VARIABILIDADE PLUVIOMÉTRICA E A INFLUÊNCIA DA CHUVA NO PROCESSO DE ARENIZAÇÃO EM GILBUÉS-PIAUÍ

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RESUMO VARIABILIDADE PLUVIOMÉTRICA E A INFLUÊNCIA DA CHUVA NO PROCESSO DE ARENIZAÇÃO EM GILBUÉS-PIAUÍ IVAMAURO AILTON DE SOUSA SILVA 1 JULIANA RAMALHO BARROS 2 Pretende-se nesta pesquisa, identificar os efeitos do clima no processo de arenização em Gilbués-Piauí, almejando fornecer subsídios para avaliar a vulnerabilidade da paisagem aos eventos pluviais intensos. A revisão bibliográfica, coleta e análise de dados meteorológicos, elaboração de gráficos de precipitação e realização de trabalhos de campo, foram procedimentos fundamentais para a elaboração da pesquisa, que apresenta as seguintes investigações: I) precipitação com alta variabilidade espaço-temporal; II) a ocorrência de chuvas intensas em áreas com rampas longas favorecem o espalhamento das partículas de solos para áreas adjacentes, promovendo a formação de terrenos arenosos; III) as chuvas enérgicas favorecem o escoamento hídrico e potencializa a formação de ravinas e voçorocas, ocasionando a perda de horizontes superficiais do solo. Palavras-chave: Chuva; Arenização; Gilbués. ABSTRACT It is intended in this research to identify the effects of weather on the sandy arenization process in Gilbués-Piauí, aiming to provide subsidies to assess the landscape vulnerability to intense rainfall events. The literature review, collection and analysis of meteorological data, graphing rainfall and conducting field work were fundamental procedures for the preparation of research, which has the following investigations: I) rainfall with high variability spatiotemporal; II) the occurrence of heavy rain in areas with long ramps favor the spreading of particulate soils into adjacent areas, promoting the formation of sandy soil; III) the rains " energetic " favor the water flow and enhances the formation of ravines and gullies, causing the loss of surface soil horizons. Key words: Rain; Arenization; Gilbués 1 Introdução Com base no avanço nas pesquisas em Climatologia, constata-se cada vez mais a importância do clima na dinâmica do ambiente. A ocorrência de episódios excepcionais, por exemplo, desencadeia processos erosivos no solo, provocando significativos prejuízos socioeconômicos e ainda modificações ambientais e impactos na paisagem. A análise de episódios pluviométricos excepcionais que causam impactos na paisagem revela sua importância no planejamento ambiental, principalmente acerca das 1 Professor Assistente da Universidade do Estado de Mato Grosso. Doutorando em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: ivamauro@hotmail.com 2 Professora Adjunta da Universidade Federal de Goiás. 774

