Gêneros Textuais: Narração

Documentos relacionados
Gêneros Textuais e as Vozes do Texto

COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973 (adaptado).

PROMILITARES 06/08/2018 PORTUGUÊS. Professor Nei Xavier GÊNEROS TEXTUAIS

Exercícios de Revisão dos Temas

MONITORIA_05_2015 DISCIPLINA: LITERATURA AULA: GÊNEROS LITERÁRIOS

Aula MACHADO DE ASSIS E O REALISMO BRASILEIRO. META Apresentar e discutir o lugar da obra de Machado de Assis na literatura brasileira realista.

Estrutura da narração

MONITORIA_2015. DISCIPLINA: Português. AULA: Tipos de Discurso e Intertextualidade

Análise de São Bernardo, de Graciliano Ramos

Aulas 21 à 24 TEXTO NARRATIVO

Tipologia Características Resposta no ENEM

Análise de discursos textuais: questões

Quem fala e de onde fala? Gêneros Textuais

Professora: Daniela 5 ano A

Modernismo 3ª Fase (1945-?)

Em 1965, Câmara Cascudo escreveu uma obra definitiva, "História do Rio Grande do Norte", coligindo pesquisa sobre sua terra natal, da qual jamais se

TEXTO NARRATIVO: COMO É ESSE GÊNERO?

RESUMÃO NA RODA PROFESSORA CAMILLA

Lista de Recuperação de literatura- 2º ano. 1. (FUVEST) Sobre o narrador de A hora da estrela, de Clarice Lispector, pode-se afirmar que:

ESTRUTURA DO TEXTO NARRATIVO. Prof.ª Nivania Alves

Roteiro de Atividades Original ( Versão Revisada) 2º ciclo do 2º bimestre do 9º ano. PALAVRAS-CHAVE: conto; elementos do enredo; narrador; discurso

AULAS 21 À 24 TEXTO DESCRITIVO

leitura e produção textual

Pós-Modernismo. Literatura Professor: Diogo Mendes 10/10/2014. Lista de Exercícios 1. (ENEM) TEXTO I

UNICAMP II GÊNEROS DISCURSIVOS. CRÔNICA: Trata fatos do cotidiano cujo objetivo é despertar no leitor reflexão. CONTEÚDO:

Ensino Médio - Unidade Parque Atheneu Professor (a): Aluno (a): Série: 3ª Data: / / LISTA DE LITERATURA

Centro Educacional Colúmbia 2000

ALUNO (A): Que tal ilustrar a capa do seu caderno? Aluno e Aluna,

1º Edição

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

A coesão referencial

Texto Narrativo. P R O F. ª A n a L ú c i a M o t a

O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho), ainda que contenha os mesmos componentes do romance.

Pós-Modernismo - Prosa

A NARRAÇÃO. Profª. Fernanda Machado

Articulação sintática do texto. Relações de causa e consequência

QUESTÕES OBSERVE, REFLITA E LEIA OS TEXTOS A SEGUIR PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES.

O criador de ilusões

Cópia autorizada. II

A LITERATURA É A ARTE QUE SE MANIFESTA PELA PALAVRA, SEJA ELA FALADA OU ESCRITA

STEFAN ZWEIG NOVELA DE XADREZ. tradução do alemão, apresentação, cronologia e notas. Álvaro Gonçalves ASSÍRIO & ALVIM

Texto Meu Bebê pequeno:

ND 35 Usando SIMILES nas DESCRIÇÕES! NITRODICAS 35 #dicasparaescritores

Português. Eduardo Valladares (Maria Carolina Coelho) 27 e Linguagem Artística

PROJETO CAFÉ LITERÁRIO: DESPERTANDO O GOSTO PELA LEITURA

LAVÍNIA ROCHA LAVÍNIA ROCHA. Lavínia Rocha nasceu no dia

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ PROJETO CAFÉ LITERÁRIO: DESPERTANDO O GOSTO PELA LEITURA

LITERATURA. PROF(a). REBEKKA MENEZES

LIVRO PARADIDÁTICO: MANIA DE EXPLICAÇÃO

Disciplina: Português Professor: Polly Freitas ASPECTOS RELACIONADOS AO TEXTO. Gêneros Textuais e Tipos Textuais Aula 01/07

Português. Tipologia Textual e Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre. Professor Arthur Scandelari.

