Implementação de Cidadania e Desenvolvimento no âmbito dos Cursos Profissionais, na Escola Profissional da Moita

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Transcrição:

Implementação de Cidadania e Desenvolvimento no âmbito dos Cursos Profissionais, na Escola Profissional da Moita 1.Enquadramento Para a Escola corresponder à missão de se constituir como uma oportunidade para o desenvolvimento de um perfil de pessoa, onde cada um constrói o seu projeto de vida para participar e enfrentar os desafios atuais e futuros do século XXI, é necessário que se organizem e criem outras atmosferas de aprendizagem. Só se desenvolvem e mobilizam estas competências de forma estruturada e sistemática com uma outra organização de escola, com uma outra forma de fazer aprender, com uma outra forma de avaliar as aprendizagens e os impactos que geramos em cada um dos alunos. Uma escola que se organiza na sua plenitude para criar os momentos certos para a construção de um perfil que consubstancia os valores da liberdade, da responsabilidade e integridade, da cidadania e da participação, encontra na estratégia nacional de educação para a cidadania orientações e pistas que correspondem a esse desafio. Cidadania e Desenvolvimento não pode ser visto como mais uma disciplina, mais um projeto, mais uma iniciativa, correndo o risco de torná-la: - numa disciplina isolada ; - num território de ninguém ou de apenas um professor ; - numa área disciplinar carregada de conteúdos sem integração com as demais componentes de formação e sobretudo com o perfil de aluno que queremos ajudar a construir; - numa área disciplinar onde se fala sobre coisas, quando o que se pretende é atuar, intervir, participar e transformar; - numa área que ninguém sabe como, quando e porquê avaliar ; 2.Questão-Problema Assim para a operacionalização de cidadania e desenvolvimento, a grande questão que se coloca é: Como relacionamos: - o desenvolvimento das competências definidas para o perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória ; - os diferentes domínios da Educação para a Cidadania; - as aprendizagens esperadas em Cidadania e Desenvolvimento; - as formas de operacionalização sugeridas (global e turma); - a (auto)avaliação das aprendizagens. 1

Na Escola Técnica Profissional da Moita procuramos responder a este desafio em duas dimensões: DIMENSÃO 1 - Incorporamos as aprendizagens esperadas para cidadania e desenvolvimento nos critérios gerais de avaliação, especificamente no domínio de competência de cidadania ativa, aproveitando simultaneamente o trabalho que já temos vindo a desenvolver no design curricular, no trabalho colaborativo das equipas pedagógicas e na operacionalização de outros tempos e espaços de aprendizagem; DIMENSÃO 2 - Potenciamos Área de Integração, como o terreno fértil para a operacionalização sistemática dos domínios e das aprendizagens esperadas em cidadania e desenvolvimento através das Tutorias de Turma ; Estas duas dimensões permitem corresponder, de forma prática, à sugestão de operacionalização em dois níveis: global e para cada grupo/turma. 3.Como estamos a fazer na ETPM Vejamos agora com mais pormenor cada uma das dimensões: DIMENSÃO 1 - Como incorporamos os domínios e as aprendizagens esperadas de cidadania e desenvolvimento nos critérios gerais de avaliação e que ambientes e situações de aprendizagem criamos para corresponder a esse desafio? A - Os nossos critérios gerais de avaliação são a tradução das competências (transversais) inscritas no perfil do aluno ETPM, com os respetivos descritores e níveis de desempenho, construindo uma linguagem comum entre todos os professores que compõem a equipa pedagógica. Assim, - Todos os professores e todos os alunos conhecem o perfil esperado para o aluno, de forma concreta; - Todos os professores organizam, com os colegas, outros agentes de aprendizagem e com os alunos, o processo ensino e aprendizagem, planeando e operacionalizando situações de aprendizagem promotoras dessas competências transversais; - Conferimos intencionalidade e coerência na construção dos ambientes de aprendizagem, relevando sempre, em qualquer área disciplinar, o desenvolvimento das competências transversais; - E dentro dessas competências transversais e na construção dos descritores estão incorporadas as aprendizagens esperadas no âmbito de cidadania e desenvolvimento, nomeadamente no desenho dos descritores relacionados com a competência de cidadania ativa, uma das competências do perfil do aluno ETPM; - Qualquer professor, durante o desenvolvimento das unidades de formação, mobiliza e avalia as competências transversais, com maior ou menor preponderância de acordo com as potencialidades de complementaridade e exploração; 2

