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Transcrição:

Tema: Bahia ORIGENS DO ESTADO BRASILEIRO Conteúdo Programático: 1. Organização político-administrativa do Brasil: divisão política e regional. 1.1 Organização do espaço Geográfico da Bahia: macrorregiões e microrregiões. 2. Brasil: relevo, clima, vegetação, hidrografia e fusos horários. 2.1 Bahia: relevo, clima, vegetação, hidrografia. 3. Brasil: aspectos humanos: formação étnica, crescimento demográfico. 3.1 Bahia: aspectos humanos: formação étnica, crescimento demográfico. 4. Aspectos econômicos: agricultura, pecuária, extrativismo vegetal e mineral, atividades industriais e transportes. 4.1 Aspectos econômicos: agricultura, pecuária, extrativismo vegetal e mineral, atividades industriais e transportes. 5. A questão ambiental degradação e políticas de meio ambiente. 5.1 A questão ambiental degradação e políticas de meio ambiente. 6. Geografia da Bahia: aspectos políticos, físicos, econômicos, sociais e culturais. 6.1 Geografia da Bahia: aspectos políticos, físicos, econômicos, sociais e culturais. 1. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO BRASIL Divisão política e regional Formação territorial do Brasil: expansão marítima europeia 1

No expansionismo marítimo, há dois países que são pioneiros: Portugal e Espanha; quer pela sua posição geográfica privilegiada, quer porque ambos os países possuíam uma burguesia rica, atuante e com espírito aventureiro, fruto de um processo de entesouramento por meio de pilhagem. Possuíam escolas de navegação, como a Escola de Sagres, ligada aos portugueses, e a Escola de Cervantes, ligada aos espanhóis. O caminho alternativo para as Índias seria por meio do contorno da costa da África, denominado périplo africano, criando regiões que seriam as feitorias, responsáveis por fornecimento de metais preciosos, suprimentos, além do processo de obtenção de escravos. Portugal chega a Calicute, nas Índias, em 1498. Entretanto, seis anos antes, em 1492, por meio de uma expedição financiada pelos espanhóis, Cristóvão Colombo chegara às novas terras, e um acordo de divisão das terras descobertas é estabelecido com Portugal, a bula papal inter caetera. Esse acordo estabelece uma linha imaginária de 100 léguas a partir da ilha de Cabo Verde: tudo a leste seria de Portugal e oeste da Espanha. Insatisfeito com tal tratado, Portugal prolonga as 100 léguas da ilha de Cabo Verde para 370 léguas, o que fica estabelecido no Tratado de Tordesilhas de 7 de junho de 1494. Obs.: 370 LÉGUAS = 2442 KM São várias as expedições que se realizam, e a área de difícil navegação é chamada de Cabo das Tormentas, que, depois de ser vencido, recebe a nova denominação de Cabo da Boa Esperança. Historiadores calculam os lucros de Portugal com a exploração das especiarias da Índia na ordem dos 10.000%. A descoberta do Brasil não é ocasional. Já havia um caminho alternativo para as Índias, portanto os portugueses acreditavam que havia muito mais terras do que as descobertas por Colombo. Sendo assim, em 1500 é feita uma expedição que caminha no sentido leste/oeste, ocasião em que acham o Brasil, onde já viviam 5 milhões de indígenas de tronco linguístico tupi, macro-jê e aruak. O Brasil não é de imediato explorado porque o comércio com o oriente dava grande lucro para a Coroa portuguesa e, entre 1500 e 1530, a principal atividade econômica é a exploração do pau-brasil, como forma de recuperação dos gastos com a expedição de 1500, que foi muito onerosa. 2

Capitanias Hereditárias Com a decadência do comércio oriental e com as invasões estrangeiras ao Brasil, Portugal começa a ter interesse na colonização pelo sistema de capitanias hereditárias, a divisão do Brasil em diversos lotes de terras. A identidade do Brasil começa a ser construída a partir das capitanias hereditária e com reflexos até os dias de hoje. O Brasil, apesar de toda a modernização no aspecto da agricultura e pecuária, ainda mantém a estrutura conservadora e fundiária do período colonial que acaba impactando o Brasil na forma de agir economicamente, uma vez que a estrutura continua sendo a monocultura, dividida em latifúndios, voltada para o mercado externo. De um total de 15 capitanias hereditárias (alguns historiadores consideram apenas 13), somente 2 tiveram sucesso: a de Pernambuco e a de São Vicente. A de Pernambuco, ligada ao ciclo do açúcar (século XVI), e a de São Vicente, ligada ao ciclo do ouro (século XVIII). Os portugueses iniciam o processo de colonização a partir da ocupação do litoral nordestino (zona da mata). 1500-1530: período pré-colonial caracterizado pela extração do pau-brasil. 1530: inicio do cultivo de cana-de-açúcar favorecido pelo clima, localização e pelo solo de massapé. 3

