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Transcrição:

Capítulo 157 Método da propagação de ondas de cheia 157-1

Capítulo 157 Método da propagação de ondas de cheia 157.1 Introdução O DAEE São Paulo adota os seguintes métodos conforme a área de drenagem (AD): Método Racional ( AD 2km 2 ) Método I-PAI-WU ( 2<AD 200 km 2 ) Método do prof. Kokei Uehara ( 200 < AD 600 km 2 ) Hidrograma unitário- Propagação (AD > 600 km 2 ) Na Tabela (157.1) podemos ver que o método de Snyder pode ser usado até 30.000 km 2. Tabela 157.1- Alguns métodos que usam o hidrograma unitário. Métodos que usam o hidrograma unitário Método de Snyder (1938; até 30.000 km 2 ) Nota: bacia do rio Xingu: 5.150km 2 Método de Clark (1945; uso no HEC HMS) Método de Espey ( 1978; urbana até 39km 2 ) Nota: o método de convolução é o mesmo para obter o hidrograma final Para áreas acima de 600Km 2 o DAEE São Paulo recomenda usar o método de propagação de ondas de cheia. Uma observação é que o DAEE- SP não cita o Método SCS que é o mais usado no mundo e nem o Método de Snyder ou Clark, mas estão no software gratuito da EPUSP denominado ABC e que também é recomendado pelo DAEE. Para bacias muito grandes podemos calcular por partes usando, por exemplo, o método do SCS e depois transladar os hidrogramas sintéticos de cada uma das áreas até a seção de controle. Se usarmos o tempo de trânsito haverá deslocamento do hidrograma. 404 157-2

Podemos usar o amortecimento na bacia com o método de Muskingum ou Muskingum-Cunge, porém conforme já constatamos o mesmo é eficiente quando a área da bacia é muito grande. Assim quando a bacia não é muito grande, simplesmente transladamos o hidrograma e quando é muito grande, usamos o método de Muskingum ou Muskingun-Cunge que irá amortizar as vazões. 157.2 SCS para várias bacias com exemplo Vamos usar um modelo adaptado do FHWA, 1984 para várias bacias conforme se pode ver na Figura (157.1). Segundo FHWA, 1984 e com algumas adaptações temos que fazer o seguinte: 1. Separar a área de drenagem de cada subbacia 2. Calcular o tempo de concentração para cada subbacia 3. Calcular o número da curva CN para cada subbacia 4. Calcular o tempo de trânsito no talvegue para cada trecho que pode ser calculado usando Manning ou Musking-Cunge. 5. Usar chuva com duração de 30% a mais do tempo de concentração para toda a bacia. Os americanos usam muito chuva padrão com 24h de duração, o que não é o costume brasileiro. Existem estados americanos que a chuva mais comum é 6h e usar 24h fica fora da realidade. Nota: o tempo de trânsito é o tempo pelo talvegue das águas do rio desde o ponto considerado até o ponto de controle. Devemos ter cuidado, pois, futuras mudanças no rio como passar o leito de terra para concreto, haverá aumento da velocidade e diminuição do tempo de trânsito, ocasionando aumento de pico no ponto de controle. 157-3

Figura 157.1-Soma das bacias A e B e translação até o ponto 2 e soma com C Ponto de controle Figura 157.2- Esquema das bacia com 7 subbacia.fonte: FHWA, 1989 157-4

Na Tabela (157.2) estão os dados das subbacias com as áreas, tempo de concentração e número da curva CN, bem como o tempo de trânsito de cada subbacia até o ponto de controle onde queremos a vazão de pico que está no fim da subbacia 7. O tempo de trânsito da subbacia 1 até o ponto de controle na subbacia 7 é de 1,75h. Calculamos o tempo de trânsito para o ponto de controle de cada subbacia. Observe que na bacia 7 o tempo de trânsito é zero. Tabela 157.2-Dados das subbacias Subbacia Area tc(h) Tempo transito CN (km 2 ) (h) 1 0,78 1,50 1,75 65 2 0,52 1,25 1,75 70 3 0,26 0,50 1,50 75 4 0,65 0,75 1,50 70 5 0,52 1,50 0,50 85 6 1,04 1,00 0,50 75 7 0,52 0,75 0,00 90 Total= 4,27 A area total da bacia tem 4,27km 2. Duração da chuva unitária D O valor da duração da chuva unitária D. D=0,133 tc Devemos tomar cuidado na escolha da duração da chuva unitária D. Tomamos o menor tempo de concentração que é 0,50h, ou seja, 30min. D= 30 x 0,133=4min Entretanto, para fins de demonstração vamos adotar D=10min Duração da chuva O tempo de concentração na seção de controle na Subbacia 7 é 1,50h da subbacia 1 mais 1,75h que é o tempo de transito totalizando: 1,50+1,75= 3,25h Bedient recomenda 25% a 30% a mais e 30% a mais será: 3,25h x 1,30= 4,22h Então tomaremos com duração da chuva 6 h. 157-5

