Dia da Libertação dos Impostos

Documentos relacionados
Dia da Libertação dos Impostos

Medidas Fiscais: Impostos sobre o Rendimento TITLE. Samuel Fernandes de Almeida

DOCUMENTO DE SUPORTE PARA A APRESENTAÇÃO DO MINISTRO DE ESTADO E DAS FINANÇAS EM CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Orçamento do Estado para 2010

Instituto Nacional de Estatística. stica. Procedimento dos Défices Excessivos (PDE)

ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR (*) E ÍNDICE HARMONIZADO DE PREÇOS NO CONSUMIDOR Janeiro de 2003

Carga fiscal aumenta para 34,7% do PIB em 2017

A evolução dos impostos nos países da OCDE, no período de 1990 a 2003: Comparação com Portugal

SISTEMA TRIBUTÁRIO PORTUGUÊS. 7ª Edição da Pós-Graduação em Fiscalidade

Carga fiscal diminuiu para 34,4% do PIB em 2016

Carga fiscal em 2011 atingiu aproximadamente 1/3 do PIB

XXXX xxxxxxx Assembleia da República n.º 124/2011

Congresso IVA 2017 O Regime Especial de IVA das PME Marta Machado de Almeida

Congresso IVA 2017 O Regime Especial de IVA das PME Marta Machado de Almeida

Carga fiscal atingiu 35,4% do PIB em 2018

Estatísticas das receitas fiscais: Após a forte redução em 2009 a carga fiscal aumentou em 2010

CONSOLIDAÇÃO E CRESCIMENTO

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

Notas sobre o Relatório do Combate à Fraude e Evasão Fiscais em 2009

Orçamento do Estado para Principais Medidas Fiscais

Orçamento de Estado para 2017

OE2005- Um OE que agrava a injustiça fiscal e reduz o peso das funções sociais do Estado Pág. 1

ORÇAMENTO DO ESTADO D ( M

A situação económica na União Europeia

Compilação das Contas Trimestrais das Administrações Públicas: fontes e métodos

UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES

Relatório mensal sobre combustíveis

A Economia Portuguesa Dados Estatísticos Páginas DADOS ESTATÍSTICOS

O CONTRIBUTO DO IVA PARA AS RECEITAS PÚBLICAS

PARTE C MINISTÉRIO DAS FINANÇAS (4) Diário da República, 2.ª série N.º 9 14 de janeiro de Gabinete do Ministro

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA UNIDADE TÉCNICA DE APOIO ORÇAMENTAL. Ref.ª 15/COF/2007 Data: NOTA TÉCNICA

8º Seminário. A Política Ambiental nos Instrumentos Económicos para os Recursos Hídricos. Propostas da campanha nacional

G PE AR I Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação_ e Relações Internacionais. Boletim Mensal de Economia Portuguesa. N.

DÉFICE DA BALANÇA COMERCIAL CONTINUA A DIMINUIR

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE EMPRESAS PETROLÍFERAS

Descomplicar o Orçamento do Estado 2018: Principais Alterações Fiscais Marta Machado de Almeida Braga, 9 de Fevereiro de 2018

Circular. Face à publicação da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro, cumpre-nos comunicar as seguintes alterações:

ÍNDICE II - DETALHE DAS RECEITAS E DESPESAS DE JANEIRO DE QUADRO 1 - ESTIMATIVA DE EXECUÇÃO DAS RECEITAS DO ESTADO...10

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS ANTEPROJECTO DE ORÇAMENTO RECTIFICATIVO N.º 2 AO ORÇAMENTO DE 2002 MAPA GERAL DE RECEITAS

Exmo. Senhor. Dr. António Costa

Portugal - Contas Públicas sob controlo nos primeiros meses de 2017

Pensar a Fiscalidade - 2º barómetro

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO CONSELHO. Informações financeiras sobre o Fundo Europeu de Desenvolvimento

LISBOA PORTO FUNCHAL SÃO PAULO LUANDA MAPUTO PRAIA DILI SÃO TOMÉ MACAU. Descomplicar o Orçamento do Estado 2019: Tributação Indirecta e Património

Apresentação da Proposta de ORÇAMENTO DO ESTADO 2017

Relatório mensal sobre combustíveis

Estatísticas das Receitas Fiscais

Carga fiscal manteve tendência crescente, fixando-se em 34,5% do PIB em 2015

UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES

UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES

6º Seminário. A Política Ambiental na Fiscalidade sobre os Resíduos. Propostas da campanha nacional

Conferência Parlamentar sobre a Dívida Pública

PARTE C MINISTÉRIO DAS FINANÇAS (2) Diário da República, 2.ª série N.º de janeiro de Gabinete do Ministro

DÉFICE DA BALANÇA COMERCIAL DIMINUIU 22.8 % EM JANEIRO DE 2003

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESÁRIAS

UNIÃO EUROPEIA TRATADO DE MAASTRICHT

AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES

SEGUROS DE VIDA IRS 2018

Resultados dos exercícios de stress test ao Banco Espírito Santo e à Santander Totta, SGPS. 6 de Agosto de 2010

GPEARI Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais. Boletim Mensal de Economia Portuguesa.