Governo Geral Com o fracasso das capitanias hereditárias, tem início um novo sistema. Tomé de Sousa: 1548 1553. Tomé de Sousa é o primeiro governador-geral do Brasil e cria a sua estrutura administrativa: Ouvidor-mor (encarregado da administração); Provedor-mor (encarregado da tributação); Capitão-mor (encarregado da defesa). Constrói a cidade de Salvador, na Bahia, e promove a vinda de jesuítas para exercer o controle social sobre os indígenas que ocupam o território nacional. Duarte da Costa: 1553 1558. Duarte da Costa enfrenta vários problemas com as invasões francesas. Mem de Sá: 1558 1572. Mem de Sá, associado ao seu sobrinho Estácio de Sá, consegue expulsar os franceses do Brasil, que já tinham criado a França Antártica no Rio de Janeiro. Luis de Vasconcelos: 1572. Luis de Vasconcelos morre durante a sua transferência para o Brasil. Portugal decide, então, dividir o Brasil em duas partes: Norte e Sul. Luis de Brito (sul): 1572 1578. Antonio Salema (norte): 1574 1577. O Brasil é novamente unificado e Lourenço da Veiga é o novo governador geral. Lourenço da Veiga: 1578 1581: 4

Formação territorial do Brasil Ciclos econômicos A formação do Brasil tem relação com os últimos cinco séculos: XV Ciclo do Pau-Brasil. XVI Ciclo do Açúcar. XVII - Declínio do açúcar brasileiro. XVIII Ciclo do Ouro. XIX Ciclo da Borracha. XX Ciclo do Café. XXI Ciclo da Soja Durante o domínio da União Ibérica, reino que unia Espanha e Portugal, a Holanda pertenceu à Espanha. Somente em 1581 os holandeses conquistaram sua independência. Com a emancipação holandesa, Felipe II, rei da Espanha, fechou os portos da União Ibérica para os holandeses. Revoltado, o governo da Holanda criou a Companhia das Índias Orientais. O objetivo era ampliar o comércio com a África e com a América, em especial o de cana-de-açúcar. Em 1624, os holandeses invadiram a sede do governo-geral em Salvador. Nessa época, Salvador era o principal porto exportador de açúcar brasileiro. A ocupação holandesa durou até o ano seguinte, quando os holandeses foram finalmente expulsos da Bahia. Em 1630, foi a vez dos holandeses invadirem a cidade de Olinda, em Pernambuco. Nessa época, Pernambuco era o maior exportador de açúcar das Américas. Os holandeses foram bem recebidos pelos senhores de engenho locais, pois os senhores do açúcar estavam insatisfeitos com o domínio da União Ibérica. A situação muda em 1637, quando chega a Pernambuco o holandês Maurício de Nassau. O novo regente passa a administrar Pernambuco de 1637 a 1644, o chamado Brasil Holandês. 5

Em 1640, holandeses e ingleses apoiam Portugal no processo de libertação do domínio espanhol, causando assim o fim da União Ibérica. Em 1644, Nassau é demitido pelo governo holandês e deixa o Brasil. Os holandeses aumentam os impostos, fato que gera uma revolta entre os pernambucanos. Com apoio de Portugal, os colonos brasileiros expulsaram os holandeses após as batalhas de Monte Tabocas (1646), Guararapes (1648) e Campina do Taborda (1654). Com a expulsão dos holandeses, a produção açucareira brasileira entra em declínio. O Ciclo do Açúcar foi um período da história do Brasil no qual o plantio da cana-de-açúcar foi a principal atividade econômica do país, sendo a responsável por toda a estrutura política e social do Brasil Colônia. Em 1586, existiam aproximadamente 70 engenhos de açúcar nos Estados brasileiros de Pernambuco e Bahia. Foi essa superprodução açucareira que atraiu a invasão dos holandeses em 1624 e 1630. Uma vez expulsos, os holandeses, que dominavam a técnica do refino do açúcar, cultivaram a cana-de-açúcar nas Antilhas Holandesas, fato que fez o preço do açúcar despencar. O final do ciclo do açúcar origina movimentos de desbravamento do interior brasileiro: Entradas Bandeiras Descidas O movimento das Entradas é de cunho particular, com o objetivo de captação e metais preciosos e não respeita o Tratado de Tordesilhas, promovendo a invasão em áreas que tecnicamente pertenciam ao governo da Espanha. O governo da Espanha, por sua vez, não se preocupa porque está saqueando a América Central, na região do México, promovendo uma política de pilhagem de metais preciosos e não demonstrando qualquer interesse na colonização da parte sul do continente sul-americano. O movimento das Bandeiras é encabeçado pela Coroa portuguesa, igualmente no objetivo de obter metais preciosos, e respeita o Tratado de Tordesilhas. 6

As Descidas dos rios era um movimento liderado pelos jesuítas, que tinham como objetivo catequisar os índios. Naquela época, e ainda hoje, há quem acredite na ideia etnocêntrica de que existe uma cultura melhor do que a outra e, sendo a cultura portuguesa melhor do que a dos índios, caberia a eles o processo da catequese para gerar civilidade a esses indivíduos. A cultura nada mais é do que a visão que cada um tem em relação ao mundo que o cerca. Desde a descoberta do Brasil até o início do século XVI, o país esteve sob o sistema das capitanias hereditárias e de governo-geral, ambos associados a uma série de ciclos econômicos, como o pau-brasil, açúcar e a seguir pelo ciclo do ouro, que será responsável pelo desenvolvimento um pouco mais tecnológico da Região Sudeste. Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Júlio Santos. 7