Gerenciamento de Riscos Risco de Liquidez
5. Risco de Liquidez O Risco de Liquidez assume duas formas distintas, porém intimamente relacionadas: risco de liquidez de ativos ou de mercado e risco de liquidez de funding ou de fluxo de caixa. O primeiro deles surge quando uma transação não pode ser conduzida aos preços vigentes de mercado devido ao fato de que o volume envolvido ser muito elevado em relação aos volumes normalmente transacionados e varia de acordo com os tipos de ativos, mercados em que são negociados e ao longo do tempo em função das condições de mercado. Já o risco de liquidez de fluxo de caixa está relacionado com o surgimento de dificuldades para cumprir com as obrigações contratadas nas datas previstas. Estas dificuldades podem levar a liquidações antecipadas e desordenadas de ativos aumentando a exposição ao risco de liquidez de mercado. 5.1. Estrutura Organizacional A Diretoria Adjunta de Riscos e Controles é a responsável, no âmbito da consolidação dos indicadores de liquidez utilizados no Banif Banco Internacional do Funchal (Brasil), S.A. (Banco Comercial) e Banif - Banco de Investimento (Brasil), S.A. (Banco de Investimento). Não obstante, os Bancos Comercial e de Investimento possuem equipes e procedimentos para avaliar a liquidez das operações constantes em seus respectivos balanços. Esta estrutura permite que se tomem decisões estratégicas com agilidade e confiança, sendo compatível com a natureza das operações, a complexidade dos produtos e a dimensão da exposição ao risco de liquidez das instituições e do conglomerado como um todo. A estrutura de gerenciamento do risco de liquidez deve: Prever políticas e estratégias para o gerenciamento do risco de liquidez claramente documentadas, que estabeleçam parâmetros e limites para assegurar níveis de liquidez considerados aceitáveis pela instituição; Estabelecer um processo e mensuração e monitoramento de liquidez e gerar relatórios tempestivos para a diretoria; Realizar, com periodicidade mínima anual, de testes de aderência às políticas, procedimentos e dos sistemas. Identificar previamente os riscos inerentes a novas atividades e produtos e análise prévia de sua adequação aos procedimentos e controles adotados pela instituição. Realizar simulações de condições extremas de mercado (teste de estresse), inclusive da quebra de premissas, cujos resultados devem ser considerados ao estabelecer ou rever as políticas e limites. 2
5.2 Política Institucional A Alta Administração é responsável pela definição da política institucional, estabelecendo as estratégias e diretrizes a serem seguidas pela Gerência de Risco de Liquidez. A Alta Administração deve ser informada regularmente da situação de liquidez em que as Instituições se encontram e se existem alterações significativas em sua posição atual de liquidez ou perspectivas para tal. Cabe observar que todos os limites estabelecidos são devidamente formalizados às respectivas áreas de negócio e administração. 5.3 Operacionalização A Diretoria Adjunta de Riscos e Controles considerando as diretrizes emanadas através da Resolução CMN 2.804, do Conselho Monetário Nacional, definiu que será de responsabilidade da Gerência de Risco tornar efetiva a implementação da estrutura de gerenciamento do risco de liquidez. A respectiva estrutura deve prever políticas e estratégias para o gerenciamento do risco de liquidez claramente documentadas, com o estabelecimento de premissas, hipóteses, limites e procedimentos destinados a manter a exposição ao risco de liquidez em níveis considerados aceitáveis pela instituição. De forma a controlar e respaldar a Alta Administração com informações relevantes para a tomada de decisão, a área de Risco utilizar-se-á do sistema operacional MAPS, relatórios diários e mensais, cujas adequações estão sob sua gestão. 5.4 Responsabilidade pela Gestão de Risco de Liquidez As responsabilidades pela gestão do Risco de Liquidez são distribuídas entre os seguintes órgãos e comitês: Conselho de Administração, Diretoria, Superintendência de Risco, Gerência de Risco e Comitê de Risco. 5.4.1 Conselho de Administração Competem ao Conselho de Administração as seguintes responsabilidades: Aprovar e revisar com periodicidade anual, as políticas e as estratégias para o Aprovar a indicação do Diretor Responsável e a estrutura organizacional para implementação do 3
