Abdias Aires 2º Ano EM Arthur Marques 2º Ano EM Luiz Gabriel 3º Ano EM Como é ser aprovado no vestibular de uma Universidade Pública, em que sabemos da alta concorrência entre os candidatos que disputam uma vaga? Luiz Gabriel - Sem dúvida, é uma honra. Falo isso por existirem milhares de candidatos que estão tentando a aprovação há vários vestibulares. Então, ser aprovado na primeira tentativa para Medicina e ainda bem colocado para o 1º Período de uma Universidade tão prestigiada como a UPE é muito gratificante. Minha família e eu estamos radiantes! Abdias É muito bom, mas no meu caso, não fui com esse objetivo, porque estava em fase de conclusão do 2º ano, decidi fazer por experiência para me exercitar mesmo, mas acreditando e procurando fazer o melhor que podia. Arthur - Gostei do resultado, mas não tenho ego, apesar de saber que a maioria dos adolescentes tem a necessidade de se diferenciar, foi a partir do oitavo ano do Fundamental, que comecei a trabalhar isso em mim. Talvez também não tenha tido uma reação exagerada, porque já decidi que não vou cursar direito. Fiz as provas do ENEM apenas por experiência, pois o meu objetivo é fazer o vestibular da FUVEST no próximo ano, para tentar ingressar em Artes Visuais Pintura, na USP, que eu considero uma grande universidade na área que eu pretendo atuar. Abdias e Artur, ser concluinte do 2º ano do Ensino Médio, ainda com uma etapa final para concluir o Ensino Médio, correspondente ao 3º ano, mexe com vocês? Abdias A única certeza que tenho é quero fazer o 3º ano. Se eu não fizer vou ficar com uma lacuna de conhecimento que eu não quero, além disso, tenho uma ligação com a minha turma muito forte e com a escola também, já tem quatro anos que estudo aqui e gosto muito do Colégio. Também não tenho certeza absoluta que quero Medicina, as vezes penso um pouco em Engenharia também, mas se eu pudesse, asseguraria a minha vaga.
Arthur Às vezes me permito um pouco de pressão sim. Penso por ter sido selecionado para um curso disputadíssimo ainda no segundo ano, tenho uma tendência a me cobrar mais naquilo que quero quando estiver cursando o terceiro ano, isso existe sim. Mas por outro lado, fico mais tranquilo com relação a minha base, acho que agora é buscar agregar para atingir o objetivo de passar na USP. Abdias e Artur, sabemos que não há legislação específica que ofereça prerrogativa para que estudantes que não concluíram o Ensino Médio possam cursar o ensino superior. O que vocês acham disso? Abdias O acesso ao Ensino Superior por meio do ENEM é muito novo, e por isso o processo está ainda caminhando, acredito que por isso a legislação não se adequou ainda. Acho que com o tempo eles vão se adaptar e vai existir algo bem especifico que trate dessas situações. Arthur Acho muito complicado o nivelamento básico feito e acredito que é preciso uma legislação específica para julgar esses casos. Respeito à opinião de muitos educadores ao acreditarem que os estudantes precisam de maturidade para ingressar na Universidade, acho que isso precisa ser revisto, cada caso é um caso. Talvez se a justiça tivesse um apoio de uma banca multidisciplinar composta por profissionais de psicologia e da área de educação, pudesse auxiliar nesses casos. Como é a rotina de estudos de vocês? Luiz Gabriel - Bem, todos sabem que para passar é preciso bastante estudo. Confesso que tenho dificuldades em estudar muitas horas no conforto do meu quarto. Assim, meus pais e eu planejamos investir em matérias isoladas. Fiz cinco delas, além da escola. Horários que incluíam os fins de semana e me faziam sair da cama antes das 6h e voltar para casa após as 22h diariamente. Foi cansativo, mas, se não fosse aprovado esse ano, estaria preparado para enfrentar tudo de novo! Abdias É tranquila. No meu caso, por exemplo, nunca deixei de fazer coisas que gostava e nem tão pouco de ter o meu lazer no fim de semana. Gosto de passear de bicicleta, ir ao cinema com os amigos, a shows com meus pais, converso com amigos, leio os livros que tenho vontade. Mas procuro durante a semana me organizar. Minha rotina de estudo durante a semana compreende quatro horas por dia, divido o tempo com as atividades escolares e a cada dia estudo duas disciplinas. Faço isso diariamente e não me perco nos assuntos que quero estudar. Arthur Eu tenho uma rotina semanal, mas não chega a ser diária, tudo é muito flexível. Mas quando estou em casa busco qualidade na informação em tudo que vejo. A TV, por exemplo, é ligada a diversos programas jornalísticos porque o tempo todo gosto de saber o que está acontecendo, sobretudo, se for assuntos relacionados a política e economia, também gosto muito de ler, acho que esses hábitos me ajudam na fixação de conteúdos vistos em sala de aula. Se vocês pudessem apontar algo muito importante para que vocês tivessem sucesso no vestibular, o que seria?
