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RECURSO ESPECIAL Nº RS (2003/ )

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AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº PR (2002/ )

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Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.024.283 - PR (2008/0014125-6) RELATOR : MINISTRO JOSÉ DELGADO RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : LUIZ CLÁUDIO PORTINHO DIAS E OUTRO(S) RECORRIDO : WOSGRAU PARTICIPAÇÕES INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL ADVOGADO : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(S) EMENTA TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÕES DESCONTADAS DOS SEGURADOS ADVINDAS DO REFIS. TRANSFERÊNCIA PARA O PAES. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Recurso especial interposto pelo INSS contra acórdão do TRF da 4ª Região, segundo o qual: é possível a transferência ao Paes de débitos parcelados validamente no Refis relativos a contribuição previdenciária retida dos empregados parcelados no Refis, porquanto por ocasião da adesão àquele programa não existia vedação legal ao parcelamento de tais rubricas. Precedentes desta Corte e do STJ. Na via especial, o INSS alega negativa de vigência do art. 7º, da Lei n. 10.666/03. Defende, em síntese, que o contribuinte deve submeter-se às condições impostas pela lei vigente e, no caso, há vedação expressa para não incluir no Paes os tributos devidos à seguridade social relativos às contribuições dos segurados retidas e não repassadas à previdência. 2. O entendimento firmado pelo Tribunal de origem espelha a jurisprudência deste Tribunal, confira-se: - Os parcelamentos realizados após à vigência da Lei n. 10.666/2003, em que incluídas rubricas relativas às contribuições dos empregados, devem manter sua validade, não se lhes aplicando a proibição inserida por lei superveniente. (REsp 752.141/PR, Desta Relatoria, DJ de 10/10/2005). - É admissível a inclusão no Paes de dívidas relativas à contribuição previdenciária descontada dos empregados que tenham sido inscritas no Refis anteriormente ao advento da vedação prevista no art. 7º da Lei 10.666/2003. Não impede essa migração para o Paes a existência de eventual exclusão do débito do Refis. (REsp 789465/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24/04/2006). - A legislação aplicável ao programa Refis permitia a inclusão das contribuições descontadas dos trabalhadores e não repassadas à Previdência, uma vez vedado o parcelamento de dívidas dessa natureza somente a partir da vigência da Lei n. 10.666/2003 de 8.5.2003 (art. 7º). - Por seu turno, a Lei n. 10.684/03, que institui nova modalidade de parcelamento de tributos federais o Paes, conquanto não preveja a inclusão dessas contribuições, permite ela a inclusão de dívidas relativas à contribuição previdenciária descontada dos empregados e que tenham sido inscritas no Refis anteriormente ao advento da vedação prevista no art. 7º da Lei n. 10.666/2003. (REsp 725.523/RS, Rel. Min. Humberto Martins, DJ de 11/12/2006). - Admite-se a inclusão no Paes de dívidas relativas à contribuição previdenciária descontada dos empregados que tenham sido inscritas no Refis anteriormente ao advento da vedação prevista no art. 7º da Lei 10.666/03, ainda que o contribuinte tenha sido excluído do Refis por falta de pagamento. Precedentes da primeira Turma. (REsp 947.755/SC, Rel. Min. Castro Meira, DJ 16/10/2007). 3. Recurso especial não provido. Documento: 770980 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/04/2008 Página 1 de 9

ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Falcão, Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Denise Arruda (Presidenta) votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 08 de abril de 2008 (Data do Julgamento) MINISTRO JOSÉ DELGADO Relator Documento: 770980 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/04/2008 Página 2 de 9

