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Transcrição:

478 AS VIVÊNCIAS RELATIVAS À CIDADANIA NO COTIDIANO DE UMA SALA DE AULA DE ENSINO FUNDAMENTAL: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DO INTERIOR PAULISTA Glenda Roberta Pereira (Uni-FACEF) Profa. Dra. Daniela de Figueiredo Ribeiro (Uni-FACEF) INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, o conteúdo tradicional das disciplinas escolares, bem como os métodos de ensino e disciplinarização aplicados têm sido alvo da crítica de diversos educadores e pesquisadores sociais. Questiona-se a eficácia desse processo e, através de leis e políticas públicas, algumas mudanças na prática pedagógica já têm sido implementadas. O foco dessas medidas é associar a educação escolar à cidadania, preparando o aluno para a vida em sociedade e oferecendo-lhe subsídios para que se torne um cidadão participativo, crítico e reflexivo, agente da transformação social do ambiente em que vive. Pensando nisso, teve início o atual projeto de pesquisa, que procurará relacionar conceitos de cidadania à educação e ao ensino recebido em uma escola pública municipal. Buscar-se-á verificar de que maneira está ocorrendo a formação cidadã, considerando-se que esta formação é chave para o desenvolvimento do pensamento crítico e pela autonomia do aluno, bem como por seu respeito ao próximo, seja em âmbito escolar ou familiar. Para isso, fora selecionada uma escola de ensino básico municipal de uma cidade de porte médio do interior do Estado de São Paulo, situada em região periférica. O objetivo do estudo é investigar como têm sido trabalhados os conceitos de cidadania em sala de aula e se há algum tipo de repercussão em termos de crítica e/ou transformação social. Teoricamente, a pesquisa fundamentar-se-á na leitura de Paulo Freire, baseando-se em seus estudos a respeito da educação e sua influência social. O intuito dessa abordagem é relacionar o poder transformador que a educação oferece, e como pode contribuir para modificação da realidade social. Sua concepção a respeito do homem como criador e transformador do mundo e da cultura também será abordada como referência. Metodologicamente, a pesquisa será dividida em duas etapas, sendo a

479 primeira etapa exploratória e, a segunda, focalizada. Na fase exploratória serão desenvolvidas pesquisa e análise documental, objetivando verificar nos documentos oficiais do município de que maneira as atividades sociais e de cidadania estão previstas para serem trabalhadas com os alunos. Além disso, em um segundo momento, será feita entrevista semi-estruturada com a diretora da escola, buscando definir qual sala de aula é a mais indicada a recepcionar o pesquisador. Ainda em caráter exploratório, serão aplicados aos alunos da sala escolhida um questionário, com o intuito de contextualizar sua realidade familiar e social. A fase focalizada, por sua vez, será dividida em outros dois momentos: entrevistas semi-estruturadas aos professores, com o objetivo de verificar seus conceitos sobre cidadania, e observação participante em sala de aula, onde os alunos serão observados no decorrer das aulas, uma vez por semana, durante seis meses. Buscar-se-á compreender, nesta etapa, o tipo de ensino oferecido, e de que forma ele é absorvido e colocado em prática na sociedade, partindo do comportamento das crianças em sala de aula. Os dados coletados serão analisados por meio de uma análise de conteúdo tradicional. As respostas resultantes serão interpretadas e correlacionadas ao contexto cultural e sócio-econômico mais amplo, e também ao ambiente educacional existente nessa região. 1 CONTEXTO SÓCIO-ECONÔMICO ATUAL Ao se observar o atual cenário econômico-social brasileiro, pode-se caracterizá-lo pela ascensão da violência, do tráfico de drogas, da prostituição e da criminalidade em geral, que atingem diretamente a camada mais empobrecida da população, e indiretamente as classes superiores. Uma característica dessas camadas inferiores é a exclusão total ou parcial do sistema educativo e, conseqüentemente, a impossibilidade de obter capital escolar, fundamental à ascensão pessoal e profissional. Todavia, surgem alguns questionamentos quanto a isso: o conteúdo atual do capital escolar obtido pelos estudantes da rede pública de ensino é suficiente para prepará-los como cidadãos? Ou será que o que é ensinado tem como objetivo apenas oferecer-lhes subsídios para futuras aprovações em vestibulares? Por outro lado, ainda é possível que nenhum dos dois objetivos anteriormente citados esteja sendo alcançado.

