Competição de fórmulas NPK para a batatinha (1)



Documentos relacionados
Produção de feijão-fava em resposta ao emprego de doses de esterco bovino e presença e ausência de NPK

FERTILIZANTES Fertilizante: Classificação Quanto a Natureza do Nutriente Contido Quanto ao Critério Químico Quanto ao Critério Físico

EFEITOS DA APLICAÇÃO DE BÓRAX EM CULTURA DE BATATINHA, EM VÁRZEA IRRIGADA, NO VALE DO PARAÍBA ( 1 )

O FARELO DE TORTA DE MAMONA NA ADUBAÇÃO DA BATATINHA (*)

RESUMO. Introdução. 1 Acadêmicos PVIC/UEG, graduandos do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

CULTIVO AGROECOLÓGICO DE TOMATE CEREJA COM ADUBAÇÃO VERDE INTERCALAR 1

EFEITO DE TRÊS NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NPK EM QUATRO VARIEDADES DE MANDIOCA ( 1 )

FONTES E DOSES DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NA RECUPERAÇÃO DE SOLO DEGRADADO SOB PASTAGENS DE Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

RELATÓRIO FINAL. AVALIAÇÃO DO PRODUTO CELLERON-SEEDS e CELLERON-FOLHA NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SEGUNDA SAFRA

EXPERIMENTO SOBRE O EFEITO DO AGROSTEMIN APLICADO NO PLANTIO DE CANA DE AÇÚCAR

Pesquisa da EPAMIG garante produção de azeitonas

NUTRIÇÃO MINERAL DAS HORTALIÇAS. LXXXVIII. EXTRAÇÃO DE NUTRIENTES EM ALHO-PORRÓ (Allium porrum)

FERTILIZANTES, ESCOLHA DE FÓRMULAS E TIPOS DE ADUBOS

A Vida no Solo. A vegetação de um local é determinada pelo solo e o clima presentes naquele local;

AVALIAÇÃO DE PROGÊNIES DE MILHO NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE ADUBO

PRODUTIVIDADE DA MAMONA HÍBRIDA SAVANA EM DIVERSAS POPULACÕES DE PLANTIO NO SUDOESTE DA BAHIA* 4 Embrapa Algodão

ESPAÇAMENTO DAS MUDAS DE CAFÉ NA COVA (*)

DENSIDADE DE SEMEADURA DE CULTIVARES DE MAMONA EM PELOTAS, RS 1

PRODUTIVIDADE DE MILHO SILAGEM SOB ADUBAÇÃO COM DEJETO LIQUIDO DE BOVINOS E MINERAL COM PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA¹. a2es@cav.udesc.br.

UTILIZAÇÃO DO LODO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO PARA ADUBAÇÃO DA GOIABEIRA

Avaliação agronômica de variedades de cana-de-açúcar, cultivadas na região de Bambuí em Minas Gerais

Aplicação de Nitrogênio em Cobertura no Feijoeiro Irrigado*

CALAGEM, GESSAGEM E AO MANEJO DA ADUBAÇÃO (SAFRAS 2011 E

ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL Dr. Sérgio do N. Kronka 1. INTRODUÇÃO

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental II USO DE EFLUENTES DE LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO PARA

Referências Bibliográficas

ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MINERAL NA PRODUTIVIDADE DA CANA- SOCA

Comunicado Técnico 94

Culturas. A Cultura do Milho. Nome A Cultura do Milho Produto Informação Tecnológica Data Outubro de 2000 Preço - Linha Culturas Resenha

Capítulo XV Custos e Rentabilidade

TITULO DO PROJETO: (Orientador DPPA/CCA). Para que se tenha sucesso em um sistema de plantio direto é imprescindível uma boa cobertura do solo.

