ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE SOLO CULTIVADO COM ALFACE E COENTRO EM DIFERENTES SISTEMAS DE PLANTIO

Documentos relacionados
SISTEMAS DE CULTIVOS E FONTES ALTERNATIVAS DE ADUBAÇÕES NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE ALFACE E COENTRO

ESTUDO ECONÔMICO DO CULTIVO DA ALFACE E DO COENTRO SOB EFEITO DE ADUBAÇÕES ORGANOMINERAIS INTRODUÇÃO

FONTES DE ADUBAÇÃO VERDE E MINERAL NA CULTURA DA ALFACE

EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA E TIPOS DE ADUBAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE PIMENTÃO VERMELHO

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de alface

APLICAÇÃO DE SULFATO DE AMÔNIO COMO FONTE DE NITROGÊNIO NA CULTURA DA ALFACE

Adubação orgânica do pepineiro e produção de feijão-vagem em resposta ao efeito residual em cultivo subsequente

Resposta da Cultura do Milho Cultivado no Verão a Diferentes Quantidades de Calcário e Modos de Incorporação

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

Crescimento e produtividade de cenoura em função de doses de nitrogênio e épocas de plantio.

V Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de novembro de 2012

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de tomate

AVALIAÇÃO DA FITOMASSA E COMPRIMENTO DAS RAÍZES DA MAMONEIRA BRS NORDESTINA INFLUENCIADOS PELA FERTILIZAÇÃO ORGÂNICA

ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE MUDAS DE MORINGA (Moringa oleífera Lam.) ADUBADAS COM ESTERCO BOVINO

RENDIMENTO DE FEIJÃO CULTIVADO COM DIFERENTES FONTES DE ADUBOS VERDES NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE COBERTURA NITROGENADA.

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

BIOCARVÃO E HÚMUS COMO ADUBAÇÃO ORGÂNICA NA PRODUÇÃO DE RÚCULA EM CANTEIRO

RESPOSTA DE MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis À ADUBAÇÃO, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

DISPONIBILIDADE DE MACRONUTRIENTES EM LATOSSOLO APÓS O USO DE ADUBAÇÃO VERDE

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MATERIAL HÚMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA

ADUBAÇÃO NITROGENADA DE COBERTURA E FOLIAR ASSOCIADAS A DOIS TIPOS DE COBRETURA MORTA NA PRODUTIVIDADE DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris)

PRODUÇÃO DE MUDA DE MAMONEIRA EM SUSTRATOS CONTENDO DIFERENTES RESÍDUOS ORGÂNICOS E FERTILIZANTE MINERAL

RENDIMENTO DE VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI (Vigna unguiculata L., Walp) ADUBADAS COM PÓ DE ROCHA NO SEMIÁRIDO PARAIBANO

MANEJO DO SOLO PARA O CULTIVO DE HORTALIÇAS

Doses de potássio na produção de sementes de alface.

PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ÉPOCAS DE PLANTIO

Uso de Adubação Verde em Videira no Submédio São Fran is o

Produtividade de cenoura em policultivos de base ecológica e monocultivo em sistema convencional

Produtividade de Genótipos de Feijão do Grupo Comercial Preto, Cultivados na Safra da Seca de 2015, no Norte de Minas Gerais.

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CULTIVO DO TOMATEIRO IRRIGADO *

EFEITO DO SOMBREAMENTO E APLICACÃO DE BIOFERTILIZANTE BOVINO EM PLANTAS DE BETERRABA

Partição de Assimilados em Crotalaria juncea sob Dois Espaçamentos de Cultivo

IX Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí IX Jornada Científica

ADUBAÇÃO DA MAMONEIRA DA CULTIVAR BRS ENERGIA.

Produção de sementes Espaçamento entre as linhas (cm)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MA TO GRO S SO DO SUL

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO SOB INFLUÊNCIA DA MATÉRIA ORGÂNICA DE EFLUENTE DAS FOSSAS SÉPTICAS BIODIGESTORA.

