TÍTULO: MICROENCAPSULAÇÃO DE LACTOBACILLUS PROBIÓTICO E APLICAÇÃO EM SMOOTHIE

Documentos relacionados
MICROENCAPSULAÇÃO DE LACTOBACILLUS PROBIÓTICO E APLICAÇÃO EM SMOOTHIE

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: NUTRIÇÃO INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DO INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA GASTRINTESTINAL DE BACTÉRIAS PROBIÓTICAS ENCAPSULADAS EM ALGINATO DE CÁLCIO

INFLUÊNCIA DO PREPARO DO INÓCULO NA SOBREVIVÊNCIA DE BACTÉRIAS PROBIÓTICAS ENCAPSULADAS LIOFILIZADAS

APLICAÇÃO DE PROBIÓTICOS ENCAPSULADOS EM BARRA DE FRUTA. Aluna de Iniciação Científica da Escola de Engenharia Mauá (EEM/CEUN-IMT); 2

ENCAPSULAÇÃO de Bifidobacterium EM MATRIZ DE ALGINATO DE CÁLCIO COM FARINHA DE BANANA VERDE E AVALIAÇÃO DA SOBREBIVÊNCIA EM SMOOTHIE DE FRUTAS

ENCAPSULAÇÃO E SECAGEM DE MICRORGANISMOS PROBIÓTICOS. Henrique Ortuño Moreno ¹; Cynthia Jurkiewicz Kunigk ²

ENCAPSULAÇÃO DE BACTÉRIAS PROBIÓTICAS EM ALGINATO DE CÁLCIO E FARINHA DE BANANA VERDE

TÍTULO: FERMENTAÇÃO DE EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA VERDE POR BACTÉRIAS PROBIÓTICAS

EMPREGO DO LEITE DE CABRA E DA OLIGOFRUTOSE COMO AGENTES ENCAPSULANTES PROTETORES DE BIFIDOBACTÉRIA NA SIMULAÇÃO IN VITRO DA DIGESTÃO GASTROINTESTINAL

AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE MICRORGANISMOS EM DERIVADOS LÁCTEOS PROBIÓTICOS COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE CURRAIS NOVOS/RN

TÍTULO: APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE MICROBIOLOGIA PREDITIVA EM PATÊ DE PEITO DE PERU PARA BACTÉRIAS LÁTICAS

DIFERENTES MATRIZES PARA MICROENCAPSULAÇÃO DE Bifidobacterium longum 5 1A E SUA VIABILIDADE NO TRATO GASTROINTESTINAL SIMULADO

Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Biológicas Laboratório de Imunofarmacologia

Lactobacillus rhamnosus EM BEBIDA LÁCTEA CAPRINA COM SUCO DE UVA: SOBREVIVÊNCIA A CONDIÇÕES GASTRINTESTINAIS SIMULADAS IN VITRO

POTENCIAL DO QUEIJO TIPO MASCARPONE COMO MATRIZ PROTETORA DE Bifidobacterium Bb-12 NO PROCESSO DE SIMULAÇÃO GASTROINTESTINAL in vitro

ENUMERAÇÃO DE BACTÉRIAS LÁCTICAS DE LEITES FERMENTADOS COMERCIALIZADOS EM VIÇOSA, MG

Marque a opção do tipo de trabalho que está inscrevendo: ( x ) Resumo ( ) Relato de Caso

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE CULTURAS PROBIÓTICAS NA FERMENTAÇÃO DE UMA BEBIDA DE SOJA

RESISTÊNCIA DE CEPAS DE LACTOBACILLUS PLANTARUM A CONDIÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL E SAIS BILIARES HUMANO SIMULADAS IN VITRO

PROSPECÇÃO DE BACTÉRIAS E LEVEDURAS LIPOLÍTICAS DO ESTADO DO TOCANTINS PROMISSORAS EM APLICAÇÕES INDUSTRIAIS

HIDRÓLISE DA LACTOSE A PARTIR DA ENZIMA - PROZYN LACTASE

AVALIAÇÃO DA SOBREVIVÊNCIA DE LACTOBACILLUS SPP. ÀS CONDIÇÕES SIMULADAS DO TRATO GASTRINTESTINAL EM SUCO DE UVA, MAÇÃ E LARANJA.