ações sociais, uma vez que, processos de degradação dos solos afetam as atividades socioeconômicas e compromete o bem-estar da população como também podem danificar o ambiente. O processo de arenização em Gilbués tem despertado interesse da comunidade acadêmica e de ambientalistas por apresentar fragilidade ambiental e intensa degradação, decorrente principalmente, da forte erosividade das chuvas locais erodibilidade dos solos. A região de Gilbués é denominada oficialmente pelo Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca como um dos núcleos de desertificação do nordeste brasileiro, sendo considerado o maior núcleo do país, com extensão de aproximadamente 6.131 km² (BRASIL, 2004). Conforme Suertegaray et. al. (2001) o processo de desertificação é reservado para expressar a degradação do solo, vegetação e água em condições climáticas adequadas, bem como períodos secos prolongados, baixos índices pluviométricos e presença de aridez. A região de Gilbués possui clima tropical subúmido com pluviosidade média em torno de 1.200 mm/ano, ausência de aridez e de extensos períodos de estiagem, tem abundância hídrica (rios perenes e aquíferos) e em alguns setores a cobertura vegetal é densa (SILVA, 2014, p.15). Segundo os conceitos apresentados pela literatura científica sobre o processo de desertificação considerou mais adequado, o emprego do termo/conceito arenização, para elucidar o processo de degradação dos solos típico da área. Suertegaray (1992, p. 71) conceitua arenização como o processo de retrabalhamento de depósitos arenosos pouco ou não consolidados, que promove, nessas áreas, uma dificuldade de fixação da cobertura vegetal, devido à intensa mobilidade de sedimentos arenosos pela ação das águas (erosão hídrica) e dos ventos (erosão eólica). O processo está restrito a regiões de clima úmido, embora períodos de estiagem sejam comuns, é um fenômeno que envolve erosão, transporte e acumulação. Suertegaray (2001) elucida que a dinâmica dos processos envolvidos na arenização requer disponibilidade de água. Conforme Suertegaray (1992), a elevada precipitação, em particular aquela concentrada em chuvas torrenciais, favorece os processos de escoamento, potencializando a formação de ravinas e voçorocas, feições resultantes do escoamento hídrico. Suertegaray (2006, p. 69) complementa que a gênese do processo de arenização, está associado à formação de ravinas que evoluem para voçorocas e depositam a jusante, leques arenosos. Essas características integradas com a evolução das próprias voçorocas 775

dão origem aos areais, impulsionados, também pelo escoamento superficial hídrico e dinâmica eólica (Figura 1). Figura 1 Esquema de interpretação da gênese da arenização Fonte: SUERTEGARAY, 2001 Verdum (1997) afirma que as precipitações elevadas são um motor da arenização, pois atingem as formações superficiais com fragilidade estrutural, a vegetação herbácea pouco protetora, formariam ravinamento e voçorocas, retrabalhando os sedimentos juntamente com a ação eólica. Sanches (2013) assegura que a ocorrência de eventos extremos de precipitação, apresentam forte relação com os processos de arenização associados à dinâmica hídrica. O aumento da frequência desses eventos no decorrer do século XX pode ter contribuído para a intensificação de parte dos processos de arenização no sudoeste do Rio Grande do Sul. Pelo exposto, a análise do clima e, especificamente, a variabilidade pluviométrica e o comportamento pluvial são de grande importância para a avaliação dos riscos naturais que potencializam a arenização em Gilbués. A precipitação é uma das variáveis meteorológicas mais importantes para os estudos climáticos. Tal importância reside em seu regime, quando sucede em um curto intervalo de tempo (chuva intensa), podem acarretar impactos adversos na paisagem Neste contexto, a pesquisa tem como objetivo geral: investigar a relação entre a precipitação e o processo de arenização em Gilbués, por meio do estudo da dinâmica pluviométrica, fornecendo contribuições para o planejamento ambiental/territorial. Como objetivos específicos vale elencar: a) elucidar a influência da pluviosidade no desencadeamento do processo de arenização; b) identificar as possíveis modificações e 776

