PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Art. 150, 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
Jurisprudência... Súmula 555 - STJ Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.
Jurisprudência... PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. CONFISSÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS PARA EFEITO DE PARCELAMENTO APRESENTADA APÓS O PRAZO PREVISTO NO ART. 173, I, DO CTN. OCORRÊNCIA DE DECADÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 3. A decadência, consoante a letra do art. 156, V, do CTN, é forma de extinção do crédito tributário. Sendo assim, uma vez extinto o direito, não pode ser reavivado por qualquer sistemática de lançamento ou auto lançamento, seja ela via documento de confissão de dívida, declaração de débitos, parcelamento ou de outra espécie qualquer (DCTF, GIA, DCOMP, GFIP, etc.). (REsp 1.355.947/SP, rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ªT., j. em 12.06.2013).
Jurisprudência... TRIBUTÁRIO.EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. (...) 3. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário na via judicial impede o Fisco de praticar qualquer ato contra o contribuinte visando à cobrança de seu crédito, tais como inscrição em dívida, execução e penhora mas não impossibilita a Fazenda de proceder à regular constituição do crédito tributário para prevenir a decadência do direito de lançar. 4. Embargos de divergência providos. (EREsp 572.603/PR, 1ªT., rel. Min. Castro Meira, j. 08-06-2005, REsp 119.156/SP).
Jurisprudência... Órgão julgador: 2ª Turma do STJ Data de julgamento: 13/06/2017 Data de publicação: 20/06/2017 Ementa: ITCMD. PRAZO DECADENCIAL. TERMO INICIAL. ART. 173, I, DO CTN. HOMOLOGAÇÃO DA PARTILHA. Resultado: A Turma, por unanimidade, entendeu que o termo inicial do prazo decadencial para o lançamento do ITCMD é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que transitou em julgado a sentença que homologou a partilha dos bens, nos termos do art. 173, I, do CTN. Isso porque, segundo os Ministros, apenas com a homologação da partilha é possível apurar os fatos geradores distintos a que alude o art. 35, parágrafo único, do CTN, de forma que o lançamento do tributo depende da identificação precisa do patrimônio transferido e dos herdeiros ou legatários. REsp 1.668.100/SP Relator(a): Ministro Herman Benjamin.
Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Jurisprudência... CARF / CSRF Vício formal é aquele verificado de plano no próprio instrumento de formalização do crédito, e que não está relacionado à realidade representada (declarada) por meio do ato administrativo de lançamento (Acórdão nº 9101-002.713 e 9101-002.146).
Jurisprudência... PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO PRESCRIÇÃO (ART. 174 DO CTN). 1. Em direito tributário o prazo decadencial, que não se sujeita a suspensões ou interrupções, tem início na data do fato gerador, devendo o fisco efetuar o lançamento no prazo de cinco anos a partir desta data.(...) (REsp 332.366/MG, 2ªT., rel. Min. Eliana Calmon, j. 19-02-2002).
Art. 173, Parágrafo único O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
Caso... A empresa TransNacional realizou o Fato Gerador do IPTU em 01.01.2007 conforme determina a legislação local, contudo foi informada por Aviso de Recebimento que a Fiscalização para confirmação dos valores a serem lançados se iniciou em 10.05.2008, e após a apuração dos fatos, o lançamento será realizado. Em 05.04.2013 a Prefeitura realizou o lançamento de ofício, porém o contribuinte alega decadência, contudo em Processo Administrativo foi informado a respeito da contagem conforme o parágrafo único do artigo 173, por isso, devido o lançamento.
Jurisprudência... NOTIFICAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO NO MESMO EXERCÍCIO FINANCEIRO DO FATO GERADOR. ANTECIPAÇÃO DO MARCO INICIAL DO PRAZO DECADÊNCIAL. ART. 173, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN (...)III Todavia, se a notificação do contribuinte dos trabalhos de fiscalização ocorrer após o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorreu o fato gerador, não surtirá efeitos no que se refere ao curso decadencial, permanecendo como data inicial aquela estipulada pelo artigo 173, I do Código Tributário Nacional, primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. (STJ, 1ªT., REsp 909.570/SP, Rel. Ministro Francisco Falcão, abr/07).
Art. 174 A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.
Art. 151 Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
Art. 151 V a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI o parcelamento.
Art. 1º, 3º mediante ordem da autoridade judicial ou, no caso de depósito extrajudicial, da autoridade administrativa competente, o valor do depósito, após o encerramento da lide ou do processo litigioso, será:
Art. 174, parágrafo único. A prescrição se interrompe: I pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
O PARCELAMENTO SUSPENDE OU INTERROMPE A PRESCRIÇÃO?
Jurisprudência... Nos termos da jurisprudência pacífica desta Corte, o prazo prescricional interrompe-se pela confissão e pedido de parcelamento, recomeçando a fluir no dia em que o devedor deixa de cumprir o acordo. (STJ, Segunda Turma, AgRg nos Edcl no AREsp 91.345/PE, Rel. Ministro Humberto Martins, abr/2012).
