Introdução. M. R. de Arruda'; A. Moreira": J. C. R. Pereira'

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Transcrição:

Aplicação de Micronutrientes no Guaranazeiro M. R. de Arruda'; A. Moreira": J. C. R. Pereira' Introdução A cultura do guaranazeiro, no que se refere à adubação e nutrição de plantas, possui poucas informações baseadas em pesquisas, o que vem restringindo a produtividade e diminuindo a viabilidade econômica da cultura. A maior parte das pesquisas realizadas nesta área, concentrou-se na década de 80, utilizando-se plantas originadas de sementes, o que muitas vezes tornou os resultados obtidos inconclusivos. Na década de 90, a pesquisa com o guaranazeiro concentrou-se no melhoramento genético, pois este era o fator mais limitante à evolução da cultura na região Norte. Ao final da década de 90, materiais geneticamente melhorados, resistentes a doenças, em particular à antracnose, começaram a ser disponibilizados pela Embrapa, tornando o manejo da cultura, e principalmente a adubação, o novo desafio a ser enfrentado. As recomendações de adubação para o guaraná são feitas, na maioria das vezes, empiricamente, sendo essas baseadas em exigências de outras culturas, como o cacau (Cravo et al., 1999). Castro (1992), verificou que a elevada variabilidade genética dos guaranazais provenientes de sementes, interferiu consideravelmente nos resultados dos experimentos. Isso porque, muitas vezes não se conseguia diferenciar o resultado do tratamento aplicado, com o comportamento peculiar de cada genótipo dentro do experimento. Em relação especificamente aos micronutrientes, as informações são ainda mais escassas, havendo apenas os trabalhos de Chepote et ai. (1984) e Cruz et ai. (1980), sobre sintomatologia. Na ausência de estudos com micronutrientes, recomenda-se, a aplicação de 1,0 grama de boro e 2,0 gramas de zinco por planta ao ano (Embrapa, 1998). Em razão das dificuldades de transporte, encontradas nas comunidades ribeirinhas ou em áreas distantes das cidades, e consequentemente da disponibilidade de fertilizantes com pouco volume de vendas, aplica-se micronutrientes na forma de fritas, sendo o FTE BR 12 o produto comercial mais utilizado, por ser o mais encontrado no mercado. o objetivo desse trabalho foi o de avaliar a resposta à aplicação de fritas, no plantio, em mudas no viveiro e plantas com um ano de idade do guaranazeiro. 'Pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Manaus-AM, murilo.arruda@cpaa.embrapa.br 'Pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, São Carlos-SP.

M, R, de Arruda et. ai. Resultados e Discussão A aplicação de 10 gramas do coquetel de micronutrientes na cova, causou a morte rápida de todas as mudas de guaranazeiro, até 30 dias após o plantio. Em um novo plantio, repetido nas mesmas covas, aproximadamente 60 dias após o primeiro, o índice de mortalidade também foi de 100% das mudas. Nas plantas com um ano de idade apareceram sintomas de fitotoxidez, com senescência de parte das folhas mais velhas, sintomas observados também nas folhas mais jovens de algumas plantas. No viveiro, as mudas que receberam a dose de 2,5 gramas de fritas por quilo de solo não apresentaram sintomas de fitotoxidez, enquanto nas doses de 5, 15 e 30 gramas, houve senescência e queima de todas as folhas maduras, permanecendo apenas aquelas recém lançadas. Assim como nas mudas plantadas no campo e naquelas com um ano de idade, nas mudas no viveiro os sintomas começaram a aparecer nas folhas mais velhas entre cinco e seis dias após a aplicação do fertilizante. Inicialmente, os sintomas se caracterizaram por pontuações escuras circundadas por um halo amarelo, entre as nervuras secundárias, evoluindo para um amarelecimento geral dos folíolos. A seguir, a margem dos folíolos começaram a mostrar-se queimadas, generalizando-se posteriormente, culminado com sua queda (Fig. 1). Para as doses de 15 e 30 gramas, as mudas morreram, após a queda das folhas. De acordo com Bergmann (1992), os sintomas de toxidez de boro nas plantas ocorrem nas folhas mais velhas, inicialmente com amarelecimento nas margens da folhas, para posterior aparecimento de lesões necróticas, que coalescem, até causar a morte de toda a folha. Brown & Hu (1997) verificaram ainda que, nas espécies em que o boro é móvel no floema, o seu excesso pode causar defeitos nos frutos, como necrose interna e na casca e morte de ramos. A análise foliar das plantas com um ano de idade (Tabela 2) mostrou que nas folhas que não apresentavam sintomas de fitotoxidez, a concentração de B era de 105 rnqkq", enquanto que naquelas com sintomas, a concentração de boro era de 190 rnqkq'. Em relação aos outros micronutrientes, a suas respectivas concentrações, se encontravam dentro do esperado para o guaranazeiro. Após a queda das folhas, as plantas lançaram novos ramos, e entraram em produção a partir de setembro de 2005, não tendo sido verificada a morte de nenhuma delas. 237

