Sustentabilidade e a Responsabilidade Empresarial



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Transcrição:

Sustentabilidade e a Responsabilidade Empresarial A empresa é a unidade econômica organizada onde uma, algumas ou muitas pessoas, assumem o risco do negócio, reúnem os fatores técnicos da produção (recursos materiais, humanos e intelectuais) para gerar um produto, serviço ou direito. Em seguida, essa pessoa (ou grupo), que são os empresários, oferecem o seu produto, serviço ou direito ao mercado. Ao final, obtêm da diferença entre o preço de venda ou de contratação e o custo de produção, o maior proveito monetário possível. A definição acima foi idealizada por grandes estudiosos da ciência do Direito Econômico e da Economia. É claro que a diferença acima mencionada é o lucro do negócio. Conclui-se, portanto, que a empresa na sua essência, ou seja, no traço que a distingue como objeto de conhecimento, é uma reunião de pessoas que visam a produção do lucro. Para fazer tudo isso, a empresa precisa se valer de um elemento essencial: o ser humano. É o conjunto de profissionais que integram uma organização que assumem no dia a dia o papel de empresários. E é esse conjunto de pessoas que toma as decisões de trazer outros funcionários para a organização, remunerando-os, promovendo-os, transferindo-os e até afastando-os. O elemento humano é essencial, em primeiro lugar porque ele é o que realmente distingue uma organização da outra. A matéria prima, o capital e a maior parte dos desenvolvimentos intelectuais na área de informática estão igualmente à disposição de todos. O elemento humano é o ser distintivo. Nos primeiros séculos da história da ciência da administração de empresas imaginouse que, uma vez alcançado o lucro, a organização teria cumprido o seu papel social, ainda que viesse a falir ou desaparecer no momento seguinte. Foi somente em períodos bem recentes da humanidade, embrionariamente no fim do século XIX e com mais intensidade a partir da segunda metade do século XX, que a empresa passou a ser vista como um ser social. Ela é formada por seres humanos, concentrando e projetando no meio as características que lhes são próprias.

Também o papel da empresa mudou muito ao longo da história. De um empreendimento simples cujo objeto era o de sustentar o seu dono e sua família, migrou para organizações gigantes, capazes de influenciar para sempre a vida social. Por isso as preocupações da empresa com os elementos sociais foram surgindo e se ampliando muito ao longo do tempo. A primeira preocupação foi com o relacionamento com os trabalhadores, traduzida na encíclica rerum novarum do Papa Leão XIII. Foi somente em 1972 que a ONU realizou em Estocolmo, Suécia, a primeira Conferência Internacional Sobre o Meio Ambiente. A partir dela ficou claro que a empresa, enquanto ser social, não podia viver à margem das preocupações da sociedade. Os debates que lá se iniciaram acabaram por induzir ao conceito, exposto pela primeira vez na Eco-Rio (1992) estabelecendo como critério para exploração do meio ambiente a SUSTENTABILIDADE. A sustentabilidade, originada nas discussões ambientais, passou a ser então o dever do ser humano de fazer uso dos recursos naturais, porém preocupando-se em não comprometer igual uso por parte das gerações futuras. Enquanto isso, no campo da responsabilidade social a evolução continuou. A primeira preocupação das organizações empresariais passou a ser a de devolver ao meio social parte do lucro que dele retiravam. A responsabilidade social consistia exatamente nessa consciência: baseada em parâmetros morais a empresa extraia o seu lucro e, mediante ponderação cautelosa, desenvolvia ações estratégicas filantrópicas, culturais, científicas, esportivas e de muitas outras espécies, para partilhando parte desse lucro com o meio social. A ética empresarial veio a público com toda a sua contundência já a partir de 1977 com a lei norte-americana de combate à corrupção no exterior (FCPA). Muitas outras leis e atos internacionais se seguiram. Para citar os principais não se pode esquecer da Conferência Interamericana contra a Corrupção da OEA, de 1996, A Sarbanes Oxley de 2002 e a Convenção de Mérida, da ONU, de 2003. Facilmente os conceitos de sustentabilidade ambiental migraram para a economia e o direito, determinando a criação de um arcabouço de normas e sistemas voltados para a sustentabilidade empresarial baseada na responsabilidade social.