RESPOSTA DO MILHO A NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO E DOSES DE CÁLCIO*

Coberturas vegetais vivas do solo para bananeira

ARRANJOS ESPACIAIS NO CONSÓRCIO DA MANDIOCA COM MILHO E CAUPI EM PRESIDENTE TANCREDO NEVES, BAHIA INTRODUÇÃO

Corretivos Adubos e Adubações. Prof. ELOIR MISSIO

Adubação do Milho Safrinha. Aildson Pereira Duarte Instituto Agronômico (IAC), Campinas

Correção da acidez subsuperficial no plantio direto pela aplicação de calcário na superfície e uso de plantas de cobertura e adubação verde

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

ANALISE DE PRODUÇÃO DA ALFACE AMERICANA E CRESPA EM AMBIENTES DIFERENTES

CARACTERÍSTICAS FITOTÉCNICAS DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) EM FUNÇÃO DE DOSES DE GESSO E FORMAS DE APLICAÇÃO DE GESSO E CALCÁRIO

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA NA CULTURA DA RÚCULA EM CULTIVO ORGÂNICO INTRODUÇÃO

Palavras-chave: Oryza sativa, produção orgânica; composto orgânico; Vigna unguiculata

INTERFERÊNCIA DA VELOCIDADE E DOSES DE POTÁSSIO NA LINHA DE SEMEADURA NA CULTURA DO MILHO

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

Milho consorciado com plantas de cobertura, sob efeito residual de adubação da cultura da melancia (1).

RECUPERAÇÃO DE PASTAGEM DEGRADADA ATRAVÉS DO CONSÓRCIO COM FEIJÃO GUANDU

Manejo da adubação nitrogenada na cultura do milho

RESPOSTA DA RÚCULA EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

ATRIBUTOS AGRONÔMICOS DA CULTURA DO MILHETO EM SISTEMA AGROECOLÓGICO SUBMETIDAS A DIFERENTES ADUBAÇÕES ORGÂNICA

Palavras-Chave: Adubação mineral. Adubação orgânica. Cama de Peru. Glycine max.

REDUÇÃO DA SALINIDADE E DA SODICIDADE EM SOLOS IRRIGADOS: AÇÃO DA IRRIGAÇÃO, LAVAGEM, CORRETIVOS QUÍMICOS E INSUMOS ORGÂNICOS

USO DE LEGUMINOSAS NA RECUPERAÇÃO DE SOLOS SOB PASTAGENS DEGRADADAS, EM GURUPI-TO. Danilo Silva Machado¹; Saulo de Oliveira Lima²

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA- PESCA E AQUICULTURA FUNDAÇÃO AGRISUS RELATÓRIO PARCIAL-01/10/2016

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO MAIS FÓSFORO APLICADOS NO PLANTIO

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

NITROGÊNIO NO TECIDO VEGETAL DE PLANTAS HIBERNAIS E ESTIVAIS

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM TERESINA PIAUÍ EM MONOCULTIVO E CONSORCIADOS COM FEIJÃO-CAUPI*

Acúmulo de macronutrientes em roseiras em função do manejo do solo

Categoria Trabalho Acadêmico\Resumo Expandido ANÁLISE DO USO DE ADUBO ORGÂNICO NO CULTIVO DE GIRASSOL

EFEITO DA APLICAÇAO DE MICROGEO NA QUALIDADE FÍSICA DO SOLO EM ÁREAS DE PRODUÇÃO DE GRÃOS SOB PLANTIO DIRETO

Leonardo Henrique Duarte de Paula 1 ; Rodrigo de Paula Crisóstomo 1 ; Fábio Pereira Dias 2

EFEITO DA ADUBAÇÃO BORATADA NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE GIRASSOL

AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUO ORGÂNICO E ADUBAÇÃO FOSFATADA NO CULTIVO DE GERGELIM (Sesamum indicum L. cv. Trhébua)

Experimento Correção de P (safra 2010/11 a 2015/16)

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DA CENOURA CV. BRASÍLIA SOB DIFERENTES AMBIENTES DE CULTIVO E DOSES DE BIOFERTILIZANTE