B - Na ETPM fazemos aprender através de uma aprendizagem baseada em projetos ou oficinas de aprendizagem. Esta forma de fazer aprender é um dos aspetos que permite a mobilização dos domínios e as aprendizagens esperadas em Cidadania e Desenvolvimento de um modo integrado, natural e não forçado. A criação das oportunidades para abordar os domínios de cidadania e desenvolvimento tomam forma porque fazemos aprender de outra forma: partindo do aluno, participadamente, colaborativamente, atuando e transformando. Numa aprendizagem baseada em projetos na ETPM, os Projetos desenvolvidos, podem ser Intradisciplinares, ou seja, com objetivos de aprendizagem de uma área disciplinar ou Integradores, com objetivos de aprendizagem de distintas áreas disciplinares, podendo ser um projeto de um grupo de alunos, de turma, de curso ou de diferentes cursos, respeitando 5 questões-chave : - estabelecer conexões com o mundo real; - Gerar aprendizagens significativas; - Incentivar a colaboração; - Favorecer a aprendizagem num ambiente controlado pelo aluno; - Incorporar a avaliação durante todo o processo. e balizados por referências âncora abrangentes o suficiente de forma a respeitar e potenciar, os perfis de aprendizagem dos alunos, as áreas profissionais dos seus cursos e as oportunidades que podem surgir através de uma cultura de comunidade global aprendente: - Responsabilidade Social - Promoção do Sector Profissional - Investigação & Desenvolvimento - Oportunidades Profissionais e Inovação As oficinas de aprendizagem desenvolvem-se numa lógica de trabalho autónomo, com orientação do professor/formador, em que o aluno define o produtos/evidência de aprendizagem que vai desenvolver para atingir determinado(s) objetivo(s). Para tal, o aluno define o seu Plano Individual de Trabalho (PIT) e regista na Grelha de Monitorização das Oficinas de Aprendizagem, os produtos/evidências de aprendizagem a que se propõe desenvolver para o(s) objetivo(s) de aprendizagem, o estado de desenvolvimento do trabalho e a data de conclusão. A monitorização dos PIT permite potenciar a autorregulação do aluno no processo de ensino aprendizagem e, naturalmente, como evidência das competências transversais de Responsabilidade e Cidadania, Pensamento Crítico e Resolução de Problemas. O aluno pode desenvolver projetos individuais ou em grupo, intra ou interdisciplinares e até iniciativas de contacto com outros agentes de aprendizagem externos (plataformas colaborativas de aprendizagem, como Kahn Academy ou similares, especialistas convidados, workshops ou formações específicas noutras entidades), desde que validados pelo professor/formador. 3

DIMENSÃO 2 - Implementamos as tutorias de turma como o terreno fértil para a operacionalização sistemática dos domínios e das aprendizagens esperadas em cidadania e desenvolvimento. A disciplina de Área de Integração está presente nos planos curriculares de todos os cursos profissionais, fazendo parte integrante da componente sociocultural e parece-nos indicar um foco de análise fundamental para as possibilidades de operacionalização de Cidadania e Desenvolvimento. A organização curricular desta disciplina, os temas-problema e os objetivos de aprendizagem são claramente janelas de oportunidade para construir pontes diretas com o que se pretende com Cidadania e Desenvolvimento. Na ETPM, Área de Integração é desenvolvida pelos diretores de turma. A função do diretor de turma transformou-se na função de Tutor de Turma. Retiramos de forma estruturante o cariz reativo e burocrático e passamos a incorporar uma capacidade preventiva, construtiva e transformadora, através de um processo regular (bi semanal) de aprendizagem, que é sobretudo participativo e colaborativo e focado na resolução de problemas e desafios concretos e do dia-a-dia. A tutoria de turma é um local, um momento, uma oportunidade para o aluno se construir, a si, com os outros, passando por etapas concretas que acomodam os pontos de partida de cada um, de cada grupo/turma e até caracterísitcas específicas relacionadas com a dinâmica de cada curso profissional. Conheço o outro? Conheço a Escola? Conheço o meu Curso Profissional? Conheço-me a mim próprio? Somos uma equipa? Estabeleço/Estabelecemos objetivos? Gerimos o nosso tempo e espaço? São alguns dos exemplos das questões-problema que desencadeiam todo um processo estruturado com Cidadania e Desenvolvimento, compondo a seguinte relação: 1. Que competências transversais, do perfil do aluno ETPM, vamos desenvolver? 2. Quando, com que sequencialidade e simultaneidade? 3. Para cada domínio de competências em sequencialidade ou simultaneidade, que temas-problema, domínios vamos explorar, tendo em conta o desenvolvimento de: uma atitude cívica individual, do relacionamento interpessoal e do relacionamento social e intercultural? 4.Como fazemos a planificação curricular: A Matriz Curricular Transdisciplinar Esta dimensão ganha corpo e estrutura através do instrumento de planificação - Perfil e Matriz Curricular, onde são esquematizadas as competências transversais e específicas numa lógica de sequencialidade e simultaneidade, a que correspondem os módulos/ufcd/uf (também definidos em termos de sequencialidade e simultaneidade) e os respetivos objetivos de aprendizagem que funcionarão como o motor para o desenvolvimento e mobilização das competências transversais e específicas definidas. Esta matriz é multidisciplinar, mas neste caso específico, de Área de Integração, é exclusiva. 4

