QUÍMICA DO SONO
Todos sabemos a importância de uma boa noite de sono. O que nem todos sabem é que alternância entre o dormir e estar acordado resulta da ação combinada de diversas substâncias químicas no nosso cérebro. E entre as mais importantes estão a adenosina e a melatonina, duas substâncias com um papel muito ativo na regulação do sono.
MELATONINA A melatonina é um hormônio que influencia a regulação do sono e que é produzida naturalmente pelo organismo quando anoitece em resposta ao escuro da noite. ADENOSINA É um neurotransmissor inibitório. A adenosina atua como um calmante para o sistema nervoso central. Em circunstancias normais, promove o sono e suprime o despertar.
A adenosina é um produto secundário do consumo de energia pelo corpo. Os cientistas afirmam que a ela se vai acumulando no nosso corpo ao longo do dia, gerando a sensação de cansaço e sonolência que marca o início do processo do sono, sendo depois removida enquanto dormimos, para acordarmos descansados. É por isso que adormecemos mais facilmente depois de um dia cansativo e porque nos sentimos cansados quando não dormimos o suficiente.
Um dos mais fortes indícios deste papel da adenosina, é a sua competição com a cafeína. A cafeína liga-se aos mesmos receptores do cérebro que a adenosina, impedindo-a de atuar, o que explica porque é que a cafeína pode impedir-nos de adormecer. Acontece algo parecido com a serotonina que é responsável por deixar nosso cérebro em alerta impedindo o sono profundo.
SEROTONINA É um neurotransmissor que tem diversas funções uma delas é a regulação do sono. CAFEÍNA A cafeína é um composto químico classificado como alcaloide do grupo das xantinas a cafeína é a que mais atua sobre o sistema nervoso central.
A melatonina, por seu lado, é um hormônio produzido pela glândula pineal, uma estrutura no interior do cérebro. A presença de melatonina no cérebro inibe o estado de alerta e contribui para que o sono se instale.
A produção de melatonina é extremamente sensível à luz: é estimulada pelo aproximar da noite, mas é inibida logo que a retina detecta luz. A menor luminosidade já reduz a produção de melatonina, o que explica porque começamos a acordar quando o sol nasce, ou porque há pessoas que só conseguem adormecer em completa escuridão.
Estágios do Sono O sono é dividido em várias fases, sendo que cada uma delas apresenta um estágio fisiológico específico. Os cinco estágios do sono formam o ciclo, durando cerca de 90 minutos cada um. Desta forma, um ciclo do sono é repetido de quatro a cinco vezes por noite. A distribuição dos estágios de sono durante a noite pode ser alterada por vários fatores, como: idade, ritmo circadiano, temperatura ambiente, ingestão de drogas ou por determinadas patologias.
Estágio 1: É a fase de sonolência, onde o indivíduo começa a sentir as primeiras sensações do sono. Nessa fase a pessoa pode ser facilmente despertada; - Estágio 2: Dura em média de 5 a 15 minutos. No estágio 2 a atividade cardíaca é reduzida, relaxam-se os músculos e a temperatura do corpo cai. É bem mais difícil de despertar o indivíduo. - Estágio 3: Muito semelhante com o estágio 4, diferencia-se apenas em relação ao nível de profundidade do sono, que é um pouco menor. - Estágio 4: Dura cerca de 40 minutos. É a fase onde o sono é muito profundo.
PORQUE DEVEMOS DORMIR CEDO? A necessidade disso é que a melatonina, hormônio que regula o sono, começa a ser produzida com o entardecer e atinge seu pico por volta da meia-noite. E nessa hora é preciso que a pessoa já esteja em repouso. Especialistas afirmam que dormir tarde deve deixar de ser um hábito e deve ser evitado, as consequências futuras podem ser difíceis de serem resolvidas se não interromper essa prática o quanto antes; antes da fase adulta pois caso a insônia comportamental atinge esta fase da vida, a reversão só será possível com medicamentos.
Algumas pessoas trocam o dia pela noite sem qualquer repercussão. Outras passam a vida lutando contra seus hormônios. Vão dormir às 6 horas, quando o cortisol lhes diz que é hora de trabalhar, e à meia-noite estão em atividade máxima, quando a melatonina lhes diz que é hora de repousar. Com o passar do tempo este hábito se torna cada vez mais prejudicial a saúde.
ALGUNS DISTÚRBIOS DO SONO INSÔNIA : A insônia é a dificuldade para conciliar o sono ou permanecer dormindo, faz com que o indivíduo tenha a sensação de ter dormido pouco. A insônia não é uma doença é um sintoma que possui muitas causas diferentes, incluindo distúrbios emocionais e físicos e o uso de medicamentos. Algumas vezes, os indivíduos apresentam dificuldade para adormecer simplesmente por que o seu corpo e o seu cérebro não estão cansados. Diagnóstico os medicamentos mais utilizados são Difenidramina e Dimenidrinato que agem diretamente como inibidores da Serotonina.
NARCOLEPSIA : Um distúrbio do sono incomum, a narcolepsia caracteriza-se por episódios incontroláveis e recorrentes de sono durante as horas normais de vigília, assim como pela cataplexia, pela paralisia do sono e por alucinações. A causa da narcolepsia é desconhecida, mas o distúrbio tende a ocorrer em famílias, o que sugere uma predisposição genética. Embora a narcolepsia não tenha consequências clínicas graves, ela pode ser assustadora e pode aumentar o risco de acidentes. Diagnóstico os medicamentos estimulantes são os utilizados nesse caso como Efedrina, a Anfetamina esses medicamentos servem para acelerar o metabolismo, mas é preciso ter cuidado com eles, pois causam dependência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: http://www.aquimicadascoisas.org/?episodio=a-qu%c3%admica-do-sono Acessado em 13/04/2013 Às 19:20 http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_06/cap_064.html Acessado em 05/05/2013 às 13:10 Química do Sono Publicado em: A Tarde (BA) (Ciência & Vida) em 9 de Novembro de 2008