ORIENTAÇÕES. (4) Torna-se necessário, por conseguinte, alterar em conformidade a Orientação BCE/2013/23, Artigo 1. o. Alterações

INDICADORES DE I&D - COMPARAÇÕES INTERNA CIONAIS OCT Observatório das Ciências e das Tecnologias

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Proposta de. DECISÃO DO CONSELHO nos termos do nº 2 do artigo 122º do Tratado

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

OBSERVAÇÕES DA UGT SOBRE A ACTUALIZAÇÃO DA RETRIBUIÇÃO MÍNIMA MENSAL GARANTIDA

ÍNDICE I - SÍNTESE DA EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO DO ESTADO DE JANEIRO A MARÇO DE

REDE DE ESTABELECIMENTOS POSTAIS RELATIVOS AOS CTT CORREIOS DE PORTUGAL, S.A., NO FINAL DO 1.º SEMESTRE DE 2007 ÍNDICE

APRESENTAÇÃO À COMISSÃO DE ORÇAMENTO E FINANÇAS. A crise financeira internacional. Impacto sobre o mercado segurador e de fundos de pensões

PROJECTO DE LEI N.º 8/XII/1.ª INTRODUZ UMA TAXA SOBRE AS TRANSFERÊNCIAS PARA PARAÍSOS FISCAIS

Impostos com relevância ambiental em 2012 representaram 9,4% do total das receitas de impostos e contribuições sociais

IRS IRC IMI IMT EBF

PRODUTO INTERNO BRUTO REGISTOU UMA QUEBRA DE 1,1% EM VOLUME

RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO

Condições de Estabilidade do Rácio da Dívida Pública

ESTRUTURA DA INTERVENÇÃO NO DEBATE ORGANIZADO PELA FENPROF

Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional

CONJUNTURA ECONÓMICA. - Novembro

ANEXO COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO. Avaliação das medidas tomadas pela ESPANHA, FRANÇA, MALTA, PAISES BAIXOS e ESLOVÉNIA

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO CONSELHO

Lisboa. Jornadas de Fiscalidade 2017

PORTUGAL - INDICADORES ECONÓMICOS. Evolução Actualizado em Março Unid. Fonte Notas

JORNAL OFICIAL. Suplemento. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Sexta-feira, 17 de fevereiro de Série. Número 32

As exportações diminuíram 2,0% e as importações decresceram 0,4% em junho de 2016, em termos nominais, face ao mesmo mês de 2015

SEGUROS DE VIDA IRS 2017

PROJECTO DE LEI Nº 556/XI/2.ª DEFINE UM REGIME DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLO DA EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS

ii. Fundo de Acidentes de Trabalho

Exemplos práticos de aplicação da sobretaxa

IRS: Novas tabelas de retenção na fonte serão aplicadas a partir de

CONSULTORIA FISCAL IRS - ABATIMENTOS E DEDUÇÕES AOS RENDIMENTOS DE 2012

ORÇAMENTO DO ESTADO 2018

de Investimento em Angola e Cabo Verde

Barómetro das Crises

PARECER DA COMISSÃO. de sobre o projeto de plano orçamental de Portugal. {SWD(2018) 524 final}

Taxa de variação homóloga do IPC situou-se

Nesta operação de Inquérito recensearam-se investigadores, num total de pessoas a trabalhar em actividades de I&D.

