III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Agronomia

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MILHO PARA PRODUÇÃO DE SILAGEM EM DOIS VIZINHOS, PARANÁ Micheli de Paris 1, Patrícia Bertoncelli 1, Cláudio César Simionatto 1, Sidney Ortiz 1 Thomas Newton Martin 2, Luis Fernando Glasenapp de Menezes 2 1 Acadêmicos do curso de Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, (UTFPR, DV), Bolsista PIBIC/Fundação Araucária e CNPQ, e-mail: michelidparis@hotmail.com, patybertoncelli@hotmail.com, claudiosimionatto@zootecnista.com.br; ortizsidney@hotmail.com 2 UTFPR (DV), *Autor para correspondência: e-mail: thomas.martin@hotmail.com, Tutor PET-Zootecnia Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar os diferentes genótipos de milho do Ensaio Sul Precoce quanto às características fitomorfológicas para produção de silagem em Dois Vizinhos, Paraná. O experimento foi realizado na safra agrícola 2008/2009 na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois vizinhos, Paraná. As variáveis avaliadas foram: fitomassa fresca por parcela, estatura da planta, estande, fitomassa seca de semente, fitomassa seca do material ensilado do micro silo, fitomassa seca de folha verde, fitomassa seca de espiga (sabugo+grão). O experimento foi conduzido segundo o delineamento Látice com duas repetições, seis blocos e 36 genótipos. Os genótipos fazem parte do ensaio de competição de cultivares Sul Precoce organizados pela EMBRAPA Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG). Como resultados verificou-se que a deficiência hídrica interferiu nos resultados experimentais, os genótipos apresentaram diferenças significativas em relação à estatura de planta e fitomassa fresca por parcela. Palavras-chave: Zea mays L., forragem conservada, variabilidade genética Introdução Dentre os vários fatores que contribuem para baixa produtividade animal principalmente bovinos, pode-se destacar a estacionalidade na oferta de alimento proveniente das pastagens. Isso ocorre devido à alteração entre os períodos onde é grande a disponibilidade quantitativa e qualitativa da forragem (época das águas) com períodos em que o crescimento das plantas é reduzido (época das secas), em resposta às alterações climáticas (baixa precipitação e temperatura). Como conseqüência desse fato, existe alteração de períodos oferta de produtos de origem animal (carne e/ou leite), com épocas em que é grande a dificuldade em manter o processo produtivo. Para o Sudoeste do Paraná, o período crítico é o outono-inverno onde as temperaturas são mais baixas limitando o desenvolvimento das plantas forrageiras limitando assim a produtividade animal. Nesta época, além da baixa disponibilidade de forragem, esta apresentada baixa qualidade. Estes fatores juntos culminam em perda de peso e/ou redução da produção de leite, podendo inclusive, comprometer o desenvolvimento dos animais (Paulino & Carvalho, 2004). Além destes impactos, esta sazonalidade na produção forrageira promove um impacto negativo no potencial de lotação (Mello, 2004). É nesse sentido, que a suplementação volumosa de bovinos mantidos em pastagens tem sido adotada como estratégia para manutenção do equilíbrio entre a oferta e demanda de alimentos nos sistema de produção (Oliveira et al., 2004). A silagem de milho é uma boa opção para a alimentação do rebanho, devido ao valor nutritivo e produção de matéria seca. Embora a qualidade da forragem seja importante, há poucas informações sobre a variabilidade dos parâmetros caracterizadas como componentes da qualidade das forragens (Oliveira et al., 2003). O milho é a cultura padrão para ensilagem, pela tradição no cultivo, elevada produtividade e pelo bom valor nutritivo. Além disso, o uso de híbridos mais produtivos e adaptados às condições locais é responsável pelos ganhos em produtividade de massa dessa cultura. Apesar da busca por cultivares com elevada quantidade de grãos na massa, para melhorar a digestibilidade, de modo geral, sempre houve pouco interesse na melhoria da qualidade da forragem. Entretanto,