3º BIMESTRE 2ª Avaliação Área de Ciências Humanas Aula 148 Revisão e avaliação de Humanas

PLANTIO DIRETO. Definição JFMELO / AGRUFBA 1

COMPARAÇÃO DE DIFERENTES FONTES DE CÁLCIO EM SOJA

FERTILIDADE E MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO EM DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO

PRODUÇÃO DE MAMONEIRA CV BRS 149 NORDESTINA ADUBADA COM NITROGÊNIO, FOSFÓRO E POTÁSSIO

Conceito de Contabilidade

PARLAMENTO EUROPEU C5-0224/2003. Posição comum. Documento de sessão 2001/0212(COD) 14/05/2003

PRODUTIVIDADE DA BATATA, VARIEDADE ASTERIX, EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ-SC

CANA-DE-AÇÚCAR: COMPORTAMENTO DE VARIEDADES EM PIRACICABA, SP 0

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 455

Interpretação da análise de solo

INFLUÊNCIA DE PLANTAS DE COBERTURA DO SOLO NA OCORRÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS E NA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE TRIGO

ENSAIO COMPARATIVO AVANÇADO DE ARROZ DE VÁRZEAS EM MINAS GERAIS: ANO AGRÍCOLA 2004/2005

RESULTADOS E DISCUSSÃO

AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE ALGODÃO HERBÁCEO EM ESPAÇAMENTO ESTREITO COM CLORETO DE MEPIQUAT RESUMO

A importância do continente europeu reside no fato de este ter

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 410

Recomendação de Adubação N, P e K....para os estados do RS e SC

AVALIAÇÃO DE SUBPRODUTOS AGRÍCOLAS COMO CONDICIONADORES DE SUBSTRATOS E/OU FERTILIZANTES ORGÂNICOS PARA MUDAS

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 888

10º LEVANTAMENTO DE SAFRAS DA CONAB /2013 Julho/2013

O uso de pó de rocha fosfática para o desenvolvimento da agricultura familiar no Semi-Árido brasileiro.

Influência do Espaçamento de Plantio de Milho na Produtividade de Silagem.

PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS-PG-CFT INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA. 09/abril de 2014

Há sempre resposta à adubação de manutenção do eucalipto? Um estudo de caso em Porto Velho (RO)

Resultados da Avaliação de Cultivares de Milho IAC/APTA/CATI/Empresas Safra de Verão 2013/14. Aildson Pereira Duarte Programa Milho IAC/APTA

PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM EM FUNÇÃO DA SATURAÇÃO POR BASES DO SOLO E DA GESSAGEM. Acadêmico PVIC/UEG do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

Aplicação de dejetos líquidos de suínos no sulco: maior rendimento de grãos e menor impacto ambiental. Comunicado Técnico

INFLUÊNCIA DO USO DE ÁGUA RESIDUÁRIA E DOSES DE FÓSFORO NA ÁREA FOLIAR DO PINHÃO MANSO

Doses de adubo para produção de mudas de tomate (Solanum lycopersicum)

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA PARA PRODUÇÃO DE MELANCIA E CENOURA COM FINANCIAMENTO EM ANAPOLIS GO

RELATÓRIO PROJETO DE ATIVIDADE DE PESQUISA Nº 021/ Projeto: PRODUTO ORGANOMINERAL VITAN NA PRODUÇÃO DE BATATA

O FARELO DE TORTA DE ALGODÃO NA ADUBAÇÃO DA BATATINHA( 1 )

3. AMOSTRAGEM DO SOLO

Fertilização da Batateira. Raul Maria Cássia EMATER/MG Senador Amaral

COMUNICADO TÉCNICO. EFEITO DO ADUBO NPK NA PRODUTIVIDADE DA ERVA-MATE (Ilex paraguariensis St. Hil.), NO MUNICÍPIO DE ÁUREA, RS *

DESEMPENHO DE MUDAS CHRYSOPOGON ZIZANIOIDES (VETIVER) EM SUBSTRATO DE ESTÉRIL E DE REJEITO DA MINERAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO

ADUBAÇÃO DE SOQUEIRA DE CANA-DE-AÇÚCAR ( 1 ). JOSÉ GOMES DA SILVA e EDUARDO ABRAMIDES ( 2 ). Conquanto abundante

1. Quem Somos 2. Os acionistas 3. Estrutura da empresa 4. Estratégia, Conceito de negócios e serviços 5. Área de atuação: portfólio, regiões e

OBSERVAÇÕES PRELIMINARES SOBRE A ADUBAÇÃO FOLIAR EM FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) I ( 1 ).

