais uma média de R$ 200,00 a titulo de comissão pela quantidade de entrega; que os últimos valores eram pago diretamente pelo gerente ou pelo subgerente mediante recibo; que este procedimento era pata todos os demais motoqueiros; que o horário de trabalho do reclamante era das 18 às 00 horas, mais nunca saia as 00: 00 horas, pois teria que levar o caixa em casa, gerente ou subgerente, tendo todos que ficar 3 motoqueiros; que o horário era todos os dias de domingo a domingo, mais nos finais de semana e feriados o horário era ainda mais estendido pois tinha que chegar às 15 horas não tendo horário para saída; que se trabalhasse no sábado e domingo tinha uma folga na semana; que se no balanço geral da farmácia ou valor que faltava era dividido por todos os empregados, embora os motoqueiros não tinham acesso a loja; que se fosse fazer uma entrega e ao final do mês o cliente não reconhecesse o debito o valor era cobrado do motoqueiro e vinha no contra cheque como adiantamento de vale; que estavam em uma situação que não poderiam sequer ir ao banheiro, pois se faltasse alguma coisa eram acusados; que se fosse telefonar e o dono visse perguntava o que estava 26/02/2008 15:19:03 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 3 / 5
fazendo no balcão pois motoqueiro teria que está lá fora; que o banco foi providenciado pelos próprios motoqueiros e a tarde o sol é muito forte e quando chove fica muita água mo9lhando os pés dos motoqueiros; que o depoente trabalhava no horário já declinado; que o depoente fazia uma média de 7 a 8 entregas como também o reclamante; que apenas assinava o nome no livro de ponto, pois o horário já se encontrava lá e não tinha os 15 minutos de lanche; que quando a gerente era a Sra. Fabricia foi proibido de levar uma pasta, pois a gerente disse que estava sumindo medicamentos e que ia pegar quem era, insinuando que o depoente era o culpado, mais não foi acusado diretamente; que todos não poderiam entrar com bolsas na farmácia; que nenhum foi acusado diretamente". que nada mais disse nem lhe foi INTERROGATÓRIO DA SEGUNDA TESTEMUNHA DO RECLAMANTE, Jenifer Meneses dos Santos, solteira, operadora de caixa, residente no Loteamento São José, 12, Cruz das Almas, município de Maceió, Alagoas, portador da CTPS nº 036011, série 00023-AL. disse. As perguntas respondeu: " que trabalhou para reclamada como operadora de caixa, no horário das 18 às 00:40/1 hora, que era o mesmo horário do reclamante; que os motoboys só poderiam entrar na loja com a permissão do gerente, pois este dizia que os motoboys não faziam parte da empresa e por isso tinham que pedir permissão; que os motoboys recebiam salário de comércio e não sabe informar se era pago algum outro valor na loja diretamente ao reclamante; que os motoboys ficavam em lugar aberto, sem banco para sentar, que a tarde o sol batia e quando chovia molhava; que está se reportando a loja centenário do farol onde o reclamante trabalhava; que na loja havia 16 motoboys; que neste mesmo local ficavam as motos; que trabalhava na mesma loja do reclamante". que nada mais disse nem lhe foi INTERROGATÓRIO DA PRIMEIRA TESTEMUNHA DO RECLAMADO, Israel da Silva, Brasileiro, casado, balconista, residente na rua Eronildes Oliveira, 03, Clima Bom II, município de Maceió, Alagoas, portador de RG: 739088-AL. disse. As perguntas respondeu : " que trabalha há 3 anos na reclamada na loja centenário, mesma loja em que trabalhou o reclamante; que seu horário de trabalho é das 14 às 22 horas; que o motoboy recebe o piso do comércio mais uma ajuda de custo de R$ 130,00; que não há comissão relativa as entregas; que os motoboys tem o local onde ficam e 26/02/2008 15:19:03 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 4 / 5
recebem a mercadoria; que s motoboys não precisavam de permissão para entrar na loja, nem para ir ao banheiro nem para usarem o telefone que fica em cima do balcão; que quando falta mercadoria não há nenhum custo aos empregados; que há o adiantamento da quinzena e há vale quando é feito compra de mercadoria; que a rubrica adiantamento de vales se refere a compra de mercadorias; que há um limite para o vale de R$ 50,00, e quando estourado o referido limite aparecem as compras como desconto em farmácia; que a partir do momento que é feita a compra é emitida a nota fiscal; que a empresa fica com um canhoto assinado pelo trabalhador relativo a compra na farmácia". que nada mais disse nem lhe foi As partes declaram não ter mais provas a produzir. Encerrada a instrução processual. Razões finais reiterativas pelas partes com renovação dos protestos pela reclamada. Segunda tentativa de conciliação frustrada. Fica designada a próxima audiência para leitura da sentença, nos moldes da súmula 197 do TST. Ciente as partes. Nova audiência designada para o dia 29/02/2008 às 12:05 horas. E para constar, foi lavrada a presente ata, que vai assinada na forma da lei. FLÁVIO LUIZ DA COSTA- Juiz(a) do Trabalho SIMONE MOURA E MENDES- DIRETOR(A) DE SECRETARIA HELVIO DE CASTRO BARBOSA- ASSISTENTE DE AUDIÊNCIA 26/02/2008 15:19:03 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 5 / 5