com a crescente melhora no padrão genético dos animais e com a intensificação da produção pecuária, aumentase também a exigência na qualidade da silagem. Há no mercado grande número de cultivares de milho com variados índices de produtividade e qualidade. Também, é necessário considerar a influência dos fatores ambientais e das práticas de manejo, que, juntamente com o genótipo, definem o padrão de desenvolvimento da cultura. Assim, o desenvolvimento dos mesmos cultivares pode variar entre ambientes, o que requer avaliação sobre essa variabilidade regional (clima, solo e outros) (Paziane et al., 2009). A pesar das questões ligadas a produção e a qualidade dos genótipos serem importantes, outros aspectos possuem relevância como a precisão experimental dos ensaios de competição de cultivares. A precisão experimental dos ensaios de competição de cultivares de milho é baixa (grãos), ocasionando a discriminação ineficiente entre as cultivares, o que pode induzir a conclusões incorretas em relação às cultivares a serem indicadas aos produtores (Alberto & Storck, 2004). O objetivo deste trabalho foi avaliar os diferentes genótipos do Ensaio Nacional Sul Precoce quanto às características fitomorfológicas para produção de silagem no município de Dois Vizinhos, Paraná. Material e Métodos O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois vizinhos. A região compreende ao terceiro planalto paranaense, com altitude de 520 m, latitude de 25º44 Sul e longitude de 53º04 Oeste. O clima predominante é do tipo subtropical úmido mesotérmico (Cfa), segundo a classificação de Köppen (Maak, 1968). O solo pertence à Unidade de Mapeamento NITOSSOLO VERMELHO distroférrico úmbrico, textura argilosa fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado (Bhering et al., 2008). Os genótipos utilizados foram fornecidos pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) e fazem parte dos ensaios de competição de cultivares de milho do Brasil que compreendem 36 genótipos avaliados. O delineamento experimental realizado foi em látice com duas repetições e o número de blocos foi igual a seis. O experimento foi semeado no dia 08/10/2008, colocando-se duas sementes por cova para posterior desbaste e ajuste para 50.000 plantas por hectare. As parcelas tinham um formato retangular compostas por duas fileiras de cinco metros de comprimento distanciadas a 90 cm. A adubação de base utilizada foi de 250 kg ha -1 de N-P-K de formulação 10-20-20. A adubação de cobertura foi 100 kg nitrogênio ha -1 da formulação comercial 21-00-00, sendo realizada anteriormente a semeadura, onde se aplicou sulfato de amônia. A adubação da cultura do milho foi realizada conforme laudo de análise do solo e recomendações da Embrapa para a cultura. O controle de plantas daninhas foi realizado com aplicações do herbicida Atrazina na dosagem 15 L ha -1 juntamente com o controle da lagarta-do-cartucho com aplicação de inseticida Engeo pleno na dosagem 300 ml i.a. ha. As variáveis avaliadas para o ensaio foram: fitomassa fresca por parcela (FMFP, kg), estatura da planta (EP, cm), estande (EST, ha -1 ), fitomassa seca de semente (FMSS, %), fitomassa seca do material ensilado no micro silo (FMSMEMS, %), fitomassa seca de folha vede (FMSFV, kg), fitomassa seca de espiga (sabugo+grão) (FMSESG, %). As análises foram realizadas com o auxílio do software estatístico SAS (SAS, 2001). Resultados e Discussão O experimento desenvolveu-se, sob influência de variações climáticas anormais para a época, essas variações se caracterizam por poucas chuvas principalmente no estágio de florescimento, o que refletiu