Estatísticas das Administrações Públicas

Transcrição:

Dia da Libertação dos Impostos - Relatório de 2007-26 de Abril de 2007 Gabinete de Análise Económica () Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa Coordenação: Professor Doutor António Pinto Barbosa PATROCINADOR

1. O Dia da Libertação dos Impostos (DLI) Estima-se que o Dia da Libertação dos Impostos (DLI), para o ano de 2007 em Portugal, corresponda ao dia 16 de Maio. Assim, nessa data, após ter trabalhado 136 dias (mais um dia do que em 2006) o português médio já terá ganho o rendimento suficiente para cumprir as suas obrigações fiscais. DLI em 2007 O DLI em 2007 deverá ocorrer no dia 16 de Maio. A estimativa baseia-se essencialmente na informação relativa à execução orçamental de 2006 e no crescimento da receita fiscal previsto no Orçamento do Estado para 2007. Relativamente ao PIB nominal, adoptou-se a estimativa para 2007 enviada à Comissão Europeia na notificação dos défices excessivos de Março de 2007, à qual está subjacente um crescimento real de 1.8 por cento assumido no Orçamento do Estado para 2007. Tal como nos anos anteriores, o DLI de 2007 será afectado por medidas de política fiscal com impactos quer positivos quer negativos na receita fiscal. Relativamente às medidas que contribuem para o aumento no DLI, são de destacar as seguintes: - Aumento da tributação dos rendimentos de pensões por via da redução da respectiva dedução específica no OE2006 e no OE2007. - Introdução no OE2007 da retenção na fonte sobre os dividendos das participações financeiras dos bancos, em sede de IRC. - Aumento das taxas do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos em 2.5 cêntimos/litro e uma actualização das mesmas de acordo com a inflação esperada. - Subida da componente específica do imposto sobre os cigarros em 11.5 por cento. Refira-se que a limitação das provisões relevantes para a determinação do rendimento colectável no IRC introduzida no OE2007 só deverá ter um efeito positivo na receita deste imposto no próximo ano, aquando das autoliquidações relativas aos rendimentos de 2007. No que respeita às principais medidas com impacto negativo sobre a receita fiscal de 2007, refiram-se as seguintes: - Reintrodução de benefícios fiscais às aplicações em Planos Poupança Reforma no OE2006, em sede de IRS. - Reintrodução de benefícios fiscais à aquisição de material informático no OE2006.

- Criação no OE2007 de uma dedução à colecta igual a três vezes a retribuição mínima mensal por cada sujeito passivo com deficiência. Esta medida representa uma substituição da isenção de parte do rendimento e da majoração da dedução específica para os rendimentos do trabalho dependente e pensões, com um período de transição até 2009. - Eliminação da diferença entre a dedução à colecta dos sujeitos passivos casados e não casados, no OE2007. - Diferimento do prazo de pagamento no IVA nas importações de fora da União Europeia, considerada no OE2007. - Alterações no Imposto Automóvel, a partir de Julho de 2007, que embora ainda não totalmente especificadas foram tidas já em conta na previsão da receita fiscal incluída no OE2007. O gráfico seguinte descreve a evolução, baseada nos dados mais recentes, do DLI até 2006 e apresenta a estimativa para 2007. Dias de trabalho 138 136 134 132 130 128 126 124 122 Dia da Libertação dos Impostos (DLI), Portugal 2000-2007 10 de Maio 8 de Maio 13 de Maio 15 de Maio 16 de Maio 120 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano

Reavaliação do DLI em 2006 A informação obtida desde a elaboração do anterior relatório sobre o DLI permitiu actualizar a evolução desse indicador no passado recente e, em particular, o seu valor em 2006 1. Essa reavaliação não é muito significativa, situando-se assim, em média, em cerca de menos um dia de trabalho por ano no período de 2003 a 2005, decorrendo essencialmente da revisão em alta do PIB nominal. No que diz respeito à estimativa do anterior relatório sobre o DLI de 2006 (1) a diferença para a actual estimativa é explicada pela revisão em alta do PIB nominal, o que mais do que compensou o comportamento mais favorável do que o previsto da receita fiscal em 2006. O gráfico seguinte põe em confronto a evolução no passado recente do DLI estimada no anterior relatório (linha) com a evolução agora actualizada (a sombreado), utilizando os dados mais recentes. 138 136 134 Dia da Libertação dos Impostos (DLI), Portugal 2000-2007 14 de Maio 13 de Maio 1 16 de Maio 15 de Maio Dias de trabalho 132 130 128 126 10 de Maio 10 de Maio 8 de Maio 10 de Maio 8 de Maio 124 122 120 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano DLI Relatório 2007 DLI Relatório 2006 1 A metodologia utilizada no cálculo do DLI encontra-se explicada no Relatório de 2005, disponível em http://portal.fe.unl.pt/feunl/novoportal/public/docs/relatoriodli_versaoii2.pdf. A este respeito importa recordar, em particular, os seguintes pontos: - As receitas fiscais correspondem à soma dos impostos sobre o rendimento e património, sobre a produção e importação e das contribuições sociais, que constituem receita das administrações públicas, compiladas numa óptica de Contas Nacionais (SEC95). - É adicionado ao valor referido no ponto anterior o IVA pago em território nacional, mas que é transferido, como contribuição financeira, para a União Europeia. - Em 2003 foi realizada uma venda de créditos tributários que implicou, em Contas Nacionais, o registo de um montante muito elevado de receita fiscal das administrações públicas, sem que este tenha sido efectivamente pago. Assim, os dados estão expurgados desta operação e, em contrapartida, adicionados, de 2003 em diante, da estimativa dos montantes entretanto pagos à empresa adquirente dos créditos tributários.