EFEITO DE DIFERENTES QUANTIDADES DE HÚMUS DE MINHOCA CALIFÓRNIA VERMELHA INCORPORADOS AO SOLO E COM APLICAÇÕES DE BIOFERTILIZANTE NA CULTURA DO FEIJÃO

A POSIÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP) EM RELAÇÃO AO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) E AO ÍNDICE DE GINI

TEORES DE NITROGÊNIO NAS FOLHAS DE CANA-DE- - AÇÚCAR (SACCHARUM OFFICINARUM L.), CULTIVAR CB

CRESCIMENTO DO RABANETE EM TÚNEIS BAIXOS COBERTOS COM PLÁSTICO PERFURADO EM DIFERENTES NÍVEIS DE PERFURAÇÃO

AGRICULTURA DE PRECISÃO EM SISTEMAS AGRÍCOLAS

Cimento Portland branco

UTILIZAÇÃO DO LODO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO PARA ADUBAÇÃO DO AÇAÍ (Euterpe oleracea)

TRATAMENTO DAS SEMENTES COM INSETICIDAS, VISANDO AO CONTROLE DE PRAGAS EM CULTURAS DE ARROZ-DE-SEQUEIRO ( 1 )

EXERCÍCIOS DE CIÊNCIAS (6 ANO)

GASTAR MAIS COM A LOGÍSTICA PODE SIGNIFICAR, TAMBÉM, AUMENTO DE LUCRO

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO AO ATAQUE DE Bemisia tabaci (Genn.) BIÓTIPO B (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE)

V Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de novembro de 2012

Projeções da demanda por fertilizantes no Brasil

AVALIAÇÃO DE ACESSOS DE MANDIOCA DE MESA EM PARACATU-MG

EFEITO DE DIFERENTES DOSAGENS DE LODO DE ESGOTO E FERTILIZAÇÃO QUÍMICA SOBRE A DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO NO SOLO

Avaliação de linhagens de alface tipo americana no município de Bambui-MG

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) definiu a classificação do porte, com base no número de empregados de cada estabelecimento.

Biologia floral do meloeiro em função de doses de nitrogênio em ambiente protegido.

MÉTODOS DE CORREÇÃO DO SOLO

Disciplinas. Dinâmica de Potássio no solo e sua utilização nas culturas


Desempenho produtivo de clones de capimelefante nos Tabuleiros Costeiros de Alagoas

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Centro de Aquicultura - Setor de Carcinicultura Responsável: Prof. Dr. Wagner Cotroni Valenti

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTURAS IRRIGADAS COM ESGOTO TRATADO

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DE MUDAS DE CAFEEIRO SOB DOSES DE CAMA DE FRANGO E ESTERCO BOVINO CURTIDO

Crescimento de milho fertilizado com manipueira aplicada via foliar

O IBGE divulgou a pouco o primeiro prognóstico para a safra de 2011: Em 2011, IBGE prevê safra de grãos 2,8% menor que a de 2010

LINEAMENTOS PARA MELHORAR A GESTÃO DAS ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS E FAZER MAIS SUSTENTÁVEL A PROTEÇÃO DA SAÚDE

RELATÓRIO TÉCNICO GERALDO HENRIQUE FAZENDA ESTREITO FEVEREIRO 2010

Transcrição:

Competição de fórmulas NPK para a batatinha (1) JÚLIO NAKAGAWA 2 LUIZ CARLOS SCOTON 3 A. M. LOUIS NEPTUNE 4 1 Entregue para publicação em 30-12-66; 2 Bolsista do CNPq na Cadeira de Química Agrícola da ESALQ; 3 Bolsita da FAPESP na Cadeira de Matemática e Estatística da ESALQ; 4 Cadeira de Química Agrícola da ESALQ.