RECURSO ESPECIAL Nº 1.024.283 - PR (2008/0014125-6) RELATOR : MINISTRO JOSÉ DELGADO RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : LUIZ CLÁUDIO PORTINHO DIAS E OUTRO(S) RECORRIDO : WOSGRAU PARTICIPAÇÕES INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL ADVOGADO : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(S) RELATÓRIO O SR. MINISTRO JOSÉ DELGADO (Relator): O Instituto Nacional do Seguro Social interpõe recurso especial, com fulcro no art. 105, III, "a", da Carta Magna, contra acórdão proferido pelo TRF da 4ª Região, assim ementado (fl. 207): TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. PARCELAMENTO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DOS SEGURADOS. LEIS NS. 9.964/00, 10.666/03 E 10.684/03. 1. A Lei n. 10.666/2003 traz expressa vedação ao parcelamento de contribuições previdenciárias retidas dos empregados não produz efeito sobre situações jurídicas já consolidadas. Disso deflui que os parcelamentos validamente concedidos antes do início de sua vigência devem ser mantidos. 2. A Lei do Paes facultou a transferência de saldos de parcelamentos anteriores, mesmo que cancelados por inadimplência, independentemente de qualquer restrição (art. 1º, 1º, da Lei n. 10.684/2003). 3. A adesão ao Paes implica desistência compulsória e definitiva do Refis (art. 2º, único, I, da Lei n. 10.684/2003). 4. É possível a transferência ao Paes de débitos parcelados validamente no Refis relativos a contribuição previdenciária retida dos empregados parcelados no Refis, porquanto por ocasião da adesão àquele programa não existia vedação legal ao parcelamento de tais rubricas. Precedentes desta Corte e do STJ. Cuida-se de ação ordinária proposta por Wosgrau Participações Indústria e Comércio Ltda. em face do INSS objetivando a inclusão de débitos de contribuição previdenciária retidas e não recolhidas de empregados no Paes. No primeiro grau, o pleito foi julgado improcedente (fls. 159/161v.). Em sede de apelação, o TRF da 4ª Região (fls. 204/207), por unanimidade, reformou a decisão de singular por entender que é possível a transferência ao Paes de débitos parcelados validamente no Refis, relativos a contribuições previdenciárias retidas dos empregados, anteriormente à vigência da Lei n. 10.666/2003. Documento: 770980 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/04/2008 Página 3 de 9

Na via especial, o INSS alega negativa de vigência do art. 7º da Lei n. 10.666/03. Defende, em síntese, que o contribuinte deve submeter-se às condições impostas pela lei vigente e, no caso, há vedação expressa para não incluir no Paes os tributos devidos à seguridade social relativos às contribuições dos segurados retidas e não repassadas à previdência. Contra-razões (fls. 220/229) pugnando pela mantença do acórdão atacado pelos seus próprios e jurídicos fundamentos. Subiram os autos a esta Corte por força da decisão proferida às fls. 232/232v. É o relatório. Documento: 770980 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/04/2008 Página 4 de 9

RECURSO ESPECIAL Nº 1.024.283 - PR (2008/0014125-6) EMENTA TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÕES DESCONTADAS DOS SEGURADOS ADVINDAS DO REFIS. TRANSFERÊNCIA PARA O PAES. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Recurso especial interposto pelo INSS contra acórdão do TRF da 4ª Região, segundo o qual: é possível a transferência ao Paes de débitos parcelados validamente no Refis relativos a contribuição previdenciária retida dos empregados parcelados no Refis, porquanto por ocasião da adesão àquele programa não existia vedação legal ao parcelamento de tais rubricas. Precedentes desta Corte e do STJ. Na via especial, o INSS alega negativa de vigência do art. 7º, da Lei n. 10.666/03. Defende, em síntese, que o contribuinte deve submeter-se às condições impostas pela lei vigente e, no caso, há vedação expressa para não incluir no Paes os tributos devidos à seguridade social relativos às contribuições dos segurados retidas e não repassadas à previdência. 2. O entendimento firmado pelo Tribunal de origem espelha a jurisprudência deste Tribunal, confira-se: - Os parcelamentos realizados após à vigência da Lei n. 10.666/2003, em que incluídas rubricas relativas às contribuições dos empregados, devem manter sua validade, não se lhes aplicando a proibição inserida por lei superveniente. (REsp 752.141/PR, Desta Relatoria, DJ de 10/10/2005). - É admissível a inclusão no Paes de dívidas relativas à contribuição previdenciária descontada dos empregados que tenham sido inscritas no Refis anteriormente ao advento da vedação prevista no art. 7º da Lei 10.666/2003. Não impede essa migração para o Paes a existência de eventual exclusão do débito do Refis. (REsp 789465/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24/04/2006). - A legislação aplicável ao programa Refis permitia a inclusão das contribuições descontadas dos trabalhadores e não repassadas à Previdência, uma vez vedado o parcelamento de dívidas dessa natureza somente a partir da vigência da Lei n. 10.666/2003 de 8.5.2003 (art. 7º). - Por seu turno, a Lei n. 10.684/03, que institui nova modalidade de parcelamento de tributos federais o Paes, conquanto não preveja a inclusão dessas contribuições, permite ela a inclusão de dívidas relativas à contribuição previdenciária descontada dos empregados e que tenham sido inscritas no Refis anteriormente ao advento da vedação prevista no art. 7º da Lei n. 10.666/2003. (REsp 725.523/RS, Rel. Min. Humberto Martins, DJ de 11/12/2006). - Admite-se a inclusão no Paes de dívidas relativas à contribuição previdenciária descontada dos empregados que tenham sido inscritas no Refis anteriormente ao advento da vedação prevista no art. 7º da Lei 10.666/03, ainda que o contribuinte tenha sido excluído do Refis por falta de pagamento. Precedentes da primeira Turma. (REsp 947.755/SC, Rel. Min. Castro Meira, DJ 16/10/2007). 3. Recurso especial não provido. VOTO O SR. MINISTRO JOSÉ DELGADO: O recurso deve ser conhecido pelo permissivo constitucional invocado, porém, não merece prosperar. Documento: 770980 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/04/2008 Página 5 de 9

