PERCEPÇÃO DE PROFESSORES QUANTO AO USO DE ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA

Documentos relacionados
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de ciências, Metodologias, Palestra educativa.

As contribuições das práticas laboratoriais no processo de Ensino-Aprendizagem na área de Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA DOCENTE: ALESSANDRA ASSIS DISCENTE: SILVIA ELAINE ALMEIDA LIMA DISCIPLINA: ESTÁGIO 2 QUARTO SEMESTRE PEDAGOGIA

PRINCÍPIOS TEÓRICO- METODOLÓGICOS DO ENSINO DAS CIÊNCIAS NATURAIS

O USO DA EXPERIMENTAÇÃO DE CIÊNCIAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM TRÊS ESCOLAS DE BOM JESUS PIAUÍ

A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS NO ENSINO MÉDIO E SUPERIOR SOBRE O USO DE JOGOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DO QUÍMICA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA

ISSN do Livro de Resumos:

O ENSINO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA FAMILIA AGRÍCOLA FRANCISCO DAS CHAGAS VIEIRA, ZONA RURAL DE PAULO RAMOS MA.

O ENSINO DA MATEMÁTICA EM SALA DE AULA: UM ESTUDO DIDÁTICO-REFLEXIVO COM UMA TURMA DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

O ESTÁGIO EM ENSINO DE BIOLOGIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: fitoterapia e chás naturais

CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DE UM JOGO DIDÁTICO PARA TRABALHAR O CONTEÚDO DE TABELA PERIÓDICA COM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE SOLO NO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA DE PARNAÍBA- PIAUÍ

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DAS FUNÇÕES INORGÂNICA EM UMA ESCOLA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE ESPERANÇA- PB

Plano de Ensino. Curso. Identificação UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO. Câmpus de Bauru. 1604L Física.

O ENSINO DE BOTÂNICA COM O RECURSO DO JOGO: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS.

A INSERÇÃO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL NAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE SOMBRIO

APRENDENDO A ENSINAR MATEMÁTICA POR MEIO DOS RECURSOS DIDÁTICOS: MONITORIA, JOGOS, LEITURAS E ESCRITAS E LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA.

Letícia da Silva¹; Jéssica Oliveira Chaves¹; Marirlan dos Reis Santos¹; Régia Maria Reis Gualter¹; ¹Waldirene Pereira Araújo

Projeto: Sala ambiente e Grafite. Cajado Temático

CONTRIBUIÇÕES PARA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES: estudo e proposições para o desenvolvimento do cálculo mental no ensino fundamental

VI JOPEMAT II ENCONTRO NACIONAL DO PIBID/MATEMÁTICA/FACCAT, I CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA MOVIMENTO CIRCULAR E FORÇA CENTRÍPETA

REFLEXÃO DOCENTE SOBRE A FORMAÇÃO OFERECIDA NO MUNICIPIO DE FORTALEZA

A importância das aulas laboratoriais como uma ferramenta didática para os professores de Biologia. Apresentação: Pôster

DESENVOLVIMENTO DE UM MANUAL PARA O LABORATÓRIO DE FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: DESAFIOS E CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DOCENTE PARA OS CURSOS DE LICENCIATURAS

O USO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA POR PROFESSORES NO ENSINO FUNDAMENTAL

Plano de Ensino. Curso. Identificação UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO. Câmpus de Bauru. 1604L/1605L Física.

A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAS: DISCIPLINA PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MENTAIS

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS PROFOP - PROGRAMAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA PROPOSTA DE MUDANÇA CURRICULAR.

JOGOS EDUCATIVOS NO ENSINO MÉDIO: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS PARA UTILIZAÇÃO EM SALA DE AULA

O JOGO DAS TRÊS PISTAS COMO PROPOSTA DIDÁTICA NO ENSINO DE ZOOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO

O USO DE NOVAS FERRAMENTAS NO ENSINO DE MATEMÁTICA NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL FELIPE RODRIGUES DE LIMA BARAÚNA/PB.