RESUMO Com objetivo de eleger a fórmula de adubo mais lucrativa para a cultura da batatinha (Solarium tuberosum, L.), realizaram-se dois experimentos na Alta Sorocabana, uma das regiões bataticultoras do Estado de São Paulo. Entraram em competição cinco fórmulas NPK (6-16-12, 5-13-9, 6-15-6, 5-10hl0 e 3-11-9). A fórmula 5-10-10 se destacou sôbre as demais nos dois ensaios, tanto na produção de batatas, comerciais como na produção total, proporcionando também, maior renda líquida. INTRODUÇÃO A produção de batatinha ocupa, de acordo com o Anuário Estatístico de 1965, do IBGE, o 7. lugar na renda agrícola do Estado de São Paulo. A área cultivada foi de 53.231 ha que produziu 413.135 toneladas de batata. Vários fatores determinam a baixa produtividade de 7.761,2 kg/ha. Entre os mais importantes estão as doenças, as adubações inadequadas, as variações climáticas, e a falta de irrigação. Para melhorar a produtividade estão em execução pesquisas em diversos setores. Como frutos de trabalhos de melhoramento surgiram variedades nacionais,, como a Aracy, a IAC 307, a Iracema, a Yara, a Paraná-Ouro, que são cultivadas ao lado de variedades européias (holandesas, alemãs e belgas). Das pesquisas, de adubação realizadas pelas instituições do Estado de São Paulo (2, 4, 5, 7), devidos à amplitude de variação nas porcentagens de N, de P 2 0 5 e de K 2 0 nas, fórmulas, muitas misturas de adubos NPK apareceram no comércio. Essas fórmuias estão de acordo com os trabalhos pioneiros de Camargo e Krug (7), que estabeleceram 40-80 kg de N por hectare, 80-120 kg de P 2 0 5 por hectare e 40-60 kg de K 2 0 por hectare, como sendo as doses recomendáveis para o Estado de São Paulo. Esses autores não verificaram, a exemplo do que ocorria na época em Lousiana (EE.UU.), nenhuma reação ao Potássio. Es,tudos posteriores de Boock e outros (2, 3, 4, 5 e 6) têm apenas confirmado a importância do Fósforo na produção dessa solanácea e que o Potássio tem influência apenas no conjunto. Interessante é salientar que mesmo em solos pobres, em Potássio, não houve resposta a esse elemento, dado esse que vai de encontro com as idéias de Pew e Park (15)

mas está em contradição com outros trabalhos (1, 11, 12, 14, 17) onde quaise sempre o Potássio é citado como fator de realce na produtividade e na qualidade do produto. No presente trabalho são relatados, os resultados de um estudo de competição de fórmulas de adubo NPK para a região da Alta Sorocabana, uma das regiões produtoras de batatinha do Estado de São Paulo. MATERIAL E MÉTODO No Estado de São Paulo a cultura da batatinha normalmente é feita em duas épocas do ano. Uma época, chamada "das águas", no período Chuvoso e quente, abrangido pelos meses de agosto a janeiro. O outro período denominado "das secas", á caracterizado por pouca chuva e tempe^ ratura mais amena e vai de fevereiro a julho. Considerando- -se as diferenças, no comportamento vegetativo da batatinha para esses dois períodos, os trabalhos, foram extendidos para as duas épocas. O ensaio n. 1 foi instalado em 21 de agosto de 1965 e a colheita foi feita em 18 de dezembro do mesmo ano; o ensaio n. 2 foi instalado em 10 de março de 1966, realizando-se a colheita em 27 dé julho de mesmo ano. O solo é um latosol vermelho escuro fase arenosa, que apresenta as características descritas no Quadro I. A análise mecânica foi feita pelo método de Bouyoucos (16) e a análise química, pelo método de Catani e colaboradores (9). Os solos em questão são pobres em Magnésio e apresentam teores médios de N, P, K e Ca.