Cuida-se de ação ordinária objetivando a inclusão de débitos de contribuição previdenciária retidas e não recolhidas de empregados no Paes, anteriormente inscritas no Refis. Com efeito, ao examinar semelhante tema de direito, por ocasião do julgamento do REsp 752.141/PR, DJ de 10/10/2005, a Primeira Turma, por unanimidade, expressou o seguinte entendimento (fls. 75/76): O voto condutor do acórdão objurgado encontra-se em perfeita harmonia com o posicionamento deste Relator, pelo que o transcrevo como razão de decidir (fls. 122/123): Analisando os autos, tenho que merece prosperar a pretensão da apelante. DA INCLUSÃO NO PAES E DA TRANSFERÊNCIA DE DÉBITOS PREVIDENCIÁRIOS PARCELADOS NO REFIS A legislação aplicável ao programa Refis permitia a inclusão das contribuições relativas aos segurados na consolidação dos débitos, tendo sido vedado o parcelamento de dívidas dessa natureza somente a partir da vigência da Lei 10.666/2003 (art. 7º). Por outro lado, os valores incluídos no Refis podem ser incorporados ao Paes, incidindo a norma do art. 2º da Lei 10.684/2003 - incluindo, por certo, as contribuições previdenciárias em questão: 'Art. 2º Os débitos incluídos no Programa de Recuperação Fiscal - Refis, de que trata a Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2000, ou no parcelamento a ele alternativo, poderão, a critério da pessoa jurídica, ser parcelados nas condições previstas no art. 1º, nos termos a serem estabelecidos pelo Comitê Gestor do mencionado Programa.' De fato, mesmo a eventual exclusão do contribuinte do Refis não constitui óbice à transferência dos débitos no Paes, consoante se lê do 1º do art. 1º da mesma lei, in verbis: ' 1º O disposto neste artigo aplica-se aos débitos constituídos ou não, inscritos ou não como Dívida Ativa, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, ou que tenham sido objeto de parcelamento anterior, não integralmente quitado, ainda que cancelado por falta de pagamento.' Nesse sentido é o julgado desta Turma, que ora transcrevo, in verbis: 'AGRAVO DE INSTRUMENTO. PARCELAMENTO ESPECIAL - PAES. INCLUSÃO DE DÉBITOS RELATIVOS ÀS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS RETIDAS DOS EMPREGADOS. VEDAÇÃO LEGAL A PARTIR DA LEI 10.666/03. DÉBITOS JÁ INCLUÍDOS NO REFIS. POSSIBILIDADE DE TRANSFERÊNCIA DE SALDO DEVEDOR DE UM PROGRAMA PARA O OUTRO. - O parcelamento de contribuições descontadas dos trabalhadores e não repassadas à Previdência (apropriação indébita tributária), atualmente, encontra-se vedado pelo art. 7º da Lei 10.666, de 08-05-2003. - A Lei 10.684/03, que institui a nova modalidade de parcelamento de tributos federais o Paes, não prevê a inclusão de tais contribuições previdenciárias na legislação. Com relação a parcelamentos firmados no Documento: 770980 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/04/2008 Página 6 de 9