O PIBID DE QUÍMICA E PESQUISA NO COTIDIANO ESCOLAR: DIÁLOGO ENTRE UNIVERSIDADE, O PROFESSOR E A ESCOLA

O propósito geral do trabalho é investigar a percepção de professores - estudantes do curso de Pedagogia do PARFOR / UFPI com relação à contribuição

APLICAÇÃO DA METOLOGIA LÚDICA COMO FACILITADORA NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE NÚMEROS INTEIROS NO ÂMBITO DA ESCOLA MUNICIPAL JOAQUIM CALADO

A IMPORTÂNCIA DAS AULAS PRÁTICAS PARA A DISCIPLINA DE BIOLOGIA: A PERSPECTIVA DOS ALUNOS DO 3º ANO DA ESCOLA JEANETE SOUZA, PARNAÍBA-PI.

RELATO DE EXPERIÊNCIA: O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE

OS DESAFIOS DA PESQUISA NA FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA OFERECIDO PELA PLATAFORMA FREIRE, NO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DA LAPA BA

FORMAÇÃO DO PEDAGOGO: VIVÊNCIAS EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES NO ESTÁGIO CURRICULAR DO CURSO DE PEDAGOGIA/EAD.

Universidade Estadual do Maranhão-Uema

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA INFÂNCIA. Palavras-chave: Leitura na infância. Prática docente. Estágio Supervisionado.

aprendizagem significativa

O ENSINO DE FÍSICA COM EXPERIMENTOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Apresentação: Pôster

CONTRIBUIÇÕES DA AUDIODESCRIÇÃO PARA O ENSINO DE CÉLULAS ANIMAIS NO ENSINO MÉDIO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

TRILHANDO A CÉLULA EUCARIÓTICA: O LÚDICO NO ENSINO DE CITOLOGIA

CONHECENDO SUA PROFISSÃO III

OFICINA TEMÁTICA: A EXPERIMENTAÇÃO NA FORMAÇÃO DOCENTE

NOS CONTEÚDOS DE CITOLOGIA, OS ALUNOS QUE TÊM AULAS TEÓRICO-PRÁTICAS OBTÊM NOTAS MAIORES QUE OS ALUNOS QUE SÓ TEM AULAS TEÓRICAS.

O MOVIMENTO EM CONSTRUÇÃO E ESTRUTURAÇÃO UM RELATO DE INTERVENÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM TURMAS DO ENSINO FUNDAMENTAL RESUMO

UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE ATITUDES FRENTE O APRENDER E A ESCOLA DE ESTUDANTES DO ENSINO BÁSICO FEIJÓ, T. V. ¹, BARLETTE, V. E.

A MATEMÁTICA NO COTIDIANO: RECONHECENDO E TRABALHANDO COM SITUAÇÕES QUE ENVOLVEM FUNÇÕES

O ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A RELAÇÃO ENTRE A DISCIPLINA DE CIÊNCIAS E OS ALUNOS DO 9 ANO DA ESCOLA MUNICIPAL SILVESTRE FERNANDES ROCHA, EM ZÉ DOCA (MA).

O JOGO COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS

MÉTODOS INTERDISCIPLINARES APROXIMANDO SABERES MATEMÁTICOS E GEOGRÁFICOS

Palavras-chaves: Interdisciplinaridade; Três Momentos Pedagógicos; Relação Prática dos conteúdos; Alimentação e Atividade Física.

Plano de Ensino. Curso. Identificação UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO. Câmpus de Bauru. 1604L/1605L Física.

A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA PERCEPÇÃO DE PROFESSORES E ESTUDANTES NO CURSO DE ELETROMECÂNICA DO IFSC CAMPUS ARARANGUÁ

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: DESAFIOS E POSSSIBILIDADES NO ENSINO DE MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS

O NEURÔNIO DO PONTO DE VISTA QUÍMICO, FÍSICO E BIOLÓGICO

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DO LICENCIANDO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS: ANSEIOS E DIFICULDADES

O ENSINO DA BIOLOGIA ATRAVÉS DA EXPERIMENTAÇÃO EM UMA ÓTICA CONSTRUTIVISTA

AS AULAS PRÁTICAS NO ENSINO DE QUÍMICA: COMPREENDENDO O CONTEXTO DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO SERTÃO DA PARAÍBA

ABORDAGEM PROBLEMATIZADORA DA QUIMICA DA ÁGUA PARA ALUNOS DA TERCEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

A EJA EM MINHA VIDA: ESTUDO DAS POTENCIALIDADES EM APRENDER QUÍMICA

A Webquest como proposta metodológica para o ensino de Matemática

A ARTE TRANSVERSAL ATRAVÉS DA MATEMÁTICA. CAMARGO, Fernanda 1 SOUZA, Michele²

Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ. Câmpus Ponta Grossa PLANO DE ENSINO

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE ARTRÓPODES NO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL RESUMO

REPRESENTAÇÃO DE MOLÉCULAS COM BALINHAS DE GOMA E O ENSINO DE GEOMETRIA MOLECULAR

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

PRÁTICA PEDAGÓGICA SOBRE ROCHAS: UMA INTERVENÇÃO EXPERIMENTAL COMO PROPOSTA PARA O APERFEIÇOAMENTO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM.

BIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO: NOVAS PERSPECTIVAS DE ENSINO

A CONCEPÇÃO DE ENSINO ELABORADA PELOS ESTUDANTES DAS LICENCIATURAS

O PAPEL DAS INTERAÇÕES PROFESSOR-ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

LUDICIDADE COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

PERFIL DA FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS PEDAGÓGICAS NA FORMAÇÃO DOCENTE: VISÃO DOS ALUNOS DE LICENCIATURA EM QUÍMICA

DIAGNÓSTICO ESCOLAR: O OLHAR DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA

AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM MATÕES-MA

O IMPACTO DO ENSINO PROFISSIONALIZANTE EM UMA ESCOLA DO INTERIOR DO CEARÁ - RELATO DE CASO. ÁREA TEMÁTICA: Fundamentos da Educação

Professor ou Professor Pesquisador

Resolução de problemas: desenvolvendo competências para o século XXI

A INTERDISCIPLINARIDADE COMO EIXO NORTEADOR NO ENSINO DE BIOLOGIA.

FÍSICA ELÉTRICA, CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA O ENSINO DE ELETROQUÍMICA

MELHORIA DO ENSINO-APRENDIZAGEM ATRAVÉS DE NOVAS ABORDAGENS PARA AS AULAS PRÁTICAS DE QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL

A MONITORIA COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DE APRENDIZAGEM

A IMPORTÂNCIA DO MATERIAL BILINGUE PARA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA PARA O INGRESSO DE ESTUDANTES NO NÍVEL SUPERIOR ATRAVÉS DO EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO ENEM

A PRÁTICA DA REGÊNCIA DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO II: EMPREGO DE JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS

TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA: VISÃO DOS GRADUANDOS DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS/LICENCIATURA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

O MEIO LÚDICO COMO ESTRATÉGIA EM SALA DE AULA: JOGO EDUCATIVO SOBRE FONTES DE ENERGIA NO COTIDIANO

CINEBIO: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR ENTRE CINEMA E BIOLOGIA NA ESCOLA

ELEMENTOS DA FLORESTA E O ENSINO DE CIÊNCIAS NA AMAZÔNIA

PALAVRAS-CHAVE:Comunidades Quilombolas. Práticas Pedagógicas. Diretrizes Curriculares.

COMUNIDADES QUILOMBOLAS: DA ATUAÇÃO DOS PROFESSORES ÀS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA

DIFICULDADES RELATADAS POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO NO PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA: ESTUDO DE CASO DE ESCOLAS ESTADUAIS EM GRAJAÚ, MARANHÃO 1

A PROFISSIONALIDADE DO BACHAREL DOCENTE NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

USO DE MODELOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE EMBRIOLOGIA

Transcrição:

PERCEPÇÃO DE PROFESSORES QUANTO AO USO DE ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA Ramon Lima Silva, Hélio Félix dos Santos Neto; Getúlio José de Carvalho Júnior; Marcela Bernardes Portela. Universidade Federal do Piauí; comunicação@ufpi.edu.br INTRODUÇÃO As atividades práticas são de grande importância no processo de ensino aprendizagem de disciplinas como biologia, visto que os estudantes podem aplicar os conceitos teóricos abordados em sala de aula. Baseado na seção IV da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), uma das finalidades do Ensino Médio é a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina, e seu currículo destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes. Para que tal finalidade seja cumprida é de fundamental importância que os conteúdos estejam associados às suas aplicações, de forma que os estudantes possam conhecer o funcionamento e entender melhor os mecanismos relacionados aos processos biológicos. Segundo os ensinamentos de Miranda, Leda, Peixoto (2013, p 2), a Biologia é um campo da ciência trabalhado como um componente curricular que engloba todo o conhecimento concernente aos seres vivos e suas relações com o meio. Procura compreender e valorizar tanto os mecanismos que regulam as atividades vitais e funcionamento que neles ocorrem como mecanismos evolutivos das espécies e as relações que elas estabelecem entre si e com o ambiente em que vivem (BRASIL, 2006). Tendo em vista os mecanismos que devem ser compreendidos para a aprendizagem em biologia, não é adequado que a abordagem do conteúdo ocorra somente de forma teórica, pois não permite a compreensão desses processos na sua totalidade. Apesar da grande evolução tecnológica que vivemos e todo aparato que subsidia o desenvolvimento educacional no seu ensino aprendizagem, não é notório a satisfação dos educadores quando se trata do rendimento pedagógico na sala de aula. De acordo com (MILLÉO, 2004, p. 5) é possível identificar um quadro desmotivador e inquietante quanto ao ensino-aprendizagem de Ciências e Biologia, quando se atua como professor de ciências naturais, seja no Ensino Médio e Fundamental ou junto à formação de professores. No entanto ao ensino tradicional ainda é o que se observa com mais facilidade no meio escolar, em que o professor expõe o conteúdo apenas de forma teórica e os alunos observam. Poucas são as tentativas de desenvolver uma prática pedagógica que fuja do tradicional, e que procure mostrar aos alunos que a ciência não está apenas nos livros didáticos, mas faz parte de suas vidas. Na perspectiva de investigar a percepção dos professores em relação a fundamentação da teoria com as atividades práticas, este trabalho teve como objetivo pesquisar através de questionários a utilização de atividades práticas para o ensino de biologia.

METODOLOGIA O presente estudo foi realizado em uma escola da rede estadual de ensino médio na cidade de Simões (PI). Foram escolhidos cinco professores de Biologia dos turnos manhã, tarde e noite e realizado um levantamento de informações através de questionários. A pesquisa com os educadores buscou informações sobre seu cotidiano na sala de aula e dificuldades ou avanços relacionados ao trabalho com atividades práticas. Em seguida os dados provenientes dos questionários foram organizados em tabelas e analisados, para serem utilizados na produção de conhecimentos para a prática pedagógica e para facilitar o processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos abordados na disciplina de Biologia RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas dificuldades encontradas pelos professores para o ensino de biologia (Figura 1), os relatos se concentraram na falta de interesse dos alunos, 60%, seguido pela falta de local adequado para realização das atividades práticas, 20%. Entretanto, 20% dos educadores relatam outros fatores associados às dificuldades encontradas no ensino de biologia como: a estrutura física da escola, carência de recursos para suporte do ensino, apoio da gestão, entre outros. É possível perceber que os alunos encontram dificuldades em assimilar os conteúdos e manter uma média de notas, pois se sentem desestimulados por vários fatores, como a carga das disciplinas e a estrutura da escola. Sem a devida motivação, os estudantes não conseguem compreender e relacionar os conteúdos vistos em sala de aula com o cotidiano (AQUINO e BORGES, 2009). Figura 1 Resultado da pesquisa sobre as dificuldades encontradas no ensino de biologia. Fonte: Professores de Biologia de uma Escola Pública - Cidade de Simões Piauí setembro de 2015.

Trabalhar o ensino-aprendizagem de ciências e biologia apenas com base em conceitos e teorias não se obtém o resultado consolidado na formação do aluno. Por conseguinte, não trabalhar o ensino em conjunto com a prática e experimentação, sem conexão com o cotidiano, promove grande desinteresse por parte do estudante e menor rendimento escolar. Para (BORGES, 1997 apud HOERNIG, [2006]), os professores de Biologia de nível médio, em geral acreditam que o ensino poderia ser mais bem aproveitado com a introdução de aulas práticas. Nos PCNs, a evolução do saber em Biologia carece de inúmeras ferramentas didáticas que são complementares e necessárias ao ensino-aprendizagem. O gráfico da figura 2 demonstra que 80% dos educadores não realizam atividades práticas com seus alunos. Os que realizam as práticas, 20%, o fazem por ocasião de projetos pedagógicos na escola, objetivando apenas promover a culminância com a comunidade escolar, enquanto que 20% relatam outras situações solicitação da gestão ou para quebrar a rotina de sala de aula. Percebeu-se que há deficiência de atividades práticas por parte dos professores. É preciso haver, por parte dos professores, uma nova maneira de trabalhar o ensino envolvendo as atividades práticas, mesmo tendo consciência de que isto não é o único ponto relacionado à dificuldade na aprendizagem de Biologia. Figura 2 Resultado da pesquisa com os professores sobre a realização de atividades práticas com os alunos. Fonte: Professores de Biologia de uma Escola Pública - Cidade de Simões Piauí setembro de 2015. É possível inferir que os maiores problemas se concentram na estrutura física apropriada à realização de atividades práticas do ensino de Biologia. Em termos metodológicos, os professores consideram as práticas como método ideal e eficaz para despertar o interesse do aluno, elevando seu nível de aprendizado.

