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Transcrição:

PÓS-OPERATÓRIO DOMICILIAR: A FAMILIA COMO CUIDADOR 1 Silvana Machiavelli SCHMITZ 2 Marister PICCOLI 3 Solânia DURMAN 3 Ariana Rodrigues Silva CARVALHO 4 Franciele FOSCHIERA 5 INTRODUÇÃO: Sabemos que os riscos inerentes à cirurgia envolvem não só o risco do procedimento cirúrgico, mas também os riscos das complicações pós-operatórias que podem prolongar a convalescença ou afetar adversamente o resultado da cirurgia. No sentido de contribuir para que essas complicações sejam evitadas, a família exerce um papel importante na prevenção destas, sendo que as comumente encontradas são: infecções; retenção urinária; obstrução intestinal; úlceras de pressão; dor; estresse emocional; desgaste social entre outras. Segundo Smeltzer; Bare (2002), ao mesmo tempo em que acontecem os avanços tecnológicos, a prestação e a remuneração para os cuidados com a saúde têm se modificado, resultando em menor tempo de internação e em medidas de contenção de despesas. Em conseqüência, muitas pessoas deixam o hospital mais cedo, aumentando a necessidade de ensino do paciente, de plano de alta, de preparação para o auto-cuidado e de referência para o cuidado domiciliar. Com o 1 Monografia de Conclusão do Curso Saúde de Especialização em Saúde da Família UNIOESTE/Ministério da Saúde de SCHMITZ, S. M. 2 Enfermeira Especialista em Saúde da Família pela UNIOESTE/ MINISTÉRIO DA SAÚDE. Enfermeira Assistencial da Prefeitura Municipal de Cascavel (Programa Saúde da Família), Rua Paraná, 2447, ap.18, CEP: 85812011- Cascavel, Paraná. maristerpiccoli@aol.com 3 Enfermeira, Doutoranda em Enfermagem Fundamental pela EERP/USP. Professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE. maristerpiccoli@aol.com 3 Enfermeira, Mestre em Assistência de Enfermagem pela UFSC. Professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE. 4 Enfermeira, Mestranda pela UEM. Professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE. 5 Enfermeira, Especialista em Enfermagem com Ênfase em Centro Cirúrgico pela UNIOESTE. Enfermeira Assistencial da Prefeitura Municipal de Cascavel.

advento das medidas de contenção de despesas e de alta pós-operatória precoce, não é mais incomum o paciente ser admitido no hospital no dia da cirurgia e receber alta para o lar, para ser cuidado pela família ou amigos, ainda no mesmo dia. Para Brasil (2001) é essencial a compreensão de família como a mais constante unidade de saúde para seus membros. Seu funcionamento reflete a maneira como as necessidades de seus componentes são atendidos, pautada em conhecimento e familiaridade com rotinas de cuidado e na capacidade de detectar sinais de doença com base em evidências muitas vezes despercebidas aos outros. Devido às características próprias de proximidade e de convivência, a família tem condições para acompanhar os processos de saúde e de doença de seus membros. Assim, a assistência à família como unidade de cuidado à saúde implica em conhecer como cada família cuida e identifica suas forças, suas dificuldades e seus esforços para partilhar responsabilidades. Com base nas informações obtidas, o profissional necessita utilizar seu conhecimento sobre cada uma delas, para, juntamente, pensar e implementar a melhor assistência possível no domicilio. Brasil (2001), explica que a saúde física e emocional dos membros da família ocupa um papel importante no seu funcionamento em virtude destes estarem dependentes uns dos outros. Ao ocorrer qualquer mudança na saúde de um dos seus membros, todos demais serão afetados e a unidade familiar como um todo poderá ser alterada. Da mesma forma, o funcionamento da família influencia a saúde e o bem-estar de seus membros. Pode-se dizer que ela afeta a saúde do individuo e que a saúde do individuo afeta a família. Para trabalhar na perspectiva de família, é preciso acreditar que a doença é uma experiência que envolve toda a família, este pressuposto permite que os enfermeiros pensem e envolvam todos os seus membros na sua assistência. OBJETIVO: Verificar as necessidades da família do indivíduo que se submeteu ao procedimento cirúrgico geral de médio e grande porte em relação ao conhecimento sobre cuidados no pós-operatório domiciliar. METODOLOGIA: O presente estudo foi realizado em uma comunidade rural localizada no Município de Cascavel PR, com famílias de pacientes adultos que se