Produção de coentro em função de fontes e doses de nitrogênio

EFICIÊNCIA AGRÔNOMICA, DE ESTIRPES DE RIZOBIO NATIVO DO CERRADO DO TOCANTINS INOCULADOS EM FEIJÃO-CAUPI

TÍTULO: EFEITOS DA PROFUNDIDADE DE PLANTIO NA GERMINAÇÃO E PRODUÇÃO DE MASSA DO CAPIM BRAQUIARÃO ADUBADO NO PLANTIO

MATÉRIA SECA DE PLANTAS DE COBERTURA DO SOLO DE PRIMAVERA/VERÃO 1 DRY MATTER OF COVER CROPS PLANTS OF SPRINGER/SUMMER

Comunicado 184 Técnico

CÁLCULOS DE FECHAMENTO DE FORMULAÇÕES E RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO

CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM REGIÃO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

11/ - CONSORCIAÇÃO MILHO-FEIJÃO

Policultivos de coentro x beterraba x rúcula: Avaliação uni e multivariada da eficiência agronômica/biológica

ANAIS. Artigos Aprovados 2014 Volume I ISSN:

Planejamento e instalação de pomares

TEORES DE AMIDO EM GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA

PRODUTIVIDADE DA BATATA, VARIEDADE ASTERIX, EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ-SC

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO

Desenvolvimento de rabanete (Raphanus sativus L.) sob sistema convencional de cultivo em resposta a diferentes fontes de matéria orgânica.

CEP , Aquidauana, MS. 3 UNESP Ilha Solteira, Rua 3, nº 100, CEP , Ilha Solteira, SP.

Impacto Ambiental do Uso Agrícola do Lodo de Esgoto: Descrição do Estudo

Nº17, Dez./97, p.1/6 COMUNICADO TÉCNICO AVALIAÇÃO DO CONSÓRCIO DE CENOURA COM ALFACE EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO 1

TÍTULO: AVALIAÇÃO REGIONAL DE CULTIVARES DE FEIJÃO NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

FLORORGAN EM FEIJOEIRO

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

Transcrição:

ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE SOLO CULTIVADO COM ALFACE E COENTRO EM DIFERENTES SISTEMAS DE PLANTIO Laíza Gomes de Paiva 1 ; Caciana Cavalcanti Costa 2 ; Jussara Silva Dantas 3 ; José Jaciel Ferreira dos Santos 4 ; 1 Aluna de Mestrado do Programa de Pós Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Semiárido, laizagomes@outlook.com; 2 Professora e Orientadora da Universidade Federal de Campina Grande, UAGRA/CCTA/UFCG, costacc@ccta.ufcg.edu.br; 3 Professora da Universidade Federal de Campina Grande, UACTA/CCTA/UFCG jussarasd@yahoo.com.br; 4 Aluno do PET Agronomia da Universidade Federal de Campina Grande, UAGRA/CCTA/UFCG, jacielagro@hotmail.com Resumo: Os sistemas consorciados de hortaliças têm se destacado por apresentar inúmeros benefícios para o produtor e para o meio ambiente, pois nesse sistema há uma maior produção de alimentos por unidade de área, além da redução de produtos químicos, devido uma maior diversidade das culturas envolvidas. Além disso, os resíduos vegetais e animais podem ser utilizados nesse sistema de cultivo, uma vez que apresentam melhoria na qualidade do solo e reduz os custos com insumos externos que prejudicam o meio ambiente. A manutenção e a melhoria dos atributos do solo influenciam diretamente na produção agrícola e na qualidade ambiental principalmente em regiões tropicais. Assim, a preservação da matéria orgânica torna-se bastante relevante. Desta forma, objetivou-se avaliar características físicas e químicas do solo cultivado com alface e com coentro em sistema consorciado e em monocultivo sob diferentes tipos de adubação. O experimento foi conduzido no Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar (CCTA) da Universidade Federal de Campina Grande, município de Pombal-PB. As amostras coletadas foram provenientes de solo com as seguintes adubações: Adubação orgânica (Esterco Bovino); Adubação Verde (Feijão Guandu); Adubação orgânica mista (Esterco e Feijão Guandu); Adubação Mineral; Adubação organomineral (Esterco bovino e Adubo mineral) e Adubação Verde mista (Incorporação de vegetação espontânea. Para todas estas adubações foi utilizado o cultivo de alface e coentro em sistema consorciado e monocultivo. Para a caracterização física e química do solo em relação à densidade do solo, porosidade total, umidade e carbono orgânico foram coletadas amostras antes, aos 30 (antes da implantação das culturas no campo) e 60 aos dias após a dos adubos ao solo, período que coincidiu com a colheita das espécies. As análises físicas e químicas foram realizadas no Laboratório de Solos e Nutrição de Plantas da Universidade Federal de Campina Grande, em Pombal, PB. A densidade do solo diminuiu quando o solo foi adubado com adubação verde ou orgânica. Os adubos orgânicos e verdes incrementaram os teores de carbono orgânico no solo com o passar do tempo. Palavras-chave: Cajanus cajan; adubo verde; esterco bovino; densidade do solo; carbono orgânico. Introdução Com o crescente aumento do consumo de hortaliças e consequentemente aumento da área para se produzir estas, cresce também a demanda por novas tecnologias de produção. Nesse sentido, é de fundamental importância que se busquem alternativas que reduzam os impactos ao meio ambiente e promovam ganhos de produtividade. A adoção de sistemas de produção sustentáveis e conservacionistas tem contribuído para a melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo, refletindo positivamente no aumento de produtividade das culturas (CARDOSO et al., 2014). O consórcio de hortaliças tradicionalmente proporciona o aproveitamento mais eficaz dos recursos naturais diminuindo o uso de insumos químicos sintéticos, promovendo equilíbrio

