European Social Survey

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META DA TAXA SELIC 14,5% 13,75% 14,25% 13,75% 13,5% 13,25% 12,75% 13,00% 12,75% 12,50% 12,00% 12,25% 11,75% 12,5% 11,25% 11,00% 10,50% 11,25% 11,5%

META DA TAXA SELIC 14,5% 14,25% 13,75% 13,75% 13,5% 13,00% 13,25% 12,75% 12,25% 11,75% 12,75% 12,25% 12,75% 12,50% 12,5% 12,00%

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Transcrição:

European Social Survey - 2004 Novos e velhos sentidos da família: uma perspectiva europeia Anália Torres Rui Brites, Bernardo Coelho e Inês Cardoso (CIES ISCTE)

São conhecidas as grandes transformações ocorridas no domínio das relações familiares nos últimos 40 anos do século s XX nas sociedades desenvolvidas Individualização e tendência para a igualdade entre homens e mulheres - sentimentalização ão,, secularização Têm elas significado menor valorização da família? Haverá novos sentidos? E que sentidos são atribuídos à igualdade de género g na família? Os dados do ESS de 2002 apontaram jáj algumas respostas. Os de 2004 permitem aprofundá-las.

A importância da Família e do Trabalho na Europa (ESS, 2002) 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Noruega Suécia Finlândia Dinamarca Reino Unido França Alemanha Áustria Holanda Bélgica Luxemburgo Suíça Irlanda Hungria Rep.Checa Polónia Eslovénia Italia Espanha Portugal Grécia Família (homens) Trabalho (homens) Família (mulheres) Trabalho (mulheres) Centro da escala 1. A família como instituição central na vida dos europeus é uma regularidade detectada desde 2002 (para homens e mulheres) 2. A importância do trabalho remunerado para homens e mulheres

Novos e velhos sentidos da família na Europa cordo lmente 1,0 1,5 cordo 2,0 Concordo discordo 2,5 3,0 3,5 orcordo 4,0 4,5 cordo lmente 5,0 Noruega Suécia Finlândia Dinamarca Islân d ia Reino Unido França Alem anha G6 Uma mulher devia estar preparada para reduzir o seu trabalho remunerado para o bem da sua família G7 Os homens deviam ter tantas responsabilidades como as mulheres em relação à casa e aos filhos Áustria Holanda B élg ica Luxemburgo Suíça Irlan d a Hungria Rep.Checa Polónia Eslovénia Eslo váq u ia Estónia Ucrânia Espanha Portugal Grécia G8 Quando os empregos são poucos, os homens deviam ter prioridade em ocupá-los em relação às mulheres G9 Quando há crianças em casa, os pais deviam manter-se juntos, mesmo quando não se entendem bem G10 A família mais próxima devia ser a principal prioridade na vida de cada um

Padrões europeus: A família mais próxima deve ser a principal prioridade na vida dos europeus Tanto pode ser atribuída a uma lógica moderna como tradicional da família Necessidade de os homens terem tantas responsabilidades como as mulheres na gestão da casa e na educação dos filhos novo sentido da família Perspectiva moderna e de rejeição de uma divisão tradicional dos papéis entre mulheres e homens na família

A ideia de indissolubilidade do casamento em função da existência de filhos é também de forma genérica rejeitada (52,2%) pelos europeus ( quando os empregos são poucos, os homens deviam ter prioridade em ocupá-los em relação às mulheres ) As mulheres devem estar preparadas para reduzir o seu trabalho remunerado em função do bemestar da família; 47% dos europeus concordam Escandinavos mais próximos da rejeição, mas a maioria aproximase do ponto médio ou indefinido (não concordo nem discordo) ou tende a concordar O sacrifício do trabalho profissional feminino para dar prioridade ao dos homens, em tempo de crise, é uma ideia que suscita rejeição (52,9%), de forma global, na Europa. ( quando o empregos são poucos, os homens deviam ter prioridade em ocupá-los em relação às mulheres )

G6 Uma mulher devia estar preparada para reduzir o seu trabalho remunerado para o bem da sua família (Concorda + Concorda totalmente) (Percentagem) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Noruega Suécia Finlândia Dinamarca Islândia Reino Unido França Alemanha Áustria Holanda Bélgica Luxemburgo Suíça Irlanda Hungria Rep.Checa Polónia Eslovénia Eslováquia Estónia Ucrânia Espanha Portugal Grécia Homens Mulheres 1. Há uma maior diferença entre países do que entre géneros 2. Centralidade da mulher no bem-estar da família é mais evidente no sul da Europa e nos países do alargamento