480 De acordo com o artigo 22 da LDB (Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Infere-se, a partir daí, que a escola não tem a obrigação apenas de transmitir conhecimento, mas também de oferecer condições para a formação social, crítica e reflexiva do aluno, enquanto cidadão; ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção (FREIRE, 1996, p. 21). Por sua vez, conhecimento não é visto simplesmente como o conjunto de conteúdos trabalhados em sala de aula, mas sim como uma construção de saberes e sentidos, baseada nas interrelações entre os diversos sujeitos que compõe a comunidade escolar (SILVA, 2006, p. 53). Pensando nisso, teve início o atual projeto de pesquisa, que recortou da sociedade uma parcela a ser analisada e compreendida. Assim, fora selecionado o ensino básico municipal de uma cidade de porte médio do interior do Estado de São Paulo, com foco em uma EMEB (Escola Municipal de Educação Básica) situada na região periférica da mesma. O objetivo do estudo é investigar como têm sido trabalhados os conceitos de cidadania dentro dessa escola, e se o conteúdo oferecido nas aulas tem contribuído ou não para a transformação social. Teoricamente, a pesquisa fundamentar-se-á na leitura de Paulo Freire, baseando-se em seus estudos a respeito da educação e sua influência social. O intuito dessa abordagem é relacionar o poder transformador que a educação oferece, e como pode contribuir para modificação da realidade social. Sua concepção a respeito do homem como criador e transformador do mundo e da cultura também será abordada como referência. Logo, em análise comparativa ao referencial teórico, serão relacionados os dados obtidos junto aos sujeitos da pesquisa: alunos da quarta série do ensino fundamental, cuja faixa etária compreende dos nove aos onze anos, em sua maioria. Eles serão observados no decorrer das aulas, onde buscar-se-á compreender o tipo de ensino oferecido, e de que forma é absorvido e colocado em prática na sociedade, partindo de seu comportamento em sala de aula. As respostas resultantes serão interpretadas e correlacionadas ao contexto cultural e sócioeconômico mais amplo, e também ao ambiente educacional existente nessa região. Salienta-se que para essa pesquisa foram escolhidos sujeitos entre nove e

481 onze anos pois acredita-se que é nesse momento da infância que os conceitos de cidadania tornam-se mais claros, facilitando sua compreensão e posterior colocação em prática. A educação da infância deve ser considerada como processo de base para a aquisição da autonomia, da conquista do sentimento e consciência da cidadania (...) A criança é então um sujeito social e histórico, participante de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade e num momento histórico (...) Busca-se hoje uma educação emancipatória, voltada à formação de um sujeito que seja de fato, um cidadão do mundo. Toda a estrutura curricular e sistematização de atividades mudam de paradigma, para conseguir proporcionar ao sujeito a apropriação de saberes que se transformem em mais valia para a sua vida. (PROPEIM apud SIMETTE, 2006, p. 26). 2 JUSTIFICATIVA O mercado de trabalho, caracterizado pelo capitalismo acirrado e pela idéia neoliberalista de meritocracia, fez com que a escola se tornasse uma instituição de socialização de jovens, cuja mão-de-obra é aproveitada pela sociedade. Assim, segundo a ideologia capitalista, a oportunidade é igual para todos, porém terão posições profissionais e sociais melhores aqueles que se destacarem dentre os demais. Dessa forma, a escola pública, que é a principal responsável pela formação básica da parcela mais carente da população, acompanha as leis do mercado, e oferece ao estudante os requisitos necessários para tornar-se útil ao processo produtivo, com hábitos e comportamentos de convívio em sociedade; os conteúdos escolares são entendidos como produtos isolados, verdades absolutas e neutras (SILVA, 2006, p. 54). Todavia, de acordo com Valadares (2008, p. 24) o sistema público de ensino é visto pela sociedade como de má qualidade, composto por escolas que não transmitem conhecimento, e são incapazes de salvar o sujeito do desemprego. Além disso, nem sempre são oferecidas a esse estudante oportunidades de desenvolver seu raciocínio crítico, dificultando a análise do ambiente em que vive e, conseqüentemente, tornando-o submisso e muitas vezes incapaz de pleitear sozinho uma vaga nos níveis mais dignos da hierarquia social. Reis (1990, p. 7), em seu estudo sobre educação para a democracia política, afirma que sendo a crítica uma