Entraram em competição 5 fórmulas de adubo NPK encontradas no comércio, a saber: 6-16-12, 3-11-9, 5-10-10, 6-15-6, 5-13-9. O tratamento testemunha, que não recebeu adubação, contituiu o sexto tratamento. Os adubos usados nas formulações foram sulfato de amônio, superfosfato simples e sulfato de potássio, sendo todas as misturas aplicadas na base de 1.650 kg/ha. No primeiro experimento a parcela tinha 21,6 m 2 de área útil e área total de 36 m 2. O espaçamento foi de 0,72 x 0,30 m. A parcela do segundo experimento tinha 10,5 m 2 de área util e uma área total de 17,5 m 2. O espaçamento foi de 0,70 x 0,30 metros. O delineamento usado nos experimentos foi o de blocos ao acaso, com 4 repetições. A variedade usada foi "Marita", de origem alemã, em sua segunda geração, muito apreciada na região pela rusticidade aliada à sua boa produtividade. O desenvolvimento da cultura foi normal e o ciclo vegetativo completou-se sem qualquer alteração no experimento da época "das secas", graças a um rigoroso controle exercido contra pragas e doenças e também devido à irrigação periódica por aspersão. O mesmo não ocorreu no plantio "das águas". RESULTADOS E DISCUSSÃO No experimento da época "das águas" ocorreu certa variação no brotamento dos tubérculos. As, produções médias obtidas nesse experimento são dadas no Quadro II, distribuídas de acordo com o sistema de padronização dos tubérculos do Estado de São Paulo, que é o seguinte: Tipo especial tubérculos retidos em peneira de malha 45 mm Tipo primeira " " " " " " 40 " Tipo segunda " " " " " " 35 " Tipo terceira " " " " " " 25 " Os dois primeiros tipos são comerciais. Os dois últimos só eventualmente são comercializados.

As diferenças de produção relativamente à testemunha são notáveis. A fórmula 6-15-6 deu a maior produção de batata tipo primeira, enquanto a fórmula 3-11-9 deu a menor produção desse tipo. A diferença entre essas duas produções é significativa, ao nível de 1% de probabilidade. A situação é inversa para o tipo especial, pois nesse, a fórmula 6-15-6 foi a menos produtiva. Os dados, indicam que as fórmulas com menor teor de K 2 0 levam a produções maiores de tubérculos miúdos em detrimento dos tubérculos de tipo comercial. Por outro lado, as produções maiores são devidas às, fórmulas cuja porcentagem de P 2 0 5 é próxima da porcentagem de K s O. Essa última observação pode ser estendida tanto para a produção total como para a de especial e de primeira. No Quadro III encontram-se as produções de batata referentes, aos tipos especial mais primeira. A venda dessa batata, na própria região de produção e no início de 1966, proporcionou as rendas líquidas relativas indicadas no Quadro III. Para o cálculo da renda líquida subtraiu-se da renda bruta apenas o custo da adubação usada. A fórmula 5-10-10 se destacou na produção de batata comercial e também foi a adubação mais econômica. Os ínces de produção são proporcionais aos índices de renda líquida. Em segundo lugar se colocou a mistura 3-11-9 e em terceiro a fórmula 6-16-12, que é justamente a mais rica em NPK. Contudo, as diferenças entre as fórmulas não chegaram a alcançar significância estatística.

Os dados, obtidos no experimento realizado na época "das secas" podem ser apreciados no Quadro IV. Neste segundo ensaio avaliou-se o "stand". As variações foram de pequena monta e a sua média esteve em torno de 94%. O exame dos dados mostram que a produção da época "das secas" foi muito superior à produção do ensaio "das águas". A produção do tratamento testemunha, por exemplo, dobrou em relação ao mesmo tratamento do experimento anterior. Esse fato se deve ao prejuízo causado na cultura "das águas" por fortes aguaceiros que ocorreram na região na época de formação dos tubérculos. As diferenças entre as produções das cinco fórmulas de adubação em estudo não