2. O Dia da Libertação do Sector Público (DLSP) Em 2007, os portugueses irão trabalhar até 15 de Junho (166 dias) para pagar a totalidade do Sector Público, menos três dias que em 2006. Tal como nos relatórios anteriores, apresenta-se de seguida um importante indicador adicional - o Dia da Libertação do Sector Público (DLSP) - que procura levar em conta todo o tipo de tributação, nomeadamente a tributação implícita associada ao défice. O próximo gráfico apresenta os valores do DLSP recalculados de acordo com a informação actualmente disponível (a sombreado), bem como os incluídos no relatório de 2006 (linha). Relativamente à estimativa apresentada no anterior relatório, a variação do DLSP em 2006 foi revista em baixa em cerca de quatro dias de trabalho devido quer à subida da estimativa do PIB nominal (que se traduziu numa diminuição no DLSP em 3 dias de trabalho), quer ao comportamento mais favorável da despesa pública (que representou menos um dia de trabalho). Para 2007, a estimativa apresentada para o DLSP baseia-se essencialmente no Orçamento do Estado para 2007, mas tem em conta a informação relativa à execução de 2006. Deste modo, as estimativas actuais do DLI e do DLSP têm implícito um défice de 3.3 por cento do PIB, igual ao objectivo oficial anunciado recentemente pelo Governo na sequência dos bons resultados orçamentais de 2006. A confirmarem-se as estimativas, os portugueses irão trabalhar até 15 de Junho de 2007 para pagar a totalidade do sector público, menos três dias que em 2006.

Dias de trabalho 180 175 170 165 6 de Junho 160 6 de Junho 155 Dia da Libertação do Sector Público (DLSP), Portugal 2000-2007 11 de Junho 11 de Junho 11 de Junho 11 de Junho 17 de Junho 15 de Junho 18 de Junho 18 de Junho 24 de Junho 23 de Junho 22 de Junho 18 de Junho 15 de Junho 150 145 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano DLSP Relatório 2007 DLSP Relatório 2006 3. O DLI por tipo de imposto O DLI por tipo de imposto em Portugal O gráfico seguinte ilustra a decomposição do DLI pelos principais tipos de impostos em Portugal, no período de 2000 a 2007. Como se pode observar, a subida do número de dias de trabalho necessários para cumprir as obrigações fiscais em 2006 em Portugal tem subjacente, no essencial, um aumento dos impostos sobre a produção e a importação, um pouco à semelhança do que se tem verificado nos últimos anos. Com efeito, as medidas de política fiscal adoptadas no período mais recente estiveram muito centradas na tributação indirecta, em particular no IVA, Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Imposto sobre o Tabaco. Pelo contrário, em 2007, espera-se que o aumento dos dias de trabalho para cumprimento das obrigações fiscais decorra predominantemente dos impostos sobre o rendimento e o património, em particular do IRC. Este resultado não decorrerá do impacto de medidas de política fiscal no IRC, mas sim do facto de o OE2007 prever um crescimento muito significativo da receita do IRC devido ao aumento de resultados esperados da actividade de um número muito restrito de empresas de grande dimensão.

O DLI por tipo de imposto em Portugal 2000-2007 Ano 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 34 56 46 33 57 46 32 55 46 32 53 45 30 53 44 34 53 43 34 51 42 36 51 41 0 20 40 60 80 100 120 140 Dias de trabalho Impostos sobre o rendimento e o património Impostos sobre a produção e a importação Contribuições sociais O DLI de 2007 por tipo de imposto Outros Impostos, 8 dias IRS, 20 dias Contribuições, 46 dias IRC, 12 dias IVA, 32 dias ISP, 7 dias Imp. s/tabaco, 4 dias Imp. Selo, 4 dias Imp. Automóvel, 3 dias IRS IRC IVA Imp. Selo Imp. Automóvel Imp. s/tabaco ISP Contribuições Outros Impostos