VIABILIDADE DE Lactobacillus acidophilus MICROENCAPSULADO COM PECTINA ARMAZENADO EM TEMPERATURA DE REFRIGERAÇÃO

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

Microbilogia de Alimentos I - Curso de Engenharia de Alimentos Profª Valéria Ribeiro Maitan

MICROENCAPSULAÇÃO DO PROBIÓTICO Bifidobacterium longum 5 1A POR SPRAY-DRYER E APLICAÇÃO EM POLPA DE ACEROLA EM PÓ

SIMULAÇÃO DO SISTEMA GASTRINTESTINAL HUMANO PARA AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE PROBIÓTICO EM QUEIJO DE COALHO COM LEITE DE CABRA

10.2 Parâmetros de qualidade da água

ANÁLISE COMPARATIVA DA POPULAÇÃO VIÁVEL DE BACTÉRIAS LÁTICAS E QUALIDADE HIGIÊNICA INDICATIVA DE TRÊS MARCAS DE LEITES FERMENTADOS

Probióticos Definição e critérios de seleção

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE BEBIDAS LÁCTEAS ADQUIRIDAS NO COMÉRCIO VAREJISTA DO SUL DE MINAS GERAIS 1

Instrução normativa 62/2003: Contagem de coliformes pela técnica do NMP e em placas

COMPARAÇÃO DOS PROCESSOS FERMENTATIVOS DA POLPA DE COCO VERDE E DO LEITE POR BACTÉRIAS LÁCTICAS. Karina Fernandes Pimentel 1 ; Eliana Paula Ribeiro 2

ELABORAÇÃO DE RICOTA FERMENTADA EM PASTA POTENCIALMENTE SIMBIÓTICA

Avaliação da influência de massa base liofilizada de Passiflora edulis nas características microbiológicas de iogurte probiótico

PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MICROPARTÍCULAS DE Spirulina

5 MATERIAIS E MÉTODOS

Secagem em spray dryer: fundamentos e aplicações na indústria alimentícia. Nathânia Mendes

07/07/2010. Palestrante Patricia da Fonseca Leite Racine Pequenas unidades esféricas obtidas pelo processo de

121/ESTUDO DO IMPACTO DA RESINA ALQUÍDICA LONGA EM ÓLEO DE SOJA NO DESEMPENHO DE EMULSÃO ÁGUA EM ÓLEO PARA FABRICAÇÃO DE TINTA IMOBILIÁRIA

4. Materiais e Métodos 4.1. Preparo da biomassa

5º Congresso de Pesquisa

Graduação em Biotecnologia Disciplina de Biotecnologia Microbiana II. Probióticos. Por que devemos consumí-los diariamente?

ISSN INTRODUÇÃO

EFEITO DE DIFERENTES FORMAS DE PREPARO DO INÓCULO E DE CONCENTRAÇÕES DOS NUTRIENTES NA PRODUÇÃO DE ETANOL POR Saccharomyces cerevisiae UFPEDA 1238

VIII-Oktoberforum PPGEQ

USO DE ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA COMO UMA ABORDAGEM INOVADORA PARA CARACTERIZAÇÃO DE MICROCÁPSULA PROBIÓTICA

II Seminário dos Estudantes de Pós-graduação

APLICAÇÃO DE ALTA PRESSÃO EM CONSERVAÇÃO DE SALSICHA

ESTUDO DA CRISTALIZAÇÃO DA LACTOSE A PARTIR DA ADIÇÃO DE ETANOL RESUMO

LISTA DE EXERCÍCIOS 1

MT DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM

MEDEIROS 1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Engenharia Química para contato:

5 Aula Prática Exame do Microcultivo de levedura. Plaqueameno de Açúcar. Ensaio de Óxido-Redução com Resazurina

EFICIÊNCIA DE SUCO DE JUÇARA E MANGA NA VEICULAÇÃO DE Lactobacillus rhamnosus GG AO TRATO GASTROINTESTINAL HUMANO SIMULADO POR ENSAIO IN VITRO.