Estabelecer o apetite ao risco de liquidez, objetivando o envolvimento e o incentivo necessários para manter as boas práticas nos processos de definição, aprovação e execução das diretrizes fornecidas; Garantir o cumprimento das exigências dos Órgãos Reguladores; Estabelecer o nível de tolerância ao risco e conhecer os riscos a que estão passíveis as linhas de negócio da instituição. 5.4.2 Diretoria Competem à Diretoria as seguintes responsabilidades: Endossar o nível de tolerância ao risco definido pelo Conselho de Administração, por meio do conhecimento dos riscos a que estão passíveis as linhas de negócio da instituição; Ter ciência das políticas e procedimentos formalmente adotados para o Garantir o cumprimento das exigências dos Órgãos Reguladores; Manutenção dos Indicadores de Liquidez em níveis confortáveis à operação dos Bancos Comercial e de Investimento. 5.4.3 Áreas de Risco As responsabilidades das Áreas de Risco do Banco Comercial e Banco de Investimento são: Garantir que a estrutura de gerenciamento de Risco de Liquidez possibilite a identificação, a avaliação o monitoramento e o controle do risco de liquidez de forma precisa e tempestiva; Estabelecer padrões e procedimentos de gestão de risco, em conformidade com as melhores práticas internacionais e com as normas vigentes; Avaliar a necessidade de obtenção de ferramentas quantitativas mais avançadas; Desenvolver e validar modelos de risco, apreçamento e simulação; Documentar e informar a Alta Administração sobre a posição de liquidez e monitorar eventos e fatores internos e externos que possam exercer alguma influência no nível de liquidez; Preparar e divulgar informações sobre o Risco de Liquidez aos Órgãos Reguladores e Supervisores, à Alta Administração e às Unidades de Negócios Internas; Estabelecer procedimentos, parâmetros e limites para gerenciar o risco de liquidez para assegurar que o nível de liquidez seja mantido em qualquer tempo. 5.4.4 Comitê de Risco As principais atribuições deste Comitê são: 4
Reunir-se mensalmente para discussão das condições de liquidez atuais; Aprovação das políticas e procedimentos formalmente adotados para o Gerenciar pró-ativamente o Risco de Liquidez, por meio do recebimento de informações tempestivas sobre a posição de liquidez. 5.5 Fluxo de Caixa A modelagem de fluxo de caixa visa verificar o fluxo de caixa temporal de todos os ativos (principal e juros) e passivos, de acordo com as características das transações das instituições. A análise de fluxo de caixa é utilizada na avaliação da liquidez da instituição, uma vez que permite mapear todos os ativos e passivos da instituição no horizonte de tempo. O risco de liquidez está associado à possibilidade de insuficiência de recursos (entradas de caixa) para cobrir as obrigações (saídas de caixa) da instituição em cada uma das datas em análise. Na análise de liquidez, o valor esperado dos ativos deve levar em consideração não apenas os preços dos ativos, mas também a quantidade que pode ser convertida em caixa no prazo em consideração. Uma simulação do Fluxo de Caixa ao longo do tempo permite aos gestores da instituição antecipar necessidades futuras de liquidez, possibilitando a utilização de medidas corretivas em tempo hábil. A modelagem de fluxo de caixa visa a verificar o fluxo de caixa temporal de todos os ativos (principal e juros) e passivos, de acordo com as características das transações da instituição. A análise de fluxo de caixa é utilizada na avaliação da liquidez da instituição, uma vez que permite mapear todos os ativos e passivos da instituição no horizonte de tempo. Partindo-se da data de análise, a instituição deverá ter ativos suficientes para cobrir os passivos, ou seja, o valor esperado de cada um dos fluxos abaixo deve ser maior que zero. O risco de liquidez está associado à possibilidade de insuficiência de recursos (ativos) para cobrir as obrigações (passivos) da instituição em cada uma das datas em análise. Isto equivale a dizer que, potencialmente, alguns fluxos podem ser negativos, indicando saída de caixa. Na análise de liquidez, o valor esperado dos ativos deve levar em consideração não apenas os preços dos ativos, mas também a quantidade que pode ser convertida em caixa no prazo em consideração. 5