482 das características do sistema, não há como fugir da transcendência da educação, sem a qual, a crítica tem pouca consistência, validade escassa. Assim, crianças carentes são inseridas em uma realidade da qual não têm força para fugir. Elas aceitam o método de ensino que o governo e a sociedade lhe impõem, e dela pouco ou nada aproveitam, somente o necessário para considerarem-se alfabetizados. Desse modo, quando essas crianças e suas famílias vivem de forma precária, muitas abandonam a escola para trabalhar e ajudar no orçamento familiar o que engrossa as estatísticas da evasão escolar. É como um círculo vicioso no qual a falta de educação gera pobreza e a pobreza gera a falta de educação (HOFMEISTER, 2006, p. 8). Crianças não devidamente educadas se tornarão jovens capacitados apenas para ocupar os menores lugares na hierarquia do mercado de trabalho, ou partirão para segmentos marginais, como a prostituição ou o tráfico de drogas. Tal fato contribui para o aumento da desigualdade social, já que quanto menor o nível de emprego ocupado, menor será o salário, ou seja, quem tem pouco continuará com pouco, e os mais abastados terão cada vez mais oportunidades de desenvolveremse. Pinsky (2001, p. 109), afirma também que (...) para o futuro só vejo duas possibilidades: ou fazemos um importante investimento social, que deverá ser referendado por toda a sociedade, ou assumimos o risco de uma sociedade dicotomizada. Nesse caso, devemos providenciar já reforços de nossos prédios e casas. Além disso, o acesso ao nível superior para os pobres tornou-se uma utopia. Faculdades particulares nem sempre oferecem mensalidades acessíveis, e as públicas são ocupadas, em grande parte, por aqueles que tiveram um bom ensino básico e fundamental, advindos das escolas e colégios particulares. O governo oferece alguns programas de inclusão, como o FIES (Programa de Financiamento Estudantil), que tem o intuito de financiar a graduação no Ensino Superior daqueles que não têm condições de arcar com os custos dela decorrentes, e o ProUni (Programa Universidade para Todos), que oferece bolsas de estudos parciais e integrais a alunos aprovados em processos seletivos exclusivos. Entretanto, tais programas não conseguem atender à grande demanda de jovens que têm interesse em especializar-se, o que traz como conseqüência uma sociedade repleta de jovens sem formação suficiente para ocuparem cargos que lhe ofereçam uma melhor remuneração, e planos de carreira. Ioschpe (2004, p.138), em