impactos na paisagem e os setores mais críticos quando a suscetibilidade a arenização. 2 Material e métodos A linha teórico-metodológica seguida neste artigo está fundamentada na abordagem Geossistêmica que expressa uma visão interativa dos elementos geoambientais, relacionando processos e respostas, aplicando ênfase ao clima (chuva) como condicionante de maior expressividade. A pesquisa foi realizada em três etapas distintas e complementares. No primeiro momento, procedeu-se verificação bibliográfica sobre o tema, de onde foram extraídos os conceitos norteadores (clima e arenização); no segundo momento levantaram-se dados sobre o regime pluviométrico anual, mensal e diário, definidos conforme a excepcionalidade, a quantidade pluvial e episódios que oferecem risco para a paisagem. Os dados pluviométricos foram obtidos pela Estação Hidroclimática da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Essa etapa, possibilitou a elaboração dos pluviogramas (gráficos de precipitação) que consiste numa representação cartográfica que mostram a variação porcentual das precipitações mensais/diárias em relação à precipitação total de cada ano/mês, indicando o mês mais seco e o mês mais úmido e revelando, por meio de um histograma, os totais pluviométricos anuais e sua espacialização no período estudado. Por último foi realizado o trabalho de campo, com intuito de verificar os seguintes aspectos: a) análise empírica da paisagem; b) reconhecimento das unidades geoambientais; c) registros fotográficos; 2.1 Caracterização da área de estudo: localização e aspectos geoambientais A área de estudo localiza-se em Gilbués, município situado no sudoeste do estado do Piauí (Figura 1). Desde a presença inicial das populações indígenas, esta região era compreendia pelos nativos de Jeruboés que significa Terra Fraca (SILVA, 2014, p. 14). O sítio urbano foi fundado em 1938 e, segundo o Censo 2010 do IBGE, tem uma população total de 10.402 habitantes. A área de unidade territorial compreende um total de 3.495,18 km², o que resulta numa densidade demográfica de 2,94 habitantes por km². A sede municipal encontra-se a 742 km da capital Teresina (Figura 2). A principal via de acesso ao município é a Rodovia Federal BR-135. 777

Figura 2 Localização da área de estudo munícipio de Gilbués Elaboração: Autores, 2016 A litologia de Gilbués apresenta terrenos paleozoicos assentados na Bacia Sedimentar do Parnaíba e terrenos mesozoicos da Bacia do São Francisco representados pelas formações geológicas Areado e Urucuia (SILVA, 2014, p. 66). Segundo Sales (2003) as características geológicas de Gilbués, destacam-se por apresentar litologias extremamente vulneráveis à erosão, representadas basicamente por siltitos, arenitos, argilitos, calcário e conglomerados distintos. Os principais tipos de solos são: Latossolo Amarelo, Argissolo vermelho-amarelo, Neossolo Quartzarênico e Neossolo litólico. A área de estudo se encontra numa altitude de 481m e tem altimetria que varia entre 297 metros (vale do Rio Gurguéia) a 665 metros de altitude (chapadas da porção norte). A rede hidrográfica está representada pelos altos cursos dos rios Parnaíba, Uruçuí Vermelho, Uruçuí Preto e Gurguéia, com drenagem relativamente densa e perene, além de outros corpos hídricos de regime intermitente: riachos Boqueirão, Santa Maria, Cavalos, Urucuzal, Marmelada e Sucuruiu (SILVA, p. 81, 2014). Quanto à cobertura vegetal, há predomínio de diferentes características fitofisionômicas de Cerrado (Cerradão, Campo Sujo e Limpo, Sensu Stricto, Campo Cerrado, Mata Galeria e Veredas). Com base na classificação de Köppen, o clima predominante é o semiúmido (Tropical chuvoso com seca no inverno) com 4 a 5 meses de estiagem. A pluviosidade média anual é definida no regime tropical continental, 778

apresentando, segundo Silva (2014) totais pluviométricos em torno de 1.200 mm, se caracterizando por uma ampla variação e excepcionalidades no regime e ritmo das chuvas. Esse índice pluviométrico concentra-se entre os meses de outubro a maio. 3 Resultados e Discussão A chuva é um dos fatores geoambientais de maior importância na erosão dos solos, representa, segundo Boin (2000) uma participação em até 80% na ocorrência do fenômeno da erosão. O volume precipitado e a velocidade da enxurrada dependem da intensidade, da duração e da frequência da precipitação. Para a área de estudo foram analisados a pluviosidade mensal de 1964, 1973, 1980, e 1983 (Figura 3) e de forma diária, considerando os meses com excepcionalidades, maior quantidade pluviométrica e episódios que oferecem riscos a paisagem (janeiro, fevereiro e março), bem como o período da transição climática (inverno-primavera) representados pelos meses de setembro (S) e outubro (O). 1964 1973 1980 1983 Figuras 3 Gráficos de precipitação mensal (1964, 1973, 1989 e 1983) Gilbués-Piauí Elaboração: Ivamauro Ailton de Sousa Silva Fonte: SUDENE Em 1964 os totais pluviométricos atingiram 1.190 mm e a distribuição da chuva teve um caráter excepcional, no qual, se observa episódios pluviométricos concentrados no mês de janeiro e já em outros meses a ocorrência pluviométrica foi desigual. No ano de 1973, o 779