Luiz Gabriel A Fé. Pode parecer clichê, papo de quem já passou, mas digo com toda convicção: se não fosse a confiança em que Deus está no comando, eu teria fraquejado. Nesse momento de tensão geral, os amigos também estão precisando de auxílio, então não podemos contar sempre com eles. Os pais estão envolvidos com o pagamento de diversas contas e os professores têm uma carga de assuntos muito grande a ser transmitida. Cheguei a me ver um pouco sozinho na rotina pesada de estudo, Isso não foi maléfico, pelo contrário! Encontrei-me ainda mais com quem me ama infinitamente e, no fim, Deus me mostrou que mesmo havendo pessoas tentando há anos, não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos. Tenho isso bem firme na mente. E uma dica, não só para aceitar o resultado que vier do vestibular, mas para uma vida mais plena, eu diria foco na própria fé em Jesus Cristo. Abdias - Acredito que o estudo deva ter foco na organização, na disciplina e na leitura regular. Se você consegue estudar continuamente, você assimila muito melhor. Arthur É preciso ter foco total no seu objetivo, inclusive aproveitando todos os recursos do colégio. Aqui no Marista a base é muito boa, mas dependendo da área você precisa direcionar e buscar aprofundamentos específicos para aprimorar o conhecimento. É preciso o aluno sair da zona de conforto, achando equivocadamente, que o colégio é o único responsável pelo aprendizado. É preciso buscar desafios. Vocês acham que é necessário fazer várias outras atividades extras paralelas à rotina escolar realizada pelo colégio, como cursinhos para garantir a aprovação? Luiz Gabriel - Sem dúvida. Já que o vestibular é um processo seletivo, você deve ser diferente dos concorrentes. Todo mundo assiste às aulas e faz os exercícios. é preciso ir além. Admiro pessoas que decidiram estudar sozinhas várias horas diárias com os livros, mas isso nunca funcionou comigo, tenho dificuldade em me concentrar em casa. Desde o Ensino Fundamental que quase tudo o que eu aprendia era na sala de aula, no meio das brincadeiras de classe, e foi assim também no vestibular. A forma de falar do professor, a analogia que um amigo faz com o assunto, o contexto de minha vida em que o assunto foi aprendido, tudo isso me ajuda muito a fixar as matérias. A escola cumpriu muito o bem o seu papel durante todo o Ensino Médio, porém, como meu objetivo era o curso mais concorrido de todos, recorri aos cursinhos para revisar tudo aquilo que já havia aprendido. Cada um deve conhecer-se bem para logo no começo do ano, traçar um planejamento de estudo. Matérias isoladas me ajudaram, mas a base que recebi no Pio X foi imprescindível para a aprovação, tenho total ciência disso. Abdias Não, no meu caso, por exemplo, faço inglês uma hora, uma vez por semana. Acho que quem parte para essa atitude de direcionar a vários cursinhos está cometendo uma atitude desesperada e que pode prejudicar o tempo de estudo necessário para absorver o conteúdo dado em sala de aula. Acho que se o aluno tem uma dificuldade pontual, vale a pena ele procurar ajuda sim, isso vai ajudar a superar sua dificuldade. Porém encher seus horários com cursinhos com intenção de aprender mais, pode prejudica-lo.