483 seu estudo sobre a educação e o desenvolvimento econômico no Brasil, afirma que à medida que os processos produtivos vão ficando mais complexos e aumenta a demanda por qualificação universitária, o país engatinha e se deixa ultrapassar em termos de qualificação. Diante do que fora exposto, surge a indagação: qual o papel da escola na formação do cidadão? Se o que é observado atualmente é o insucesso de grande parte da população, é possível que seu papel social esteja sendo cumprido? E o que ela oferece aos estudantes, tem sido aproveitado? Preocupados com essa realidade, alguns educadores tem inserido no contexto social o conceito de escola cidadã. Seu objetivo é direcionar o educando à reflexão e tomada de atitudes no ambiente social em que vive, relacionando o conteúdo das disciplinas estudadas com os problemas da sociedade. Assim, a escola cidadã é mais do que uma simples transmissora de conhecimento, ela procura preparar o estudante para exercer sua cidadania, contribuindo para sua evolução pessoal e cooperando para a diminuição dos problemas sociais. De acordo com Gomes (1994, p. 66) a educação pode ajudar o homem a ser sujeito. Não qualquer tipo de educação, mas uma educação crítica e dirigida à tomada de decisões e à responsabilidade social e política. Simette (2006, p. 9) complementa ainda que a escola cidadã tem o compromisso de (...) não apenas transmitir verdades e cobrá-las de volta, formando repetidores, ou meros recitadores do que outros construíram, mas sujeitos que pelo conhecimento e pela leitura crítica de sua realidade, possam ampliar suas chances de participar de forma mais direta e qualitativa no lugar onde vivem. Motiva-se, dessa forma, a prática da transdisciplinaridade e da interdisciplinaridade nas escolas, enfatizando o fato de que nenhuma disciplina é completa sozinha, e que está relacionada às demais quando aplicadas à realidade. Além disso, são ultrapassados os muros da escola, pois se coloca em prática aquilo que é visto em sala de aula, facilitando o aprendizado do aluno, e contribuindo para o início de uma transformação social. Todavia, segundo Silva (2006, p. 44) a simples troca de informações entre as diversas áreas do conhecimento ou uma justaposição de disciplinas não configuram uma prática interdisciplinar. Seu intuito é diminuir a distância existente entre a escola e a sociedade, possibilitando a ação do estudante sobre o ambiente em que vive e, em contrapartida, dando oportunidade de participação da sociedade no ambiente

484 escolar. A partir daí, o sentido de estar estudando amplia-se, pois será mais que um acúmulo de teorias e fórmulas, será o início de uma vida em comunidade, conhecendo suas carências, e contribuindo para melhorias. Como conseqüência, o estudante adquire senso crítico e autonomia em suas ações, características essenciais para sua evolução. A tarefa primordial de um processo reflexivo no ensino é a de proporcionar a si e a toda a educação um caminho metodológico que possibilite a formação de cidadãos autônomos. Isso se concretiza por meio de um processo reflexivo-crítico. Educar para e na reflexão é a tarefa essencial do presente, caso quisermos construir uma sociedade e uma humanidade distinta desta marcada radicalmente pela exploração. A busca de tal possibilidade passa por uma mudança de postura diante do mundo, das coisas e dos outros. Tal situação impõe e imprime a construção de uma metodologia que possibilite a sua sistematização no espaço de ensino(...) Se a essencialidade do processo educativo situa-se na reflexão como horizonte de autocompreensão, a possibilidade da cidadania ocorre na mesma proporção em que tal processo possa ser instaurado através do ensino(...) O caminho da reflexão é o meio pelo qual se poderia propor outra forma de cognição, quebrando-se com determinados modelos tradicionais impostos como única alternativa de perpetuação da educação. (PIMENTA E GUEDIN, 2002, p.146-148) É necessário, portanto, que haja persistência no desejo de transformação cultural da sociedade. Em outras palavras, é indispensável a mudança de atitude do professor diante de seus alunos, alterando em sua essência o conceito de ensinar e aprender. O que pode ser ainda observado nas escolas é a transmissão de conteúdo, de técnicas de disciplinarização, enquanto o raciocínio crítico é desprezado, ou até mesmo punido. A educação bancária, onde o professor é o sujeito e os alunos, objetos, é desumanizadora. Ela visa a depositar o conteúdo nos estudantes. A educação libertadora, porém, leva à conscientização. Os estudantes, através do diálogo, tornam-se capazes de ver sua situação e como transformá-la. O homem, pois, liberta-se em grupo. (GOMES, 1994, p. 66) 3 OBJETIVOS O objetivo do estudo é investigar como têm sido trabalhados os conceitos de cidadania dentro dessa escola, e se o conteúdo oferecido nas aulas tem contribuído ou não para a transformação social. Além disso, buscar-se-á: a) Verificar de que forma as diretrizes públicas e as concepções do professor acerca de cidadania estão sendo colocadas em prática.