regime pluviométrico atingiu totais de 1.867 mm, foi um ano atípico, pois o volume pluvial apresentou excepcionalidades. As chuvas foram distribuídas entre setembro-maio e baixos volumes em junho e agosto. Já em 1980, verificou-se a existência de variabilidade do regime pluviométrico e também excecionalidades no ritmo. Nesse período, os totais atingiram 1.717 mm o volume de chuva se acumulou em janeiro, fevereiro e novembro. Todavia, o ano de 1983 apresentou totais pluviométricos de 951 mm, assim a dinâmica pluviométrica foi caracterizada por regime com padrão seco. A estiagem durou 6 meses e as chuvas iniciaram em outubro com quantidades elevadas. Os detalhes no tocante ao quadro pluviométrico, bem como a distribuição diária das chuvas nos períodos analisados, são verificados diretamente em cada um dos pluviogramas apresentados a seguir (Figura 4). A sequência dos gráficos corresponde à análise diária, aplicando ênfase aos eventos pluviais com excepcionalidade e meses/episódios com maior volume de chuva. 1964 1973 1980 1983 Figura 4 Gráficos de precipitação diária meses de janeiro, março, fevereiro e janeiro Elaboração: Ivamauro Ailton de Sousa Silva Fonte: SUDENE Os meses de janeiro (1964) e março (1973) apresentaram excepcionalidades no regime e ritmo pluviométrico, destacando a ocorrência de chuva enérgica acima de 120 mm 780

em 24 h. Essa quantidade é capaz de alterar as características geoambientais e também potencializar os processos erosivos. O mês de janeiro revelou uma boa frequência na distribuição das chuvas ao longo do mês. Já o mês de março (1973) apresentou poucos dias com chuva, havendo episódios com totais de 134 mm e dias com volume acima de 50 mm. Contudo, o mês de fevereiro (1980) registrou volumes diários de precipitação elevados, ocasionou uma frequência pluviométrica com vários dias de chuva com volumes superiores a 50 mm, havendo também dias com chuvas moderadas. A distribuição das chuvas intensas em fevereiro de 1980 ocorreu de forma intercalada com períodos curtos de estiagem, existindo episódios de estiagem que durou 7 dias. Em janeiro de 1983, a maioria dos dias apresentou episódios fracos e moderados de chuvas intercalados com vários períodos de estiagem. Houve também eventos com precipitação superiores a 46 mm. Detalhando um pouco mais a descrição do quadro pluviométrico, convém mencionar outros episódios considerados críticos que incide na época da transição climática (fim da estiagem e inicio das chuvas), no qual, as primeiras chuvas ocorrem de forma enérgica com volumes elevados e moderados de precipitação (Figura 5) que aumentam a vulnerabilidade da paisagem aos processos erosivos do solo. 1973 1980 1983 Figura 5 - Gráficos de precipitação diária setembro e outubro 781