AS PERSONAGENS DO SÍTIO DO PICAPAU AMARELO NA CIDADE

Estudo dos gêneros literários

Índice de conteúdos por domínio

Renata Viol Ferreira da Silva. Lílian Veiga de Carvalho

Gêneros Literários. Drama. Imita a realidade por meio de personagens em ação, e não da narração. Poética de Aristóteles

Quarto de Despejo: Diário de uma favelada

O Conto da Mentira Rogério Augusto

Workbook Aula 1 AULA 2. Compulsão alimentar! O que é e como tratar. Semana Gratuita de Emagrecimento. carolferrera.com.br

Tipologia textual. Prof Carlos Zambeli

APRESENTA. Exercícios para uma adjetivação sugestiva

DOCUMENTÁRIO. Prof. André Galvan. Bill Nichols Introdução ao Documentário

DATA: 02 / 05 / 2016 I ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE LÍNGUA PORTUGUESA 3.º ANO/EF ALUNO(A): N.º: TURMA:

3º ANO 4º ANO PRODUÇÃO TEXTUAL 4. BIMESTRE / 2018 PROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL

Material Suplementar Informações Importantes sobre a Obra: Quarto de Despejo Diário de uma favelada. Prof. Luquinha - Literatura

CRÔNICA O Primeiro Dia de Foca 1. Janaína Evelyn Miléo CALDERARO 2 Luana Geyselle Flores de MOURA 3 Macri COLOMBO 4 Faculdade Boas Novas, Manaus, AM

COMPORTAMENTO DA ALIMENTAÇÃO EM FAMÍLIA: o que impacta na alimentação de todos

CONTAR UMA HISTÓRIA É DAR UM PRESENTE DE AMOR.

PROTOCOLO DE COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS EM EVENTO CRÍTICO (PCMNec)

FUNÇÃO SÓCIO-COMUNICATIVA DOS VERBOS A PARTIR DO ESTUDO DA METÁFORA TEMPORAL 1

PORTUGUÊS - 1 o ANO MÓDULO 30 PONTUAÇÃO NA CONSTRUÇÃO TEXTUAL

Red. Monitor: Pamela Puglieri

texto narrativo ação espaço tempo personagens narrador. narração descrição diálogo monólogo

Deixo meus olhos Falar

Às vezes me parece que gosto dele, mas isso não é sempre. Algumas coisas em meu irmão me irritam muito. Quando ele sai, por exemplo, faz questão de

DATA: 19 / 08 / 2017 II ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE LÍNGUA PORTUGUESA 2.º ANO/EF ALUNO(A): N.º: TURMA:

SUGESTÕES PARA ESCREVER MELHOR

EBSERH E D I I T T R A

DESAFIA-TE #FAZERMARAVILHAS #NOPRESÉPIO 2ª FEIRA 12 DE DEZEMBRO ESTRELA A QUE GUIA

Você conhece a sua bíblia?

A origem do conto está na transmissão oral dos fatos, no ato de contar histórias, que antecede a escrita e nos remete a tempos remotos.

REVISÃO PROFESSORA FÁTIMA DANTAS

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO I ETAPA LETIVA CIÊNCIAS 2.º ANO/EF 2017

Felicidade Clandestina. Clarice Lispector

ENSINO MÉDIO 2,0. Nota:

REFLEXÕES SOBRE A UNIDADE FAMILIAR: UMA PROPOSTA DIDÁTICA SOBRE VIDAS SECAS

PROFESSOR: Daniel. ALUNO (a):

Ufa! Ir à escola todos os dias. eu vou chegar lá... vou sobreviver à escola... com certeza não é o seu programa predileto, certo? projeto pedagógico

Sumário APRESENTAÇÃO...7 LER E ESCREVER: A ESPECIFICIDADE DO TEXTO LITERÁRIO...11 A PRODUÇÃO ESCRITA...35 A CRÔNICA...53 O CONTO...65 A POESIA...

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PODCAST ÁREA LINGUAGENS

A história de Adão e Eva infantil

Realismo e Naturalismo

PÊCHEUX E A PLURIVOCIDADE DOS SENTIDOS 1

VÍDEO (terminar o vídeo ao minuto 4:23)

TECENDO SENTIDOS: PLANEJAMENTO DE AULA SOBRE O CONTO A MOÇA TECELÃ, DE MARINA COLASANTI

Projeto Pedagógico Como falar sobre família. Como identificar o perfil da sua família. Como falar da relação entre seus membros.

2 Contextualização. 5 Relações. Índice. Nota prévia histórico-literária A obra como crónica da mudança social... 19

Revisão de português PROFESSORA CAMILLA FREIRE

Docência de leitura e interpretação textual no Desafio Pré-ENEM

Transcrição:

Gêneros Textuais: Narração 1. (ENEM 2010) Transtorno do comer compulsivo Material de apoio para Monitoria O transtorno do comer compulsivo vem sendo reconhecido, nos últimos anos, como uma síndrome caracterizada por episódios de ingestão exagerada e compulsiva de alimentos, porém, diferentemente da bulimia nervosa, essas pessoas não tentam evitar ganho de peso com os métodos compensatórios. Os episódios vêm acompanhados de uma sensação de falta de controle sobre o ato de comer, sentimentos de culpa e de vergonha. Muitas pessoas com essa síndrome são obesas, apresentando uma história de variação de peso, pois a comida é usada para lidar com problemas psicológicos. O transtorno do comer compulsivo é encontrado em cerca de 2% da população em geral, mais frequentemente acometendo mulheres entre 20 e 30 anos de idade. Pesquisas demonstram que 30% das pessoas que procuram tratamento para obesidade ou para perda de peso são portadoras de transtorno do comer compulsivo. Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br. Acesso em: 1 maio 2009 (adaptado). Considerando as ideias desenvolvidas pelo autor, conclui-se que o texto tem a finalidade de a) descrever e fornecer orientações sobre a síndrome da compulsão alimentícia. b) narrar a vida das pessoas que têm o transtorno do comer compulsivo. c) aconselhar as pessoas obesas a perder peso com métodos simples. d) expor de forma geral o transtorno compulsivo por alimentação. e) encaminhar as pessoas para a mudança de hábitos alimentícios. 2. (ESAN) "Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os olhos pela campina, achou-se isolado. Sozinho num mundo coberto de penas, de aves que iam comê-lo. Pensou na mulher e suspirou. Coitada de Sinhá Vitória, novamente nos descampados, transportando o baú de folha." O narrador desse texto mistura-se de tal forma à personagem que dá a impressão de que há diferença entre eles. A personagem fala misturada à narração. Esse discurso é chamado: a) discurso indireto livre b) discurso direto c) discurso indireto d) discurso implícito e) discurso explícito 3. (UFV) Considere o texto: "O incidente que se vai narrar, e de que Antares foi teatro na sexta-feira 13 de dezembro do ano de 1963, tornou essa localidade conhecida e de certo modo famosa da noite para o dia. (...) Bem,

mas não convém antecipar fatos nem ditos. Melhor será contar primeiro, de maneira tão sucinta e imparcial quanto possível, a história de Antares e de seus habitantes, para que se possa ter uma ideia mais clara do palco, do cenário e principalmente das personagens principais, bem como da comparsaria, desse drama talvez inédito nos anais da espécie humana." (Érico Veríssimo) Assinale a alternativa que evidencia o papel do narrador no fragmento acima: a) O narrador tem senso prático, utilitário e quer transmitir uma experiência pessoal. b) É um narrador introspectivo, que relata experiências que aconteceram no passado, em 1963. c) Em atitude semelhante à de um jornalista ou de um espectador, escreve para narrar o que aconteceu com x ou y em tal lugar ou tal hora. d) Fala de maneira exemplar ao leitor, porque considera sua visão a mais correta. e) É um narrador neutro, que não deixa o leitor perceber sua presença. 4. (ENEM 2013) Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou. [...] Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré- história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes. Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo como a morte parece dizer sobre a vida porque preciso registrar os fatos antecedentes. LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento). A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às personagens. b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que a compõem. c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso. a) d)admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras exatas.

d) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção. 5. (ENEM 2009) A partida Acordei pela madrugada. A princípio com tranquilidade, e logo com obstinação, quis novamente dormir. Inútil, o sono esgotara-se. Com precaução, acendi um fósforo: passava das três. Restavame, portanto, menos de duas horas, pois o trem chegaria às cinco. Veio-me então o desejo de não passar mais nem uma hora naquela casa. Partir, sem dizer nada, deixar quanto antes minhas cadeias de disciplina e de amor. Com receio de fazer barulho, dirigi-me à cozinha, lavei o rosto, os dentes, penteei-me e, voltando ao meu quarto, vesti-me. Calcei os sapatos, sentei-me um instante à beira da cama. Minha avó continuava dormindo. Deveria fugir ou falar com ela? Ora, algumas palavras Que me custava acordá-la, dizer-lhe adeus? LINS, O. A partida. Melhores contos. Seleção e prefácio de Sandra Nitrini. São Paulo: Global, 2003. No texto, o personagem narrador, na iminência da partida, descreve a sua hesitação em separarse da avó. Esse sentimento contraditório fica claramente expresso no trecho: a) A princípio com tranquilidade, e logo com obstinação, quis novamente dormir b) Restava-me, portanto, menos de duas horas, pois o trem chegaria às cinco c) Calcei os sapatos, sentei-me um instante à beira da cama d) Partir, sem dizer nada, deixar quanto antes minhas cadeias de disciplina e amor e) Deveria fugir ou falar com ela? Ora, algumas palavras 6. (ENEM 2010) Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um opera rio mestiço de negro e portugue s, Francisco Jose de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e e criado pela madrasta, Maria Ine s, tambe m mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pu blica, u nica que frequentou o autodidata Machado de Assis. Disponi vel em: http://www.passeiweb.com. Acesso em: 1 maio 2009. Considerando os seus conhecimentos sobre os ge neros textuais, o texto citado constitui-se de: a) Fatos ficcionais, relacionados a outros de cara ter realista, relativos à vida de um renomado escritor. b) Representaço es generalizadas acerca da vida de membros da sociedade por seus trabalhos e vida cotidiana. c) Explicaço es da vida de um renomado escritor, com estrutura argumentativa, destacando como tema seus principais feitos.

d) Questo es controversas e fatos diversos da vida de personalidade histo rica, ressaltando sua intimidade familiar em detrimento de seus feitos pu blicos. e) Apresentação da vida de uma personalidade, organizada sobretudo pela ordem tipolo gica da narração, com um estilo marcado por linguagem objetiva.

Gabarito 1. D 2. A 3. C 4. C 5. E 6. E