Tabela 157.3- Cálculo do SCS para várias bacias 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Subbacia Area (km2) tc(h) Tempo transito (h) Tt (min) CN 0 10min 20min 30min 1 0,78 1,50 1,75 105 65 defazagem defazagem defazagem defazagem 2 0,52 1,25 1,75 105 70 defazagem defazagem defazagem defazagem 3 0,26 0,50 1,50 90 75 defazagem defazagem defazagem defazagem 4 0,65 0,75 1,50 90 70 defazagem defazagem defazagem defazagem 5 0,52 1,50 0,50 30 85 defazagem defazagem defazagem 0,00 6 1,04 1,00 0,50 30 75 defazagem defazagem defazagem 0,00 7 0,52 0,75 0,00 0 90 0,00 0,05 0,44 1,53 Total= 4,27 Vazões= 0 0,05 0,44 1,53 Tabela 157.3- cntinuação-cálculo do SCS para várias bacias 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem 0,00 0,00 0,00 defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem 0,00 0,00 0,00 defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem 0,00 0,00 0,02 0,24 0,66 defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem 0,00 0,00 0,00 0,08 0,43 0,00 0,03 0,15 0,43 0,89 1,47 2,05 2,55 2,93 3,17 0,00 0,02 0,19 0,74 1,66 2,67 3,50 4,08 4,46 4,69 2,98 4,05 4,39 4,32 4,17 4,01 3,81 3,49 3,16 2,84 2,99 4,10 4,72 5,48 6,71 8,15 9,36 10,15 10,88 11,78 Tabela 157.5- continuação-cálculo do SCS para várias bacias 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 0,00 0,03 0,12 0,28 0,52 0,82 1,15 1,46 1,73 1,92 0,02 0,10 0,27 0,55 0,87 1,17 1,45 1,65 1,78 1,85 0,93 1,02 1,09 1,12 1,14 1,09 0,99 0,91 0,83 0,76 0,99 1,51 1,88 2,14 2,33 2,42 2,37 2,25 2,11 1,97 3,28 3,28 3,22 3,10 2,93 2,75 2,57 2,41 2,24 2,07 4,74 4,61 4,39 4,11 3,83 3,58 3,37 3,17 2,94 2,65 2,56 2,31 2,13 1,99 1,84 1,65 1,42 1,23 1,10 1,04 12,51 12,86 13,09 13,29 13,46 13,48 13,31 13,07 12,73 12,26 157-6

Tabela 157.6- continuação-cálculo do SCS para várias bacias 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 240 250 260 270 280 290 300 310 320 330 2,05 2,10 2,11 2,07 2,02 1,95 1,88 1,78 1,67 1,54 1,85 1,80 1,73 1,65 1,57 1,49 1,41 1,31 1,19 1,08 0,71 0,68 0,65 0,58 0,50 0,42 0,38 0,36 0,36 0,35 1,83 1,73 1,65 1,55 1,41 1,22 1,07 0,97 0,92 0,89 1,90 1,72 1,56 1,42 1,31 1,22 1,16 1,11 1,08 1,06 2,34 2,09 1,90 1,79 1,72 1,68 1,66 1,64 1,64 1,64 1,00 0,98 0,97 0,97 0,96 0,96 0,96 0,95 0,88 0,76 11,67 11,11 10,57 10,03 9,49 8,95 8,51 8,12 7,73 7,32 Figura 157.2- Hidrograma na seção de controle que está no fim da subbacia 7 que é da soma das 7 subbacias com as devidas defazagens. 157-7

157.3 Routing de rios e canais usando o Método de Muskingum Conforme Chaudhry, 1993 para um trecho de um canal com movimento não uniforme, o armazenamento depende da vazão de entrada e de saída, conforme Figuras (157.3) e (157.4). O armazenamento no canal forma um prisma onde S (storage) é proporcional a O (output) e o armazenamento em cunha, onde S é proporcional a diferença entre a entrada e a saída. Dica: a secção é constante durante todo o trecho No Método de Muskingum, conforme a Figura (157.3), podemos ver a combinação de um prisma de armazenamento K.O e uma cunha K.X (I O), sendo K o tempo de trânsito até o local desejado e O a vazão naquele local. O valor de X varia entre 0 X 0,5. Para armazenamento em reservatórios X=0 e quando o armazenamento marginal está cheio X= 0,5. Em rios naturais o valor de X é usualmente entre 0 e 0,3, sendo o valor típico 0,2, conforme Chow et al. 1988. Em um canal podemos escrever conforme Akan, 1993: ds/dt = I Q Sendo: S= volume de água no canal (armazenamento) I= vazão a montante Q= vazão a jusante (nota: as vezes usa-se a notação O de output) t= tempo. Figura 157.3 - Esquema do canal para aplicação do Método de Muskingum. Observar o prisma e a cunha. Fonte: Chin, 2000 157-8

Figura 157.4 - Esquema do canal para aplicação do Método de Muskingum. Observar o prisma e a cunha. Fonte: Chaudhry, 1993 Isto pode ser escrito da maneira usual de aplicação do Método de Muskingum, sendo S o armazenamento, I a vazão na entrada e Q a vazão no ponto considerado. S= K.Q +K.X (I Q)] S= K [X. I + (1 X) Q] Sendo: S= volume; I= vazão na entrada (m 3 /s); Q= vazão na saída (m 3 /s); K= constante do travel time (tempo de trânsito ou tempo de translação) X= fator entre 0 e 1,0. O mais usado é X= 0,2 (McCuen, p.603). Usualmente o valor de X está entre 0,1 e 0,3 (Handbook of Hydrology, capítulo 10). Para o intervalo de tempo t: (S 2 S 1 )/ t = (I 1 + I 2 )/2 - (Q 1 + Q 2 )/2 Após as simplificações obtemos: Sendo: Q 2 = C o I 2 + C 1 I 1 + C 2 Q 1 A= 2 (1-X) + t /K C 0 = [( t / K) 2X]/ A C 1 = [( t / K) + 2X]/ A C 2 = [2 (1- X) -( t / K)]/ A Sendo que: C 0 + C 1 + C 2 = 1,00 Uma das dificuldades de se aplicar o método de Muskingum é adotar t, K e X. Usualmente X= 0,2 para canais naturais. 157-9

157.4 Bibliografia e livros consultados -UEHARA, KOKEI. Métodos de cálculos de vazõs máximas, médias e mínimas em bacias hidrográficas no Estado de São Paulo. DAEE, 1994. 157-10