Elaboração: Ivamauro Ailton de Sousa Silva Fonte: SUDENE A partir da análise diária dos gráficos durante o período da chamada transição climática, nota-se que os episódios de chuva atingiram volumes elevados de precipitação, que variaram de 100 mm a 140 mm. Desta forma, quantidades pluviométricas elevadas como foi registrada nos meses de setembro (1973; 1980) e outubro (1983) associadas como a intensa radiação solar com consequentes altas temperaturas, alteram as características ambientais da paisagem deixando principalmente o solo e vegetação ressecada. Portanto, trata-se de uma época em que a vegetação composta por arvores anãs, gramíneas e herbáceas está degradada e não oferece proteção ao solo que se encontra excessivamente seco (Figura 6) devido as condições climáticas. Para esse período, as quantidades elevadas de chuva potencializam os processos de escoamento superficial em função das características geomorfológicas (comprimento da vertente) acelerando a dinâmica dos processos erosivos no solo. Figura 6 - paisagem de Gilbués no período da seca (agosto) Fonte: Ivamauro Ailton de Sousa Silva Nesse sentido, se pode afirmar que, durante o fim da estiagem, as primeiras chuvas acarretam transformações na paisagem e potencializam os processos de escoamento superficial, pois em condições de suscetibilidade (solo ressecado, vegetação degradada, rampas longas) a ocorrência de episódios intensos de chuva, a paisagem, consequentemente não consegue oferecer sustentação/equilíbrio, tornando vulnerável aos eventos pluviométricos intenso-concentrados, pois se trata de características pluviométricas (quantidade/volume) que é superior a capacidade de suporte do ambiente. 782

A obtenção dos dados e análise diária dos meses de maior intensidade pluviométrica e dos meses que situam no fim da estiagem e inicio das chuvas, permitiu identificar a presença de eventos extremos e compreender a variabilidade pluviométrica, demostrando os seguintes comportamentos: a) distribuição pluviométrica irregular, havendo concentração de chuva num episódio prolongando e dias com ausência de chuva num período curto ou prolongado; b) ocorrência de chuvas concentradas e frequentes em um só período intercaladas com episódios de estiagem; c) dias com chuva intensa intercalados com episódios de baixa quantidade pluviométrica; d) vários dias com chuva enérgica acima de 80 mm e também episódios diários de chuva que atingiram volume de 144 mm; e) as primeiras chuvas, após o período da seca são extremamente enérgicas. As principais características físicas da chuva atuantes nos processos erosivos na paisagem são: a quantidade total, a intensidade e a distribuição (BERTONI e LOMBARDI NETO, 1999). Contudo, dentre as três características é fundamental se conhecer a intensidade, pois representa a relação entre as outras duas importantes características: quanto chove (quantitativo) e quando chove (temporal). No contexto da área de estudo, o processo de arenização é mais intenso em superfícies com solos do tipo Argissolos de formação recente, descritos na literatura cientifica como muito frágeis e suscetíveis a processos de erosão hídrica e eólica, constituídos de argila-areia são favoráveis à remoção de partículas pela chuva e escoamento superficial concentrado. Na estação chuvosa, a erosão hídrica predomina na região, sendo responsável pela presença de águas barrentas, resultado de chuvas concentradas que arrastam e depositam enorme quantidade de sedimentos em áreas rebaixadas, transportados pelo escoamento superficial concentrado devido às rampas e vertentes longas (Figura 7). 783

Figura 7 Erosão hídrica e presença de águas barrentas na zona rural de Gilbués Fonte: Ivamauro Ailton de Sousa Silva Assim, as chuvas constituem-se na forma mais agressiva de impacto da água no solo, desde o impacto das gotas ao volume das enxurradas. Todavia, considera-se também que chuvas de menores intensidades, mas com longos períodos de duração, podem gerar o aparecimento de focos erosivos, visto que, excedendo a capacidade de infiltração, facilita-se a remoção das partículas de solo por escoamento superficial. Na área de estudo, as gotas das chuvas favorecem o espalhamento (desagregação) das partículas de solos para áreas adjacentes contribuindo para a formação de terrenos arenosos (Figura 8). Figura 8 - Terrenos arenosos na paisagem rural de Gilbués Fonte: Ivamauro Ailton de Sousa Silva A fragilidade ambiental da paisagem de Gilbués relaciona-se com a dinâmica climática que se caracteriza pela presença de eventos chuvosos concentrados. Isso permite compreender que a chuva em interação com as condições geológicas (arenitos); feições geomorfológicas (comprimento da vertente/rampas longas); constituição pedológica são fatores que contribuem para a gênese e expansão do processo de arenização na área. 4 Considerações Finais Diante do panorama apresentado, e notório reconhecer que o meio físico exerce influência na gênese e expansão de processos erosivos, que geralmente se instalam em áreas onde há uma conjunção de fatores (substrato rochoso, solo, relevo, vegetação, clima e uso do solo) que os tornam suscetíveis. 784