Do ponto de vista econômico é sustentável a empresa que consegue, na atualidade, gerar resultados para os seus acionistas, com estrita observância dos princípios da ética empresarial, mas sem comprometer a capacidade dessa organização de continuar a gerar resultados no futuro. Por exemplo, era comum até pouco tempo o executivo, sabedor de que permaneceria em um cargo apenas 2 anos, desfazer-se dos ativos da empresa a preço vil, concedendo descontos injustificáveis, apenas para cumprir alguma das suas metas mal formuladas. O mais recente conjunto de critérios de sustentabilidade e responsabilidade social advém da norma ISO-26.000, que passou a vigorar no Brasil em dezembro de 2010. Ela não é uma norma certificadora de padrões de trabalho, como as demais normas ISSO, mas reúne padrões de conduta que, se seguidos pelas empresas, farão delas cidadãs de um mundo melhor e lhes garantirão sustentabilidade com responsabilidade social. São os seguintes os critérios: Accountability, ou seja, a responsabilização integral pelo impacto causado à sociedade. Esse impacto deve compreender não apenas as conseqüências atuais, mas as que futuramente atingirão o grupo social. E não se trata apenas da defesa e proteção ao meio ambiente, mas também aos próprios membros do grupo social. Isso significa que a empresa cidadã deve, primeiramente, se dedicar a produzir produtos ou serviços que impulsionem o ser humano ao progresso, à melhoria das suas condições intelectuais através de uma educação melhor, e também do seu bem estar social. Deve, portanto, ser o ponto de referência da tecnologia, mas também de um conhecimento que traga algo de bom, significante para o meio social. Para poder ter um público que se interesse por esse modelo, a empresa precisará auxiliar o estado na educação como um todo, quer seja ela curricular, quer seja representativa de treinamentos. Não há atividade sem riscos. Por mais que a tecnologia se desenvolva, haverá sempre riscos intrínsecos em todas as atividades humanas, vale lembrar, empresariais. Por tudo isso o critério da accountability como indicador de uma empresa cidadã representa, em resumo, que ela deverá ser responsável pelo impacto das suas atividades na sociedade como um todo, cujo desenvolvimento econômico e social deverá estar entre suas metas. O capitalismo puro acreditava que a empresa poderia fazer isso simplesmente pela remuneração

dos fatores técnicos da produção. Os estudos mais modernos demonstram que, além disso, a empresa, representada pelo seu órgão máximo que são seus sócios ou acionistas deve se dispor a devolver à sociedade, sob a forma de ações ativas, parte do lucro que retira do grupo social. Mas deve ser uma empresa que acima de tudo não deverá se imiscuir em atividades: sobre as quais não tenha total controle em todas as fases (inclusive quanto às ocorrências de catástrofes humanas ou ambientais); para as quais não tenha ativo suficiente para indenizar sob os aspectos patrimonial e extra patrimonial os males que venha a causar; e para as quais não possa afirmar e cumprir perante toda a sociedade a sua total responsabilidade. No critério da accountability insere-se também o aspecto relativo aos destinatários das ações da empresa: ele exige que a empresa atue de forma a obter a confiança de todas as pessoas e organizações que com ela se relacionem ou que possam ser atingidas por suas atividades. Isso inclui julgamentos justos e objetivos em relação a empregados, fornecedores de bens e serviços e quaisquer outros. Transparência, no sentido de permitir um adequado registro e rastreamento das suas operações. Praticamente todas as legislações dos países que fazem parte do comércio internacional já possuem normas que requerem das empresas a obediência e observância dos princípios fundamentais da transparência, que podem ser subdivididos em: Existência de um único fundo de caixa e aplicações financeiras, totalmente registrado; Registro adequado aos princípios contábeis internacionais, de todas as suas operações; Manutenção de arquivos eletrônicos de documentos que servirem de base para os registros e que atestem, portanto, precisão e a veracidade das demonstrações; Sistema institucional de auditoria permanente, que não incorra em conflito de interesses. Há conflito de interesses, por exemplo, quando a empresa

de auditoria presta ao mesmo tempo serviços de consultoria, direta ou indiretamente às organizações. A maior contribuição internacional dos últimos tempos sobre essa matéria foi a lei norte-americana Sarbanes-Oxley, que estabeleceu detalhadamente as obrigações das empresas em relação à transparência e registro das suas operações. No Brasil a Lei 11.638 alterou a Lei das sociedades anônimas para passar a exigir a aplicação de padrões internacionais às demonstrações financeiras tanto das empresas que têm os seus títulos e valores mobiliários negociados em bolsas de valores, como daquelas consideradas de grande porte. Comportamento ético, que será detalhado nos diversos princípios, aplicáveis a todos os relacionamentos. O maior de todos os comportamentos éticos consiste em não praticar a corrupção, ou seja, de não subornar direta ou indiretamente, qualquer que seja a finalidade. O conceito universal do suborno é o do oferecimento de vantagem a alguém ou alguma organização para tomar uma decisão em favor de quem o oferece ou influenciar favoravelmente a tal decisão. As regras de ética empresarial são cada vez mais sofisticadas e precisam ser aplicadas de conformidade com os ditames da filosofia moral para todos os relacionamentos da empresa, sejam eles externos (clientes, fornecedores, concorrentes, comunidade, governo e candidatos a cargos públicos) e internos (acionistas ou sócios e empregados). Há no Brasil um movimento equivocado que procura separar o comportamento ético empresarial praticado na concorrência, daqueles relacionamentos que se processam mediante outros personagens, principalmente empregados, fornecedores e governos. Os defensores de tal corrente distinguem dois tipos de ética empresarial, que na verdade formam um único (ou seja, pregam a prática apenas da ética que lhes interessa). Tal postura não está de acordo com o critério de cidadania aqui definido. A empresa precisa tratar a todos os que com ela se relacionam balizando seu comportamento pelos valores maiores da honestidade, verdade e justiça.