MICROENCAPSULAÇÃO DE POLPA DE GOIABA: AVALIAÇÃO DA MORFOLOGIA

Preparação do cloreto de t-butila. Carina de Freitas Vellosa Daiane Cristina Romanini

VEICULAÇÃO DE LACTOBACILLUS RHAMINOSUS POR MICROCÁPSULAS GELIFICADAS DE CASEINATO DE SÓDIO E CARRAGENA

ATIVIDADE ANTAGONISTA DE BACTÉRIAS LÁCTICAS DE LEITES FERMENTADOS COMERCIALIZADOS EM VIÇOSA, MG

TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS CONTENDO METAIS PESADOS

Cancro cítrico: bactericidas alternativos e descontaminação de frutos em pós-colheita

AUTOR(ES): TAMIRIS LIMA DOS SANTOS, MÁYRA DE CÁSSIA DAINEZI, RAFAELA DELVECHIO

FERMENTAÇÃO DE EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA VERDE POR BACTÉRIAS PROBIÓTICAS. Fernanda Arré Chiarella ¹; Cynthia Jurkiewicz Kunigk ²

11º ENTEC Encontro de Tecnologia: 16 de outubro a 30 de novembro de 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR PALOTINA MESTRADO - BIOENERGIA BIOETANOL

Engenharia Biológica Integrada. Exame de

5 Metodologia experimental

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos Área de Bromatologia

Exsudação de Citrato e Tolerância ao Alumínio em Sorgo. Adaptação a solos ácidos, ácidos orgânicos, mecanismos de tolerância ao alumínio

Marque a opção do tipo de trabalho que está inscrevendo: ( X ) Resumo ( ) Relato de Caso

ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE UMA FORMULAÇÃO DE QUEIJO TIPO PETIT SUISSE PROBIÓTICO IN VITRO ACRESCIDO DE FONTE DE FIBRA

PRODUÇÃO DE BARRA DE CEREAIS COM PROPRIEDADES PROBIÓTICAS

RESISTÊNCIA IN VITRO DE BACTÉRIAS ÁCIDO LÁTICAS ISOLADAS DE IOGURTES BRASILEIROS AO SUCO GÁSTRICO E SAIS BILIARES1

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO, COR E ACEITAÇÃO SENSORIAL DE BEBIDA PROBIÓTICA PRODUZIDA COM EXTRATO DE SOJA VERDE

Nutrição bacteriana. José Gregório Cabrera Gomez

DESENVOLVIMENTO DE SOBREMESA FERMENTADA SIMBIÓTICA À BASE DE SOJA VERDE SABOR LIMÃO

TÍTULO: ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE ESPONJAS UTILIZADAS NA HIGIENIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS DE COZINHA DE RESTAURANTES DO MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS-GO

PROPRIEDADES FÍSICAS DE MICROCÁPSULAS DE SUCO DE MARACUJÁ (Passiflora edulis flavicarpa) E POLISSACARÍDEOS CONTENDO Bifidobacterium BB-12

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

PRODUÇÃO DE CÉLULAS ÍNTEGRAS DE Penicilium citrinum PARA APLICAÇÃO NA MODIFICAÇÃO DE ÓLEOS E GORDURAS

PREPARAÇÃO DE CÉLULAS COMPETENTES DE Escherichia coli HB101

ELABORAÇÃO DE BEBIDA LÁCTEA ACIDIFICADA

SOBREVIVÊNCIA DE Lactobacillus rhamnosus GG EM BEBIDA DE FRUTAS TROPICAIS APÓS SIMULAÇÃO IN VITRO DAS CONDIÇÕES GASTROINTESTINAIS