G8 Quando os empregos são poucos, os homens deviam ter prioridade em ocupálos em relação às mulheres (Concorda + Concorda totalmente) 2. Mantém-se a homologia entre géneros, contudo há maior rejeição do que na questão anterior disponibilidade para sacrifício do trabalho remunerado das mulheres em favor da família, mas não em favor dos homens (Percentagem) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Noruega Suécia Finlândia Dinamarca Islândia Reino Unido França Alemanha Áustria Holanda Bélgica Luxemburgo Suíça Irlanda Hungria Rep.Checa Polónia Eslovénia Eslováquia Estónia Ucrânia Espanha Portugal Grécia Homens Mulheres 1. Uma visão desigualitária no acesso ao trabalho remunerado (conservadorismo) aumenta à medida em que se caminha de Norte para Sul da Europa

G9 Quando há crianças em casa, os pais deviam manter-se juntos, mesmo quando não se entendem bem (Concorda + Concorda totalmente) (Percentagem) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Noruega Suécia Finlândia Dinamarca Islândia Reino Unido França Alemanha Áustria Holanda Bélgica Luxemburgo Suíça Irlanda Hungria Rep.Checa Polónia Eslovénia Eslováquia Estónia Ucrânia Espanha Portugal Grécia Homens Mulheres 1. Ainda que globalmente rejeitada esta ideia, as posições conservadoras são mais expressivas nos países do sul e nos do alargamento. 2. Os homens adoptam posições mais conservadoras do que as mulheres coincidência de

Através de uma análise de clusters com todos os inquiridos e partindo de um conjunto de cinco perguntas referentes à família e envolvendo questões que remetem para a igualdade de género, chegamos a três grupos: Modernos (11.004 indivíduos) Conservadores (9.841 indivíduos) Intermédios Pró-Modernos (22.445 indivíduos) Vejamos as diferenças entre eles

A família mais próxima deve ser a principal prioridade na vida dos europeus Necessidade de os homens terem tantas responsabilidades como as mulheres na gestão da casa e na educação dos filhos Modernos Intermédios pró-modernos Conservadores Concordo 100% 72,2% 100% Concordo 100% 73,5% 100% Percebe-se, mais uma vez, a transversalidade destes sentidos da família para os europeus (sejam eles mais modernos ou conservadores)

Quanto mais modernos os sentidos atribuídos à família, menos importância é dada à centralidade da mulher no bem-estar familiar As mulheres devem estar preparadas para reduzir o seu trabalho remunerado em função do bem-estar da família Concordo Nem concordo, nem discordo Discordo Modernos 32,4% 20,5% 47,1% Intermédios pró- modernos 31,9% 33,4% 34,7% Conservadores 100% Nos europeus conservadores percebe-se a prevalência da ideia da centralidade da mulher na construção do bem-estar da família Os europeus Intermédios pro-modernos apresentam uma enorme divisão

Sacrifício do trabalho profissional feminino para dar prioridade ao dos homens Quando os empregos são poucos, os homens deviam ter prioridade em ocupá-los em relação às mulheres Concordo Nem concordo, nem discordo Discordo Modernos 100% Intermédios pró- modernos 22,9% 24,0% 53,1% Conservadores 69,1% 30,9% Os europeus conservadores ficam isolados no que respeita à concordância face à prioridade dos homens no acesso ao trabalho

Indissolubilidade do casamento em função da existência de filhos Quando há crianças em casa os pais deviam manter-se juntos, mesmo quando não se entendem bem Concordo Nem concordo, nem discordo Discordo Modernos 100% Intermédios pró- modernos 31,2% 32,0% 36,8% Conservadores 45,6% 20,6% 33,8% Os conservadores ficam novamente isolados na concordância

MODERNOS, CONSERVADORES E INTERMÉDIOS POR PAÍS 0% 20% 40% 60% 80% 100% Noruega 33,2 59,9 6,9 Suécia 40,7 53,0 6,3 Finlândia 41,4 48,1 10,6 Dinam arca 40,8 54,4 4,7 Islândia 46,1 44,3 9,7 Re ino Unido 30,2 47,5 22,3 França 28,7 46,3 25,0 Alem anha 26,8 53,5 19,6 Áustria 24,2 58,6 17,2 Holanda 33,3 54,9 11,9 Bélgica 26,1 54,0 19,9 Luxemburgo 31,1 43,3 25,6 Suíça 23,3 51,2 25,5 Irlanda 31,7 42,8 25,6 Hungria 17,6 37,8 44,6 Rep.Che ca 14,9 54,6 30,5 Polónia 15,6 47,3 37,1 Es lové nia 28,6 51,2 20,3 Eslováquia 17,5 60,8 21,7 Estónia 24,1 43,8 32,1 Espanha 25,4 52,7 21,9 Portugal 15,3 55,1 29,6 Grécia 8,3 68,7 23,1 Ucrânia 8,1 47,0 44,9 Modernos Intermédios Conservadores