diretamente na formação dos grãos. Durante o período experimental, verificou-se alta incidência de lagartas do cartucho (Spodoptera frugiperda) que apesar das duas aplicações de inseticida não foi suficiente para o seu controle. A Tabela 1 apresenta a análise de variância e a Tabela 2 a comparação de médias para as variáveis estudadas. Dos cultivares avaliados, 50% são híbridos simples, 25% são híbridos triplo, 16,66%, são híbridos duplo e o restante são variedades dos cultivares (8,33%). Conforme a Tabela 1 todas as variáveis obtiveram coeficiente de variação menor que 10, sendo considerado baixo. Ao observar a Tabela 2 constata-se que, o milho pode ser classificado em: semiduro, duro e dentado/mole, onde os valores em percentuais foram de 67,85% para os genótipos semiduro (SD), 25 % para o duro (DR), e 5,6 % dentado/mole (DM). Segundo Cantarelli (2007) o milho dentado/mole apresenta menor vitreosidade e, por isso, melhor valor nutricional, quando comparado aos híbridos semidentado e duro, dessa forma, é o tipo de grão mais indicado para produção de silagem. Das variáveis avaliadas pode-se observar que a variável estatura das plantas apresentou valores baixos o que interfere diretamente sobre os outros parâmetros avaliados, resultando em menor potencial produtivo de fitomassa fresca por parcela. Segundo Rosa et al. (2004), conduzindo trabalho de avaliação de milho para silagens, em que foram testados 19 cultivares em parcelas, encontraram variação para altura de plantas entre 1,50 e 1,98 m, correlacionando-se positivamente com produções de matéria seca variando entre 10,35 e 12,72 t ha -1. Na tabela 2 a cultivar GNZ 2500 (25,15) e KSP 3246 (25,50) teve os maiores valores de fitomassa fresca por parcela em comparação com os outros genótipos, o mesmo demonstra maior resistência ao estresse hídrico. Conclusão Os genótipos apresentaram diferenças significativas em relação a estatura de planta e fitomassa fresca por parcela.tais resultados provavelmente tenham sido influenciados pelo estresse hídrico. Agradecimentos Ao pesquisador Leonardo Melo Pereira da Rocha da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) pelo auxílio na condução dos Ensaios de competição de cultivares de milho. A Fundação Araucária, CNPq e ao MEC/SESU pela concessão da bolsa. Referências BHERING, S. B. & SANTOS, H.G. Mapa de solos do Estado do Paraná: legenda atualizada. Rio de Janeiro:EMBRAPA/IAPAR. 2008. 74p. CANTARELLI, V. S.; FIALHO, E. T.; SOUZA, R. V.; FREITAS, R. T. F.; LIMA, J. A. F.; Composição química, vitreosidade e digestibilidade de diferentes híbridos de milho para suíno. Ciência e Agrotecnologia, v. 31, n. 3, p. 860-864, 2007 FILHO, A. C.; STORCK, L.; Métodos de correção da produtividade de grãos de milho relacionados à adaptabilidade e estabilidade de cultivares. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v.39, n.9, p.857-864,2004. MELLO, W. M. C; PINHO, R.C.V.; CARVALHO, M.L.M.; PINHO, E.V.R. Avaliação de cultivares de milho para a produção de silagem na região de lavras-mg. Ciência e Agrotecnologia. Lavras, v.23, n.1, p.31-39, 2004. OLIVEIRA, J. S.; SOBRINO, F. S.; PEREIRA, R. C.; MIRANDA, J. M.; BANYS, V. L.; RUGGIERI, A. C.; PEREIRA, A. V.; LEDO, F. S.; BOTREL, M.; AUAD, M. V.; Potencial de utilização de híbridos comerciais de milho para silagem, na região sudoeste do Paraná. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.2, n.1, p.62-71, 2003. OLIVEIRA, J.S.; SOBRINHO, F.S.; FERNANDES, S.B.V.; WUNSCH, J.A.; LAJÚS, C.A.; DUFLOTH, J.H.; ZANATTA, J.C.; MOLETTA, J.L.; PEREIRA, A.V.; LÉDO, F.J.S.; BOTREL, M.A.; AUAD, M.V.