ecológico e melhoria nos índices agronômicos, o que conduz ao melhor usufruto de nutrientes oriundos da adubação, maximizando a utilização do solo agrícola (PIMENTEL, 2009). Com isto, a consorciação está atraindo o interesse em regiões tropicais, pela afirmação de que ela pode favorecer aumentos de rendimentos e eficiência do sistema de cultivo de hortaliças de maneira ecologicamente sustentável (BEZERRA NETO et al., 2007). De acordo com Moreira e Siqueira (2006), a matéria orgânica desempenha papel fundamental nas funções do solo, e por isso é considerada a principal característica indicadora da sua qualidade por apresentar forte inter-relação com quase todas as características físicas, químicas e biológicas do solo, exercendo forte influência na sua capacidade produtiva e impactando intensamente a nutrição das plantas e produção agrícola. O uso de materiais orgânicos, por serem fontes de nutrientes e por beneficiar as propriedades do solo, são amplamente recomendados e produz respostas positivas na produção de hortaliças (KIEHL, 2010). Santos et al. (2016) estudando a influência de espécies leguminosas utilizadas como adubos verdes sobre as propriedades químicas do solo, observaram que o feijão guandu se sobressai de outras espécies mais comum, como o feijão vagem (Phaseolus Vulgaris) e o feijão caupi (Vigna Unguiculata) no que diz respeito ao acúmulo de nutrientes no solo, especialmente do Na +2, do Ca +2 e do Mg +2, aos trinta e aos sessenta dias após sua. Além de apresentar resultados significativos em relação ao feijão vagem quanto ao teor de matéria orgânica (M.O.) e de nitrogênio (N) com efeito acumulativo em dois ciclos de alface. Objetivou-se avaliar as características físicas e químicas do solo cultivado com alface e coentro em sistema consorciado e em monocultivo sob diferentes tipos de adubação. Metodologia O experimento foi conduzido no período de dezembro de 2015 à junho de 2016 no Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar (CCTA) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), município de Pombal-PB, localizado geograficamente na latitude 06 46 13 S e longitude 37º 48 06 W, com altitude de 184 metros (CAMPOS; QUEIROZ, 2006). O clima do município, segundo a classificação de Koopen, é do tipo Bsh, que representa clima quente e úmido com chuvas de verão/outono, com precipitação média de 800 mm ano -1. O solo da área experimental foi classificado como Luvissolo Crômico Órtico típico (EMBRAPA, 2013).