Os sentidos intermédios pró-modernos são os que registam maior incidência em toda a Europa Os países nórdicos são aqueles que apresentam mais forte tendência para a modernidade nos sentidos da família (Islândia, Finlândia, Dinamarca e Noruega) Nos países do sul e do alargamento têm maior expressão os sentidos conservadores (Hungria, Ucrânia, Polónia e Portugal)

Sintetizando a posição dominante. Intermédio pró-modernos Dividem-se muito - entre os que concordam, não concordam nem discordam e discordam - quanto à ideia de centralidade do papel das mulheres na produção do bem-estar estar na família; e quanto à necessidade dos cônjuges se manterem juntos quando háh crianças, as, mesmo quando não se entendem. Embora se aproximem mais das posições modernas. Rejeitam a prioridade dos homens no acesso ao trabalho remunerado (afastando-se se assim dos conservadores) De resto assumem as mesmas posições que modernos e conservadores

INDICE DE MODERNIDADE NA FAMÍLIA Moderno 5 4 3 2 1 Tradicional 0 Noruega Suécia Finlândia Dinamarca Islândia Reino Unido França Alemanha Áustria Holanda Bélgica Luxemburgo Suíça Irlanda Hungria Rep.Checa Polónia Eslovénia Eslováquia Estónia Espanha Portugal Grécia Ucrânia Homens Mulheres Centro da escala Índice sintético de papeis de género na família G6 (Uma mulher devia estar preparada para reduzir o seu trabalho remunerado para o bem da sua família) + G7 (os homens deviam ter tantas responsabilidades como as mulheres em relação à casa e aos filhos) + G8 (Quando os empregos são poucos, os homens deviam ter prioridade em ocupá-los em relação às mulheres) + G9 (Quando há crianças em casa, os pais devem manter-se juntos, mesmo quando não se entendem bem) A modernidade dos papéis de género assume uma tendência descendente nos sentido norte-sul da Europa: Os países nórdicos (Noruega, Suécia, Dinamarca e Islândia) apresentam o valores mais elevados de modernidade nos papeis de género e os países do sul e do alargamento os valores mais baixos (Portugal, Grécia e Ucrânia)

Indice de modernidade e indice de bem estar subjectivo Índice sintético de stress doméstico (g34+g35+g37) Baixo Elevado 3.25 3.00 2.75 2.50 2.25 Tradicional * * Polónia Irlanda Islândia * * * * Suécia Reino Unido * Luxemburgo Grécia * Rep.Checa * Holanda * Suíça * Áustria * * * Noruega Ucrânia Estónia França Bélgica * Hungria * Espanha * * * Eslovénia * Dinamarca * * Eslováquia * Portugal Alemanha Finlândia 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 Índice sintético de papéis de género na família (g6+g7i+g8+g9) Moderno Índice Sintético de Stress Doméstico= G34 (Há tantas coisas para fazer em casa que muitas vezes o tempo não chega para as fazer todas) + G35 (As suas tarefas domésticas são monótonas) + G37 (As suas tarefas domésticas Os países com mais elevado nível de modernidade nos valores de género na família, são aqueles em que se verifica menor stress doméstico; Inversamente, os países europeus com menor modernidade nos valores de género na família registam mais elevado stress doméstico

Os dados de 2004 vêm reforçar ideias jáj adquiridas a centralidade da família na vida dos europeus mas revelam de forma muito clara também m a existência de uma visão moderna da família. Esta visão supõe que os homens devem ter tantas responsabilidades como as mulheres na esfera privada, aproximando-se de uma perspectiva de igualdade de génerog Mas como seria de esperar as posições dos europeus a propósito da família e dos papéis de género g dividem-se por países e dentro de cada país. Identificámos os modernos, os conservadores e os intermédios pró-modernos modernos. A posição dominante, e apesar de ser completamente concordante relativamente às s responsabilidades dos homens na esfera privada e de rejeitar a prioridade destes no trabalho remunerado, demonstra contudo grande divisão a respeito da indispensabilidade da mulher na família. Esta divisão que inclui muitas posições indefinidas - reflecte de certo as tensões e dificuldades na gestão dos processos de mudança a nas relações familiares, referidas no início, nomeadamente a articulação entre a vida familiar e o trabalho profissional.