AVALIAÇÃO DAS POTENCIALIDADES DA APLICAÇÃO DE EMBALAGEM ATIVA MULTIFUNCIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DE VEGETAIS 1

Águas do Imperador SA

IMOBILIZAÇÃO DE LEVEDURAS EM SUPORTES A BASE DE ALGINATO DE SÓDIO PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE DESCOLORAÇÃO DE EFLUENTES

TITULAÇÕES POTENCIOMÉTRICAS DE CÁTIONS METÁLICOS EM MEIO NÃO AQUOSO. Palavras chave: Potenciometria, interação soluto-solvente, eletrodo de vidro.

Recepção. Beneficiamento do leite

Autores Tais Helena Martins Lacerda Ivana Cristina Spolidorio Macknight Izael Gressoni Junior Valmir Eduardo Alcarde. Apoio Financeiro Fap

APLICAÇÃO DE QUITOSANA MODIFICADA COMO CATALISADOR HETEROGÊNEO NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL POR ESTERIFICAÇÃO

ESTUDO DE SECAGEM DAS POLPAS DE CAJU, GOIABA, GRAVIOLA E MANGA, PELO PROCESSO FOAM-MAT, COM E SEM A ADIÇÃO DE LEITE

4 MATERIAIS E MÉTODOS

Controle Microbiológico nas Usinas de açúcar e álcool. Prof.ª Drª Dejanira de Franceschi de Angelis

QUANTIFICAÇÃO DE LEVEDURAS EM AMOSTRAS DE QUEIJOS COLONIAIS PRODUZIDOS PELA AGOINDUSTRIA FAMILIAR DA REGIÃO DE TEUTÔNIA - RIO GRANDE DO SUL - BRASIL

UM EXPERIMENTO RELATIVAMENTE SIMPLES E RÁPIDO DE CINÉTICA DA DESTRUIÇÃO DE LEVEDURAS PELO CALOR 1

Hibridação in situ fluorescente em corte histológico (Câncer de Próstata)

UTILIZAÇÃO DA SEMENTE DO MELÃO COMO CATALISADOR NA REAÇÃO DE ESTERIFICAÇÃO DO ÁCIDO OLÉICO

PÓS-COLHEITA E AGROINDUTRIALIZAÇÃO DO CUPUAÇU

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Transcrição:

TÍTULO: MICROENCAPSULAÇÃO DE LACTOBACILLUS PROBIÓTICO E APLICAÇÃO EM SMOOTHIE CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DO INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA AUTOR(ES): JÚLIA MACHADO SILBERSCHMIDT ORIENTADOR(ES): CYNTHIA JURKIEWICZ KUNIGK

1. Resumo Os consumidores atualmente buscam alimentos que além de serem saborosos, também apresentem características funcionais. O desenvolvimento de um smoothie probiótico vem ao encontro desta proposta, aliando os benefícios e o sabor das frutas, à funcionalidade de microrganismos probióticos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a sobrevivência de Lactobacillus rhamnosus microencapsulado, adicionado em smoothie de frutas durante 21 dias de armazenamento e durante a simulação gastrintestinal in vitro. A bactéria foi encapsulada em alginato de cálcio, utilizando a técnica da extrusão, com dois diferentes diâmetros de cápsulas, e adicionada ao smoothie. Durante os 21 dias de armazenamento a 5 C foi realizada a contagem do probiótico e avaliada a resistência gastrintestinal no primeiro e 21º dia. O aumento do diâmetro da cápsula não mostrou ser eficiente no aumento da viabilidade do microrganismo. Durante o armazenamento do smoothie, a contagem de L. rhamnosus permaneceu elevada (10 8 UFC/g) independentemente das células estarem encapsuladas ou livres. 2. Introdução O termo probiótico se refere aos microrganismos que ao serem ingeridos vivos e em quantidade adequada apresentam benefícios à saúde do hospedeiro (SATHYABANA et al., 2014). Para que estes benefícios ocorram, a dose mínima diária de bactérias probióticas deve ser em torno de 10 6 UFC/mL (FAO, WHO, 2001). Como alguns alimentos apresentam características e condições de armazenamento não favoráveis à sobrevivência da bactéria, faz-se necessário a utilização de técnicas que ajudem na proteção do microrganismo, como por exemplo, a microencapsulação. A microencapsulação pode ser realizada por meio de spray-drying, leito fluidizado, extrusão, técnica de separação de fases/coacervação, emulsão, imobilização em gordura e em grânulos de amido (Menezes, et al., 2013). Também é possível, para a mesma técnica de encapsulação, variar as condições de processo (composição da solução encapsulante, temperatura, vazão, etc) de forma a obter cápsulas com características mais adequadas à sobrevovência da bactéria no alimento. A técnica da extrusão consiste em no preparo de uma solução hidrocolóide, como alginato de sódio, na qual são adicionados os microrganismos. A extrusão desta suspensão é realizada por meio de uma seringa, gotejando-a em uma solução de endurecimento do hidrocolóide (CaCl2), onde as cápsulas são formadas