M. R. de Arruda et. ai. Tabela 3. Concentração de micronutrientes nas folhas de guaranazeiro, submetidos a diferentes doses de coquetel de micronutrientes, em gramas por quilo de solo. Dose Boro Cobre Ferro Manganês Zinco g.kg" mq.kq' O 16,3 a 8,0 a 71 a 21,7 a 41,7 a 2,5 133,7 b 12,0 a 75 a 23,3 a 45,0 ab 5 322,7 c 13,3 a 82 a 29,7 a 54,0 ab 15 349,7 c 15,0 a 154 a 64,7 a 145,3b 30 351,7 c 35,3 a 261 b 33,0 a 76,7 ab A análise de regressão entre dose de B aplicado no solo e a concentração na folha, puderam ser explicadas por uma equação quadrática (Fig. 2), em que a concentração de B na folha, tende a se estabilizar em 300 mg kq', aproximadamente. A concentração de até 130 mq.kq de boro nas folhas, não provocaram sintomas de fitotoxidez. Mariano et ai. (2000) mostraram que para o feijoeiro os níveis críticos superiores do teor de boro na planta variaram de 143 a 199 mq.kq', e os inferiores de 44 a 68 rnq.kq'. Ribeiro et ai. (1999) mostraram valores de referência para 53 culturas, em que a concentração de B nas folhas variou de 15 a 100 rnq.kq para a maioria delas. Fig. 2. Concentração de boro nas folhas do guaranazeiro, em função das doses de boro, equivalente em fritas, aplicadas no solo. 239

M. R. de Arruda et. ai. EMBRAPA. Sistema de produção para guaraná. 3. ed. Manaus: EMBRAPA- CPAA, 1998.34 p. (EMBRAPA-CPAA. Documentos, 13). MARIANO, E.D.; FAQUIN, V.; FURTINI NETO, A.E.; ANDRADE, A.T.; MARIANO, 1.0.5. Níveis críticos de boro em solos de várzea para o cultivo do feijoeiro. Pesq. Agropec. Bras. Brasília, v. 35, n.8, p. 1637-1644, ago. 2000 MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants; London, Academic Press Limited, 1986.674 p. MALAVOL TA, E. Elementos de nutrição mineral de plantas. São Paulo, Editora Agronômica Ceres 1980. 255 p. RIBEIRO, A. C.; GUIMARAES, P. T. G.; ALVAREZ VENEGAS, V. H. (Ed.). Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais - 58 aproximação. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999.359 p. 241

J. C. R. Pereira et. ai. Tabela 2. Valores médios de severidade (%) do superbrotamento em clones de guaranazeiro em dois ecossistemas. Clones ' Mata 2 Capoelra" Clones ' Mata 2 Capoeira" 217 34,0 A a 28,9 A a 601 13,9 A bc 5,0 A bc 222 36,6 A a 0,4 B b 605 2,8 A bc 1,4 A c 223 51,1 A a 8,8 B ab 607 11,4 A bc 19,2 A ab 224 31,3 A a 5,9 B ab 609 10,4 A bc 4,6 A bc 225 34,5 A a 4,4 B ab 610 17,8 A b 10,5 A abc 227 32,2 A a 8,2 B ab 611 1,7 A c 0,4 A c 228 39,3 A a 9,7 B ab 612 16,8 A b 4,5 B bc 274 57,7 A a 28,1 A a 613 63,0 A a 30,6 B a 276 28,3 A a 9,1 A ab 619 10,9 A bc 3,2 A bc 624 1,6 A c 0,4 A c CV% 48,32 CV% 61,17 626 2,2 A bc 2,1 A c 631 15,7 A bc 1,1 B c 648 4,6 A bc 4,6 A bc 'Numeração dos clones segundo Programa de Melhoramento Genético do Guaraná. Embrapa Amazônia Ocidental. 'Médias seguidas por letras maiúsculas na linha e minúscula na coluna, diferem entre si a 1 % de probabilidade pelo teste de Tukey (apresentação dos dados originais, análise estatística realizada utilizando a transformação dos dados pela fórmula). A existência de interação clone-ambiente, poderia indicar que a existência no ambiente de mata, condições predisponentes à ocorrência ou dispersão da doença, e/ou a presença de plantas reservatório que funcionassem como hospedeiras alternativas deste, quando F. decemcellulare é um patógeno polífago. Entretanto, não se pode descartar a possibilidade da introdução aleatória da doença no ambiente de mata através de mudas infectadas, na medida em que não se conhece o período latente do patógeno que coloniza basicamente tecido meristemático. A leitura dos resultados deste trabalho permite inferir da existência de ruveis variados de resistência ao superbrotamento do guaranazeiro o que permite a recomendação de clones resistentes como estratégia de controle da doença. Por outro, para os clones classificados como resistentes, ou seja com severidade da doença variando de 10% até 20% da copa atacada torna-se necessário associar como estratégia de controle complementar, a poda fitossanitária em períodos regulares, com a remoção das partes infectadas conforme preconizado por Araújo et ai. (2005). 38

J. C. R. Pereira et. ai. Literatura Consultada ARAÚJO, J. C. A.; PEREIRA, J. C. R.; GASPAROTTO, L.; ARRUDA, M. R.; RIBEIRO, J. R. C.; NASCIMENTO FILHO, F. J.; ATROCH, A. L.; SANTOS, L. P. Poda fitossanitária no controle do superbrotamento do guaranazeiro. Embrapa Amazônia Ocidental, 2005. Manaus, Am, 2005. Comunicado Técnico, 32, 2p. BATISTA, M. F.; BOLKAN, H. A. Superbrotamento do Guaranazeiro. Fitopatol.braa.V. 7:315-317,1982. DUARTE, M. L.. R.; ALBUOUEROUE, F. C. Doença do guaranazeiro. In: DUARTE, M. L. R. (Ed.). Doenças de Plantas no Trópico Úmido Brasileiro. 1- Plantas Industriais. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 1999, pp 89-121. 39