Os solos avaliados foram provenientes do cultivo de alface e coentro em sistema consorciado e monocultivo e tipos de adubações: Adubação orgânica (Esterco Bovino); Adubação Verde (Feijão Guandu); Adubação orgânica mista (Esterco Bovino e Feijão Guandu); Adubação Mineral; Adubação organomineral (Esterco bovino e Adubo mineral) e Adubação verde mista (Incorporação de vegetação espontânea). A área experimental foi preparada mecanicamente com uma aração e o levantamento dos canteiros, que foram feitos de forma manual e, em seguida, divididos em parcelas. Cada parcela foi de 1,20 m de comprimento por 1,20 m de largura e 0,30 m de altura, o que representa 1,44 m² de área total. A alface (cultura principal) foi transplantada, nos dois cultivos, no espaçamento de 0,30 m entre linhas e 0,25 m entre plantas, em ambos os sistemas de cultivo. Tanto nos consórcios como nos monocultivos o espaçamento do coentro foi de 0,25 m entre linhas. A cultura do coentro em monocultivo foi implantada no canteiro com cinco linhas de cultivo e, com três no cultivo consorciado, sendo neste último sistema de cultivo instalado nas entrelinhas da alface. Não houve controle do espaçamento entre plantas para o coentro, uma vez que a prática do desbaste de plantas para esta cultura não é corriqueiro na região. Portanto, uniformizou-se a quantidade de sementes distribuídas por metro linear de sulco, seguindo a recomendação de Sousa (2008) que é de 3 g de sementes por metro linear de sulco. Foram utilizadas sementes das cultivares Cristina e Verdão, respectivamente, da alface e do coentro. A implantação das culturas ocorreu de duas formas: para a cultura da alface foi realizada a formação de mudas, provenientes de semeio em bandeja em poliestireno expandido de 288 céluas, preenchidas com substrato comercial Basaplant alocando-se três sementes por célula, onde sete dias após o semeio foi realizado desbaste deixando-se uma única planta por célula, as mudas cresceram em ambiente protegido e o transplantio ocorreu de 30 dias após a semeadura, quando a maioria apresentaram cinco folhas definitivas; o coentro foi semeado em sulcos diretamente no canteiro, onde as sementes foram provenientes da quebra do fruto diaquênio, por esmagamento. A leguminosa que foi utilizada na adubação verde foi o feijão guandu (Cajanus cajan), semeada diretamente no canteiro, em linhas de cultivo utilizando o espaçamento de 0,80 x 0,50 m, de acordo com Souza e Rezende (2003). Quando as plantas atingiram o crescimento vegetativo máximo (120 dias após a semeadura DAS), ou seja, início da floração, foram arrancadas, trituradas e incorporadas levemente nos primeiros 15 cm do solo, permanecendo sob irrigação por