Estratificação de ambientes, adaptabilidade e estabilidade de híbridos comerciais de milho para silagem no sul do Brasil. Ciência rural, v.34, n.4, p.997-1003, 2004. PAULINO, V. T.; CARVALHO, D. D. Pastagem de inverno. Revista cientifica eletrônica de agronomia. v. 1, n. 5, p. 1-6, 2004. PAZIANI, S. F.; DUARTE, A. P.; NUSSIO, L. G.; GALLO, P. B.; BITTAR, C. M. M.; ZOPOLLATTO, M.; RECO, P. C.; Características agronômicas e bromatológicas de híbridos de milho para produção de silagem. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.3, p.31-39, 2009. SAS INSTITUTE. SAS/STAT Users Guide, 8.1 ed. Cary: SAS Institute, 2001. 1028p. ROSA, J. R. P.; SILVA, J. H. S.; RESTLE, J.; PASCOAL, L.L.; BRONDANI, I. L.; FILHO, D. C. A.; FREITAS, A. K. Avaliação do Comportamento Agronômico da Planta e Valor Nutritivo da Silagem de Diferentes Híbridos de Milho (Zea mays, L.). Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.2, p.302-312, 2004. Tabela 1. Análise de variância com as fontes de variação (FV), grau de liberdade (GL), quadrados médios, com 5% de significância para as variáveis: fitomassa fresca por parcela (FMFP, kg), estatura da planta (EP, cm), estande (EST), fitomassa seca de semente (FMSS, %), fitomassa seca do material ensilado do micro silo (FMSMEMS, %), fitomassa seca de folha vede (FMSFV, %), fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão) (FMSESG, %). UTFPR, Campus Dois Vizinhos, 2009. FV GL FMFP EP EST FMSS FMSMEMS FMSFV FMSESG Repetições 1 599,513 276,272 274170 0,002639 65401 0,002456 0,000019 Blocos (repetições) (Ajust.) 10 296,562 391,71 5,31E+12 0,000679 53464 0,01092 0,004957 Componente de Bloco 10 296,562 391,71 5,31E+12 0,000679 53464 0,01092 0,004957 Tratamentos (não ajust.) 35 263,071 422,92 3,04E+12 0,001004 49309 0,01163 0,00973 Erro intra bloco 25 314,708 134,18 3,41E+12 0,000514 71799 0,007482 0,01223 Erro bloco compl. cas 35 309,524 207,76 3,95E+12 0,000561 66560 0,008463 0,01015 Total 71 290,709 311,29 3,45E+12 0,000809 58040 0,009939 0,009801 Média 15,00 166,30 61173 0,3242 2407,42 0,3530 0,3782 CV 1,1728 0,0866 0,0730 0,1071 0,1071 0,2606 0,2663

Tabela 2. Média dos genótipos segundo a empresa, tipo de cruzamento (TC), tipo de grão (TG) do ciclo Sul Precoce para as variáveis: fitomassa fresca por parcela (FMFP, kg), estatura da planta (EP, cm), estande (EST), fitomassa seca de semente (FMSS, %), fitomassa seca do material ensilado do micro silo (FMSMEMS, %), fitomassa seca de folha vede (FMSFV, %), fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão)(fmsesg, %). UTFPR, Campus Dois Vizinhos, 2009. Genótipos Empresa TC TG FMFP EP EST FMSS FMSMEMS FMSFV FMSESG AS 1575 AG HS SD 19,00 187,36 57915 0,3093 2515,0 0,3373 0,3759 AS V173 AG HS SD 10,50 173,21 60004 0,3252 2450,5 0,3352 0,2375 AS V897 AG HS SD 12,55 