instantaneamente. O tamanho e o formato das microcápsulas variam de acordo com o diâmetro da seringa utilizada, com a viscosidade da solução de alginato, e com a distância entre o dispositivo e a solução de cloreto de cálcio. Os smoothie por apresentarem alta concentração de mais de uma fruta, podem ser classificados como sucos tropicas, apresentando características diferenciais de cremosidade, leveza e frescor (TEIXEIRA, 2012). Entretanto, devido ao seu baixo ph não são considerados veículos adequados para microrganismos probióticos,uma vez que valores de ph menores que 4,5 dificultam a sobrevivência das bactérias durante a vida de prateleira do produto refrigerado. Sendo assim, a microencapsulação da cultura pode ser uma alternativa para aumentar sua viabilidade em bebidas de alta acidez, como os smoothies. 3. Objetivos Este trabalho teve como objetivo avaliar a influência do diâmetro das microcápsulas de alginato de cálcio contendo Lactobacillus rhamnosus, na sobrevivência do microrganismo, adicionado em smoothie de frutas amarelas comercial, durante 21 dias de armazenamento e durante a simulação gastrintestinal in vitro. 4. Metodologia A cultura liofilizada de Lactobacillus rhamnosus HN001 (DuPont) foi cultivada em frascos contendo 99 ml de caldo MRS, durante 21 h em estufa à 37,0 ºC. O caldo foi centrifugado (Mega 21R, Hanil) por 15 minutos em temperatura de 4 C e rotação de 6000 rpm, para obtenção do pellet, que foi lavado duas vezes com solução salina estéril 0,85%, suspenso em 20 ml de salina e adicionado em 180 ml da solução encapsulante. A técnica de encapsulação utilizada foi a de extrusão conforme descrita por Boscarioli (2010) com modificações. A solução encapsulante de alginato de sódio 1,0% contendo a bactéria probiótica foi aspergida, através de um bico aspersor tipo leque, em uma solução de cloreto de cálcio 0,1 M onde as cápsulas eram formadas. Para alterar o tamanho das cápsulas, duas vazões de ar foram utilizadas, 6,3 L/min e 3,7 L/min para uma vazão constante de 0,0121 L/min da solução encapsulante. As cápsulas ficaram 30 min na solução antes de serem separadas por filtração. A separação das cápsulas da solução de cloreto de cálcio foi feita por meio de duas

