A Modernidade e o Direito

Documentos relacionados
Resolução de Questões Específicas de Filosofia e Sociologia Aula 2

A Modernidade e o Direito

A Moral Contemporânea

COMENTÁRIO DA PROVA DE FILOSOFIA

Informação PROVA de exame a nível de escola Filosofia 2019 Prova 225 Prova escrita 11º ano de escolaridade

Filosofia da Comunicação:

A ÉTICA DO DISCURSO DE HABERMAS

FILOSOFIA. As informações apresentadas neste documento não dispensam a consulta da legislação referida e do Programa da disciplina.

O presente documento divulga informação relativa à prova de exame a nível de escola da disciplina de Filosofia, a realizar em 2017, nomeadamente:

1ª Fase PROVA OBJETIVA FILOSOFIA DO DIREITO

Você é uma pessoa ética?

INFORMAÇÃO-EXAME A NÍVEL DE ESCOLA FILOSOFIA 2017

A Teoria Crítica e as Teorias Críticas

FILOSOFIA. DISCIPLINA: História da Filosofia Antiga

Aula 19. Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant

1 Sobre a Filosofia... 1 A filosofia como tradição... 1 A filosofia como práxis... 4


22/08/2014. Tema 7: Ética e Filosofia. O Conceito de Ética. Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes

Resenha Andrei Luiz Lodéa - UFSC

FILOSOFIA COMENTÁRIO DA PROVA

[...] a educação pela música é capital, porque o ritmo e a harmonia penetram mais fundo na alma e afetam-na mais fortemente [...].

HABERMAS, Jürgen. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

P L A N I F I CA ÇÃ O ANUAL

Departamento de Ciências Sociais e Humanas

Filosofia Moderna. Antecedentes e pensamento cartesiano (epistemologia racionalista)

ESTUDO INTRODUTÓRIO PARTE I DISCURSO E ARGUMENTAÇÃO

Programa Analítico de Disciplina CIS211 Sociologia Contemporânea II

A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO

O DIREITO PROCESSUAL CIVIL COMO INSTRUMENTO DE REALIZAÇÃO DE DIREITOS

ANO LETIVO 2018/2019 CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO DE FILOSOFIA - 10º Ano

Preocupações do pensamento. kantiano

Kant e a Razão Crítica

Conhecimentos Específicos

FILOSOFIA Objeto de avaliação. Análise e interpretação. 11.º Ano de Escolaridade. Prova 714

Linguagem, Teoria do Discurso e Regras

Filosofia 2016 INFORMAÇÃO PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA

INFORMAÇÃO-PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA FILOSOFIA MAIO 2017 Prova: 161

FILOSOFIA Objeto de avaliação. Análise e interpretação. Problematização e conceptualização

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FORMULÁRIO PARA EQUIVALÊNCIA DE DISCIPLINAS / COMPONENTES FORMULÁRIO PARA EQUIVALÊNCIA DE DISCIPLINAS / COMPONENTES

LÓGICA JURÍDICA E A NOVA RETÓRICA

Prova Global Simulado 6º. Filosofia 2014/2 Devolutiva das questões

1. A dialética de Hegel a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, friocalor).

COLÉGIO MAGNUM BURITIS

A TEORIA DISCURSIVA DE JÜRGEN HABERMAS E SUA INFLUÊNCIA NA CIÊNCIA JURÍDICA

FILOSOFIA Prova escrita 2016

INFORMAÇÃO-PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho

Filosofia maio de 2017

A fundamentação do princípio u no pensamento moral de Jürgen Habermas

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS TEORIA GERAL DO DIREITO

Escola Secundária 2-3 de Clara de Resende COD COD

O CONCEITO DE BOM KANTIANO NA PERSPECTIVA PEDAGÓGICA

Sumário. 1 Sobre a Filosofia, 1 A filosofia como tradição, 1 A filosofia como práxis, 5

Kant e a Razão Crítica

II. Metodologia: 2.1. Desenvolvimento das seções. a) Explanação inicial do conteúdo pelo professor

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS SEBASTIÃO DA GAMA

Conteúdo Programático Ciências Humanas e suas tecnologias

Teorias éticas. Capítulo 20. GRÉCIA, SÉC. V a.c. PLATÃO ARISTÓTELES

A escola de Frankfurt. Profª Karina Oliveira Bezerra

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE ROLIM DE MOURA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO

P L AN I F I C AÇ Ã O AN U AL

Debates na Sociologia. 1. Qual é a natureza da ação social? 2. Qual é a natureza da ordem social? 3. Qual é a dinâmica da mudança social?