164,35 53637 0,3071 2301,0 0,3122 0,4695 CD 321 CD HS DM 12,35 160,81 52525 0,3255 2267,5 0,4094 0,3808 CD 327 CD HS DR 12,75 152,85 48672 0,3214 2437,0 0,3943 0,3154 CD 387 CD HS SD 12,90 180,68 58019 0,3201 2643,0 0,2941 0,3542 CD 384 CD HT DR 17,35 160,49 89499 0,3223 2437,0 0,3339 0,2969 CD 308 CD HD SD 12,25 150,8 52591 0,3506 2268,5 0,3669 0,4133 Dx 806 DT HS 14,00 168,74 52313 0,3420 2415,0 0,3856 0,4598 Dx 510 DT HT 19,85 167,08 81069 0,3122 2600,0 0,3079 0,3879 DSS 2003 DS HT SD 11,00 144,96 52591 0,3136 2517,0 0,4037 0,2275 2B587 DA HS SD 17,00 155,68 86496 0,3169 2550,5 0,3756 0,4066 2B707 DA HS SD 10,95 187,35 57343 0,3736 2492,0 0,3357 0,4428 2B655 DA HT SD 15,75 179,27 57144 0,3244 2213,5 0,3443 0,4094 AL Bandeirante DSMM VAR SD 11,75 151,29 54378 0,3030 2372,5 0,4007 0,3435 AL Ipiranga DSMM VAR SD 12,50 154,59 47561 0,3131 2594,0 0,3327 0,2968 AL Piratininga DSMM VAR DM 14,85 187,99 55225 0,3387 2445,5 0,3274 0,3966 BRS 1040 EMBRAPA HS SD 10,75 163,83 59196 0,3142 2463,0 0,3804 0,3215 EMBRAPA 1D219 EMVRAPA HS SD 12,60 167,46 54114 0,3371 2319,5 0,3229 0,4699 EMBRAPA HPS 0219 EMBRAPA HS SD 15,00 183,48 52525 0,3104 2614,0 0,3663 0,3601 GNZ 2500 GS HS SD 25,15 173,57 83267 0,3125 2351,0 0,2661 0,3272 GNZ 9501 GS HT SD 16,90 180,34 59461 0,3350 2187,5 0,2639 0,3556 KSP 1356 KSPSP HS DR 15,50 183,99 53877 0,3559 2525,0 0,3936 0,3706 KSP 3246 KSPSP HT SD 25,50 179,24 87078 0,3242 2393,0 0,2885 0,415 PHD 20FXX PHD HT DR 16,00 186,02 58998 0,2874 2672,0 0,3382 0,3306 PHD TAURUS PHD HD SD 16,85 163,7 75816 0,2887 2407,0 0,3515 0,5242 PL 6890 PL HS DR 13,00 184,14 53636 0,3344 2436,5 0,3777 0,279 PRE 32D10 PZ HD SD 13,00 152,33 55556 0,3125 2133,5 0,7308 0,4286 SHS-5080 SHS HT 19,30 159,21 73859 0,4000 2197,5 0,3505 0,404 SHS-4060 SHS HD 14,75 177,22 56165 0,3257 2205,5 0,3834 0,3629 SHS-4080 SHS HD 19,75 155,52 86496 0,3035 2194,5 0,2545 0,3068 XBX 2359 SM HS DR 15,00 147,4 55490 0,3217 2444,5 0,3688 0,4416 XBX 2812 SM HS DR 15,75 150,44 57145 0,3049 2566,0 0,3088 0,4416 30F53 PN HS TES 12,10 170,41 53068 0,3528 2220,0 0,3208 0,4907 30P34 PN HT TES 11,90 124,85 56232 0,3294 2150,5 0,3214 0,3276 CARGO ST HD TES 14,00 156,03 53267 0,3017 2667,0 0,3227 0,4441 Empresas: Agroeste (AG), Coodetec (CD), Delta (DT), DI SOLO (DS), Dow AgroSciences (DA), DSMM/CATI (DSMM), Embrapa (EMBRAPA), Geneze Sementes (GS), KSP Sementes e pesquisas (KSPSP), PHD (PHD), Planagri sementes e rações LTDA (PL), Prezzotto (PZ), Santa Helena Sementes (SHS), Semeali (SM), Pioneer (PN), Syngenta (ST). Tipo de grão: Semiduro (SD), Duro (DR), Dentado/Mole (DM), Testemunha (TES). Tipo de cruzamento: Híbrido simples (HS), Híbrido duplo (HD), Híbrido triplo (HT), Variedade (VAR). *Nenhuma variável diferiu estatisticamente a 5% de probabilidade de erro pelo teste de Scott-Knott.