peneiras de aço inox de diferentes aberturas de malha, 710 e 250 µm, e por papéis de filtro qualitativo. A lavagem foi feita com solução salina 0,85% estéril. As cápsulas retidas na peneira com abertura de 250 µm e nos papéis de filtro foram adicionadas ao smoothie. A simulação gastrointestinal foi realizada segundo metodologia descrita por MADUREIRA et al. (2011) e VERRUCK et al. (2015) com algumas modificações. A simulação apresenta três etapas: fase gástrica (FG), fase duodeno (FD) e fase íleo (FI). As amostras para determinar a contagem de probióticos foram retiradas após 30 min (FG30) e 90 min (FG90) da fase gástrica, após 30 min da fase duodeno (FD) e após 60 min da fase íleo (FI). Na fase gástrica, foi adicionado HCl 1M para redução do ph entre 2,1 e 2,5 e solução de pepsina (P7012, Sigma-Aldrich) na concentração de 25 g/l preparada em HCl 0,1 M, de modo que a concentração no meio de reação seja 1,25 g/l. Nesta fase, a amostra foi submetida a uma agitação de 130 rpm, por 90 minutos. Para a etapa do duodeno foi adicionado NaHCO3 1 M para aumento do ph entre 4,5 a 5,2, e, em seguida utilizou-se uma solução contendo 2 g/l de pancreatina (P1750, Sigma-Aldrich) e 12 g/l de sais biliares bovino e ovino (B8381, Sigma-Aldrich) em NaHCO3 0,1 M. A concentração final no meio de reação foi de 0,55 g/l de pancreatina e 3,3 g/l de sais biliares. Os tubos permaneceram sob agitação de 45 rpm durante 30 min. Na fase íleo foi adicionado NaHCO3 1M para aumento do ph entre 6,3 a 6,5 e solução 2 g/l de pancreatina e 12 g/l de sais biliares em NaHCO3 0,1M para correção da concentração no meio de reação para 0,55 g/l e 3,3 g/l respectivamente. O tubo permanece sob uma agitação de 45 rpm durante 60 minutos. Para a quantificação de L. rhamnosus no smoothie durante o armazenamento e durante a simulação gastrintestinal a amostra foi diluída em solução tampão fosfato, ph 7,0 e cultivada em agar MRS (Oxoid) As placas foram incubadas em estufa à 37,0 ºC por 48 horas. 5. Desenvolvimento Foram avaliados 3 tratamentos: células livres no smoothie (T1), bactérias encapsuladas em alginato 1,0% com vazão de ar comprimido de 3,7 L/min (T2) e bactérias encapsuladas em alginato 1,0% com vazão de ar comprimido de 6,3 L/min (T3).

Em cada um dos tratamentos, para acompanhamento da sobrevivência da bactéria no smoothie, foram realizadas análises microbiológicas nos dias 1, 7, 14 e 21. Já a simulação gastrintestinal foi realizada apenas nos dias 1 e 21 de armazenamento. 6. Resultados Preliminares Como o intuito da encapsulação é criar uma barreira que ajude na proteção da bactéria, foi estudada a possibilidade de aumentar a proteção com o aumento do diâmetro da cápsula. Para isso, variou-se a vazão de ar comprimido, mantendo todas as outras condições constantes. A vazão menor de ar comprimido (3,7 L/min) gerou cápsulas de diâmetro maior (231±17 µm) e a vazão maior de ar comprimido gerou cápsulas de diâmetro menor (34±8 µm). Os resultados durante o armazenamento do smoothie contendo as microcápsulas de diferentes diâmetros e com células livres mostrou não haver diferença significativa na contagem do Lactobacillus rhamnosus durante os 21 dias (Figura 1). Os valores de ph do smoothie não demonstraram ter variação significativa tanto no decorrer do tempo, quanto entre as três diferentes formas de aplicação do probiótico, como pode ser observado na Figura 2. Valores de ph baixos são barreiras para a sobrevivência da bactéria e a sua oscilação, principalmente para valores mais baixos do que o inicial, poderiam ter causado um decaimento na contagem das bactérias ao longo do armazenamento.