30 dias antes da instalação das culturas da alface e do coentro, neste período era realizada uma irrigação diária de 30 minutos. As parcelas que receberam vegetação espontânea foram preparadas concomitantemente com as que receberam a adubação verde, permanecendo em pousio e irrigadas por 30 dias antes da instalação das culturas, posteriormente as plantas ocorrentes foram capinadas e incorporadas na camada superficial do canteiro de 0 a 15 cm. As parcelas que receberam o esterco bovino foram preparadas 15 dias antes da instalação das culturas. As doses foram calculadas com base na recomendação de nitrogênio, segundo de Raij et al. (1997). Para adubação de plantio a dose foi distribuída e incorporada na camada superficial do canteiro de 0 a 15 cm e na ocasião do transplantio foi incorporada a dose com base na recomendação de nitrogênio para a cobertura. As quantidades do esterco foram calculados de acordo com a indicação de Furtini Neto et al. (2001), utilizando-se a seguinte expressão: X=A/(B/100.C/100.D/100). Onde: X = dose de fertilizante orgânico a ser aplicada, kg/ha -1 ; A = dose de N requerida pela cultura, kg ha -1 ; B = teor de matéria seca do fertilizante orgânico, %; C = teor de N na matéria seca do fertilizante orgânico, %; D = índice de conversão de N da forma orgânica para a forma mineral, 50%. A adubação mineral foi realizada com base na análise do solo, seguindo a recomendação de adubação para a cultura principal, baseando-se em Raij et al. (1997). Utilizou-se na adubação de plantio, 40 kg ha -1 de nitrogênio, 200 kg ha -1 de P 2 O 5 e 150 kg ha -1 de K 2 O. Nos consórcios, as adubações de cobertura foram realizadas somente para a cultura principal. No monocultivo foi realizada separadamente para cada cultura segundo as indicações dos mesmos autores. Nas adubações de cobertura, aplicou-se 60 kg ha -1 de N, parcelados em duas vezes aos 10 e 20 dias após o transplantio das mudas de alface. Como fontes de N, P 2 O 5 e K 2 O, foi utilizada ureia, superfosfato simples e cloreto de potássio, respectivamente. Para a caracterização física e química do solo em relação à densidade do solo, porosidade total, umidade e carbono orgânico foram coletadas amostras antes, aos 30 (antes da implantação das culturas no campo) e 60 aos dias após a dos adubos ao solo, período que coincidiu com a colheita das espécies As amostras foram coletadas em campo, nas parcelas com as diferentes adubações e os sistemas de cultivo, na profundidade de 0-15 cm. Em seguida, foram secadas, identificadas e encaminhadas ao Laboratório de Solos e Nutrição de Plantas da Unidade acadêmica de Ciências

Agrárias do CCTA/UFCG, para posteriores análises de acordo com metodologia da Embrapa (DONAGEMA et al., 2011). Resultados e discussão Para os solos, independente dos sistemas de cultivos avaliados, observa-se na Tabela 1 que os valores de densidade do solo diminuíram da época zero dia da até os 60 dias após a nos solos que continham adubação orgânica, adubação verde, adubação orgânica mista e adubação organo mineral. Provavelmente a presença da matéria orgânica proveniente das adubações nestes tipos de solo contribuiu para a redução da densidade do solo, pois Carvalho et al. (2004) afirmam que com o passar do tempo, é de se esperar que a densidade do solo diminua, por causa do aumento do teor de matéria orgânica, o que propicia melhor agregação do solo. Por outro lado, verifica-se que no solo adubado somente com adubo mineral, quer seja no consórcio quer seja no monocultivo, os valores de densidade do solo aumentaram com o passar do tempo. Esse fato está relacionado com a ausência de outro adubo, seja ele o esterco bovino ou adubo verde, por exemplo, ocasionando assim uma maior compactação no solo, o que não é adequado, principalmente em se tratando de solo cultivado com hortaliças. Tabela 1: Densidade aparente e Porosidade aos 0 (zero), 30 e 60 dias após a de Feijão Guandu no solo. Pombal-PB, UFCG/CCTA, 2017. Densidade do solo (g. cm -3 ) Porosidade (%) Tipos de adubações Sistemas de cultivo 0 (zero) dias da 30 dias após a 60 dias após a 0 (zero) dias da 30 dias após a 60 dias após a Adubação Orgânica 1 Consórcio 1,42 1,69 1,27 45 34 50 Monocultivo 1,69 1,56 1,62 36 42 39 Adubação Verde 2 Consórcio 1,49 1,10 1,30 46 59 50 Monocultivo 1,36 1,24 1,26 51 54 53 Adubação Orgânica Mista 3 Consórcio 1,43 1,34 0,87 49 47 66 Monocultivo 1,66 1,11 1,43 39 57 45 Adubação Mineral Consórcio 1,60 1,54 1,63 40 42 39 Monocultivo 1,39 1,56 1,46 48 42 45 Organomineral 4 Monocultivo 1,65 1,74 1,33 38 36 47 Adubação Consórcio 1,42 1,53 1,42 50 42 43