485 b) Observar se os alunos trazem para sala de aula os temas relativos à sua vida social. c) Verificar se existe participação democrática entre alunos e professores em sala de aula (se a relação é vertical ou horizontal). d) Verificar se os temas trabalhados nas aulas são abordados de forma a promover o senso crítico e a autonomia dos alunos. e) Obter subsídios para pensar nas políticas públicas relativas à educação do município, identificando os problemas existentes nas práticas de ensino/ aprendizagem, em relação à cidadania. 4 METODOLOGIA O presente estudo tem caráter social, sendo sua pesquisa de âmbito qualitativo e exploratório. As ciências sociais têm como foco a investigação dos seres humanos e as diversas situações em que estão inseridos. Havendo a presença efetiva do ser humano, a pesquisa torna-se subjetiva, já que o comportamento humano é inconstante, não passível de testes objetivos. Assim, de acordo com Minayo (1994, p. 15), é necessário afirmar que o objeto das Ciências Sociais é essencialmente qualitativo. A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. (MINAYO, 1994, p. 22) Serão apresentadas pesquisas bibliográficas e de campo, com o intuito de definir termos para essa realidade e investigar a verdadeira situação da relação ensino/aprendizagem existente entre alunos e professores da escola pesquisada. A princípio, o estudo bibliográfico concentrar-se-á na leitura dos teóricos a respeito de educação, desenvolvimento social, e cidadania. (...) a teoria é um conhecimento de que nos servimos no processo de investigação como um sistema organizado de proposições, que orientam a obtenção de dados e a análise dos mesmos, e de conceitos, que veiculam seu sentido. (MINAYO, 1994, p. 19)

486 Assim, serão conhecidas as contribuições científicas sobre o tema, buscando selecionar, analisar e interpretar a teoria já existente. Serão feitas comparações entre opiniões e estudos já realizados, objetivando estabelecer parâmetros de análise. O modelo mais adequado à presente pesquisa é o estudo de caso, que segundo Yin (2005, p.32) é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. Em âmbito exploratório, o pesquisador fará imersão no universo escolar de uma escola municipal de ensino básico situada na região periférica de uma cidade do interior paulista, configurando assim, uma pesquisa etnográfica. De acordo com Oliveira (1995, p. 110) a pesquisa do tipo etnográfico, que se caracteriza fundamentalmente por um contato direto do pesquisador com a situação pesquisada, permite reconstruir os processos e as relações que configuram a experiência escolar diária. De acordo com Minayo (1996), na pesquisa qualitativa uma amostra ideal é aquela capaz de refletir a totalidade nas suas múltiplas dimensões, preocupando-se menos com a generalização e mais com o aprofundamento e abrangência da compreensão. Serão participantes dessa pesquisa a diretora da escola, professores e alunos da classe escolhida para estudo (que será definida após entrevista com a diretora). Será dada prioridade às classes em que os temas ligados à cidadania estejam sendo trabalhados de maneira sistemática e que o professor se sinta à vontade e se comprometa em participar. Os procedimentos da pesquisa serão tratados com maleabilidade, ou seja, embora já exista uma pré-definição do caminho a seguir, os passos serão dados de acordo com os resultados obtidos nas etapas preliminares da pesquisa, podendo haver mudanças, se necessário. A etapa exploratória será realizada em três fases, descritas a seguir: a) Análise documental: buscar-se-á verificar nos documentos oficiais, tanto nas diretrizes da Secretaria Municipal de Educação, quanto em documentos da escola (Plano Pedagógico e de Gestão) de que maneira as atividades sociais e de cidadania estão previstas para serem trabalhadas com os alunos.