Desta forma, observamos que, para valores de ph de 3,59 ± 0,05 a encapsulação, tanto do maior quanto do menor diâmetro, não tem interferência sobrevivência da bactéria durante os 21 dias de armazenamento a 5 C. Log UFC/g 8,5 8,3 8,1 7,9 7,7 7,5 7,3 7,1 6,9 6,7 1 7 14 21 Tempo (dias) Células Livres Encapsulado (34 ± 8) μm Encapsulado (231 ± 17)μm ph Figura 2- Contagem de Lactobacillus rhamnosus durante armazenamento a 5 C 4 3,9 3,8 3,7 3,6 3,5 3,4 3,3 3,2 1 7 14 21 Tempo (dias) Células Livres Encapsulado (34±8)µm Encapsulado (231±17)µm Figura 1- Valores de ph do smoothie durante armazenamento a 5 C Apesar do Lactobacillus rhamnosus ter sobrevivido durante ao armazenamento, seu metabolismo pode ter sido afetado, diminuindo sua resistência

durante a digestão gastrintestinal. As Figuras 3 e 4 mostram as contagens do probiótico durante as fases da simulação in vitro realizada. Pelos dados coletados, a encapsulação não mostrou ter uma vantagem em relação a inserção das bactérias como células livres no smoothie, uma vez que os valores não apresentaram diferença significativa em nenhum dos dias de armazenamento. O aumento do diâmetro da cápsula apresentou valores menores do que os outros dois tratamentos, ainda que não significativo. Log UFC/g 9,00 8,00 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 Início FG30 FG90 FD FI Encapsulado (231 ± 17)μm Encapsulado (34 ± 8) μm Células Livres Log UFC/g Figura 4-Contagem de Lactobacillus rhamnosus durante simulação no dia 1 9,00 8,00 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 Início FG30 FG90 FD FI Encapsulado (231 ± 17)μm Encapsulado (34 ± 8) μm Células Livres Figura 3- Contagem de Lactobacillus rhamnosus durante simulação no dia 21

Desta forma, temos que a encapsulação do Lactobacillus rhamnosus, com maior ou menor diâmetro, não foi vantajosa para proteger o microrganismo durante a simulação gastrintestinal. Os tratamentos foram analisados por análise de variância. 7. Considerações Finais Apesar de ser utilizado como alternativa para viabilizar a sobrevivência de bactérias probióticas em condições que não são favoráveis, a encapsulação de L. rhamnosus em alginato de cálcio, não apresentou vantagens quando comparado com Figura 5- Contagem de Lactobacillus rhamnosus durante simulação no dia 21 as células livres no smoothie. Além disso, o aumento no diâmetro da cápsula também não contribuiu para a proteção do probiótico. 8. Fontes Consultadas BOSCARIOLI, M., 2010. Influência de prebióticos na encapsulação de bactérias probióticas adicionadas em sorvete. s.l.:exame de Qualificação de Mestrado da Escola de Engenharia Mauá do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia. Food and Agriculture Organization of United Nations, 2002. Guidelines for the Evaluation of Probiotics in Food. s.l., s.n. MADUREIRA, R. A. et al., 2011. Protective effect of whey cheese matrix on probiotic strains exposed to simulated gastrointestinal conditions. Food Research International, Volume 44, pp. 465-470. MENEZES, C. R. et al., 2013. Micorencapsulação de probióticos: avanços e perspectivas. Ciência Rural, Volume 47, pp. 1309-1316. SATHYABANA S.; RANJITH K.; BRUTHA P.; VIJAYABHARATHI R.; BRINDHA V. (2014) Co-encapsulation of probiotics with prebiotics on alginate matrix and its effect on viability in simulated gastric environment. Trends in food science and technology. V. 57, p. 419-425.

TEIXEIRA, N. J. F. T (2012) Estudo da influência de amido resistente e do tempo de aeração na viabilidade de microrganismos probióticos em smoothie de frutas. Escola de Engenharia Mauá do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia - Dissertação de Mestrado. VERRUCK, S., et al. The buffalo Minas Frescal cheese as a protective matrix of Bifidobacterium BB-12 under in vitro simulated 88 gastrointestinal conditions. LWT - Food Science and Technology, v. 63, p. 1179-1183, 2015.