Adubação Verde Mista 5 Consórcio 1,59 1,53 1,54 41 43 43 Monocultivo 1,44 1,58 1,46 49 42 45 1 Esterco bovino; 2 Feijão Guandu; 3 Esterco bovino com Feijão Guandu.; 4 Esterco bovino e Adubo mineral; 5 Vegetação Espontânea Na Tabela 1, verifica-se que os maiores valores (considerando acima de 50%) de Porosidade total foram observados no solo adubado com Esterco bovino (50%), Feijão Guandu (59%) e a mistura entre eles (66%), independente do sistema de cultivo avaliado. Percebe-se que, para os solos com estas adubações foi onde apresentaram os valores de densidade menores. Ou seja, a porosidade é inversamente proporcional à densidade do solo e de grande importância direta para o crescimento de raízes e movimento de ar, água e solutos no solo (REINERT; REICHERT, 2006). Os maiores valores de umidade foram observados quando o solo foi adubado com adubo verde (Feijão Guandu) tanto no consórcio aos 30 dias após a do Feijão Guandu (20%) como no monocultivo da alface (22%) aos 60 dias após a do Feijão Guandu (Tabela 2). O adubo verde utilizado pode ter promovido uma cobertura para o solo, favorecendo assim para manter a manutenção da umidade desse solo. De acordo com Blanco-Canqui; Lal (2009) quanto maior a quantidade de resíduos orgânicos no solo, maior a cobertura da superfície do solo e maior a proteção da estrutura do solo contra perturbações naturais e antropogênicas. Tabela 2: Umidade e Porosidade total aos 0 (zero), 30 e 60 dias após a de Feijão Guandu no solo. Pombal-PB, UFCG/CCTA, 2017. Umidade (%) Carbono orgânico (g. Kg) Tipos de adubações Sistemas de cultivo 0 (zero) dias da 30 dias após a 60 dias após a 0 (zero) dias da 30 dias após a 60 dias após a Adubação Orgânica 1 Consórcio 12 12 16 17,15 16,35 24,12 Monocultivo 8 6 8 13,26 13,82 11,97 Adubação Verde 2 Consórcio 10 20 10 14,81 20,36 23,32 Monocultivo 10 13 22 11,60 14,68 21,29 Adubação Organica mista 3 Consórcio 9 9 9 11,72 19,13 18,51 Monocultivo 10 15 6 11,41 18,57 13,20 Adubação Mineral Consórcio 14 10 11 15,12 13,33 12,40 Monocultivo 10 9 4 9,69 12,96 11,60

Consórcio 12 8 8 12,96 16,23 16,78 Adubação Organomineral 4 Monocultivo 11 6 13 12,83 12,34 19,68 Consórcio 13 8 7 13,88 14,93 11,85 Adubação Verde Mista Monocultivo 10 9 5 13,20 14,75 14,75 1 Esterco bovino; 2 Feijão Guandu; 3 Esterco bovino com Feijão Guandu.; 4 Esterco bovino e Adubo mineral; 5 Vegetação Espontânea Na Tabela 2, observa-se que há um aumento no teor de carbono orgânico a partir dos 30 dias após a do adubo verde, nos consórcios, onde o solo que foi adubado com Feijão Guandu (Adubação verde), esterco bovino (Adubação orgânica), a mistura entre eles (Adubação orgânica mista), além da mistura do esterco bovino com adubo mineral (adubação organo mineral) apresentaram os maiores teores de carbono orgânico no solo 23,32; 24,12; 18,51 e 16,78 g. Kg, respectivamente. Provavelmente, esse aumento nos teores de carbono orgânico deve-se ao fato de ter ocorrido a mineralização destes materiais e, como consequência a liberação do carbono orgânico. Assim, torna-se possível cultivar um segundo ciclo tanto para a alface quanto para o coentro, visto que os valores de carbono orgânico foram superiores aos 60 dias após a do Feijão Guandu. Os consórcios, por apresentarem uma maior cobertura foliar e consequente do solo, podem ter propiciado para que a umidade fosse mantida nos solos, principalmente com estas adubações, favorecendo assim, a manutenção do solo, contribuindo para que houvesse a liberação do carbono. Em relação ao solo onde realizou-se a adubação mineral verifica-se na Tabela 2, que aos 60 dias após a do Feijão Guandu, período que ocorreu a colheita da alface e do coentro, os valores de carbono orgânico (12,40 e 11,60 g. Kg para consórcio e monocultivo, respectivamente) foram inferiores ao comparar com o solo que recebeu a aos 30 dias (13,33 e 12,96 g. Kg para consórcio e monocultivo, respectivamente), onde foi o período da implantação das culturas. É possível que o adubo mineral tenha sido utilizado pelas culturas durante o seu cultivo, associado ao fato de que esse adubo mineral não tenha deixado resíduo no solo quando comparado aos adubo verde e esterco bovino. Conclusões A densidade do solo diminuiu quando o solo foi adubado com adubação verde ou orgânica. Os adubos orgânicos e verdes incrementaram os teores de carbono orgânico no solo com o passar do tempo.

