FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

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Transcrição:

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA ROTEIRO DE ATIVIDADES 2ª SÉRIE 1º BIMESTRE AUTORIA EDNA DA SILVA LOPES Rio de Janeiro 2013

TEXTO GERADOR I Se eu morresse amanhã Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! que céu azul! que doce n'alva Acorda a natureza mais louçã! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã... A dor no peito emudecera ao menos 2

Se eu morresse amanhã! Publicado no livro Poesias de Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1853). Poema integrante da série Poesias. ATIVIDADE DE LEITURA QUESTÃO 1 De acordo com o sentimento dominante no texto, indique a que geração da poesia romântica ele pertence, justificando sua resposta com elementos do texto. Habilidade trabalhada Distinguir as três gerações do Romantismo brasileiro. Resposta comentada A solidão, a melancolia, a morte como temas são frequentes à segunda geração romântica. Além disso, o eu lírico busca na morte a solução para os seus problemas amorosos, um alívio para a sua dor. Ao longo de todo o poema, o eu lírico revela as perdas que a morte lhe causaria e, na última estrofe, ele mostra o benefício que ela lhe traria: A dor no peito emudecera ao menos, deixando bem clara a ideia da morte como alívio. Trata-se de um poema do ultrarromantismo. TEXTO GERADOR II O romance Iracema (1865), de José de Alencar, constitui um belíssimo exemplo do nacionalismo ufanista e indianista da prosa romântica. Os textos apresentados a seguir formam o primeiro e o segundo capítulos da obra. A narrativa se estrutura em flash back. O primeiro capítulo, na verdade, é o final história, no qual Iracema já está morta. O segundo, apresenta a descrição da índia e o seu encontro com Martim. 3

IRACEMA 2 Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto. Iracema saiu do banho: o aljôfar d água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gará as flechas de seu arco, e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste. A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome; outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda, e as tintas de que matiza o algodão. Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos 4

olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d alma que da ferida. O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu. Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu para o guerreiro, sentida da mágoa que causara. A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida: deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada. O guerreiro falou: Quebras comigo a flecha da paz? Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde vieste a estas matas, que nunca viram outro guerreiro como tu? Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os meus. Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema. ATIVIDADE DE LEITURA www.dominiopublico.gov.br QUESTÃO 2 No capítulo 2 do romance Iracema, é feita a descrição da personagem protagonista de 5

uma maneira bastante idealizada. Explique a relação entre a natureza e a caracterização da personagem, segundo os ideais da estética romântica. Habilidade trabalhada Relacionar os modos de organização da linguagem na literatura às escolhas do autor, à tradição literária e ao contexto social da época. Resposta comentada A natureza é utilizada para fazer a caracterização de Iracema, através de comparações e metáforas, que fazem o leitor formar a imagem da índia. O autor cita elementos da flora e fauna brasileiras para relacioná-los à descrição feita da índia: a virgem dos lábios de mel, os cabelos mais negros que as asas da graúna, mais longos do que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como o seu sorriso, nem a baunilha recendia no bosque como o seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem.... Assim, ao mesmo tempo em que cria a idealização da personagem protagonista, o autor também exalta a beleza da sua terra natal, demonstrando o ideal romântico de exaltação da pátria. ATIVIDADES DE USO DA LÍNGUA QUESTÃO 3 Considerando que uma mesma palavra ou expressão pode ser utilizada de diferentes maneiras e, por isso, ser classificada de formas distintas, explique a que classe gramatical pertence a palavra claro em: Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Habilidade trabalhada Identificar a existência de diferentes classes de palavras. 6

Resposta comentada O aluno deverá perceber que a palavra claro, nesse contexto, foi usada como um termo determinado, ou seja, nomeia o lugar em que a personagem repousava. Além disso, está acompanhada de um termo determinante, o artigo um, que além de indicar-lhe o gênero, facilita a sua identificação como um substantivo. O professor pode aproveitar a oportunidade e propor que os alunos elaborem outras frases em que essa mesma palavra seja usada como adjetivo. QUESTÃO 4 Os termos essenciais da oração são: sujeito e predicado. O sujeito é o termo ao qual o verbo se refere e pode ser uma pessoa, um animal, uma planta, um objeto, um lugar sobre o qual se faz uma declaração. Já o predicado é tudo aquilo que se diz do sujeito. Diante disso, identifique o sujeito e o predicado das seguintes orações do texto e classifique-os: a) Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto. b) Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Habilidade trabalhada Identificar os termos essenciais da oração. Resposta comentada O aluno deverá perceber que o verbo da oração refere-se ao sujeito e que este não tem que aparecer necessariamente no início da frase. Desta maneira, deverá identificar como sujeito das orações os seguintes termos: A os pássaros (sujeito simples, possui apenas um núcleo: pássaros); B ignotas armas e tecidos ignotos (sujeito composto, apresenta dois núcleos: armas e tecidos.) 7