Respeito à legalidade e ao estado de direito ; Esse critério avalia a cidadania da empresa pela sua capacidade de seguir a lei. Para isso, em primeiro lugar seu compromisso fundamental precisa ser o de fazer aqueles que em seu nome atuam, sejam executivos, gerentes, técnicos, operários, conhecer os princípios legais aplicáveis às suas atividades. No Brasil é um elenco grande de textos normativos, cujas essências devem ser conhecidas pelos representantes da organização. O primeiro de todos os textos é a Constituição Federal, cujo artigo 5º enuncia os direitos e garantias fundamentais (à vida, integridade física, legalidade, propriedade, dignidade, intimidade, sigilo, honra, imagem). Além da Constituição lembremo-nos de outros importantes para a atividade empresarial: Código Civil na parte relativa a contratos, obrigações, procurações e Direito de Empresa; Código de Defesa do Consumidor; Leis que defendem a livre concorrência (8884), a que regulamenta as licitações (8666), que protegem a propriedade industrial (marcas, patentes, tecnologia) e os direitos autorais (inclusive de softwares); e o Código Penal nos crimes que os representantes da empresa podem mais comumente incidir, até mesmo sem agir com dolo, mas atuando com culpa: corrupção ativa de autoridades brasileiras ou estrangeiras, como contra a administração da justiça; contra a ordem econômica, tributária, meio ambiente e tantas outras, sem esquecer dos limites impostos pela legislação eleitoral para suporte a campanhas políticas (2% do faturamento bruto do último ano). O respeito à legalidade implica também em fazer com que internamente a organização respeite esses princípios em todos os seus relacionamentos. Observância das normas internacionais, sempre que representarem padrões mais adequados do que as normas locais, e desde que sua observância não gere desrespeito a essas últimas. Ainda há matérias nas quais os padrões internacionais mais avançados podem evitar problemas para as sociedades nas quais as empresas se estabelecem, e que ainda não possuem o grau de sofisticação das regulamentações das mais modernas ou mais desenvolvidas. Em tais circunstâncias a cidadania empresarial impõe à empresa que impulsione estas últimas a se desenvolver.

Respeito aos direitos fundamentais da pessoa, também conhecidos como direitos humanos ou direitos civis, que são aqueles relativos à vida, integridade, liberdade, honra, devido processo legal e muitos outros, que no Brasil estão expressos no artigo 5º da Constituição Federal, (já discutidos anteriormente). Os princípios da ISO-26.000 são ainda mais detalhados pela iniciativa da ONU denominada Pacto Global. Essa iniciativa foi do antigo Secretário Geral da ONU, Koffi Annan, e consiste em reconhecer que pelo simples fato de serem detentoras de poder econômico as empresas podem se transformar também em agentes de modificação do mundo. Para isso o Pacto propõe 10 princípios aplicáveis a tais organizações: Apoiar e respeitar os direitos humanos reconhecidos como tais mundialmente, como aqueles relativos à vida, integridade, liberdade, intimidade, honra e imagem. Tomar todas as providências para não participar direta ou indiretamente da violação desses direitos. Apoiar a liberdade de associação e o direito à negociação coletiva. Eliminar todas as formas de trabalho forçado. Eliminar toda a forma de trabalho infantil, influenciando, inclusive seus fornecedores e clientes no mesmo sentido. Estabelecer critérios de tomada de decisão de trabalho, seja contratação, promoção, transferência ou demissão, que não possam ser utilizados como discriminação indevida. Apoiar integralmente a defesa ao meio ambiente, inclusive através de ações preventivas. Tomar iniciativas para a divulgação da consciência de respeito ao meio ambiente. Incentivar a descoberta e o desenvolvimento de novas tecnologias de proteções ambientais.

Combater continuamente a corrupção em todas as suas formas, inclusive a extorsão (mesmo através de concussão) e propina. Essas duas seqüências de princípios estabelecem os parâmetros da sustentabilidade e responsabilidade social. Como todas as normas possuem conceitos amplos e gerais, que precisam ser interpretados e preenchidos no dia a dia pelos profissionais que os praticam. As normas mostram também que não há guarda-chuvas eficazes para proteger os seres humanos que integram as empresas: cada profissional é uma célula de cada organismo público ou privado. JOAQUIM MANHÃES MOREIRA é advogado especializado em Direito e Ética Empresarial, sócio fundador da MANHÃES MOREIRA ADVOGADOS ASSOCIADOS e autor do livro A ética empresarial no Brasil.