Com base nas Diretrizes Nacionais para o Ensino de Ciências e Biologia e Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), aprender Biologia na escola básica permite ampliar o entendimento sobre o mundo vivo, interpretá-lo e contribui para que seja percebida a singularidade da vida humana relativamente aos demais seres vivos, em função de sua incomparável capacidade de intervenção no meio (BRASIL, 2000). Nesse aspecto e considerando o desenvolvimento profissional e cultural do estudante em sua vivencia social e familiar, é possível inferir que o aluno deve ser estimulado a não somente aprender teoricamente conceitos biológicos, mas a partir da prática, conhecer os fenômenos e ser capaz de descrevê-los no seu cotidiano. Conforme apontam os PCNs, é uma aprendizagem, muitas vezes lúdica, marcada pela interação direta com os fenômenos, os fatos e as coisas. (BRASIL, 2000). O ensino prático desenvolve assimilação e a atenção do estudante. O método do fazer e construir concretiza o vínculo do aluno com a disciplina e seus conteúdos. As atividades práticas são uma forma de trabalho do professor, e querer utilizá-las, ou não, é uma decisão pedagógica que não depende apenas da boa vontade do docente, seu preparo ou condições dadas pela escola. (ANDRADE, MASSABNI, 2011). Preparar o estudante para viver e conviver com a crescente evolução do mundo moderno, assim como desenvolver ações pedagógicas de qualidade na escola com que venham fortalecer o ensino e aprendizagem, carecem de medidas práticas pedagógicas que objetive e fortaleça o ensino teórico de biologia dentro e fora da sala de aula. CONCLUSÃO Entende-se que a relevância das atividades práticas no ensino de Biologia consiste no fortalecimento da contextualização da teoria e experimentação com o cotidiano dos alunos, capacitando-os e fortalecendo sua aprendizagem. Em virtude dos aspectos observados na pesquisa, percebe-se que os educadores compreendem a importância da prática aliada à teoria e, apesar disso, justificam-se que tais atividades são realizadas eventualmente, a depender dos conteúdos e que a ausência dessas atividades justifica-se pela falta de tempo, espaço adequado, carência de material, ausência de laboratório, assim como a falta de planejamento e domínio da ação prática pedagógica pelo educador. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, M. L. F; MASSABNI, V. G. O desenvolvimento de atividades práticas na escola: um desafio para os professores de ciências. Ciência & Educação, v. 17, n. 4, p. 835-854, Campinas São Paulo, 2011.

AQUINO, S.; BORGES, M. C. J. O ensino de Ciências e a importância da metodologia para a aprendizagem. Uma experiência vivida estágio na cidade de Fortim. In Simpósio de Pesquisa, 1., 2009. Aracati CE. Anais... Aracati CE: 2009. BARRETO FILHO, Benigno. Atividades Práticas na 8ª Série do Ensino Fundamental: luz numa abordagem regionalizada. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação- Unicamp, Campinas, 2001. BORGES, A. T. O papel do laboratório no ensino de ciências. In: MOREIRA, M. A., ZYLBERSZTA J. N, A., DELIZOICOV, D. & ANGOTTI, J. A. P. Atlas do I Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Ciências. 1997. Editora da Universidade UFRGS, Porto Alegre, RS. 2 11. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. FRACALANZA, H. et al. O Ensino de Ciências no 1º grau. São Paulo: Atual. 1986. p.124. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. MILLÉO, J.M. Os desafios da prática pedagógica do ensino da ciências biológicas frente às mudanças de paradigmas. p.5. Curitiba PR. 2004.