Refis, a legislação de regência permitia expressamente a inclusão dessas contribuições no montante no respectivo parcelamento. Logo, não há qualquer impedimento à transferência do saldo devedor do Refis, no qual foram incluídos tais débitos, para o Paes, tendo em vista que àquele parcelamento foi firmado ao abrigo da legislação vigente à época. Entendimento contrário implicaria em incidência retroativa da lei menos favorável ao contribuinte. Agravo provido.' (TRF - 4ª Região, AI n. 2003.04.01.039302-0/PR, Relator Des. Federal João Surreaux Chagas, unânime, DJ 04/02/2004) Os parcelamentos efetivados posteriormente à vigência da Lei 10.666/2003, em que incluídos rubricas relativas às contribuições dos empregados, devem ter sua validade mantida, não se lhes aplicando a vedação promovida por lei superveniente. Assim, conclui-se pela possibilidade de inclusão no Paes (Lei 10.684/2003) da totalidade dos valores anteriormente incluídos no parcelamento do Refis, independentemente da origem dos débitos. De igual modo, os seguintes precedentes: TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DESCONTADA DOS SEGURADOS. DÉBITO INSCRITO NO REFIS. TRANSFERÊNCIA PARA O PAES. POSSIBILIDADE. 1. É admissível a inclusão no Paes de dívidas relativas à contribuição previdenciária descontada dos empregados que tenham sido inscritas no Refis anteriormente ao advento da vedação prevista no art. 7º da Lei 10.666/2003. Não impede essa migração para o Paes a existência de eventual exclusão do débito do Refis. 2. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 789465/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24/04/2006). TRIBUTÁRIO CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DESCONTADA DOS SEGURADOS E NÃO REPASSADA À PREVIDÊNCIA DÉBITO INSCRITO ANTERIORMENTE NO REFIS TRANSFERÊNCIA PARA O PAES POSSIBILIDADE. 1. A legislação aplicável ao programa Refis permitia a inclusão das contribuições descontadas dos trabalhadores e não repassadas à Previdência, uma vez vedado o parcelamento de dívidas dessa natureza somente a partir da vigência da Lei n. 10.666/2003 de 8.5.2003 (art. 7º). 2. Por seu turno, a Lei n. 10.684/03, que institui nova modalidade de parcelamento de tributos federais o Paes, conquanto não preveja a inclusão dessas contribuições, permite ela a inclusão de dívidas relativas à contribuição previdenciária descontada dos empregados e que tenham sido inscritas no Refis anteriormente ao advento da vedação prevista no art. 7º da Lei n. 10.666/2003. 3. Raciocínio diverso implicaria em incidência retroativa da lei menos favorável ao contribuinte. 4. Recurso especial improvido. (REsp 725.523/RS, Rel. Min. Humberto Martins, DJ de 11/12/2006). PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS RETIDAS DOS EMPREGADOS. PAES. INCLUSÃO. DÉBITOS ANTERIORMENTE CONSOLIDADOS NO REFIS. POSSIBILIDADE. 1. Admite-se a inclusão no Paes de dívidas relativas à contribuição previdenciária Documento: 770980 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/04/2008 Página 7 de 9

descontada dos empregados que tenham sido inscritas no Refis anteriormente ao advento da vedação prevista no art. 7º da Lei 10.666/03, ainda que o contribuinte tenha sido excluído do Refis por falta de pagamento. Precedentes da primeira Turma. 2. Recurso especial provido. (REsp 947.755/SC, Rel. Min. Castro Meira, DJ 16/10/2007). Assim exposto, conheço do recurso e NEGO-LHE provimento. É como voto. Documento: 770980 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/04/2008 Página 8 de 9

CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA TURMA Número Registro: 2008/0014125-6 REsp 1024283 / PR Número Origem: 200670090039377 PAUTA: 03/04/2008 JULGADO: 08/04/2008 Relator Exmo. Sr. Ministro JOSÉ DELGADO Presidenta da Sessão Exma. Sra. Ministra DENISE ARRUDA Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr.. Secretária Bela. MARIA DO SOCORRO MELO AUTUAÇÃO RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : LUIZ CLÁUDIO PORTINHO DIAS E OUTRO(S) RECORRIDO : WOSGRAU PARTICIPAÇÕES INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL ADVOGADO : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(S) ASSUNTO: Tributário - Débito Fiscal - Programa de Recuperação Fiscal - Refis CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Falcão, Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Denise Arruda (Presidenta) votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 08 de abril de 2008 MARIA DO SOCORRO MELO Secretária Documento: 770980 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/04/2008 Página 9 de 9