Fomento Referências Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Brasil. BEZERRA NETO, F. et al. Cultivares de rúcula consorciadas com cenoura e alface em faixas alternadas em segundo cultivo. In. 47º CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA. Anais... Porto Seguro: Associação Brasileira de Horticultura ABH, Brasil. 2007. BLANCO-CANQUI.; LAL, R. Corn stover removal impacts on microscale soil physical properties. Geoderma, v.145, p.335 346, 2008. CAMPOS, M. C. C.; QUEIROZ, S. B. Reclassificação dos Perfis Descritos no Levantamento Exploratório-Reconhecimento de Solos do Estado da Paraíba. Revista de Biologia e Ciências da Terra, João Pessoa, v. 6, n.1, p. 45-50. 2006. CARDOSO, R. A. et al. Influência da adubação verde nas propriedades físicas e biológicas do solo e na produtividade da cultura de soja. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 35, n. 2, p. 51-60, 2014. CARVALHO, M. A. C. et al. Adubação verde e sistemas de manejo do solo na produtividade do algodoeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.39, n.12, p.1205-1211, 2004. DONAGEMA, G. K. et al. Manual de Métodos de Análise de Solo. 2. ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2011. 230 p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Rio de Janeiro, Embrapa Solos, 2013. 336p. FURTINI NETO, A. E. et al. Fertilidade do Solo. Lavras: UFLA/FAEPE, 2001. 261p. KIEHL, E. J. Fertilizantes orgânicos. São Paulo: Agronômica Ceres, 1985. 492p. MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e bioquímica do solo. 2. ed. Lavras: UFLA, 2006. PIMENTEL, M. S.; LANA, A. M. Q.; DE-POLLI, H. Rendimentos agronômicos em consórcio de alface e cenoura adubadas com doses crescentes de composto orgânico. Revista Ciência Agronômica, v. 40, n. 1, p. 106-112, 2009.

RAIJ, B. V. et al. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2. ed. Campinas: Instituto Agronômico. 1997. 285p. (Boletim Técnico). REINERT, D. J.; REICHERT, J. M. Propriedades física do solo. Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2006. 18p. SANTOS, J. J. F. et al. Efeito da da adubação verde em diferentes épocas com espécies leguminosas sobre as propriedades químicas do solo. In: IV CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL & VI ENCONTRO NORDESTINO DE BIOGEOGRAFIA (CNEA 2016). Anais... João Pessoa, PB: Giovanni Seabra, p. 1682-1691, 2016. SOUSA, V. L. B. Quebra do Fruto-Semente (Diaquênio) a Densidade de Semeadura na Cultura do Coentro. Monografia de conclusão de curso. Pombal: CCTA/UFCG, P..iI, 2008. SOUZA, J. L. de; RESENDE, P. Manual de hortaliças orgânica. Viçosa: Aprenda Fácil, 2003. 564p.