QUESTÃO 5 Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. No trecho citado acima, os pronomes destacados promovem o chamamos de coesão referencial, que consiste na retomada de uma palavra usada anteriormente, sem repeti-la. Observe o contexto em elas foram empregadas e aponte a palavra que tais pronomes substituem. Habilidade trabalhada Reconhecer mecanismos de coesão referencial e sequencial. Resposta comentada De acordo com o contexto, o aluno deverá perceber que o pronome pessoal ela retoma o nome Iracema e o pronome lhe também faz referência à personagem, ou seja, a sombra da oiticica banhava o corpo dela, de Iracema. TEXTO GERADOR III O texto gerador III é uma resenha crítica do livro Iracema, de José de Alencar, e servirá de base para uma questão de leitura e como modelo para a atividade de produção textual. Iracema é um livro escrito pelo brasileiro José de Alencar e publicado em 1865. O livro é estudado como integrante de um movimento chamado Indianismo, e esse movimento teve em José de Alencar seu maior expoente em prosa. Iracema faz parte de uma trilogia que ficou conhecida como Trilogia Indianista, feita por José de Alencar e que integra, além do livro citado, O Guarani e Ubirajara. 8

O indianismo foi uma das representações mais claras do Romantismo no Brasil, se podendo ver inúmeras características românticas na trilogia de Alencar, como a cor local (descrição dos costumes e da vida de um país), e mitos muito usados na escola europeia, como a do bom selvagem de Rousseau. Há quem diga que o mito já estava pronto na mata brasileira, na pureza dos índios. Enredo Iracema conta a triste história de uma índia que se apaixona por um guerreiro branco, pautando uma perfeita alegoria sobre o processo de invasão e colonização brasileira. A personagem Iracema é a chamada heroína idealizada (ou heroína romântica). Filha de um pajé, é virgem, bela e pura. Iracema é muitas vezes comparada à exuberante natureza brasileira. Na verdade, Iracema sempre é posta acima dessa natureza. A obra, narrada em terceira pessoa, teve um papel importantíssimo na concretização do Índio como personagem da literatura brasileira. O romance desenvolvido entre Iracema e Martin acontece simultaneamente à guerra, e os personagens são dominados pela característica romântica de ter a emoção acima da razão. Iracema exerce influência total na arte nacional produzida até hoje, e além de ser considerada uma das obras mais importantes de nossa história, é referência obrigatória em estudos para vestibular e em faculdades de literatura. São inúmeras as referências atuais existentes ao livro, como a música de Chico Buarque: Iracema da América (Iracema voou, para a América.. Leva roupa de lã, e anda lépida ) e a música A índia e o traficante, de Eduardo Dwsek (Noite malandra, um luar de espelho, No meio da terra a índia colhe o brilho ) (http://www.zun.com.br/livro-iracema) REGISTRO DOS RESULTADOS PEDAGÓGICOS DECORRENTE DA IMPLEMENTAÇÃO DO ROTEIRO DE ATIVIDADES A turma tem apresentado interesse quanto à realização das atividades propostas no RA e o fato de trabalharem quase sempre em grupo tem provocado maior discussão dos 9

temas e compartilhamento de opiniões. Conseguiram entender facilmente as questões e respondê-las, demonstrando compreensão do conteúdo. A gramática inserida no texto torna mais agradável o estudo das regras gramaticais e o aluno percebe melhor sua aplicabilidade. Quanto à leitura da obra sugerida, Iracema, percebi que houve certa dificuldade no entendimento do texto, devido ao vocabulário. Mas entenderam bem o que é uma resenha e demonstraram interesse em elaborá-la, embora ainda não tenham sido corrigidas. BIBLIOGRAFIA BECHARA, Evanildo Cavalcante. Moderna gramática portuguesa. 37 ed,. ver. Ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.. BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994. CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens. Vol.2. São Paulo: Atual, 1999. SARMENTO, Leila Luar e TUFANO, Douglas. Português: literatura, gramática, produção de texto: volume único. São Paulo: Moderna, 2004. 10