O Roteiro de Aprendizagem e (Auto)Avaliação Durante esta composição de âmbito macro, foram sendo criadas as condições para a planificação de âmbito micro, através da construção dos Roteiros de Aprendizagem e (Auto)Avaliação de cada módulo referente aos temas-problema definidos. O Roteiro de Aprendizagem e (Auto)Avaliação funciona como o elo de ligação operacional entre a equipa pedagógica e o(s) aluno(s). A partir do momento em que se inicia o processo de aprendizagem, passa a ser um instrumento partilhado por ambos: - O(s) aluno(s) conhecem e analisam a proposta curricular, sabem o que é esperado deles de forma concreta através dos descritores e níveis de desempenho; - A linguagem utilizada na proposta permite um entendimento e a apropriação por parte do(s) aluno(s); - Os alunos, ou cada aluno pode propor, resultado de uma análise conjunta com o professor, a definição de produtos de aprendizagem e/ou metodologias de ensino e aprendizagem diferentes da proposta inicial e mesmo dos seus colegas - diferenciação pedagógica participada; - O(s) aluno(s) em qualquer momento, com o apoio deste instrumento, conseguem posicionar-se e gerir o seu processo de aprendizagem, compreendendo o que já aprenderam, o que não aprenderam e o que ainda vão aprender. 5.Como avaliamos as competências transversais através das dinâmicas criadas nas tutorias de turma 1. O aluno, mensalmente, no âmbito das tutorias de turma realiza uma autoavaliação individual relativamente ao desenvolvimento e mobilização das competências transversais do perfil do aluno. O aluno responde, de forma reflexiva e orientada às questões: Fui um aluno criativo e inovador durante este período? Fui um aluno responsável e que praticou uma cidadania ativa durante este período? Para cada uma das questões o aluno posiciona-se de acordo com os descritores de desempenho, suportando a sua reflexão com evidências, através do seu e-portefólio reflexivo. Esta informação é trabalhada pela equipa pedagógica e o serviço de psicologia e orientação, desenhando com o aluno planos de melhoria periódicos concretos e que orientem o aluno no seu percurso. 2. O mesmo trabalho é feito, de forma colaborativa, implementando uma autoavaliação do grupo-turma, também no âmbito das tutorias de turma. O grupo-turma responde a questões como: O grupo-turma foi criativo e inovador durante este período? O grupo-turma foi responsável e praticou uma cidadania ativa durante este período? 5

Para cada uma das questões o grupo-turma posiciona-se de acordo com os descritores de desempenho, suportando a análise/reflexão com evidências, construindo uma proposta de plano de melhoria. Essa autoavaliação e plano de melhoria é apresentada pelos alunos no conselho de turma periódico, analisada em conjunto com os professores/formadores que completam e enriquecem com inputs específicos que decorrem da avaliação global de cada um. O plano de melhoria é definido na sua versão final e é apresentado pelos alunos responsáveis ao restante grupo-turma. Este plano de melhoria será o instrumento norteador para desencadear projetos integradores ou atividades específicas em determinadas áreas disciplinares durante o período seguinte. É através de uma abordagem sistémica e integrada que conseguimos efetivamente desenvolver nos nossos jovens uma cidadania ativa, com sentido e significado. Documento desenvolvido no âmbito do Projeto Autonomia e Flexibilidade do Ministério da Educação março de 2018 6