Marcelo Gonçalves 2. Programa de Pós-Graduação em Direito Lato Sensu da Universidade de Passo Fundo 2

Introdução. 1. A dialogicidade entre o mundo ideal e real

Fil. Monitor: Leidiane Oliveira

ATIVIDADES ONLINE 9º ANO 3

SANTOS, Boaventura de Souza. Introdução a uma ciência pós-moderna. Rio de Janeiro, Graal, 1989

O texto a seguir é referência para as questões 01 e 02.

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso 2401N - Relações Públicas. Ênfase. Disciplina RP00007A - Filosofia e Comunicação.

O. 8. BITTÇ~R EDU~RDO. Curso de Etica Jurídica. É ti c a geral e profissional. 12ª edição, revista, atualizada e modificada ..

INFORMAÇÃO-PROVA PROVA DE AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E CAPACIDADES Componente Específica Filosofia. Código da Prova /2015

Habermas, Teoria da Ação Comunicativa, v. I, cap. 3, pontos (1) e (2)

Planificação Anual - Disciplina Filosofia 10º Ano /2018

FILOSOFIA 7º ANO 2017

No arquivo Exames e Provas podem ser consultados itens e critérios de classificação de provas desta disciplina.

Projeto Testes Intermédios 2011/2012

Orientações para efeitos de avaliação sumativa externa das aprendizagens na disciplina de Filosofia. 10.º e 11.º Anos. Cursos Científico-humanísticos

COLÉGIO SHALOM ENSINO MEDIO 1 ANO - filosofia. Profº: TONHÃO Disciplina: FILOSOFIA Aluno (a):. No.

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II

Filosofia Iluminista. Profª Karina Oliveira Bezerra Unidade 01. Capítulo 04: p Unidade 08. Capítulo 05: pg

CURSO DE DIREITO Autorizado pela Portaria no de 05/12/02 DOU de 06/12/02 PLANO DE CURSO

Designação da Disciplina: Desenvolvimento Moral e Argumentação no Contexto das Questões Sociocientíficas

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

CORTINA, Adela. Ética sem moral. São Paulo: Martins Fontes, 2010

Hans Kelsen. Prof. Nogueira. O que é Justiça?

MÓDULO IV O CONHECIMENTO E A RACIONALIDADE CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Ano Letivo 2015/2016. Informação Prova de Equivalência à Frequência. Ensino Secundário Cursos Tecnológicos. Filosofia º e 11.

TEORIA DO CONHECIMENTO. Aulas 2, 3, 4,5 - Avaliação 1 Joyce Shimura

0 Campus: São Bernardo do Campo Código da Sala: Turma: A/B Turno: Diurno Quadrimestre: 1º Ano: 2017

O CONSENSO COMO PERSPECTIVA DE EMANCIPAÇÃO IMPLICAÇÕES EDUCATIVAS A PARTIR DA TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA DE HABERMAS GOMES

EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO. Não é permitido o uso de corretor. Deve riscar aquilo que pretende que não seja classificado.

EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO. Não é permitido o uso de corretor. Deve riscar aquilo que pretende que não seja classificado.

Disciplina: Filosofia Série: 10 Unidade: Primeira Content Area: Philosophy Grade 10 Quarter I

DATA: VALOR: 20 pontos NOTA: NOME COMPLETO:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Agrupamento de Escolas General Humberto Delgado Sede na Escola Secundária/3 José Cardoso Pires Santo António dos Cavaleiros

Filosofia Moderna e Contemporânea

Transcrição:

A Modernidade e o Direito

A Modernidade e o Direito 1. que possam ser concernidos por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto participantes de Fonte: Habermas, J. Consciência moral e agir comunicativo. Tradução de Guido A. de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989, p.86. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Ética do Discurso de Habermas, assinale a alternativa correta: a) O princípio possibilitador do consenso deve assegurar que somente sejam aceitas como válidas as normas que exprimem um desejo particular. b) Nas argumentações morais basta que um indivíduo reflita se poderia dar seu assentimento a uma norma. c) Os problemas que devem ser resolvidos em argumentações morais podem ser superados apenas monologicamente. d) O princípio que norteia a ética do discurso de Habermas expressa-se, literalmente, nos mesmos termos do imperativo categórico kantiano. e) Uma norma só poderá ser considerada correta se todos os envolvidos estiverem de acordo em dar-lhe o seu consentimento. 2. De acordo com a ética do discurso, os argumentos apresentados a fim de validar as normas [...] têm força de convencer os participantes de um discurso a reconhecerem uma pretensão de validade, tanto para a pretensão de verdade quanto para a pretensão de retidão. [...] Ele [Habermas] defende a tese de que as normas éticas são passíveis de fundamentação num sentido análogo ao da verdade. Ética. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 105.) Assim, é correto afirmar que a ética do discurso defende uma abordagem cognitivista da ética (HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Tradução Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileira, 1989. p. 62 e 78.) Sobre o cognitivismo da ética do discurso, é correto afirmar:

a) A ética do discurso procura dar continuidade à abordagem cognitivista já presente em Kant. b) A abordagem cognitivista da ética do discurso assume a impossibilidade de validação das normas morais. c) A abordagem cognitivista da ética do discurso se apoia no conhecimento da utilidade das ações tal como pretendia Jeremy Bentham. d) A abordagem cognitivista da ética do discurso procura dar continuidade às teses aristotélicas sobre a retórica. e) A ética do discurso, ao abordar a ética de um ponto de vista cognitivista, segue as teorias emotivistas e decisionistas. 3. O debate nascido nos anos 80 sobre a crise da modernidade tem como pano de fundo a consciência do esgotamento da razão, no que se refere a sua incapacidade de encontrar perspectivas para o prometido progresso humano. O pensamento de Habermas situa-se no contexto dessa crítica. A racionalidade ocidental, desde Descartes, pretendeu a autonomia da razão, baseada no sujeito que solitariamente representa o mundo. [...] A racionalidade prevalente na modernidade é a instrumental[...]. (HERMANN, N. O pensamento de Habermas. In: Filosofia. Sociedade e Educação. Ano I, n.i. Marília: UNESP, 1997. p. 122-1 23.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Teoria Crítica de Adorno e Horkheimer e sobre o pensamento de Jürgen Habermas, é correto afirmar que a racionalidade Instrumental constitui I. um conhecimento que se processa a partir das condições especificas da objetividade empírica do fato em si. II. o processo de entendimento entre os sujeitos acerca do uso racional dos instrumentos técnicos para o controle da natureza. III. uma forma de uso amplo da razão, que torna o homem livre para compreender a si mesmo a partir do domínio do conhecimento científico. IV. um saber orientado para a dominação e o controle técnico sobre a natureza e sobre o próprio ser humano. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. (UFPR) O texto a seguir é referência para as questões 4 e 5. entre cristãos e judeus como entre muçulmanos. Quem quer evitar a guerra de culturas precisa ter em mente a dialética inconclusa do nosso próprio processo ocidental de expressa um choque desastrosamente silencioso de dois mundos que precisariam desenvolver uma linguagem comum, para além da violência muda dos terroristas e dos mísseis. Em vista de uma globalização imposta por meio de mercados sem limites, muitos de nós têm a esperança de um retorno do político sob outra forma não a forma hobbesiana original de um Estado de segurança globalizado, ou seja, com dimensões de polícia, serviço secreto e forças militares, mas de um poder mundial de configuração civilizadora. No momento não nos resta muito mais do que a pálida esperança em alguma astúcia da razão e um pouco de autorreflexão. Pois aquela ruptura muda cinde também a nossa própria casa. Nós só conseguiremos aferir adequadamente os riscos de uma secularização que saiu dos trilhos em outros lugares, se tivermos claro o que significa a secularização em nossas sociedades pós- HABERMAS, Jürgen. Fé e saber. Editora São Paulo: Unesp, 2013, p. 4. 4. 5. - que significa a secularização em nossas sociedades pós-

Gabarito 1. E 2. A 3. B 4. Segundo Habermas, o processo de secularização do mundo ocidental liberal deve ser xão a partir da importância que o processo de secularização tem na sociedade ocidental, isto é, somente assim, conseguiremos analisar de forma mais clara e intensa o que o autor mundo islâmico oriental. 5. Habermas compreende que no mundo pós-secular encontra-se a esperança no retorno -secular o solo é fértil para uma análise e compreensão do que foi a secularização do ocidente. Sendo assim, os aspectos positivos e negativos da secularização podem ser verificados a partir desta perspectiva, isso se dá porque é neste mundo pós-secular que o discurso religioso e científico irão produzir em conjunto e de forma cooperativa uma nova visão de civilização.