Arthur É preciso ter foco total no seu objetivo, aproveitar todos os recursos do colégio, aqui no Marista a base é muito boa. Mas dependendo da área, você precisa direcionar os aprofundamentos específicos e aprimorar sempre. Tem que sair da zona de conforto de achar que o Colégio é o único responsável pelo aprendizado, é preciso se desafiar e buscar mais. Como é a relação com os colegas da turma? Luiz Gabriel As pessoas com quem estudo, não são colegas, são mais do que irmãos! Se alguém entrar na Turma C esperando encontrar amigos abraçadinhos que lhe falam aquelas frases cafonas do tipo vai ficar tudo bem ou você consegue, por favor, esqueça. Eles não precisam falar nada para serem insubstituíveis na minha trajetória. Um riso no momento certo, um deixa disso, abraços coletivos gritando esse garoto é um prodígio! daquele jeito que só quem conhece sabe, vem à minha mente de forma muito forte. Queria dizer a todos eles que, mesmo mudando para outro estado por conta da faculdade, a Turma C nunca vai acabar digo nunca mesmo, porque é o que aprendemos tão bem a ser. Obrigado, botocudos! Abdias Muito boa, eu gosto muito da minha turma, a gente sempre troca alguns conhecimentos. Antes da prova conversamos sobre algumas questões, verificamos as dúvidas, às vezes estudamos fora da escola, é muito bom. Arthur Gosto muito deles, temos um grupo de estudo muito legal e o tempo todo procuramos integrar aquilo que aprendemos. As listas de exercícios são sempre formuladas por nós mesmos, além das que os professores distribuem, e fazemos isso com frequência, antes das provas intensificamos o ritmo. A gente não se enxerga como concorrente, isso não tem a menor importância. Não tem rivalidade e acho isso muito bom. Quem tem dificuldade e precisa de ajuda, recebe, é muito legal. Os dias das provas chegaram, houve alguma estratégia pensada de sua parte para responder as questões? Luiz Gabriel - Embora os assuntos tenham sido todos trabalhados pela escola, aqui em João Pessoa, a preparação é mais voltado para as universidades locais. Então tive que traçar estratégias para as universidades que não tinha muito contato. Pegar as provas das edições anteriores do vestibular e na semana da prova, não estudar nada além do assunto cobrado, é bastante eficiente. Você se familiariza com o estilo das perguntas e é comum que determinado conteúdo seja cobrado da mesma forma ao longo dos anos. Fiz isso para a UPE e deu muito certo. Repeti a experiência em outros processos, nunca foi trabalho perdido, garanto. Abdias A primeira delas é manter a tranquilidade, depois administrar o tempo de maneira correta. Por exemplo, no dia destinado as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, optei seguir a orientação dos professores e fiz primeiro a redação, utilizei uma hora para isso, depois fui dividindo uma média de meia hora para cada área. Acho que a administração do tempo de prova é muito importante e os simulados realizados no Marista me ajudaram muito a aprender cronometrar meu tempo para ter um maior aproveitamento das questões.
Arthur A primeira delas é ficar tranquilo e depois se concentrar naquilo que está fazendo. Eu por exemplo, tomo água, vou ao banheiro, tudo antes, porque quando eu sento na prova faço de tudo para não sair mais. Faço a redação primeiro, depois faço os ajustes e vou tentando responder as questões, se eu ficar engalhado em alguma, passo adiante e no final me concentro apenas nas que tive dificuldade. E assim tem dado certo até agora. Luiz Gabriel, você ainda está inscrito em mais dois vestibulares, um inclusive será realizado nos dias 20 e 21 deste mês? Qual é a expectativa que você tem? Luiz Gabriel - Posso dizer que estou tranquilo, já recebi a aprovação justamente na universidade que eu mais desejava. Contudo, isso não significa que vou entregar os pontos. Estou muito bem colocado na primeira fase e farei o possível para estar dentro das vagas oferecidas. Agradeço a minha família, e, principalmente, a minha escola que, quando requisitada, foi presente. Estou esgotado de um ano pesado, mas sou Marista, e darei o meu melhor, de verdade!