487 b) Entrevista com a diretoria: consistirá em entrevista semi-estruturada à diretora da escola, buscando firmar um contrato de pesquisa e conhecer previamente a realidade dos estudantes de sua instituição, bem como sua opinião e sugestão sobre qual sala estará mais adequada a recepcionar o pesquisador durante as visitas a serem efetuadas. Lembrando que: A entrevista é uma comunicação entre dois interlocutores, o pesquisador e o informante, com a finalidade de esclarecer uma questão. Pode ser livre (o informante discorre como quiser sobre o assunto), estruturada (o informante responde sobre algumas perguntas específicas), ou semi-estruturada (discurso livre orientado por algumas perguntas-chaves). (CHIZZOTTI, 2001, p. 45) c) Conhecimento do contexto social e vivencial das crianças: será aplicado a todas as crianças da sala de aula a ser estudada (em suas residências e com a permissão dos pais ou responsáveis) um questionário elaborado por um pesquisador americano 1, onde o mesmo busca conhecer a realidade da educação, saúde, vida social e de trabalho de crianças carentes. O referido questionário já fora aplicado por anos consecutivos em crianças de outras escolas da mesma cidade. Nesta fase haverá ajuda de auxiliares de pesquisa devidamente treinados. Esta etapa focalizada deverá ser realizada em duas fases: a) Entrevistas semi-estruturadas com professores da sala de aula escolhida (após entrevista com a diretora), com o intuito de conhecer suas definições e como entendem a prática em sala de aula relativa à cidadania, participação dos alunos e transformação social. b) Observação participante em sala de aula: que deverá ocorrer inicialmente por uma semana consecutiva e, posteriormente, uma vez por semana durante um semestre. Em âmbito qualitativo a análise dos dados deve buscar uma apreensão de significados nas falas ou em outros comportamentos observados dos sujeitos, interligados ao contexto em que se inserem (BIASOLI-ALVES, 1998, p.149). Na análise documental buscar-se-á compreender o que o município propõe, oficialmente, quanto à inclusão de conceitos de cidadania e transformação social nas escolas, além de se buscar compreender de que maneira a escola se propõe a trabalhar este conteúdo, analisando sua proposta pedagógica. O resultado dessa 1 John Lawrence French, professor associado no Virginia Polytechnic Institute and State University, Department of Management, 7054 Haycock Road, Falls Church, Virginia, 22043, USA. Realiza pesquisas sobre trabalho infantil na cidade de Franca-SP desde 1998

488 pesquisa será comparado à realidade a ser observada em sala de aula, definindo as diferenças entre a teoria e a prática. Os dados das observações participantes, descritos em diário de campo, e as transcrições literais das entrevistas passarão por uma análise de conteúdo tradicional, segundo os moldes propostos por Bardin (1977) e Minayo (1996). As respostas dos questionários aplicados às crianças e seus familiares servirão como subsídios à contextualização, evidenciando o universo social da criança, e auxiliando na compreensão de suas ações e comportamento em sala de aula. Os dados serão analisados por meio do programa analítico de estatística SPSS. Dessa forma, fora apresentada a metodologia a ser aplicada no processo de pesquisa bibliográfica e exploratória do presente estudo. Vale salientar que após a coleta e análise dos dados não terá sido esgotada essa fonte de pesquisa, seja porque nunca esgotamos a realidade, seja porque as maneiras como a tratamos podem sempre ser questionadas. (DEMO, 1995, p. 11) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARDIN, L. Análise de conteúdo. 70. ed. Lisboa, 1977. BIASOLI- ALVES, Z. M.M. A pesquisa psicológica- análise de métodos e estratégias na construção de um conhecimento que se pretende científico. In: ROMANELLI,G; BIASOLI-ALVES, Z. M. M. (Orgs.) Diálogos metodológicos sobre prática de pesquisa. Ribeirão Preto: Legis Summa, p. 135-157, 1998. CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. São Paulo: Cortez, 2001. DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. São Paulo: Atlas, 1995. FREIRE, Paulo (1996). Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002. GOMES, Candido Alberto. A Educação em Perspectiva Sociológica. 3. ed. rev. ampl. São Paulo: EPU, 1994.

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