Para o ano de 2007, estão acima indicados os dias de trabalho que o português médio terá de consagrar para o pagamento dos vários tipos de impostos. Por exemplo, só para pagar o Imposto Selo um indivíduo trabalhará, em média, 4 dias por ano. Do mesmo modo, um português que não fume poderá ver o seu DLI diminuir em mais de 4 dias. O DLI por tipo de imposto em 2006 Comparação com a União Europeia Os gráficos seguintes comparam o DLI por tipo de imposto em Portugal com o dos restantes antigos Estadosmembros da União Europeia em 2006. Apesar do aumento do peso da tributação em Portugal de novo em 2006, este aparece ainda como o terceiro país com o menor DLI no conjunto dos quinze Estados-membros. Esta posição relativa deriva essencialmente da magnitude dos impostos sobre o rendimento e o património em Portugal e, numa menor medida, das contribuições sociais, que se situa significativamente abaixo dos valores para a média da área do euro e da antiga UE-15. O oposto é observado nos impostos sobre a produção e a importação.

Suécia Dinamarca Bélgica França Áustria Finlândia Itália Área euro UE-15 Alemanha Países Baixos Reino Unido Espanha Luxemburgo Portugal Grécia Irlanda DLI 2006 183.2 179.7 167.8 167.2 157.6 157.1 154.4 151.3 151.0 147.3 146.1 141.1 135.1 134.4 133.8 133.8 122.8 0 50 100 150 200 Dias trabalhados Dinamarca Suécia Reino Unido Finlândia Bélgica Itália UE-15 Irlanda Luxemburgo Áustria Área do euro França Países Baixos Espanha Alemanha Portugal Grécia Impostos sobre o rendimento e o património 2006 43 4548 43 4043 32 32 48 5053 48 63 73 108 61 62 0 20 40 60 80 100 120 Dias trabalhados Dinamarca Suécia França Portugal Itália Irlanda Áustria UE-15 Área do euro Finlândia Bélgica Grécia Reino Unido Países Luxemburgo Espanha Alemanha Impostos sobre a produção e a importação 2006 56.5 62.2 65.0 56.0 54.0 51.7 51.2 50.0 49.8 49.7 48.6 47.7 47.3 47.1 45.9 45.0 44.3 0 10 20 30 40 50 60 70 Dias trabalhados França Alemanha Áustria Bélgica Área do euro Países Grécia UE-15 Suécia Itália Espanha Portugal Finlândia Luxemburgo Reino Unido Irlanda Dinamarca 7.1 Contribuições sociais 2006 22.8 30.7 58.4 63.467.2 58.1 56.8 55.8 54.5 51.0 48.1 47.5 45.5 47.3 44.9 40.2 0 10 20 30 40 50 60 70 Dias trabalhados 4. Conclusão Tomando a evolução conjunta, nos últimos anos, do DLI (impostos) e DLSP (despesa pública) é possível constatar os progressos obtidos na consolidação orçamental. Com efeito, o aumento do DLI (iniciado em 2003), conjugado com a diminuição do DLSP (desde 2005) permitiram uma significativa redução do défice orçamental em 2006 e, previsivelmente, em 2007. Em resultado, já em 2007 se prevê o quase cumprimento do limiar crítico dos 3%. Se isso vier a suceder, o português médio satisfará, finalmente, o compromisso assumido perante a União Europeia de não ter de trabalhar mais de 11 dias do ano (3% de 365 dias) para pagar os seus impostos futuros. Subsistem,

evidentemente, a partir daí, compromissos adicionais em matéria de consolidação, bem como questões de estratégia orçamental da maior importância: preservar o DLI? Reduzi-lo a par e passo com o DLSP? etc, etc. Qualquer que seja, todavia, a opção que venha a ser tomada, o progresso obtido na consolidação orçamental afigura-se constituir, só por si, um elemento muito positivo na evolução recente das finanças públicas portuguesas. Em síntese, estima-se que o Dia da Libertação dos Impostos (DLI), para o ano de 2007 em Portugal, corresponda ao dia 16 de Maio. Após ter trabalhado 136 dias (mais um dia do que em 2006) o português médio já terá ganho o rendimento suficiente para cumprir as suas obrigações fiscais. A evolução conjugada deste indicador (mais um dia) com a do Dia da Libertação do Sector Público (DLSP) (menos quatro dias) evidencia os progressos obtidos no processo de consolidação orçamental.