atigem sjgnificânciá estatística. São notáveis as diferenças em relação à testemunha, tendo se destacado sobre as demais a fórmula 5-10-10. Das cinco misturas de adubo, a 5-13-9 foi a de menor produção, nos dois experimentos. Em termos de batata comercial, a fórmula 5-10-1% também, supera as. demais misturas. Contudo, as diferenças entre a sua produção a as produções das demais, não chegam a ser significativas. As produções de tubérculos com diâmetro superior a 40 mm (especial mais, primeira), bem como as rendas relativas proporcionadas pelos seis tratamentos são apresentadas no Quadro V. A fórmula 5-10-10 revelou-se mais lucrativa, confirmando os resultados da época "das águas". Em segundo lugar se colocaram as fórmulas 6-15-6 e 6-16-12. Deve-se observar, entretanto, que as diferenças entre a produção da fórmula 5-10-10 e as produções das demais fórmulas s,ão pequenas e não alcançaram significância estatística. Os dados apenas sugerem que a fórmula 5-10-10 é a.mais indicada entre as estudadas, para as condições em que foram efetuados os ensaios. SUMMARY This paper deals with two experiments on potato fertilization carried out in a sandy soil of Alta Sorocabana region, São Paulo State, Brazil.

Five NPK fertilizers (6-16-12, 3-11-9, 5-10-10, 6-15-6 and 5-13-9) were compared for two periods in a year, applying 1,650 kg per hectare of each one. The results showed that the 5-10-10 mixture yielded more than other fertilizers, and it was economically best. AGRADECIMENTOS Agradecemos aos senhores Yuzo, Celso e José Nakagawa, pela concessão das áreas e pela inestimável colaboração prestada durante a condução dos experimentos, e à Quimbrasil Serrana, pelo fornecimento dos fertilizantes. LITERATURA CONSULTADA 1. BARIBEAU, B. Pommes de terre Engrais chimique vs poids spécifique. Agric. n. 21, Jan.-Fev., 1961. 2. BOOCK, O. e CASTRO, J. B. Efeitos de N, P e K na adubação da batatinha. Bragantia 10:221-233, 1952. 3. BOOCK, O. J. e PAIVA NETO, J. E. Produtividade e composição mineral de diferentes variedades de batatinha. Bra gantia 10:161-176, 1950. 4. BOOCK, O. J., KUPPER, A. e SALES, J. M. Adubação mineral para batatinha (Solanum tuberosum). Influência dos elementos N, P e K em solos ricos em matéria orgânica no Vale do Paraíba. Bragantia 11:211-222, 1951. 5. BOOCK, O. J. e CATANI, R. A. Adubação da batatinha Resultados preliminares referentes ao emprêgo parcelado de N e P. Bragantia 15:353-359, 1956. 6. BOOCK, O. J. Adubos fosfatados na cultura da batatinha. Bragantia 5:327-350, 1945. 7. CAMARGO, T. e KRUG, G. A. Experiência sôbre adubação da batatinha. Instituto Agronômico de Campinas, Boln. Téc. n. 16, 1935. 8. GARGANTINI, H, GARCIA BLANCO, H., GALLO, J. R. e NOBREGA, S. A. Absorção de nutrientes pela batatinha. Bragantia 22(22):267-290, 1963. 9. CATANI, R. A., GALLO, J. R. e GARGANTINI, H. Amostragem de solo, métodos de análise, interpretação e indicações gerais para fins de fertilidade. Instituto Agronômico de Campinas. Boln. n. 69, 1955. 10. HOOVER, E. F. and XANDER, R. A. Potato composition and chipping quality. Pot. Jour. 38:163-170, 1961.

11. JOHNSON, C. E. Potash fertilizers on potatoes. Calif. Agric. 12(7):10, 1958. 12. MARPHY, H. J. and GOVEN, M. J. Influence of source of potash yield, specific gravity, and surface russeting of the Russet Barbank variety in Maine. Am. Potato J. 42(7): 192-194, 1965. 13. NOBREGA, S. A. et al. Adubação da batatinha I. Região da Alta Sorocabana. Bragantia 23(9):83-93, 1964. 14. OUELLETE, G. y GLANDER, H. Fertilización potasica de la patata. Revista da le Potasa (Berna, Suiza). Secc. 1l, Sep. 1964. 15. PEW, W. D. and PARK, H. J. Potato fertilization. Progr. Agr. Ariz. 17(3)-23, 1965. 16. RANZANI, G. e KIEHL, E. J. Práticas de solos. Centro Acadêmico "Luiz de Queiroz", Piracicaba, 1959. 17. SMITH, O. Potato fertilization and nutrition studies in 1942. Am. Potato J. 21(2):30-48, 1944.