Art. 2º, 3º A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.
Jurisprudência... PRESCRIÇÃO ART. 2º 3º, DA LEI 6830/80 (SUSPENSÃO POR 180 DIAS) NORMA APLICÁVEL SOMENTE ÀS DÍVIDAS NÃO TRIBUTÁRIAS...1. A norma contida no art. 2º, 3º da Lei 6830/80, segundo a qual a inscrição em dívida ativa suspende a prescrição por 180 (cento e oitenta) dias ou até a distribuição da execução fiscal, se anterior àquele prazo, aplica-se tão somente às dívidas de natureza não tributárias, porque a prescrição das dívidas tributárias regula-se por lei complementar, no caso o art. 174 do CTN. (STJ, 2ª T., REsp 881.607/MG, Rel. Ministra Eliana Calmon, jun/08).
Art. 40 O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.
Jurisprudência... PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. REDIRECIONAMENTO AO SÓCIO-GERENTE. PRESCRIÇÃO. OCORRÊNCIA. 1. A citação da empresa executada interrompe a prescrição em relação aos seus sócios-gerentes para fins de redirecionamento da execução fiscal. No entanto, com a finalidade de evitar a imprescritibilidade das dívidas fiscais, vem-se entendendo, de forma reiterada, que o redirecionamento da execução contra os sócios deve dar-se no prazo de cinco anos contados da citação da pessoa jurídica. Precedentes: AgRg nos EREsp 761.488/SC, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Primeira Seção, DJe de 7.12.2009; AgRg no REsp 958.846/RS, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe de 30.9.2009; REsp 914.916/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe de 16.4.2009. 2. Agravo regimental não provido.
Jurisprudência... Súmula 409 - STJ Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício (art. 219, 5º do CPC).
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Art. 332, 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
Art. 487, PU Ressalvada a hipótese do 1 o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
Art. 40, 4º Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato.
Jurisprudência... Súmula 314 - STJ Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.
Jurisprudência... 1. A configuração da prescrição intercorrente não se faz apenas com a aferição do decurso do lapso quinquenal após a data da citação. Antes, também deve ficar caracterizada a inércia da Fazenda exequente. 2. A Primeira Seção desta Corte também já se pronunciou sobre o tema em questão, entendendo que a perda da pretensão executiva tributária pelo decurso de tempo é consequência da inércia do credor, que não se verifica quando a demora na citação do executado, decorre unicamente do aparelho judiciário (REsp n. 1102431/RJ, Dje 01.02.10).
Jurisprudência... AgRg no REsp 1.521.539/SP Relator(a): Ministro Benedito Gonçalves Órgão julgador: 1ª Turma do STJ Data de julgamento: 21/02/2017 Data de publicação: 06/03/2017 Ementa: EXECUÇÃO FISCAL. REDIRECIONAMENTO. DISSOLUÇÃO IRREGULAR. AUSÊNCIA DE PODER DE GERÊNCIA À ÉPOCA DO FATO GERADOR. IMPOSSIBILIDADE. Resultado: A Turma, por unanimidade, entendeu que o redirecionamento da execução fiscal ao sócio não pode alcançar os créditos cujos fatos geradores são anteriores ao exercício da função de gerência. Assim, os Ministros destacaram ser imprescindível que o sócio que deu causa à dissolução irregular da empresa executada, desencadeando a responsabilidade pessoal do administrador, tenha exercido essa função à época do fato gerador do débito.
Jurisprudência... REsp 1.524.930/RS Relator(a): Ministro Og Fernandes Órgão julgador: 2ª Turma do STJ Data de julgamento: 02/02/2017 Data de publicação: 08/02/2017 Ementa: EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. TRIBUTÁRIA. CONSELHOS PROFISISONAIS. ANUIDADES. ART. 8º DA LEI Nº 12.514/2011. TERMO INICIAL. ALCANCE DO VALOR MÍNIMO PARA EXECUÇÃO. Resultado: A Turma, por unanimidade, afirmou que a prescrição executória das anuidades devidas aos conselhos profissionais somente se inicia quando o crédito se torna exequível, ou seja, quando o total da dívida inscrita atinge o patamar mínimo exigido pelo art. 8º da Lei nº 12.514/2011, referente a 4 vezes o valor cobrado anualmente da pessoa inadimplente. Os Ministros destacaram que, para definir este piso, computam-se também os encargos legais (multas, juros e correção monetária), tomando como parâmetro o valor daanuidade relativo ao ano de ajuizamento da execução fiscal. Por fim, destacaram que não desconhecem a disciplina do art. 174 do CTN, mas, na vigência da Lei nº 12.514/2011, não é possível exigir as anuidades a partir de seus vencimentos, tendo em vista a limitação do valor mínimo criada para o ajuizamento da pretensão executiva.