submeteram ao procedimento cirúrgico geral de médio e grande porte. O projeto de pesquisa foi avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE. A pesquisa se desenvolveu por meio da realização de uma visita pós-operatória a família do paciente que se submeteu a procedimento cirúrgico no momento em que este retornou para o seu domicílio. Optamos por uma entrevista semi-estruturada, em que Minayo (1994) afirma que entre as diversas formas de abordagem técnica do trabalho de campo, a entrevista é o procedimento mais usual. Os dados foram analisados pelas fases: ordenação dos dados coletados; classificação dos dados e análise final. RESULTADOS: Em relação à idade tivemos um entrevistado na faixa etária de 19 a 30 anos; dois na faixa de 31 a 40 anos; seis na faixa etária de 41 a 50 anos e um na faixa de 51 a 60 anos. Foi perguntado aos entrevistados se após deixarem o hospital receberam algum tipo de orientação com relação aos cuidados necessários ao pós-operatório domiciliar. Dos entrevistados, a grande maioria, representado por nove (90%) tiveram algum tipo de orientação sobre os cuidados referentes ao pós-operatório ao deixarem o hospital. Quando foi questionado qual seria a caracterização dada às informações recebidas, 40% disseram que as mesmas foram incompreensíveis, somente 20% afirmaram que as informações foram compreensíveis e outros 40% citaram as informações como objetivas. Quando perguntado aos entrevistados sobre qual o profissional que lhes deu as orientações e informações, 40% disseram serem os próprios médicos quem lhes orientou, 30% afirmaram serem enfermeiras que fizeram este trabalho de orientação, 10% disseram ser o auxiliar de enfermagem o responsável pelas informações fornecidas, 10% não souberam identificar quem lhes orientou e 10% afirmaram não ter recebido nenhuma informação. Foi perguntado aos pacientes de que forma eles classificaram as informações e orientações que foram oferecidas após o procedimento cirúrgico e no momento da alta hospitalar. Dos entrevistados, 90% consideram como importante às informações recebidas e outros 10% classificaram as mesmas como indispensáveis. Foi questionado aos entrevistados se eles e/ou seus

cuidadores possuíam algum tipo de conhecimento ao que se referia a cuidados no pósoperatório e quais seriam estes cuidados. Estes afirmaram que sim, e citaram oito tipos de cuidados diferentes, a saber: sete cuidadores (31%) citaram repouso; dois cuidadores (9%) citaram dieta a ser ingerida; (9%) dois citaram ações de higiene; quatro (17%) citaram administração de medicamentos; três (13%) citaram a maneira como trocar de curativos; um (4%) citou a questão da deambulação; três cuidadores (13%) citaram fatores referentes a cada tipo de procedimento cirúrgico específico e um (4%) citou a necessidade de retorno ao médico. Foi questionado aos entrevistados se a pessoa responsável pelos cuidados tinha algum conhecimento sobre medicamentos, curativos, higiene e outras ações e conseqüências relacionadas ao pós-operatório, 50% afirmam que sim, 30% deram resposta negativa e outros 20% afirmam que o responsável pelo cuidado no domicílio possui um pouco de conhecimento sobre as ações que devem ser executadas e as complicações do pós-operatório. CONCLUSÃO: A orientação à família no domicílio além de tornar possível a humanização da assistência constitui-se num mecanismo de estímulo para o crescimento do cuidador, sendo assim, a equipe de saúde deve favorecer não apenas a recuperação mais rápida do paciente, como também auxiliar na construção de novas formas de se cuidar que venham a permitir o resgate da essência do paciente por meio de um modo singular de ser. A orientação permite ainda, que o paciente e o cuidador fiquem atentos aos possíveis sinais de complicações e quais recursos devem procurar, sendo a unidade de saúde referência para os cuidados pós-cirúrgicos, a qual se torna um elo entre o paciente e o serviço responsável pelo procedimento. Apesar da sua boa vontade, os cuidadores necessitam de suporte técnico e emocional para poderem cuidar de seu familiar doente, cabendo a equipe de saúde suprir as necessidades para que eles possam assistir ao paciente, sem que isso interfira em seu estado de saúde e bem-estar. A persistência do cuidador incentivando e apoiando o paciente no processo de recuperação, constituiu aspecto importante para a melhora de seu estado de saúde. Consideramos que a família deve ser reconhecida como elo central nos processos de

atenção à saúde, onde identificamos os fatores comunicação e troca de informações como as principais ferramentas que a equipe de saúde possui para garantir o cuidado domiciliar. Verificamos a necessidade de que o enfermeiro utilize o processo de enfermagem fazendo a avaliação do paciente e família dentro dos princípios de sistematização da assistência de enfermagem, levando em conta as condições do domicílio, realizando o histórico por meio de entrevista, observação e exame físico, com o levantamento dos problemas chegará aos diagnósticos de enfermagem, fazendo então, a prescrição de enfermagem para o domicílio, além do esclarecimento dos aspectos relacionados à cirurgia e abordagem das expectativas do paciente e família em relação aos cuidados domiciliares. Ressaltamos a idéia de que a família é uma unidade de cuidado, participante ativa no processo saúde-doença dos seus membros, a equipe ao trabalhar com a família, percebe que esta ação tem um significado importante, onde o trabalho com a família significa empregar esforços no seu espaço e no tempo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Instituto para o Desenvolvimento da Saúde. Manual de Enfermagem. Universidade de São Paulo. Ministério da Saúde Brasília: Ministério da Saúde, 2001. MINAYO, M. C. S. (org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 6. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. In:. Conceitos perioperatórios e tratamento de enfermagem. Tradução Márcia Tereza Luz Lisboa. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. v.1. cap.4, p.303-359. Tradução de: BRUNNER & SUDDARTH`S textbook of medical-surgical nursing.