O clima, principalmente no que se refere à variabilidade e irregularidade das chuvas, assume um papel extraordinariamente decisivo no entendimento da erosividade. Desta forma, o estudo sobre a influência das chuvas, continua a merecer maiores e melhores análises climatológicas, destacando a aplicação dos conceitos de climatologia dinâmica, enfocando o papel da chuva na ocorrência do fenômeno da erosão e demais formas de degradação dos solos (arenização e desertificação). O processo de arenização em Gilbués é complexo e se localiza em um ambiente frágil com condições climáticas bem dinâmicas com alta variabilidade pluviométrica. Sob essas condições, a paisagem se modifica mais rapidamente, alterando as formas das vertentes, tornando os processos morfogéneticos e morfodinâmicos mais intensos. Esses processos atuam concomitantemente dependendo das condições climáticas e morfopedológicas, tais como: regime e ritmo das chuvas, substrato rochoso, relevo, constituição do solo, drenagem, uso e ocupação do solo. A análise do clima como fenômeno geográfico indica uma concepção teórica em que, além dos estudos físicos dos elementos meteorológicos, propõem-se interações com os processos que ocorrem na paisagem, por meio de uma análise integrada, considerando as potencialidades, limitações e vulnerabilidades do ambiente. Referências BOIN, M. N. Chuvas e Erosões no Oeste Paulista: uma análise climatológica aplicada. Rio Claro, UNESP. Tese de Doutorado. 264 p. 2000 BERTONI, J. e LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. 4. ed. São Paulo: Ícone, 1999. 355 p. BRASIL. Programa de ação nacional de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca-pan-brasil. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos, 2004. 242p. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Censo Demográfico de 2010 - município de Gilbués. Rio de Janeiro, IBGE SALES, Marta C. L. Degradação Ambiental em Gilbués, Piauí. Revista Mercator. Fortaleza, 02, 04, 115-124. 2003 SANCHES, F. O. Os areais do sudoeste do Rio Grande do Sul: estudo sobre as chuvas do século XX e um possível cenário para o século XXI. Porto Alegre, UFRGS. Tese de Doutorado em Geografia. 188 p. 2013. SILVA, I. A. S. Clima e arenização em Gilbués-Piauí: dinâmica das precipitações e a vulnerabilidade da paisagem aos eventos pluviais intensos. Dissertação - Programa de 785

Pós-graduação em Geografia IESA/UFG: Goiânia. 184 p. 2014. SUPERINTENDENCIA DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE - SUDENE. Rede Hidroclimatológica do Nordeste. Estação de Gilbués-Piauí. SUERTEGARAY, D. M. A. Deserto Grande do Sul: Controvérsia. Porto Alegre : Editora da Universidade, UFRGS, 1992. SUERTEGARAY, D. M. A.; GUASSELLI, L. A. & VERDUM, R. (Org.) Atlas da arenização - Sudoeste do Rio Grande do Sul. Porto Alegre/RS: Secretaria da Coordenação e Planejamento. 85p. 2001 SUERTEGARAY, D. M. A. Desertificação: recuperação e desenvolvimento sustentável. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B (Org.). Geomorfologia e Meio Ambiente. 6ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006 VERDUM, R. Approche géographique des deserts dans lês communes de São Francisco de Assis et Manuel Viana Etat do Rio Grande do Sul. 211f. Tese de Doutorado - Université de Toulouse II (Le Mirai), U.T.H, França. 1997. 786